"A PAZ É POSSÍVEL"
(Da mensagem do Papa, ontem, na Praça de São Pedro. Em texto que não conseguiu ler ele se referiu aos atuais conflitos que matam milhares de pessoas todos os dias)
"A PAZ É POSSÍVEL"
(Da mensagem do Papa, ontem, na Praça de São Pedro. Em texto que não conseguiu ler ele se referiu aos atuais conflitos que matam milhares de pessoas todos os dias)
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Copacabana, 2013. Uma impressionante multidão reverencia Francisco. Foto L'Osservatore Romano |
por José Esmeraldo Gonçalves
Poucas horas depois de aparecer na Praça de São Pedro como parte da celebração do Domingo de Páscoa, o Papa Francisco faleceu em seus aposentos do Vaticano, aos 88 anos. Após 12 anos de papado, deixa uma marca de renovação da Igreja Católica e principalmente da Cúria Romana. Sua partida repercute obviamente na mídia mundial. No Brasil, a Globo mostra nesse momento imagens da histórica jornada de Francisco no Rio de Janeiro. Cenas impressionantes da acolhida dos brasileiros ao papa, como a da multidão de mais de três milhões de pessoas na Praia de Copacabana, são simbólicas do impacto da visita. Foi sua primeira viagem após assumir como líder máximo dos catolicos.
Os próximos dias serão dedicados à cerimônia fúnebre em Roma, mas nos corredores do Vaticano já se desenrolam contatos e conversas da cúpula católica em torno da sucessão. Trata-se de um intenso jogo político.
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O jornal argentino Clarín publica na edição de hoje registro do encontro do vice-presidente dos Estados Unidos, ontem, com o Papa Francisco. Reprodução |
Francisco condenou as ações violentas de Trump contra os imigrantes, o que provocou respostas duras dos republicanos. Sua defesa das políticas ambientalistas também irritaram o negacionista estadunidense.
Quanto ao processo eleitoral que vai agitar o Vaticano, uma boa indicação é ver ou rever o filme "Conclave", na Prime. Ali está um bom panorama das forças que cercam a eleição até que a fumaça branca sinalize a nomeação do novo papa ao fim da votação dos cardeais na Capela Sistina.
Caberá ao substituto provisório do papa, o cardeal Kevin Joseph Farrell, um irlandês que foi bispo de Washington e de Dallas, organizar a cerimônia fúnebre e a eleição do novo Pontífice. Trump quer anexar o Vaticano?
Não duvidem.
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Do Washington Post, hoje. |
As ruas ocupadas por manifestações contra a aberração chamada Donald Trump. Esse é o atual quadro político nos Estados Unidos. Uma novidade nessa semana: Barack Obama, Bill Clinton e Joe Biden fizeram críticas públicas às barbaridades de Trump, da histeria taxativa à censura, da perseguição a imigrantes aos ataques às universidades e à ciência. É fato raro ex-presidentes se unirem contra um sucessor. Faltou Bush, embora ele tenha externado sua antipatia ao aloprado Trump. Clinton, Obama e Biden indicam que os democratas entendem que chegou a hora de sair das cordas em nome dos valores civilizados. E mais: é preciso deter a escalada fascista de Trump e seus oligarcas de extrema direita plantados na Casa Branca.
por Niko Bolontrin
Dois jogadores vivem situações diferentes, mas são iguais no apelo à mesma fé para sair das respectivas encrencas.
Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente ter forçado um cartão amarelo como parte de uma jogada fora da lei: uma descarada manipulação para enga emnar sites de apostas e beneficiar familiares ou pessoas próximas. A PF desbloqueou celulares e capturou mensagens muito claras sobre a trama.
O evangélico Bruno preferiu não se manifestar, por enquanto. Sua única defesa diante de uma situação complicada foi publicar um salmo nas suas redes sociais.
Já o craque Neymar vive um drama sem fim. Seguidas lesões impedem que ele volte a jogar futebol com eficiência. Na verdade já não há garantia de que o corpo responda ao seu talento.
Também evangélico, Neymar foi " abençoado" por um pastor durante celebração da Páscoa na sua mansão em Santos. Os dois demonstram que colocaram os destinos nas mãos do divino. Aparentemente acreditam que precisam de um milagre para superar as más fases.
Você vai ouvir muito esse termo, cada vez mais pronunciado. Faltava popularizar uma definição para o absolutismo das gigantes da tecnologia, Amazon, Facebook, X, Microsoft, Apple etc. Essas corporaçoes atuam como se estivessem acima de todos os governos. Agora aliadas de Donald Trump, a quem financiaram, mostram força e poder de controlar ainda mais sociedade. Desde o ano passsado, a palavra tecnofeudalismo deixou os limites da academia e alcançou os leigos disposto a entender o tamanho da encrenca armada pelas bigs techs. Coube ao economista francês Cédric Duran tipificar que na era digital o mundo recuou para comportamentos e estruturas sociais semelhantes às da Idade Média. Como os salteadores das antigas estradas medievais, os novos senhores feudais ocupam estalagens digitais apenas para sequestrar e revender os dados pessoais dos seus súditos... aos seus próprios súditos. Duran desenvolve essa tese no livro Critique de l'économie numérique lançado em 2020, mas dramaticamente atual no feudo de Trump e seus oligarcas encastelados na Casa Branca.
