terça-feira, 6 de outubro de 2015

Denúncias de corrupção: um olho no jornalismo outro no calendário...

por Flávio Sépia 
Política à parte, apenas considerando qualquer coisa que se aproxime do conceito de jornalismo... O Globo de hoje tem uma matéria sobre  a indenização de 1 bilhão de reais que a empresa holandesa SBM pagará à Petrobras. Beleza. A SBM distribuiu "comissões" em troca de contratos. Mais beleza O texto da matéria diz que os casos de corrupção ocorreram entre 2007 e 2011. Tribeleza.

Reprodução
Curiosamente, o quadro ao pé da página registra um contrato assinado em 2001, com propina de 14,5 milhões de dólares, outro assinado em 1999, jabaculê de 9,9 milhões de dólares. Há um terceiro, com pixulé de 18,1 milhões de dólares, assinado bem no comecinho de 2003 (como ninguém contrata uma plataforma do dia para a noite, esse acerto obviamente foi negociado ao apagar das luzes do governo anterior). Nenhum comentário quanto aos casos fora do contexto preferencial. A caguetagem premiada já falou que na segunda metade dos anos 90 empresas privadas abasteciam o esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Mas esse "detalhe" não costuma chamar muita atenção. Está fora do calendário seletivo das denuncias. É o ponto fora da curva.
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Tais datas provocam arrepios em certos setores e levam à mesma gaveta emperrada dos escândalos da época, como do Econômico, Banestado, Nacional, privataria, emenda da reeleição, mensalão mineiro etc, que já estavam em pastas esquecidas agora começam a cair de vez em prescrição, com os acusados ricos e felizes. Não tiveram bens aprendidos, não precisaram fazer denúncia premiada, não viram o sol nascer quadrado nem um diazinho. Como indagaria uma velha e combalida senhora de olhos vendados, será que corromperam até a luta pela corrupção no Brasil?

4 comentários:

Alexandre Raposo disse...

"agora começam a cair de vez em prescrição, com os acusados ricos e felizes." Pois é. Vamos nos esforçar para que isso não aconteça novamente. Cana dura na bandidagem! Por sorte, os crimes do PT estão fresquinhos e ainda não presecreveram. Vamos perder mais essa oportunidade?

Corrêa disse...

Infelizmente, os casos, na maioria, não são apurados nem há punição, que deveria haver independente de partido. O caso do escândalo do Banestado foi conduzido pelo juiz Moro mas não houve nem pressão da mídia ou a mobilização política de agora com o interesse golpista. Com a oposição se unindo a corruptos para tomar o poder. Santa ingenuidade, a dos brasileiros

Wilson disse...

Isso é parte do golpe em andamento. Só os ignorante não sabem. TCU, TSE, domínio do fato para subsituir falta de provas, o artigo da lei dos nazistas adotado aqui, decisões que nunca aconteceram na história do Brasil, é o novo jeito de dar golpe, como Honduras, Paraguai, Ucrania, os golpes "constitucionais inventados pelo Departamento" de Estado americano.

Anônimo disse...

Vai pra Cuba, comunista, o paredon brasileiro vem aí