terça-feira, 27 de abril de 2021

sábado, 24 de abril de 2021

Essa revista de crimes e suspense sobrevive há 65 anos. E esse é o último mistério de Hitchcock...





Em meio ao tsunami que varre revistas impressas há publicações resistentes. Algumas, curiosamente resilientes nos seus nichos. 

Em 1956, provavelmente sob o impacto de Janela Indiscreta (Rear Window, filme lançado em 1954, a  HSD Publications pediu a Alfred Hitchcock para usar o seu nome como título de uma revista especializada em ficção policial, crimes, suspense e mistério. O diretor não apenas cedeu sua griffe como topou apresentar as histórias e, eventualmente, até escrever. Muitos contos publicadas pela revista foram adaptadas pelos produtores dos programas de televisão Alfred Hitchcock Presents e The Alfred Hitchcock Hour. 




Durante anos, o editor da revista não teve problema na escolha das capas. Era sempre Hitchcock.

A Alfred Hitchcock's Mystery Magazine, publicação mensal, acaba de completar 65 anos fiel à pauta original: lançar novos autores ao lado de talentos do gênero; 

Hitchcock morreu em 1980, o título saiu da HSD, passou por várias editoras, e hoje é da Dell Magazines, que também é dona da Ellery Queen's Mystery Magazine, outra publicação duradoura.

Em 2006, a revista celebrou seu 50º aniversário com o lançamento da antologia Alfred Hitchcock’s Mystery Magazine Presents Fifty Years of Crime and Suspense, com reprints de antigas edições.

Apesar da avassaladora produção de séries policiais pela Netflix e outras plataformas de streaming,  essa revista de mistério sobrevive. E esse é um mistério. 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

As aparências não enganam...

Do Twitter

A "Fera da Penha", o "Caso Henry" e anjos sem guarda

A morte de Henry, 4 anos, choca o Brasil. A polícia aponta como suspeitos de assassinato o vereador Jairo de Souza Santos Júnior, vulgo Dr. Jairinho, e Monique Medeiros da Costa e Silva, a mãe do menino. 

Para a mídia é o "Caso Henry". 

Em 1960, Tânia, 4 anos, foi sequestrada e assassinada pela amante enciumada do pai da menina. Na época, jornais e revistas costumavam criar uma marca passional para crimes de grande repercussão. A assassina foi logo presa. Ela havia atirado na nuca da criança e, em seguida, incendiado o corpo. Confessou a autoria, relatou a brutalidade. O público, revoltado, acompanhou como em um folhetim os detalhes do crime da "Fera da Penha". 

Essa foi a marca adotada pelo noticiário policial. 

O assassinato da menina Tânia permaneceu em foco durante anos. Em 1963, a "Fera da Penha" foi julgada e condenada por sequestro e homicídio a 33 anos de prisão. 

Em 1966, um novo júri confirmou a pena. Naquela época, o Código Penal não previa a agravante por "crime hediondo". A assassina obteve depois um indulto que reduziu a sentença para 21 anos, dos quais ela cumpriu 15. Hoje, aos 84 anos, vive reclusa no Rio, a pouco mais de doze quilômetros do local do crime.  Provavelmente sem que os vizinhos sequer desconfiem que ao lado mora a "Fera da Penha", uma ex-celebridade fatal dos anos 1960. A pequena Tânia foi enterrada no Cemitério de Inhaúma. Seu túmulo até hoje atrai pessoas que a consideram milagrosa. Não há muita informação sobre o destino dos pais da vítima. Apenas que se refugiaram na dor, continuaram juntos e tiveram dois filhos.  

O crime aconteceu no dia 30 de junho de 1960, uma quinta-feira. Com a enorme repercussão do caso no fim de semana, Manchete incluiu uma reportagem especial com a cobertura do caso. 

Na capa da edição, três misses e chamadas sobre "A coroação de JK em Bananal", seja lá o que tenha sido isso,  e o "Crime da Penha", no canto inferior direito da imagem ao lado, que a reprodução precária não permite ler.  

Adolpho Bloch, nos fins de tarde da redação, costumava contar que aquela edição com tiragem ampliada se esgotou rapidamente nas bancas do Rio de Janeiro.  

Não se sabe ainda qual será o desfecho do Caso Henry. O casal Jairo e Monique foi indiciado por tortura e homicídio duplamente qualificado. Os dois estão sujeitos a penas de até 30 anos. Se serão julgados culpados e quanto cumprirão da pena que a Justiça vier a estabelecer, só o tempo dirá...

