terça-feira, 9 de agosto de 2011

Especuladores faturando, fabricando crise e a economia real trabalhando...

A globalização de um lado, a especulação do outro, no meio, a velocidade com que os mercados se comunicam em tempos de internet. Ontem, o mundo, segundo os jornais, estava à beira do apocalipse econômico. Caos, bolsas em queda. Hoje, embora não houvesse fato relevante e novo, as bolsas subiram. Mistério? Nada disso. Jogada milionária. Agências de risco anunciam o caos, rebaixam países. Curiosamente, essas mesmas agências fornecem análises de cenários para bancos e instituições financeiras. Cenários nos quais podem interferir ao rebaixar economias sob critérios obscuros e fazer mercados despencarem. Quem comprou em baixa ontem e vendeu em alta hoje ganhou dinheiro. Em alguns mercados, a variação foi de seis a sete por cento. Transforme isso em milhões, bilhões de dólares. A crise existe, claro - e vem exatamente dessa excessiva desregulamentação do mercado -, mas tem, como sempre, gente surfando nela. Sorte que as economias reais  - essa estrutura palpável de gente que fabrica, gente que vende e gente que compra - está funcionando.
Os teóricos e políticos neoliberais ficaram de quatro, de bunda pra cima, nos anos 90, louvando o deus mercado. Virou zona e o povo paga a conta que chegou. Só para citar um exemplo desse carnaval e de uma herança perversa desses tempos: hoje, no Brasil, há sujeitos que alugam uma sala, instalam dois ou três telefones, e ficam ricos comprando e vendendo energia elétrica sem produzir um só quilowatt. Especulam, compram Ferraris, e o pepino sobra para quem paga conta de luz. Tudo pelo mercado. Nos últimos dias, enquanto assistia ao show da especulação, o mundo não deve ter percebido as imagens das crianças famintas que morrem na Somália. Foi pé de página na mídia. O drama sempre perde para a bilionárias palhaçada dos rapazes neoliberais de Wall Street.

Nenhum comentário: