por John Naughton, articulista do jornal The Guardian
(texto aqui reproduzido do Observatório da Imprensa)
Muitos anos atrás, o teórico político Steven Lukes publicou um livro influente – Power: A Radical View , no qual argumentava que o poder sempre vinha em três variedades: a faculdade de obrigar as pessoas a fazerem o que não querem fazer; a capacidade de fazer elas pararem de fazer o que querem fazer; e o poder de formar a maneira pela qual elas pensam. Este último é o tipo de poder exercido pelos nossos meios de comunicação.
A mídia pode dar forma à pauta do público (e, portanto, política) selecionando as notícias que as pessoas leem, ouvem e veem; e podem dar forma às maneiras pelas quais as notícias são apresentadas. A “terceira dimensão” do poder de Lukes é aquilo que é produzido, na Grã-Bretanha, por veículos como o programa Today, da Radio 4, e os jornais The Sun e Daily Mail. E esse poder é concreto: é por esse motivo que todos os governos britânicos dos últimos anos sempre tiveram tanto medo do Daily Mail.
Mas como o nosso ecossistema de mídia mudou com o impacto da internet, surgiram novos corretores de poder.
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