sábado, 7 de maio de 2016

A chama olímpica, essa alegria popular...

A passagem da Tocha Olímpica por Caldas Novas (GO). Foto Ivo Lima/ME

Foto Ivo Lima/ME
Foto Ivo Lima/ME
A chama olímpica percorre o Brasil. A passagem da tocha atrai multidões. Infelizmente, nesses dias de crise, a turbulência política tenta respingar no espírito olímpico.

Os Jogos Olímpicos da era moderna foram idealizados por um aristocrata, o barão Pierre de Coubertin. Mas o pior da elite verde-amarela, a que se imagina "nobre", faz uma deplorável campanha nas redes sociais contra as Olímpíadas. É o Brasil partido. Nas ruas, crianças e adultos, morenos, louros, índios, pardos, mestiços, negros, eslavos, traços orientais, perfis árabes e judeus, a "gente diferenciada" que aplaude o clima olímpico; nos salões ou à frente da "lareira" imaginária, uns sujeitos 'haters' depreciam o fato de o Brasil, um "país desclassificado", ousar sediar um acontecimento tão valorizado no "primeiro mundo". É assim que o olho aculturado dessas pessoas, eternamente sem visão periférica, vê um acontecimento pacífico e apartidário. Ou, talvez, revele apenas a terrível angústia e a insuperável frustração de não haver nascido nos jardins - até na cocheira já seria um "honra" - do Balmoral.

No auge da Guerra Fria, aconteceram os Jogos Olímpicos de Moscou. Os Estados Unidos boicotaram o evento. Nem por isso, o mundo aderiu àquela demonstração de intolerância. Jimmy Carter, em campanha, achou que com o gesto atrairia votos conservadores. De nada adiantou, perdeu a eleição para Ronald Reagan. Aquele Olimpíada entrou para a história como uma das mais bem realizadas, em ambiente de paz e esportividade. Para o resto do mundo, não era coisa de comunista. Quatro anos depois, a União Soviética não foi à Olimpíada de Los Angeles. Outro erro. O jogo político mudou, a Olimpíada seguiu em frente. EUA e URSS ficaram com a medalha de lata e dividem na memória esse pódio da ignorância.

Aqui, a Rio 2016 parece ter que provar a todo momento diante dessa minoria versalheana que não é uma "convenção" do PT. Ocasionalmente, o Brasil conquistou o direito de sediar os Jogos durante o mandato de um presidente filiado ao PT. O Brasil merecia, como qualquer outro país da América do Sul, essa oportunidade. Do lado de cá do mapa, apenas Estados Unidos e México sediaram os jogos de verão. A Olimpíada não está no programa de governo do PT nem do PMDB carioca. Não lhes pertence. As autoridades apoiaram fortemente esse pleito desde o início e, ao lado do Comitê Olímpico do Brasil e das empresas patrocinadoras o viabilizaram, e teria sido um erro absurdo se não o fizessem.

Enquanto tais pessoas que abominam os Jogos, muitas movidas, talvez, pelo desconforto dos seus pijamas e camisolas úmidos, expressam todo o ódio contra um acontecimento simbólico - a condução da chama, as ruas não registraram  - e espera-se, sigam assim - tumultos ou agressões provocadas por motivos políticos ou por pura intolerância classista. Crianças, idosos, estudantes, trabalhadores, o chamado povão, aparentemente não embarcou na pregação fascista dos preconceituosos.

Que o Brasil deixe a chama olímpica circular e, em agosto, aplauda a festa mundial do Esporte e dos atletas e torcedores brasileiros.

O baixo jogo político se desclassifica, essa alegria popular, não.

Um comentário:

Wilson disse...

Esses coxinhas falam mal do Brasil e não vão morar fora porque a maioria iria para lavar prato e limpar bunfa de madame