segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Quosque tanden...

deBarros
Nos EUA só o presidente da Suprema Corte tem direito a ter um carro para servi-lo. Em Londres nenhum parlamentar tem carro cedido pelo governo da Rainha e muito menos verba de representação ou qualquer outro adicional que venha engordar o seu contracheque no fim do mês. Enquanto isso, numa república de araque, na América Latina, abaixo da linha do Equador, os políticos eleitos pelo povo para o representar nas Câmaras baixas e altas se locupletam com adicionais mais estúpidos que se possa imaginar, como verbas para paletós e gravatas; verbas para encher os tanques dos seus carros particulares com gasolina; verbas para não fazerem nada e por aí afora.E com tantas verbas creditadas nas suas contas bancarias, continuam esses representantes do povo a não fazerem nada. Comparecem às suas Câmaras às terças-feiras e às quintas já estão voando para os Estados de sua origem. Voltam às suas bases, como costumam repetir aos seus interlocutores, se desculpando pelo desleixo e abandono de seus compromissos com o país e principalmente com os seus eleitores, porque, repetem eles, precisam dar assistência aos seus escritórios eleitorais. Esse comportamento se tornou viciado e como a roupa faz o monge nada mudará esses hábitos herdados de outras legislaturas como legados malditos. Heranças são deixadas pelos governos que saem e o último governo deixou uma herança, que se não for macabra, podemos afirmar tranqüilamente que foi uma herança maldita. Essa maldição é identificada nos escândalos, que se sucedem, no governo atual, em Ministérios ocupados pelos políticos nomeados pelo ex-presidente. “Quosque tanden abutere, oh! políticos, patientia mostra”.

Nenhum comentário: