Um jornalista italiano que morou no Rio durante muitos anos contou, certa vez, entre um chope e outro em um quiosque de Ipanema, que identificava em muitos cariocas dois sentimentos opostos:
"falam da cidade com um orgulho típico de quem a ama; e sujam a paisagem como se tivessem ódio da terra em que vivem". E citou a Lagoa Rodrigo de Freitas, o ecossistema da Barra, as praias, a Baía... O jornalista, que hoje mora no Canadá (não que o país seja perfeito, o Canadá explora carvão, um mineral extremamente poluidor em todas as etapas, tem áreas imensas contaminadas, e é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo) está cercado de muito lagos e rios límpidos. Não há como contestar o colega milanês quando critica nossa compulsão poluidora. E vale acrescentar que, nesse item, as classes sociais se equivalem. Pobres, remediados, médios e ricos emporcalham a cidade "democraticamente". Os "emergentes" da Barra, a partir de condomínios de luxo (muitos com estações de tratamento desligadas), lançam dejetos in natura nas lagoas do bairro. Uma sujeira que "emerge" ao lado das suas casas. Do outro lado da cidade, na Baixada, os fluminenses não ficam atrás: nas bacias do rios que deságuam na Baía, muito esgoto ainda é lançado em canais e o lixo (com as garrafas pet que formam represas durante a chuvas e potencializam alagamentos nas suas próprias casas) entope cursos d'água.
O poder público tem culpa - até porque dinheiro não faltou no tal projeto fracassado de 1 bilhão de dólares para construir esgotos e despoluir rios, canais que até hoje levam lixo e esgotos não-tratados direto para o mar - mas o cidadão está longe de ser inocente, claro.
Uma grande vítima desse processo é o Rio Guandu, que fornece água para milhões de pessoas. Quer dizer, depois de emporcalhar a água do lazer, na praia e cachoeiras, sujamos a água de beber. Inteligente isso.
Por isso, é bem-vinda a promoção do Rock in Rio. Há muita coisa que pode ser feita pela sociedade enquanto aguarda e pressiona para que os governos se mexam. Ao participar de um leilão de guitarras históricas, você estará dando uma importante contribuição ao Rio. Que agradece.
Veja no link, Aqui
ATUALIZAÇÃO em 26/9/2015 - Não se pode elogiar. Tudo bem que uma coisa não tem muito a ver com a outra mas pegou mal para a organização do Rock in Rio a denúncia da fiscalização do Ministério do Trabalho, que encontrou trabalhadores dormindo em "colchões" de papelão em meio à sujeira e produtos químicos. Segundo reportagem do jornal O Dia, o MT flagrou trabalhadores dobrando os turnos de serviço, sem intervalo e local apropriado para descanso. Os trabalhadores, como é comum nesses casos, são terceirizados. Como se sabe, o contratante não é isento de responsabilidade nas operações das empresas contratadas. Segundo o jornal, a organização do festival foi procurada mas não deu retorno. É surpreendente que um contratante, ainda mais com forte apoio do poder público, não fiscalize devidamente seus contratados, em prejuízo para a própria imagem do seu investimento no evento. LEIA A MATÉRIA NO JORNAL O DIA, CLIQUE AQUI
ATUALIZAÇÃO em 26/9/2015 - Não se pode elogiar. Tudo bem que uma coisa não tem muito a ver com a outra mas pegou mal para a organização do Rock in Rio a denúncia da fiscalização do Ministério do Trabalho, que encontrou trabalhadores dormindo em "colchões" de papelão em meio à sujeira e produtos químicos. Segundo reportagem do jornal O Dia, o MT flagrou trabalhadores dobrando os turnos de serviço, sem intervalo e local apropriado para descanso. Os trabalhadores, como é comum nesses casos, são terceirizados. Como se sabe, o contratante não é isento de responsabilidade nas operações das empresas contratadas. Segundo o jornal, a organização do festival foi procurada mas não deu retorno. É surpreendente que um contratante, ainda mais com forte apoio do poder público, não fiscalize devidamente seus contratados, em prejuízo para a própria imagem do seu investimento no evento. LEIA A MATÉRIA NO JORNAL O DIA, CLIQUE AQUI
Nem tudo é rock'n roll; a pauleira dos bastidores. Divulgação/O Dia |
Um comentário:
Esssa questão do esgoto na Barra é de muitos erros. Nos anos 70, o governo autorizou os primeiros condomínios. Os construtores sabiam que não tinha esgoto na área mas propuseram dota os prédio de estações de tratamento e joga na lagoa. O governo aceitou, todo munddo ganhou muito dinheiro. Com o tmepo, os condôminos desligaram as estações, diziam que a manutenção era cara. E a merca passou a ser jogada diretamente nas lagoas. Moro na Barra conheço essa história. é lamentável. Há erros publico e privados.
Postar um comentário