por Niko Bolontrin
Com exceção, no momento, da Itália, as principais forças do futebol europeu - Inglaterra, Espanha, Alemanha e França - têm uma característica em comum: apenas de dois a quatro times de cada país são atualmente reais candidatos aos títulos nacionais ou continentais, com base nas ocorrências das última décadas. São eles: Manchester City, Manchester United, Chelsea e Liverpool; Real Madrid e Barcelona; PSG e Monaco. Claro que embora cada vez mais raro um ou outro quebra a sequência, mas a supremacia dos citados é arrasadora.
A FIFA já manteve regras para evitar desequilíbrios tão grandes que, em resumo, tendem a tornar as competições menos vibrantes para os milhões de torcedores dos times desafortunados. Controles econômicos, limitação de jogadores estrangeiros, entre outras medidas, forçavam uma melhor distribuição de jogadores ranqueados. A entidade ainda exige um leve limite financeiro em volume de contratações, insuficiente para deter o poderio dos times mais ricos, mas venceu a facção que defende a lei do mercado no futebol e o salve-se quem puder.
A médio prazo essa pujança limitada a poucos afetará o lado esportivo das competições, dividindo-as entre a super elite permanente e a enorme massa de coadjuvantes.
O futebol brasileiro brasileiro vive o começo desse mesmo processo. Estima-se que em menos de década, os nossos títulos nacionais e continentais serão majoritariamente divididos entre quatro ou cinco clubes. Serão aqueles privilegiados por patrocinadores, empresários de jogadores e vendas de direitos de transmissão para TV aberta, a cabo, redes sociais e streaming. No Brasil, a concentração de favoritos foi inicialmente forçada pela TV, seguindo-se naturalmente os patrocinadores e os empresários de atletas.
O próximo passo - já evidenciado reivindicado em críticas feitas pela mídia esportiva - é o fim dos campeonatos estaduais, o que tirará de cena e cortará a visibilidade de centenas de times em todo o país. Restarão 20 ou 25 clubes candidatos ao Brasileirão, à Copa do Brasil, Sul Americana e Libertadores. Os demais se agruparão nas Segundonas, Terceironas e Série D da vida. Muitos estádios - bem mais do que aqueles herdados da Copa do Mundo - poderá se tornar semi-fantasmas.
E o Brasileirão, admito que exagerando um pouco, se transformará na prática, como a Premier League, La Liga, Bundesliga e Ligue 1, algo próximo de um quadrangular de milionários.
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domingo, 18 de agosto de 2019
Futebol: em breve o Brasileirão se tornará algo próximo de um quadrangular de times milionários. Saiba porque
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Um comentário:
Assino embaixo. Hegemonias no futebol eram temporárias e eram resultados de formação de times, muitas vezes de jogadores que vinham dos antigos aspirantes. Foi assim com o Santos de Pelé, Zito, Gilmar, Pepe etc. Com o Palmeiras de Ademir da Guia, com o Corinthians de Rivelino, o Vasco de Ademir e depois de Bellini, Orlando, Sabará, Almir etc. Agora é diferente, é a força do dinheiro e da TV botando pra comprar jogador onde for. O futebol brasileiro será um cópia mais pobre do futebol europeu antes da primeira rodada do campeonato já saberemos quem será os finalistas
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