domingo, 8 de setembro de 2019

Brasil de joelhos: a teocracia avança

por Flávio Sépia 
A censura avança em desafio aberto à Constituição. Episódios de restrição da liberdade começam a se tornar perigosa rotina, como a ofensiva contra a Bienal do Livro, exposições de arte, peças teatrais e obras didáticas.

A maioria dessas iniciativas autoritárias é movida pelo fundamentalismo religioso. Não se trata aqui de criticar uma denominação. A mesma Constituição que os fanáticos desrespeitam assegura a todos o direitos de exercer a fé que lhes aprouver.

Criticar censura, perseguições a cultos afro, apropriação de verbas públicas, ocupação de funções publicas e a contaminação de parte da Justiça em desafio à laicidade constitucional do Estado não têm a ver com fé. Trata-se de denunciar projeto político de dominação e opressão, de imposição de preceitos, de sufocamento das liberdades individuais em nome de uma lucrativa indústria de altos faturamentos e altamente subsidiada por favores dos governos e que mira um domínio político partidário sobre todos os brasileiros.

Nos últimos 20 anos vários partidos, tanto conservadores quanto social democratas ou de esquerda, de olho em votos fáceis, colaboraram para a ascensão desse complexo político-industrial-religioso, que espalha influências sobre todos os aspectos da vida do país, com digitais no golpe que derrubou Dilma Rousseff, na supressão de direitos dos mais carentes e no desmonte de leis de proteção dos trabalhadores, casos das reforma da Previdência e trabalhistas. O agravamento da distribuição de renda e consequente aumento da pobreza favorecem à máquina partidária da fé. O desprezo ao meio ambiente e a liberação de armas também estão entre suas bandeiras políticas.

O Brasil paga caro por ter estimulado a serpente a sair do ovo. E, mais uma vez, não se trata de religião mas de lucro, política e poder.

2 comentários:

J.A.Barros disse...

Votaram num candidatos religioso e o elegeram. Que sirva de lição para nunca mais votarem em qualquer religioso que se aventure a qualquer candidatura. O religioso, tenho repetido aqui, na sua administração ele confunde a sua religião com serviço público. E aí começa a desmoronar a sua administração.

Jana disse...

E eles são violento, atacam a religião dos outros como terreiros, ameaçam, são abusado