segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Rio esculachado ...


por Omelete
O verão nem chegou ainda e a pivetada toca o horror no Rio de Janeiro. Até aí, nada tão surpreendente. A diferença agora é que a Justiça passou a impedir o trabalho preventivo da polícia. Só pode botar a mão no arrastão se houver flagrante. Não pode parar "bonde", só se houver flagrante. Não pode correr atrás dos bandidos que levam celulares, dinheiro, cordão de ouro, assediam meninas, a não ser que o policial tenha visto e comprovado o flagrante. Não pode entrar em ônibus para mandar descer e revistar os bandidos armados, - sim, armados, já houve tiro, com vítima - sem que o flagrante seja devidamente caracterizado. Não pode levar grupos para a delegacia, embora arrastão signifique grupo, mas individualizar cada ocorrência. Claro que a pivetada, sabendo disso, deitou e rolou. Na prática, na dura realidade das ruas, os arrastões ganharam uma espécie de tosca "legalização". Pelo jeito, foi assim que o bandidos interpretaram o engessamento da polícia. Com o policiamento na praia, esperando tal flagrante, a galera atacou em Botafogo e nas ruas de dentro de Copacabana.  Segundo O Globo, os bandidos descem dos ônibus, atacam quem estiver passando, debocham e vão juntando os "ganhos".
A essa altura, os jovens honestos que têm o direito de ir à praia e dão o azar de serem vizinhos dos bandidos, até perdem esse direito já que não vão se arriscar a entrar nesses ônibus que se transformam em "bondes". São vítimas. Em vez de protegê-los, a ordem da Justiça os discrimina. Os bandido ficam muito mais à vontade para ir à praia do que os jovens trabalhadores.
Como consequência da decisão que imobiliza a polícia, surge a reação também indesejável: moradores dos bairros esculachados formam grupos para parar ônibus e tentar dar o troco na "terra-de-ninguém". O secretário de Segurança diz que decisão da Justiça não se discute, deve ser cumprida. O fim de semana foi de roubos a assaltos promovidos por essa turma. Mas como não houve flagrante, fique sabendo que oficialmente nada aconteceu. As cenas de correria e pessoas sendo assaltadas e agredidas foram apenas uma espécie de ficção? Aparentemente, teremos o  verão do "salve-se quem puder", do "cada um por sí". Por enquanto, do ponto de vista de quem está nas ruas e não no ar condicionado dos gabinetes, o "flagrante" é um só: os arrastões se multiplicam. Não quero nem falar de Olimpíada. desse jeito vai ser mamão-com açúcar" pros bandidos. Vão acabar subindo ao pódio.

4 comentários:

Clézio disse...

Na Europa se sujeito, seja adulto ou menor, ficar parado muito tempo em uma esquina pode ser abordado por policiais que vão querer saber quais são as intenções do sujeito. E são países perfeitamente democráticos. Dormir em banco de praça ou debaixo de marquises também não pode. Caso seja encontrado alguém assim vai ser abrodado, se estiver passando mal vai ser encaminhado para um hospital, se estiver com sono, vai pra casa, se não tiver casa vai ser conduzido para um abrigo onde levantarão endereço, parente etc. Aqui, por causa dessas decisões equivocadas da Justiça e das leis que beneficiam bandido é essa moleza.

Ludmila disse...

Só porrada e cadeia não resolve. Concordo que bandido é bandido, mas há jovens influenciados que podem se recuperados. Orgãos do governo podem ajudar mas lembro que tudo acaba em uma coisa que ninguém costuma falar: uma melhor distribuição de renda.

Kadu disse...

Parece que o bom senso voltou a a polícia vai partir pra cima desses ladrões e baderneiros

Mariana disse...

Não será porque as pessoas que decidem podem estar fora da realidade? Às vezes tem carro oficial, muitos até segurança, talvez nem vá a pria e tenha casa de fim de semana longe do Rio. E acabam perdendo a noção das pessoas comuns? E como você diz, a vida fora do gabinete com ar condicionado é bem diferente.