Lançamento do livro "Entre a luxúria e o pudor: a história do sexo no Brasil", do sociólogo e filósofo Paulo Sérgio do Carmo disseca a vida íntima dos brasileiros, desde o comportamento dos índios e o ambiente de “intoxicação sexual” dos exploradores até os momentos atuais: “Iniciei a escrita em meados de 2007 e só a terminei em 2011. Para não me restringir às fontes tradicionais, percorri estantes de história e de sexologia, bem como as de biografias, principalmente de pessoas que tinham um passado rico em memórias. Percebi que este assunto na historiografia brasileira era um tanto negligenciado e que havia uma lacuna a ser preenchida. A partir daí, passei a armazenar dados sobre a sexualidade brasileira e suas manifestações e elaborar uma bibliografia para um futuro livro. Embora realmente seja um assunto recorrente, Entre a luxúria e o pudor traz uma visão abrangente e única sobre a história da sexualidade brasileira”, afirma o autor.
As fontes foram livros de história, revistas acadêmicas, jornais, teses universitárias não publicadas e entrevistas com pessoas que viveram na época e testemunharam, por exemplo, como era um prostíbulo em meados do século XX. Relatos inquisitórios do Santo Ofício no Brasil, manifestações sexuais do amor livre na Colônia Cecília, no Paraná, no final do século XIX, o casamento no mundo caipira do interior de São Paulo são temas que mostram a luxúria característica de um povo miscigenado e o pudor herdado da Igreja em um país marcadamente católico. O livro cita nomes e histórias de Mário Lago, Heloisa Hollanda, Sérgio Buarque de Holanda, dom João VI, Laurentino Gomes, Gilberto Gil, João Batista Figueiredo, Gilberto Dimenstein, José Dirceu, Emiliano Di Cavalcanti, Cacilda Becker, entre outros, como Jorge Amado, grande conhecedor de bordéis, e Oswald de Andrade, ao confessar em suas memórias que um de seus primeiros contatos sexuais ocorreu com uma “criadinha mulata, que não deveria ter mais que quatorze anos”. Ainda, a afirmação de Nelson Gonçalves, que, antes de decolar sua carreira como cantor, chegou a ser cafetão de dez mulheres, e que Gilberto Freyre, em seu diário de 1922, contou sua experiência sexual com uma europeia e sua queda pelo sexo oral.
Sobre o autor: Paulo Sérgio do Carmo é professor universitário, formado em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Publicou as seguintes obras: Merleau-Ponty: uma introdução (Educ); Culturas da rebeldia: a juventude em questão (Senac); Sociologia e sociedade pós-industrial: uma introdução (Paulus); A ideologia do trabalho (Moderna); O trabalho na economia global (Moderna); e História e ética do trabalho no Brasil (Moderna).
"Entre a luxúria e o pudor: a história do sexo no Brasil" será lançado nesta quarta-feira na Livraria da Vila, Vila Madalena, São Paulo.
Fonte:DGNK Assessoria de Imprensa
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Um comentário:
A história dos bordéis no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, já daria um livro de muito fôlego.
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