Pense nisso: quando você cria conteúdos para as plataforma das big techs é como se um mercador entregrasse na feira de Flandres cereais, grãos e especiarias em geral. Ele, como você, tem o ponto de venda, mas o dono da banca, o senhor feudal ou a big tech, faturam mais do que você. (Flávio Sépia)
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Mario Vargas Llosa |
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Mario Vargas Llosa - Foto Guina A. Ramos, 1979 |
Só sei que (do pouco que me lembro) fui, um dia, em 1979, ao Hotel Glória, então um hotel realmente glorioso, a um evento sócio literário de que já não tenho a menor ideia, com a tarefa precípua de fotografar o escritor Mario Vargas Llosa, falecido neste 13/04/2025, aos 89 anos, em Lima, no seu país natal, o Peru.
Esta foto felizmente me foi salva pela Biblioteca Nacional, que na Hemeroteca Digital Brasileira, nos fez, aos jornalistas da época e à memória brasileira, o grande favor de digitalizar todas as edições da revista Manchete. Este material nem sequer estava entre meus recortes de revistas e jornais, que ainda entopem algumas caixas e gavetas por aqui.
A entrevista, de Ib Teixeira, repórter especial da Manchete, acho que foi feita em sala à parte no hotel, e creio que continua merecedora de atenção, espero que a foto também.
Falaram de literatura, mas já havia na conversa sinais dos rumos políticos que o escritor tomava, questão importante na sua biografia, mas que não é nosso tema aqui.
Tenho, ao menos, uma ponta de filme (negativos) das fotos daquele dia. Fotos bem ruinzinhas, com as violentas sombras do flash direto, que fiz no saguão do auditório, à saída do evento, quando Vargas Llosa era envolvido em uma conversa por Vilma Guimarães Rosa Reeves, filha do celebrado escritor João Guimarães Rosa, ela também escritora e concorrente constante, mas não vitoriosa, a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Afinal, pelo que tiro da amostra publicada na revista, o melhor das fotos ficou mesmo para os arquivos da Manchete, que sabe-se lá onde estará...
* Matéria originalmente postada por Guina Ramos no blog Bonecos da História
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Al Capone estaria rindo à toa se vivesse na Era Trump. |
Basta lembrar do que aconteceu quando uma onda moralista e hipócrita levou os Estados Unidos a adotarem a Lei Seca de 1920 a 1933. Criminalizar a bebida alcoólica abriu espaço para o crime se organizar em estruturas "corporativas". Na sua rede de bunkers lotados de dólares, Al Capone agradecia todo dia aos mentores da Lei Seca.
É mais ou menos o que contrabandistas transnacionais farão diante das medidas tresloucadas de Donald Trump e seus oligarcas acampados na Casa Branca.
A Lei Seca americana (que a geração you tube não confunda com a versão brasileira de blitzs e bafômetros depois das baladas) proibia fabricação, transporte e consumo de bebidas alcoólicas. Foi um desastre social e fiscal que durou 13 anos.
As consequências da tarifação de Trump são mais sofisticadas. Por exemplo, além de incentivar o contrabando, têm impacto poderoso nas bolsas de valores e no mercado financeiro em geral. No caso de Trump, a suspeita gangorra de morde e assopra ou decreta e pausa faz milionários no mercado. Os bem informados, claro, principalmente aqueles que investiram milhões de dólares na eleição do magnata.
Outro exemplo de como barreiras fiscais exageradas favorecem o contrabando. Nos anos 1950, o Brasil taxava importação de carros em mais de 100%. Veículos de luxo eram ainda mais visados. Muitos carros entravam pelo litoral do Ceará, cujo recorte oferecia enseadas capazes de receber barcos de médio porte. O mesmo navio que trazia Impalas levava carregamentos de café. Dizia-se que alguns palacetes do Aldeota, bairro elegante da capital cearense, abrigavam ricos "empresários" que traziam carrões, "esquentavam" a documentação e mandavam para abonados do Rio e São Paulo.
Se esse tempo voltar, o Paraguai vai virar um "tigre" do Cone Sul.
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Kate Perry e "migas" passaram apenas dez minutos no espaço, sem entrar em órbita. O fato gerou piadas e memes, como na reprodução acima. |
A corrida espacial broxou. O homem pisou na Lua em 1969. Havia a expectativa de, a partir daí e rapidamente, estadunidenses e soviéticos logo passarem para o objetivo seguinte: Marte. O projeto flopou. O "planeta vermelho" continua inalcançável para seres humanos.
Diante disso, os súditos de Trump privatizaram a corrida espacial com o objetivo de... levar, de novo, o homem à Lua.
