quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Globo perde boa oportunidade de renovar o Jornal Nacional

por Eli Halfoun
Trocar de apresentadora não significa realizar nenhuma grande mudança. É apenas uma conseqüência natural no desgaste de imagem que a televisão provoca. A saída de Fátima Bernardes e a entrada de Patrícia Poeta é apenas trocar seis por meia dúzia, como se diz popularmente. Quer dizer: a Globo perdeu a grande oportunidade de aproveitar um, digamos, momento propício para realizar mudanças radicais e inovadoras naquele que ainda é o telejornal de maior audiência do país (com a generosa ajuda das novelas que entram no ar logo depois), mas não sei se ainda o mais acreditado. O avanço da internet, onde a notícia ganha uma velocidade que a televisão não tem, deixa evidente que os telejornais não podem mais ser apenas uma leitura de noticiário: é preciso mais para atrair o público que tem preferido a informação imediata via computador. Esse era o momento da Globo fazer com que o Jornal Nacional ganhasse opinião e um novo e moderno formato. Fátima Bernardes, boa jornalista, cumpriu seu papel de ler bem o noticiário durante 14 anos; Patrícia Poeta, também boa profissional repórter, faz o mesmo e até com mais jovialidade. Mas não é exatamente isso o que o jornalismo da televisão exige nesse tempo em que o noticiário chega ao público, via internet, no momento em que acontece. O telejornalismo precisa e deve acrescentar mais ao noticiário. O jornalismo praticado por jornais impressos e pela televisão precisa ser hoje uma constante suíte do noticiário disponibilizado virtualmente. Ou seja: é preciso estar sempre além da notícia e não será trocando uma competente apresentadora por outra também competente profissional que a Globo, especialmente o JN, conseguirá isso. (Eli Halfoun)

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