domingo, 25 de dezembro de 2011

Sururu no tribunal

Do JB digital. Reprodução
Do Globo. Reprodução
por Gonça
Os brasileiros não mereciam assistir nesse fim de ano ao triste espetáculo encenado por integrantes do Judiciário. À lamentável implosão pelo STF de uma oportuna iniciativa popular, a Lei da Ficha Limpa,  soma-se a ofensiva contra o CNJ, outra conquista da sociedade idealizada para um necessário controle externo da justiça. O corporativismo parece levar certos juízes a se posicionarem como um casta indiana, alguém acima de todos. Não é assim. O cidadão é mais importante e aqueles estão lá a serviço deste. Juízes das altas cortes e dos tribunais regionais, aliás, deveriam ser eleitos, como acontece em países com a democracia mais azeitada e menos elitista do que essa que nos cabe. 
O sururu começou no STF  com a desqualificação do CNJ como órgão investigador de desvios em instâncias do Poder Judiciário. E agravou-se com um estranho sinal de fumaça. Entre cerca de 200 mil pessoas - de funcionários de órgãos a magistrados - setor administrativo competente do governo identificou movimentações financeiras suspeitas em pouco mais de 3 mil pessoas. A atitude lógica da maioria, que nada deve temer, seria defender o avanço e não o congelamento dessa investigação. Mas deu-se o contrário. E a juíza Eliana Calmon, corregedora do CHJ, tornou-se o alvo. A considerar o espaço que a mídia tem dado às associações que miram na juíza Eliana Calmon, parecia que os representantes das tais entidades falavam, absolutos, em nome de todos os magistrados do país. Felizmente, na reta final deste atribulado 2011, um grupo de juízes federais coleta assinaturas para um manifesto público repudiando as críticas feitas à atuação da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.

2 comentários:

debarros disse...

É preciso que a verdade sobre os Ministros venha à público. O quanto eles ganham, por mês, somando quinquênios, adicionais de moradia, adicionais de paletós, enfim todos esses absurdos que contemplam magistrados que o único mérito para serem ministros foi por terem sido amigos de Presidentes deste país. Um desses ministros foi eleito por indicação da primeira dama de um desses presidentes.
Aliás, esse ministro está envolvido na maracutaia do milhão de reais que 17 desembargadores de SP, receberam indevidamente.
Agora eles querem aumento do provento de 26 mil reais para 30 mil reais. Se sair esse aumento todos os adicionais sofrem também um percentual relativo ao que passaram a ganhar. É a chamada cascata salarial. O que está havendo é a cara do Brasil de hoje, inaugurado pelo governo anterior.

debarros disse...

Zuenir Ventura, hoje em seu artigo, no jornal O Globo conta, que ministros do STJ, teriam recebido de 700 mil reais a 1 milhão, como auxílio moradia. Também não diz se foi por mês ou por ano. Mas essa é a realidade de quanto ganham ministros do Supremo.
Na verdade quem trabalha e relata os processos é o Assessor Jurídico. Os ministros apenas leiam em plenário o que foi redigido pelos seus Assessores.
Essa exigência de "notório saber" é apenas fachada. São ministros apenas por que eram amigos de presidentes.