A memória carioca conta que o Brasil parou para ver ao vivo na TV Neil Armstrong dando pulinhos no solo lunar. Poucos meses depois, no segundo pouso na lua, em uma tarde de domingo, o alto falante do Maracanã anunciou para a torcida ligada no jogo que Pete Conrad estava caminhando na Lua. A galera vaiou o locutor. Já naquela época virou chatice bem rápido.
Mais de meio século depois, astronautas não são mais heróis. Qualquer CEO gordo tira onda de viajante espacial. E a China e Elon Musk ainda preparam um revival de voos rumo à Lua antes do fim da década. Marte fica pra próxima.
A notícia que está bombando é o voo de 10 minutos, do tipo é-bom-não-foi?, que levou a cantora Kate Perry e mais cinco mulheres ao espaço a bordo da nave Blue Origin do bilionário Jeff Bezos, da Amazon. Virou banalidade, rolé de amigas, que não tiveram tempo nem de colocar a conversa em dia.
Não demora muito vamos chamar um uber com destino ao Mar da Tranquilidade. Milionários brasileiros como Jojô Todinho, Gustavo Lima, influenciadores e influenciadoras vão ali ao satélite da Terra e voltam já. O rico clã Bolsonaro vai pedir ao parça Musk para organizar uma naveciata lunar. Roberto Carlos e Neymar venderão passagens para cruzeiros na Lua. Deputados e senadores aprovarão no plenário lotado um pacote de emendas Pix para pagar suas viagens espaciais sob o pretexto de "fiscalizar a rota".
Geraldo Vandré, Ellis e Chico Buarque. Foto publicada na Fatos & Fotos em 12 de novembro de 1966. |
"Por trás da letra: Atrás da Porta"
"Francis Hime morava nos Estados Unidos e passava férias no Brasil. Em uma festa restrita a poucos amigos, encontrou-se com Chico Buarque e tocou a melodia da música, Chico gostou e começou a escrever, lá mesmo, a letra . Os dois não se lembram o motivo - Chico atribui ao excesso ou mesmo a falta de bebida e até falta de inspiração momentânea - o fato é que o letrista só conseguiu fazer uma parte da música.
A obra incompleta ficou esquecida por um tempo, até que Elis a ouviu e ficou maravilhada. Gravou o trecho com letra e deixou a segunda parte apenas orquestrada, uma forma, para muitos, de pressionar Chico a concluir a música.
Chico finalizou a letra e o resto virou história."
P.S - Em iniciativa elogiável, a Biblioteca Nacional digitalizou as coleções da antiga Mancehete e da Fatos & Fotos. Esta última chegou a entrar no site de Periódicos da BN. Infelizmente, a F&F digitalizada foi retirada do acervo sem maiores justificativas. Um funcionário contatado chegou a justificar a exclusão com um formal "por motivo técnico". A tal coleção jamais voltou ao ar. Pena, a Fatos & Fotos fez coberturas inesquecíveis de atualidades. Foi marcante o acompanhamento da revista, por exemplo, das manifestações estudantis de 1968, dos festivais da canção, de crises políticas, do exílio de Chico Buarque em Roma e de Caetano e Gil em Londres. das Copas de 1962 e 1970. A F&F publicou históricas entrevistas com cineastas, escritores, compositores, cantores e cantoras e teve cronistas como Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, entre outros. A BN deve uma explicação por ter investido na digitalização da revista para subitamente retirá-la do acervo.
Vargas Llosa em Paris, anos 1960. Foto: Reprodução Instagram
Quando eu era
bolsista pobre em Paris em 1960, meu amigo Octávio Carneiro Lins – que
trabalhava com o tio, o embaixador Paulo Carneiro, na Unesco – costumava me
convidar para jantar nos melhores restaurantes. Mas Octávio era uma figura
complicada e essa aparente generosidade muitas vezes ocultava surtos perversos
de sadismo.
Duas ou três
vezes ele me levou ao México Lindo, na rue des Canettes, naquele cafofo da rive gauche entre as igrejas de
Saint-Germain e de Saint Sulpice. Na primeira vez cuspi a comida toda no prato
de tão apimentada que era. – Caliente?!
– comentou o garçom, gozando da minha cara. Octávio, macaco velho em culinárias
exóticas e chegado a temperos fortes, por trás de um semblante à Buster Keaton,
também devia estar se divertindo.
Vocês já devem
ter ouvido falar na Maldição de Montezuma, que acomete os incautos que vão ao
México e exageram na comida local. Na segunda vez que fui ao México Lindo, bem
que me esforcei, mas ainda refuguei mais da metade da comida. Da terceira, já
com as papilas gustativas cauterizadas no ferro em brasa, me saí um pouco
melhor, mas pedi ao Octávio que voltássemos, por favor, à boa e velha cuisine française.
Para mim a
história teria morrido aí, não fosse ter lido, 45 anos depois, o romance Travessuras da menina má, de Mário Vargas Llosa – o peruano que
ganhou o Nobel de Literatura em 2010. Ele morou em Paris à mesma época que eu.
Cito trechos do livro:
“No meu primeiro
ano em Paris, quando passava apertos financeiros, muitas noites ficava na porta
dos fundos desse restaurante [o México Lindo] esperando que Paúl aparecesse com
um pacotinho de tamales, tortilhas,
carninhas ou enchiladas, que ia
saborear no meu sótão do Hôtel du Sénat antes que esfriassem.”
“Paúl, ao saber
das minhas dificuldades, quis me dar uma força com a comida, porque no México
Lindo era o que sobrava. Que eu passasse pela porta dos fundos, por volta das
dez da noite e ele me ofereceria ‘um banquete grátis e quente’, coisa que já
fizera com outros compatriotas carentes.”
*Do livro de memórias em gestação Paris por um triz.
** Mario Vargas llosa faleceu ontem, em Lima, aos 89 anos. A família não informou a causa da morte. Desde que deixou Madrid em 2022 e voltou a residir no Peru o escritor estava debilitado.
"Intestino do Bolsonaro se adianta e já está preso".
Do Sensacionalista (O Globo)
As bets estão conversando com a direção de parcerias da Fórmula 1 para incluir a modalidade no ramo de apostas. Na Europa, especialmente na Inglaterra, os GPs da categoria até entram nas bolsas de apostas mas com participação quase irrelevante. O que a F1 quer é ampliar isso e chegar aos admiradores das corridas em todo o mundo. Assim como no futebol onde apostadores arriscam a sorte no resultado das partidas, nos cartões amarelos, no primeiro gol etc, a F1 deve oferecer vários tipos de apostas: pole position, volta mais rápida, quebras, pit stop mais veloz, vencedor e o que mais a imaginação e a voracidade das bets permitir. O risco, como demostram casos notórios no futebol, é a ocorrência de fraudes. Há, como se sabe, casos de jogadores que participam de esquemas do tipo forçar cartão amarelo "premiado". E aí? Veremos pilotos forçando quebra?
Em longa entrevista à revista New York, Alexandre Moraes disse que a eventual pressão dos Estados Unidos contra o STF só fará efeito se um porta-aviões chegar ao Lago Paranoá.
Bolsonaristas doidões, incluindo deputados e senadores de extrema direita, têm feito apelos por intervenção armada dos Estados Unidos no Brasil.
Veja declaração exata de Moraes sobre o assunto à revista New York.
Anúncio do lançamento de "Nenê Bonet", de Janete Clair, originalmente publicado em forma de folhetim na antiga revista Manchete. |
O Globo, 5/4/2025 |
Estão previstas homenagens mais do que merecidas ao eterno talento e magia da autora de novelas Janete Clair, que competaria 100 anos no dia 25 próximo. A coluna do jornalista Ancelmo Góes, do Globo, informa sobre mostra comemorativa, a partir do dia 28, no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro. Ancelmo cita o relançamento do romance "Nenê Bonet" publicado originalmente na antiga Manchete, em 1980, em capítulos semanasi (veja no alto uma das peças da camanha de lançamento do folhetim que, na época, alavancou vendas das edições da reviata.
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Logo da Editora Penguin |
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Mr. Pinguin |
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Logo da Antarctica |
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Reunião de emergência para retaliar Trump |
Para The Economist, o ridículo Dia da Libertação, propagado por Trump, é na verdade o Dia da Ruína. A segunda capa mostra que a China vai sentir o tranco da tarifação, mas vê a crise como uma rota de oportunidades para criar novos mercados e, principalmente, reorganizar o seu enorme mercado interno e setores da economia que demonstraram fragilidade nos últimos anos.
Em meio às várias escolhas estratégicas, há uma certeza e uma dúvida: a China vai retaliar; resta saber quem vai piscar primeiro.
por Niko Bolontrin
A seleção brasileira de futebol está sofrendo um terremoto de indefinições. A mídia esportiva especula nomes de futuros treinadores. Por incrível que pareça, a CBF teria voltado a contatar Carlos Ancelotti. Cansado de dizer não, o treinador do Real Madrid vai acabar processando a CBF por assédio moral e stalking.
Jorge Jesus e outro nome. Esse topa, mas pede salário astronômico, equivalente ao que recebe do Al Hilal saudita. Felipe Luis, do Flamengo, tem pouco tempo de atuação como treinador, mas está na mira. Não falou oficialmente sobre o assunto, embora tenham vazado sinais de que não aceitaria um convite. Mais sensato do que a CBF, ele prefere dar continuidade ao seu trabalho promissor no time carioca.
Novos nomes vai surgir. Correndo por fora estão Abel Ferreira e José Mourinho. Por enquanto o favorito é Jorge Jesus. Sobre o português circula um rumor de que Neymar teria comunicado à CBF que não aceita Jesus como seu treinador. Parece estranho o lobby do Neymar que não joga futebol efetivamente a sério há quase dois anos. Fez umas poucas partidas na volta ao Santos enfrentando times de pouca expressão e logo foi para o estaleiro com novo problema muscular que já o deixa parado há cerca de dois meses.
