por Gonça
A notícia é importante. E será mais significativa ainda, nos próximos anos, se ou quando o país finalmente avançar na distribuição de renda. Fortemente. Quebrar tabus e vencer resistências de quem não quer abrir mão de velhos privilégios. Todas as iniciativas estruturais de redistribuição de renda - absolutamente todas - que governantes não afinados com as oligarquias tentaram implementar no país desde o começo dos anos 50 foram violentamente torpedeadas pelos detentores das estruturas de poder. Em nome do congelamento social e do conservadorismo, governos cairam, ditaduras foram implantadas, líderes foram abatidos. Isso é História. Coube ao povo, através do voto, tentar impôr alguma retomada desse caminho. A sexta economia do mundo ainda tem - apesar dos avanços consideráveis nos últimos anos - uma vergonhosa distribuição de renda. Políticas sociais e fortalecimento de pilares econômicos como o mercado interno, a diversificação de exportações, políticas de desenvolvimento - só para citar alguns conceitos abandonados nos anos 90 e sistematicamente bombardeados pelos "especialistas"- revelaram-se fundamentais para implementar pequenos avanços. É preciso muito mais. Votar bem e não referendar administradores públicos voltados exclusivamente para o "deus mercado". O país é feito de gente, de economia real, não de milícias financeiros ou índices e estatísticas especulativas ou manipuladas. Criar emprego, crescer, dividir, multiplicar, plantar, colher, fabricar, aprender, ensinar, educar, treinar, produzir, construir, criar são os verbos a serem conjugados. Fique de olho nisso e pense nisso nas próximas eleições. Se o camarada começar a falar em contigenciar, cortar, privatizar ( a torto e a direito, com a moleza e a ajuda do dinheiro do BNDES, leia "A Privataria Tucana"), conceder (por meio de contratos "amigos"), especular, concentrar, minimizar (o Estado), anistiar (dívidas estratosféricas de uns poucos), pedagiar (sem fiscalizar e cobrar bons serviços), tarifar, tercerizar (a administração pública, sem fiscalização, para "ongs" e "organizações sociais"), apropriar, isentar, relativizar (leis), desregulamentar, cobrar (mensalidade em escolas ou universidades públicas), preservar (o sigilo de autoridades que lidam com verbas públicas), suprimir (conquistas sociais), perdoar (multas legais, de infratores a desmatadores e poluidores)... peça as digitais do sujeito e foto 3x4 de frente e de perfil.
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