por Gonça
Há muita desinformação ou má fé no debate sobre uma atualização da regulamentação das empresas de mídia no Brasil. Há quem chame de "controle da mídia", censura etc. Há inúmeros projetos que tratam do assunto, a maioria se refere a normas para as empresas do setor e não sobre interferência em conteúdo. Esse projetos, com aval do governo ou não, não prosperaram. A discussão sobre os interesses da sociedade em jogo foi bombardeada pelos interesses dominantes das empresas do setor que não querem ver o assunto exposto. E não apenas os controladores tradicionais da midia, mas um grande número de políticos.
O PSOL acaba de entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade da concessão de canais de TV e de rádio a políticos. Há, sem contar uma multidão de "laranjas", 41 deputados federais e sete senadores sócios ou associados de emissoras. Mais de 30% das concessões de rádio e TV no Brasil estão em poder de políticos. Isso apesar de a Constituição proibir que deputados e senadores sejam proprietários de emissoras. Os mesmos grupos em flagrante "propriedade cruzada" (que países desenvolvidos proibem) detêm o controle de jornais locais. O impacto eleitoral dessa força-tarefa de comunicação é um dos principais responsáveis pela Câmara dos Deputados que temos, com a qualidade que se vê. Boa parte do "alto" e do 'baixo clero" formado por políticos profissionais recolhe votos e sucessivos mandatos a partir dessa máquina eleitoral de rádios, TVs abertas, a cabo ou jornais. Em pelo menos duas ocasiões - durante a votação da prorrogação do mandato de José Sarney de quatro para cinco anos nos anos 80 e no rolo-compressor para a votação da Emenda da reeleição nos anos 90 - foram publicadas denúncias de grande derrame de concessões para políticos em troca de votos. Um ministro das Comunicações já disse que é mais fácil votar o impeachment de um presidente da República do que impedir a renovação de uma concessão de rádio ou TV.
2 comentários:
A imprensa brasileira historicamente é a porta-voz dos ricos neste país de péssima distribuição de renda. É conservadora, de direita retrógada, e quer a todos custo que o país permaneça na mãos de poucos. O resto que se foda.
É, o Luiz S. Costa disse tudo. Não se precisa dizer mais nada.
Postar um comentário