Jorge Jesus incomoda Neymar por ter falado a verdade quando da sua volta ao Al Hilal . Segundo ele, o brasileiro ainda não tinha condições de jogar futebol. Dito e acontecido.
Na verdade, desde a fase final da sua conturbada permanência no PSG ele não tem continuidade em campo. E se há alguma coisa que jogador precisa é de sequência de jogo. No momento, Neymar se mantém ativo no poker, festas e como personagem promovido por canais esportivos "amigos" ou impulsionados no You Tube e em outras redes sociais. Neymar pausou novamente a carreira de jogador de futebol. É influencer em atividade.
Diz-se que o seu objetivo é a seleção brasileira e a Copa do Mundo de 2026. Não parece. Neymar ficou fora dos recentes jogos do Brasil contra a Colômbia e Argentina. Não tinha condições de jogo ou foi poupado.
Teria sido um bom teste vê-lo enfrentar times intensos como esses. Não foi possível, fica pra próxima. Brasil jogará com Equador e Paraguai no próximo mês de junho. Nem Jesus sabe se Neymar estará bem campo.
por Flávio Sépia
Não apenas a direita brasileira tem picaretas sob a mira da justiça. Na França, a surpresa da semana foi a a revelação de que a ultradireita Marine Le Pen desviou verbas públicas destinadas ao seu gabinete. Ela foi declarada inelegível para as próximas eleições. O Charlie Hebdo lembra aos distintos eleitores que Marine Le Pen, em matéria de surrupiar euros, puxou ao pai fascista. Ele também foi acusado de desviar fundos do Parlamento Europeu durante dois anos. A notícia repercutiu nos jornais francesas. No Brasil, crimes semelhantes são tão comuns que nem viram notícia. Provavelmente uma dessas falcatruas está acontecendo enquanto você ler estas linhas. E certamente algumas com digitais da extrema direita. Uma busca no Google revela o CPF das suas, não nossas, senhorias.
por Niko Bolontrin
A seleção brasileira já foi o paraíso dos técnicos de futebol. Todos sonhavam em comandar o escrete, como a crônica esportiva chamava então. Houve uma época que era o melhor emprego do mundo. Dizem que Fiola dormia enquanto Pelé, Nilton Santos e Didi comandavam o jogo. Foi acordado para receber a Jules Rimet em 1958. Aimoré Moreira não dormia na beira do campo mas herdou o timaço que trouxe o bi em 1962. Foi ao Chile só distribuir as camisas. Aqueles times não precisavam de "professor" nem de "mister". Havia um mestre em cada posição .
Falando sério: Zagallo teve pouco a ver com o Tri de 70. Foi escalado pela ditadura e ganhou o salário fazendo quase nada. Não havia necessidade. As feras do Saldanha se reuniam no hotel na véspera e determinavam o jogo, enquanto capitães e almirantes da delegação curtiam tequilas patrióticas. Em 1994, Romário, Bebeto e Tafarel garantiram o título para Carlos Alberto Parreira.
Em 1998, faltou união e reunião dos jogadores para barrar Ronaldo Fenômeno, um convalescente recém-saído de um hospital francês. Difícil: naquele vestiário não havia jogador com voz e personalidade para fazer o treinador tremer e decidir pelo óbvio: Ronaldo estava incapacitado. E Zagallo não teve coragem de barrar o número um da patrocinadora Brahma. Em 2002, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, tirou a sorte grande: Ronaldo em mega forma, Rivaldo, Ronaldinho...
A partir de 2006, com Parreira todo enrolado na Alemanha e os jogadores esbanjando dias de folgas, a seleção tornou-se um fardo difícil de carregar. Dunga fracassou na África do Sul em 2010. Em 2014, o vexame dos 7x1 com aassinatura do Felipão; 2018, desastre teu nome é Tite; em 2022 Tite (o popular Adenor Bachi) era verborágico nas coletivas, parecia o Einstein explicando a Teoria da Relatividade, e confuso na beira do gramado. O novo futebol passou na janela e Adenor não viu. Mas era o queridinho dos jornalistas da Globo.
Na semana passada, a propósito do vexame da seleção diante da Argentina, um jornalista do UOL, ex-Globo, ao analisar a falta de comando do treinador Dorival Junior, citou Tite como um "injustiçado". Leva pra casa, mano. Tite não foi injustiçado, Tite teve chances mas não passou no Enem do futebol por duas vezes. Simples assim.
Ano que vem tem Copa. Por enquanto o Brasil está uma tremenda bolinha e sem treinador. Dorival Júnior se manteve por apenas 445 dias e uma noite de pesadelo ao sofrer goleada (4x1) da Argentina.
