domingo, 20 de novembro de 2011

Aterro do Flamengo sob ataque imobiliário. Não é melhor mandar uma "UPP" para o mais belo parque do Rio?

O Aterro do Flamengo é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1965. Durante décadas, resistiu à ocupação. Mas de uns anos pra cá, virou objeto de desejo de empresários e sofre ataques de todos os tipos. Às vésperas dos Jogos Panamericanos, sob o pretexto hipócrita de receber competidores, tentou-se construir um mostrengo sobre o espelho d'água. Sob críticas, investigações e intervenções do Ministério Público, a iniciativa foi barrada. Mas parou aí? Claro que não. A Marina, um concessão pública, obteve licença para construir instalações no local, mesmo sob protesto dos ambientalistas e usuários do Parque. O argumento é que tais edificações, que vêm se somar aos imensos barracões e tapumes para eventos plantados no local, serão subterrâneas. O fato é que a Marina que originalmente seria um tranquilo porto para atracação e serviços de embarcações de lazer - destinação mais adequada a um parque que recebe milhares de adultos e crianças - transforma-se em um point que de marítimo pouco tem para receber o trânsito, a muvuca e os decibéis de shows, convenções e pajelanças outras. Agora o ataque parte do arquiteto Niemeyer e da empresa que administra o a churrascaria Porcão, igualmente uma concessão pública. A matéria está no Globo de hoje. O arquiteto, que tantas obras já espalhou pelo Brasil, bem que podia poupar a cidade de mais dessa agressão absurda. A ideia inacreditável é construir ao lado do restaurante o "Teatro Musical Rio's", segundo O Globo, "um enorme espaço destinado a shows e musicais". Como geralmente esse pessoal acaba conseguindo autorização para a implantação dos seus projetos - e embora o Rio ofereça muitos outros locais, eles querem o Aterro, o "must", a última moda, é destruir a paisagem e levar trânsito e barulho a uma das mais belas áreas públicas da cidade -  não duvido que construam mesmo.
Desconfio que o Aterro está precisando de uma UPP (Unidade de Pacificação e Preservação).

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Um comentário:

debarros disse...

Se vocês tem acompanhado, em Niterói, o prefeito Jorge Roberto Silveira inventou o "Caminho Niemeyer"
que criou obras como o Teatro Popular , que hoje está proibido para visitações públicas – deu no O Globo de Hoje – e outras obras que nunca foram inauguradas e se mantém fechadas. A pergunta é: pra que essas obras modernas e modernosas que não servem pra nada e estão probidas à sua visitaçào?
Alguém está ganhando muito dinheiro nessas obras.