A revista Veja publicou uma matéria acusando Aderbal Freire Filho de ter um cargo público com salário de 91 mil reais. O diretor, ator e autor e ator de teatro denuncia em carta a "tática da mentira" que a revista põe em prática.
Leia a carta escrita por Aderbal:
"Circula contra mim - "o marido da atriz defensora de Dilma" - uma acusação nas redes sociais de ter "um cargo em uma empresa pública com salário de 91 mil reais".
Essa tática abjeta de deturpar fatos, mentir e difamar é a mesma que domina o Brasil de hoje, onde o cinismo, a falta de decoro e de escrúpulos nos surpreende a cada dia.
Sou de fato companheiro de uma atriz, Marieta Severo, e ela de fato é uma das atrizes que, ao lado de muitos artistas, de muitas cidadãs e muitos cidadãos brasileiros defendem a presidente Dilma Roussef e a democracia.
Mas a forma de me apresentar profissionalmente é: o diretor, autor e ator de teatro Aderbal Freire-Filho. Tenho 75 anos de idade, mais de 60 de carreira, criei mais de 100 espetáculos no Brasil, além de ter dirigido também em outros países. Ganhei todos os prêmios importantes do teatro brasileiro: Molière, Golfinho de Ouro, Faz a Diferença, Mambembe, Shell, APTR, entre muitos outros. Dirigi centenas de atrizes e atores brasileiros. Existem alguns livros e teses sobre meu trabalho como diretor. Fui o coordenador da comissão que criou a Escola de Direção Teatral, da UFRJ. Tenho textos sobre teatro e literatura publicados em livros e revistas, no Brasil e em outros países. Sou autor de vários peças encenadas.
Na verdade, me apresento aqui para a enorme quantidade de pessoas que recebeu e até compartilha a publicação abjeta e que é natural que não me conheça, sequer tenha ouvido falar de mim. A cultura e a arte brasileiras são pouco conhecidas. Mas para o universo artístico e cultural - para os que vão a teatro, leem, frequentam centro culturais, etc - sei que poderia, sem falsa modéstia, dispensar essa apresentação.
Não tenho cargo algum em uma empresa pública. Querendo dar a ideia de que o "marido..." tem uma assessoria, uma secretaria, uma diretoria, sei lá o que, eles intitulam assim uma realidade absolutamente diferente, que vou resumir.
A TV Brasil teve um programa de entrevistas com artistas, criado e apresentado pelo ator Sérgio Britto. Quando Sérgio Britto morreu, seu produtor me procurou, para que a tv continuasse a ter esse espaço aberto para a arte brasileira. Aceitei o convite, projetei um novo programa, mantendo os mesmos princípios, mas criando uma nova linguagem. Além das entrevistas, o programa passou a ter uma dramaturgia, que pode incluir a presença de atores.
A TV Brasil, para economizar custos, propôs às equipes de alguns programas, esse entre eles, um regime misto de produção. No nosso caso, a TV entraria com os estúdios, câmeras e técnicos e nossa produção se responsabilizaria por todos os demais gastos, previstos em planilhas que acompanham o contrato.
E assim é feito. Com o valor mensal do contrato, de R$ 91 mil no ano passado, eram pagos: um diretor de produção e quatro colaboradores: um produtor assistente, um diretor de tv, uma editora e um pesquisador e co-roteirista; os cachês dos atores e atrizes convidados; gastos com cenografia; passagens aéreas para entrevistados vindos de outras cidades; passagens aéreas para a equipe, quando vai a outras cidades; hospedagem da equipe em viagens; hospedagem no Rio de convidados de outras cidades; transporte local para convidados; técnicos e aluguel de equipamentos para gravações feitas fora do Rio; custos de material e despesas de administração. É ainda nesse orçamento que está incluído meu pagamento, pelas funções que exerço: roteirista, apresentador e diretor geral.
Neste ano, com a recomendação da presidenta Dilma Roussef de reduzir em 30% os gastos públicos, o programa cortou do seu orçamento passagens aéreas, hospedagens, programas fora do Rio (e, consequentemente pagamento de técnicos e aluguel de equipamento em viagem), cachês para atores, despesas de administração e outras despesas reduzindo o valor mensal do contrato para R$ 68 mil.
Concluo convidando os que não me conhecem, nem conhecem o programa, para que entrem na página da TV Brasil e procurem o programa Arte do Artista. Clicando em Episódios, podem assistir a todos os mais de 150 programas já exibidos. Aí verão alguns dos mais importantes artistas brasileiros de todas as áreas, poetas, compositores, atrizes, atores, artistas plásticos, cineastas, coreógrafas, romancistas, artistas populares, grafiteiros, músicos de rua, etc, enfim, uma mostra rica da grande produção artística brasileira. E, claro, poderão me ver no exercício do meu 'cargo público milionário'. "
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3 comentários:
prova de jornalismo irresponsável
Bem, acredito no Aderbal Freire-Filho e em tudo que ele explanou na sua resposta mas a notícia não era falsa. Existe ou existiam de fato os 91 mil reais como explicou detalhadamente o Aderbal dizendo inclusive que esses 91 mil reais foram reduzidos para 68 mil reais. Mas o Aderbal, na minha opinião, tem credenciais para ganhar até muito mais. O Brasil é um país que tem um salário médio muito baixo e com esse baxo poder aquisitivo quer governos implantar um mercado de consumista. Como se o povo ou a classe média tivesse altos salários. Mas a média desses salários no Brasil é muito baixa não dá pra fazer dele um consumidor.
Engraçado a Veja não "denunciar" que o governo do estado de São Paulo compra assinaturas de revistas para distribuir, supostamente um programa educacional que na prática beneficia a revista.
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