A CBF tenta agora trazer Jorge Jesus. O português terá a difícil missão de pausar os 23 anos em que o Brasil sofre um duro jejum de título de campeão de Copa do Mundo. Só Jesus para a seleção evitar quebrar o recorde negativo anterior: os 24 anos entre 1970 e 1994 sem botar a mão na taça..
por Flávio Sépia
O golpista Bolsonaro, agora réu, diz que precisa da imprensa. Hipocrisia. Ele já sabe que conta com parte da mídia. Os jornalões, os canais de notícias da TV paga, os porões do You Tube e as as redes sociais abrigam comentaristas, analistas e articulistas em número que daria para preencher muitas garupas em motociata de bozorocas.
São os jornalistas "ifood" que têm a missão de entregar encomendas. Agora que o STF dá um grande passo rumo ao julgamento dos golpistas, esse nicho da extrema direita está fazendo hora extra. O alvo principal é o ministro Alexandre Moraes, mas as escopetas apontam para o Supremo, como instituição. Bolsonaro está na pista para entrevistas "exclusivas" em vários veículos. Deputados e senadores neofascistas se revezam na tribuna com ofensas aos ministros do STF. Um desses extremistas expressou até o desejo de matar a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente.
As fake news dos golpistas foragidos encontram espaços frequentes nas redes sociais que seguem sem a devida regulação que os jornalistas "ifood" chamam de "censura".
por José Esmeraldo Gonçalves
Nos últimos dias, uma carta assinada pela presidente do México, Claudia Sheinbaum, circulou nas redes sociais e em muitos sites jornalísticos. Era fake. O conteúdo, ao contrário, fez sentido. Não se sabe que foi o autor. Imagino um mexicano indignado, estimulado por algumas doses de tequila, disposto a falar ao mundo. Se usasse a sua própria identidade nem os mariachis abafariam a música para ouví-lo. A mensagem não chegaria a Trump e seu parça oligarca.
Usar o nome da presidente foi a solução. O "crime" compensa. Está perdoado. A história registra que líderes, reis e presidentes têm a mentira como instrumento de trabalho. A carta fake é um desses casos em que em o fim justifica o meio e a mensagem.
Leia a carta fake que nunca deveria ter sido.
"Então, vocês votaram para construir um
muro… Bem, meus queridos americanos, mesmo que vocês não entendam muito de geografia – já que “América” para vocês significa apenas o seu país e não um continente –, é importante que saibam o que estão deixando do lado de fora desse muro antes de colocarem a primeira pedra.
Fora dele, vivem 7 bilhões de pessoas. Mas, como essa coisa de “pessoas” talvez não soe tão relevante para vocês, vamos chamá-las de consumidores.
São 7 bilhões de consumidores, prontos para substituir seus iPhones por um Samsung ou Huawei em menos de 42 horas. Eles também podem trocar Levi’s por Zara ou Massimo Dutti.
Sem fazer alarde, em menos de seis meses podemos parar de comprar carros da Ford ou Chevrolet e substituí-los por Toyota, KIA, Mazda, Honda, Hyundai, Volvo, Subaru, Renault ou BMW – marcas que, tecnicamente, superam os veículos que vocês produzem.
Com esses 7 bilhões de consumidores, também podemos cancelar nossas assinaturas de TV a cabo americana. Talvez não gostemos tanto da ideia, mas podemos simplesmente deixar de assistir aos filmes de Hollywood e focar em produções latino-americanas ou europeias, que têm melhor qualidade, mensagens mais ricas, técnicas cinematográficas mais avançadas e conteúdos mais relevantes.
Por mais inacreditável que pareça para vocês, podemos parar de visitar a Disney e, em vez disso, ir ao parque Xcaret, em Cancún, ou escolher destinos turísticos no México, Canadá, Europa, América do Sul ou Oriente. Há lugares incríveis pelo mundo.
E, acreditem ou não, até no México existem hambúrgueres melhores que os do McDonald’s – e ainda com um valor nutricional superior.
Alguém nos Estados Unidos já viu uma pirâmide? No Egito, no México, no Peru, na Guatemala, no Sudão e em outros países existem pirâmides de civilizações incríveis. Descubram onde estão as maravilhas do mundo antigo e moderno… Nenhuma delas está nos Estados Unidos.
Que pena, Trump! Se houvesse alguma, você provavelmente tentaria comprá-la e revendê-la.
Sabemos que existe Adidas, e não apenas Nike, e podemos começar a consumir marcas de tênis mexicanas, como a Panam.
Nós sabemos muito mais do que vocês pensam. Sabemos, por exemplo, que o desemprego crescerá dentro dessa muralha racista, que sua economia entrará em colapso e que, quando esses 7 bilhões de consumidores deixarem de comprar seus produtos, vocês acabarão implorando para que derrubemos esse muro.
Sem mais perguntas. Mas… vocês quiseram um muro? Então terão um muro.
Atenciosamente,
O resto do MUNDO.
