segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Fotomemória da redação: Cony e o carrasco nazista Franz Wagner

Em 1978, Carlos Heitor Cony entrevistou com exclusividade para Manchete o carrasco nazista Franz Wagner. Oficial austríaco da SS, ele era o segundo em comando no campo de concentração Sobibor. Com o fim da guerra, fugiu para o Brasil onde viveu durante anos até localizado por Simon Wiesenthal, caçador de nazistas e sobrevivente do Holocausto, com o auxílio do jornalista brasileiro Mário Chimanovitch. Foi preso em maio de 1978.
Com o Brasil em plena ditadura, o STF negou sucessivos pedidos de extradição de Franz Wagner para Áustria, Polônia, Alemanha Ocidental e Israel.
Cony perguntou ao nazista se ele ainda fazia planos de vida. "Continuar vivendo. Isto é um plano. Sou um homem simples, me basto com pouco. Se tiver que ser preso, prefiro ficar na Alemanha. Foi por ela que lutei durante a guerra. Foi por ela que estou nessa situação, sendo acusado de besta humana, de fera nazista", disse ele, sem dar sinais de arrependimento.
Dois anos depois, o nazista foi encontrado morto em uma cela em São Paulo, com uma faca cravada no peito. Houve suspeita de assassinato, mas oficialmente foi declarado o suicídio.

2 comentários:

J.A.Barros disse...

Parece que todos esses nazistas que se destacaram nos campos de concentração na Alemanha e outros países, como oficiais torturadores, tiveram trágicos fins. Esse nazista descoberto no brasil, foi assassinado com uma faca no peito na prisão, numa cela numa das prisões de São Paulo. O interessante é que no seu óbito foi declarado suicídio. Ate hoje, nunca li uma notícia de que alguém tenha se suicidado com uma facada no peito. Este fato é um caso inédito em todo o o mundo.

Hoffmann disse...

Carlos Heitor Cony, Fernanda Yang, Paulo Henrique Amorim são pessoas que fazem falta no Brasil nesse momento