quinta-feira, 7 de abril de 2011

Homofobia, preconceito e violência

por Eli Halfoun
Tem títulos dos quais o Brasil deveria abrir mão porque não são motivos de orgulho para ninguém. Pelo contrário: envergonham o país. Exemplo: o Brasil é o campeão mundial de crimes contra homossexuais. A cada dois dias um homossexual é assassinado no país. Não é um número aleatório, mas sim de uma séria pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia, presidido pelo professor de antropologia da Universidade Federal da Bahia, Luiz Mott. A pesquisa mostra ainda que o volume de mortes registrado em 2000 (130 homossexuais assassinados) aumentou para 180 no ano passado. É o dobro do número de mortes registradas nos Estados Unidos. É a cada vez mais explicita e criminosa homofobia que está unindo grupos gays na luta para a criação de delegacias especializadas no atendimento das vítimas de uma violência descabida. Outro movimento é para a realização de uma cada vez maior número de passeatas. O Rio aderiu com força: dos 92 municípios do Estado, 28 promoverão paradas gays esse ano. A discussão sobre homofobia ganhou mais calor depois da agressiva declaração do deputado Jair Bolsonaro que ofendeu de forma racista a cantora Preta Gil, mas covardemente depois disse estar falando dos gays, o que para a cantora Zelia Duncan é apenas uma tática para escapar de um processo criminal porque “racismo é crime e homofobia não". Deveria ser. Bolsonaro comprou uma briga feia e dificilmente escapará de uma severa punição. A melhor seria a da população deixar de votar nele fazendo de seu voto uma arma contra o preconceito racial e a homofobia. (Eli. Halfoun)

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