CLAUDIA
SHEINBAUM
PRESIDENTE DO MÉXICO
O cantor Paulo Leminski Neto vive um drama nas ruas da Lapa |
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Na foto, o pai, poeta Paulo Leminski (1944-1989) |
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Identidade e semelhança comprovadas |
Paulo Leminski Neto, cantor e professor de música, ficou sem trabalho no final do ano passado, foi despejado do quarto onde morava na Lapa e se viu na rua com a mulher, a figurinista Claudia Tonelli, com quem vive há seis anos. Como se desgraça não bastasse, ela sofreu agressão e tentativa de estupro por um delinquente de 29 anos com 22 passagens na polícia, saindo da emergência hospitalar com stress pós-traumático. O incidente levou ambos a se tornarem pacientes por depressão num Centro de Atenção Psicossocial (CAPs). Disse ela: “Viver e dormir nas ruas é um misto de invisibilidade e visibilidade incômoda.” O casal, em estado extremo de vulnerabilidade, precisa levantar 120 reais diários para pagar o hotel na Lapa onde Cláudia se recupera. Contam com a ajuda de pessoas solidárias, mas sem garantia de continuidade e podem ir parar de novo nas calçadas a qualquer momento.
Paulo Leminski Neto só passou a existir com carteira de identidade em agosto de 2021, depois que ele soube, pela biografia de Toninho Vaz, "O bandido que sabia latim", que era filho do poeta e que Leminski o havia registrado e, de posse da certidão do cartório, obteve o documento, com a data de nascimento de 31 de janeiro de 1968. A primeira mulher de Leminski, o registrou sob outro nome, não tinha sequer a certeza de que o poeta fosse seu pai, pois o casal vivia numa época de relações abertas.
Como sempre, Manchete tem um dedo nessa história. Na ocasião, Paulo Leminski veio tentar a sorte no Rio e hospedou-se no lendário Solar da Fossa, em Botafogo, demolido depois para a construção do Shopping Rio Sul. No casarão de dois andares com 85 quartos moraram, entre 1964 e 1971, intelectuais e artistas como Caetano Veloso, Gal Costa Gilberto Gil, Glauber Rocha, Paulo Coelho, Tim Maia, o jornalista Ruy Castro e os atores Cláudio Marzo e Beth Faria, que se casaram no pátio da pensão. O nome veio da deprê do carnavalesco Fernando Pamplona, que lá se refugiou depois de se separar da mulher. Mas o Solar era tão solar que a fossa não demorou muito, só o nome restou. Leminski ficou pouco e passou em brancas nuvens, assim como nas duas semanas em que trabalhou na antiga revista Manchete, escondido no Departamento de Pesquisa. Seu Grande Salto seria nos anos 1980, em São Paulo.
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212 pessoas desaparecem por dia no Brasil. Nos anos 1970, o menino Carlinhos foi protagonista de um caso jamais esclarecido. Foto: Reprodução de Arquivos Policiais. |
Só que, certa vez, apareceu na Manchete um sujeito que afirmava ser o próprio.
A mídia levantava a possibilidade de Carlinhos estar vivo, como apostava a chamada de capa na edição da Manchete
A idade e o tipo físico batiam. E até a mãe do Carlinhos parecia acreditar que pudesse ser seu filho.
O quase aval da mãe levou a revista a investir um pouco mais no assunto. A Bloch hospedou o suposto "Carlinhos" no hotel Novo Mundo para garantir a exclusividade da história.
Durante uma semana, até que ficasse provado que o cara era mais um engano, o "Carlinhos" da vez circulou pelos corredores da Manchete, andou paquerando umas moças, comeu bem, bebeu melhor ainda, foi recebido na sala do Adolpho e, não demorou muito, já estava íntimo e até dando uns palpites nas revistas.
Desmascarado pouco depois, foi proibido de entrar no prédio. "Esse 'Carlinhos' não entra mais aqui, foi a ordem que a recepção recebeu.
Depois do vexame, talvez até o próprio e autêntico Carlinhos, se um dia aparecesse por lá, seria defenestrado.
Este resgate da memória da redação da revista Manchete remete a uma importante iniciativa da Piracanjuba. Cerca de 212 pessoas desaparecem todos os dias no Brasil. Uma tragédia social que levou a marca de leite a se unir às Mães da Sé (instituição que ajuda na buscas e, em 25 anos de existência, localizou mais de 5 mil pessoas) no Projeto Desaparecidos, que utiliza a inteligência artificial para atualizar rostos e dar novas esperanças às famílias nas buscas dos seus entes queridos. A campanha espera que a IA facilite o reconhecimento deles. As fotos antigas e as reconstituições são reproduzidas nas caixas de leite que circulam em todoso Brasil.
O projeto também disponibiliza um site com maiores informações.
