sábado, 16 de março de 2019

Memória da redação - Contaram para você que Pelé nunca pensou em ser vendido para a Europa? Errado. Manchete revelou que ele quis ir para o Real Madrid



por Niko Bolontrin

Pelé passou sua vida profissional como jogador quase inteiramente no Santos. Só foi para o Cosmos, de Nova York, oito meses depois de pendurar as chuteiras como jogador da Vila Belmiro.

E nós sempre lemos por aí que Pelé jamais cogitou em jogar por um clube europeu. Uma antiga matéria da Manchete mostra que a história não é bem essa.

Apesar de ter jogado apenas no Brasil, Pelé ganhou dinheiro com o futebol e, principalmente, com publicidade. Mas nada que se compare ao que fatura qualquer jogador mediano que se firma no milionário futebol europeu de hoje. Os bens de Pelé em 1959, como relata a  matéria da Manchete (trecho reproduzido acima) seriam quase risíveis para um Neymar, um Philippe Coutinho, um Tiago Silva e outros que jogam nas ligas europeias. Olha só a qualidade da "lanchinha" que ele ganhou de presente!

Naquele dia, às vésperas de viajar em excursão com o Santos para Espanha, França e Itália, Pelé falou sobre uma proposta que o Real Madrid vinha fazendo ao Santos: levar o craque, então com 18 anos, por Cr$ 80 milhões, na moeda da época.

"Nesse caso, acho que vou ter de deixar o Brasil por algum tempo. Oitenta milhões não é brincadeira. Acabando o serviço militar, se o negócio estiver de pé, vale a pena fazer o sacrifício" - disse o jogador que ganhava Cr$120 mil mensais quando o salário mínimo era então de Cr$3.800.

O Santos recebeu essa e teria recebido muitas outras propostas, mas nunca fechou negócio. Talvez porque, na época, não havia um desequilíbrio econômico tão avassalador entre o futebol brasileiro e o mundo encantado da Liga dos Campeões. Atualmente, se quiser, qualquer clube médio da Europa leva qualquer jogador brasileiro e ainda pode importar, de brinde, o cartola presidente, sua mulher, sogra, o cachorro, o papagaio e o cunhado-problema. 

2 comentários:

Ludmila disse...

Que lancha pobrinha, parece uma jangada

Ribeiro disse...

O futebol europeu naquela época até levou alguns jogadores da América do Sul como o argentino Di Stéfano, os brasileiros Didi, Mazolla (Altafini pra eles), Julinho, Evaristo, mas eram pouco se comparados com hoje. A Europa ainda se recuperava da segunda guerra, de certa forma, os paises eram mais fechados.