por Gonça
A mística do Maracanã é mais forte lá fora, em muitos países e na memória do futebol mundial, do que aqui entre burocratas e engenheiros do Estado e das empreiteiras que metem a picareta no estádio. A Fifa escolheu o Maraca para a final da Copa de 2014 e o estádio será palco da abertura e do encerramento da Olimpíada de 2016. Além de ter recebido Ademir, Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Zico, Roberto Dinamite, Tostão, Zizinho e tantos mitos do futebol, foi no Maracanã a final da Copa de 1950. Passará a ser, assim, o único estádio do mundo a sediar duas Copas e uma Olimpíada. Mas os burocratas sabem disso? O Minstério Público corre contra o tempo (talvez já perdido) para evitar a demolição da marquise, uma característica da arquitetura tombada, diga-se de passagem. Mas o que é a lei para esse pessoal? A marquise será substituida por uma lona. Eles decidem e destroem, conseguem uma ou duas assinaturas, e fim de papo. E mais ou menos como se uma análise apressada recomendasse a substituição das famosas colunas do Alvorada desenhadas por Niemeyer por estacas de aço. Mas a lei, no caso, a do tombamento do Maracanã, é solenemente atropelada.
Sabe-se que com competência é possível modernizar sem comprometer a memória de uma edificação.
É recomendável aos burocratas a leitura do livro "Maracanã, 50 anos de glória", do jornalista e escritor Renato Sérgio. Será leitura edificante. Bom que nas horas vagas eles leiam também a CLT: operários que atuam na reforma do estádio pararam por cinco dias reivindicando melhores condições de trabalho e cumprimento das leis trabalhistas.
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Um comentário:
já é tradicional o descaso das autoridades com a memória brasileira. Por ele, tudo ia ao chão. Provavelmente, esses que descaracterizam o Maracanã jamais puseram os pés lá e não compartilham da paixão pupular pelo estádio e pelo futebol. Devem viver deslumbrados na Disney chupando pirulito ao lado do Mickey.
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