Acesse o link https://projeto.piracanjuba.com.br/desaparecidos
por Flávio Sépia
Em viagem ao Japão e Vietnã, Lula usou dois aviões. A escolha do segundo se deve à maior autonomia de voo. Até aí tudo bem. O risco é que essa logística passou pelos Estados Unidos. Trump - que tem tomado decisões imperialistas como deter imigrantes, CEO de empresas, sequestrar aviões presidenciais e expulsar diplomatas de países aliados, caso do embaixador da África do Sul - podia perfeitamente arrumar um pretexto para tomar o Airbus presidencial que ficou nos Estados Unidos. Duvidam? Basta um dos oligarcas que o cercam, como Musk, acenar com sugestões desse tipo.
Não olhe agora, mas Elis Regina faria hoje 80 anos. Nasceu nas águas de um 17 de março. Não posso, e acho que ninguém pode, além da Inteligência Artificial, imaginar nossa "maior cantora" cantando e sacudindo Arrastão com 80 anos. Mas aos 36, quando partiu misteriosamente, não só a imaginei como a vi em pessoa, já sem vida, na maior tragédia da MPB.
Foi no dia 19 de janeiro de 1982 que, pela primeira e última vez em minha carreira jornalística, proferi uma frase-chavão típica dos filmes que têm a imprensa americana como tema: "Parem as máquinas". E eles - os dirigentes da revista Manchete - pararam. Não por mim. Por Elis.
Era uma terça-feira em São Paulo. A revista, fechada na véspera, com Julio Iglesias na capa, já rodava no parque gráfico de Lucas, para ir às bancas na quarta de manhã, como sempre.
Por isso, terça-feira era, para a redação, um dia de transição, de ritmo lento. Jornalisticamente meio parado, improdutivo. A próxima edição, só daqui a oito dias. Mas, espere. Às 11 e meia da manhã daquela terça-feira, eu e o supercolega Júlio Bartolo subíamos a Avenida Rebouças, onde então se localizava a sucursal de Manchete, em direção à Avenida Paulista, para beliscar alguma coisa. No rádio do carro, ao fundo, em volume pouco audível, começamos a detectar fragmentos de uma notícia meio sem sentido: Elis Regina. IML. Dr. Shibata. Velório.
Parei o carro para ouvir melhor e nos demos conta de que nossa maior cantora estava morta. Senti na carne, fã de primeira e última hora. Mas o repórter gritava mais alto diante desse absurdo biográfico. Será que o pessoal da redação no Rio já sabia? A notícia chegou lá, pelo Trem de Prata? Possivelmente, não. Telefone, rápido. Celular? Só se a Rebouças fosse o túnel do tempo, 20 anos adiante. Orelhão, claro.
Apalpados todos os bolsos, nada de um punhado de fichas para o interurbano. A ligação a cobrar era o único meio de comunicação do mundo, como no tempo de nossos pais, naquela circunstância. Mas, para funcionar, era preciso que a redação da Rua do Russel já estivesse semipovoada, para atender e aceitar a ligação – naquele horário, isso não era comum numa terça-feira, pós-fechamento. Dois pra cá, dois pra lá, atenderam a ligação. Fascinação: era o próprio editor, o grande Roberto Muggiati. Então enchi o peito e anunciei: "Parem as máquinas!!!!".
Não, ainda não sabiam de Elis. O Rio não sabia, naquela era pré-Internet. Mas Muggi era um editor de primeira e última hora: mandou parar as máquinas. Que Julio Iglesias esperasse sua vez. Escrevi o texto em duas horas. Sem almoço. Não sei quais foram as providências do ponto de vista gráfico. O fato é que horas depois, na manhã de quarta, como de costume, Manchete com a despedida de Elis estava nas ruas.
Naquele mesmo dia, com Elis provocando um arrastão nas bancas, fui a seu velório, no Teatro Brigadeiro, que ela lotara por mais de ano com o musical “Falso Brilhante”. No féretro, serena, mas ainda Elis.
Incrível: estamos há 44 Marços sem Elis.
P.S - Texto publicado no Facebook de Celso Arnaldo Araújo. Roberto Muggiati compartilhou com o Panis Cum Ovum.
Bolsonaro tentou arregimentar golpistas em Copacabana. Esperava 500 mil ou até 1 milhão de bozorocas. Foi um fracasso. Ele pede anistia para os criminosos que quebraram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF. Governadores golpistas e irresponsáveis como Cláudio Castro e Tarcísio Freitas estavam lá. Tinha menos gente, segundo O Globo cerca de 18 mil pessoas, do que servidores eur foram obrigados pelo clã a descontar uns caraminguás no famoso esquema das rachadinhas patriotas. Menos gente do que a multidão de otários que manda Pix pro Bolsonaro sempre que a justiça obriga o "mito" a pagar alguma multa.
Bom que os brasileiros que são deportados dos Estados Unidos e chegam aqui algemados em mãos e pés vejam os vídeos da manifestação dos golpistas, hoje. Havia faixas saudando Trump e sua metodologia fascista. Entre os bolsonaristas há que defenda que o oligarca estadunidense mande invadir o Brasil. Curiosamente, eles não mais chamam as Força Armadas brasileiras, agora convidam os marines a desembarcarem em Brasília levando Bolsonaro de volta ao poder absoluto.