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A Síndrome (e a sombra) do Vice

por O.V.Pochê 

É conhecida a carta lamurienta que Michel Temer escreveu para Dilma Rouseff garantindo sua "lealdade" mas queixando-se de que no primeiro mandato da presidente foi um vice "decorativo". A tal carta tinha uma verdade - ele era realmente um inútil bibelô palaciano - e uma mentira: de "leal" Temer nada teve. Foi um conspirador,  um dos artífices do golpe que derrubou Dilma e lhe deu as trinta moedas do assento no Planalto

E a CPI do Genocídio e a movimentação para o suposto impeachment de Bolsonaro agitam o DF. O segundo é improvável porque as dezenas de pedidos se transformaram em almofadas alcochoadas para as nádegas de Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, e do atual, Arthur Lira.  Se acontecesse, o herdeiro do trono seria o vice Hamilton Mourão. Deve estar ansioso e não sem motivo. A história registra que vários vices chegaram lá. 

Após o fim do Estado Novo, pelo menos seis presidentes foram pinos caídos do boliche político. Siga o fio: 

- Com a morte de Getúlio Vargas, assumiu Café Filho. Não durou muito. Um enfarto o tirou do Catete e ele saiu da história sem sequer ter entrado. Carlos Luz, presidente da Câmara, foi acomodado na cadeira presidencial. Também por pouco tempo. Lott liderou o movimento militar em defesa da Constituição e Luz foi declarado impedido. Nereu Ramos, presidente do Senado assumiu o cargo até a posse do presidente eleito, JK, garantida por Lott.  

- Jânio Quadros surtou e João Goulart virou presidente até o golpe que impôs a longa ditadura militar.

- O general Costa e Silva, o segundo "presidente' da ditadura teve um AVC. O vice era o civil Pedro Aleixo. A linha dura impediu que o político mineiro botasse a faixa presidencial. Em um golpe dentro do golpe quem assumiu foi uma Junta Militar formada pelo almirante Augusto Rademaker, ministro da Marinha, general Aurélio de Lira Tavares, ministro do Exército e o brigadeiro Márcio de Sousa Melo, ministro da Aeronáutica. 

- Tancredo Neves foi "eleito" presidente pelo Colégio Eleitoral da ditadura. Seu vice era o notório José Sarney. O Brasil foi mal mas o autor de "Marimbondos de Fogo" se deu bem em um mandato de cinco anos.

- Collor de Mello foi 'impichado' e Itamar Franco virou titular da República do Pão de Queijo.

- Dilma Rousseff foi eleita para um segundo mandato carregando  o seu vice, Michel Temer, na frasqueira. Dilma foi apeada do cargo e o tieteense 'sequestrou' a faixa presidencial. 

Ou seja, cinco mandatos presidenciais terminaram com os vices assumindo. 

Só três presidentes eleitos democraticamente cumpriram o mandato pleno: JK, FHC e Lula.

Observadores do Planalto Central constatam que Bolsonaro e Hamilton Mourão já não calçam o mesmo coturno. Divergem. Tanto que o sociopata procura outro vice para ser seu par nas eleições de 2022. E, além disso, excluiu Mourão, que é o presidente do Conselho da Amazônia, das conversas sobre a participação do Brasil na Cúpula do Clima. Humilhou e magoou o vice. 

A história mostra que no BBB da política, indicar vice para o paredão dá azar. 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

por Prof. Honor
Para a Globo News, "pressão sob o Brasil..."
O gerador de caracteres quis dizer "pressão sobre o Brasil". Erro do corretor, claro. Meninos, no caso a pressão não vem de baixo. Seria "sob" se fosse "Brasil sob pressão". Combinado? Joe Biden fará pressão "sobre". E sai de baixo...

Na capa da New Yorker, reconstruir...

 


The New Yorker, na capa dessa semana, levanta uma questão pós-pandemia; reconstruir famílias, economias, o show business, a arte, o esporte, os postos de trabalho, a vida... 

Ligue o rádio...

por Ed Sá

Em 1971, há 50 anos, Roberto Carlos (que festeja os 80) emplacava Detalhes, Debaixo dos caracóis dos seus cabelos e Amada amante. Mas o que mais tocava nas rádios naquele ano? Lembra? Algumas dicas da Rádio Panis:

Ê Baiana, Clara Nunes; Maggie May, Rod Stewart; Never Can Say Goodbye, Jackson 5; You've got a Friend, James Taylor; My Sweet Lord. George Harrison; Me & Bobby McGee, Janis Joplin; Não Quero Dinheiro, Tim Maia; Lonely Days, Bee Gees; Mother, John Lennon/Plasctic Ono Band; Desacato, Antonio Carlos e Jocafi; Fire And Rain, James Taylor; Construção, Chico Buarque; Brown sugar, Rolling Stones.

OUÇA JAMES TAYLOR AQUI

OUÇA GEORGE HARRISON AQUI

OUÇA TIM MAIA AQUI

OUÇA JANIS JOPLIN AQUI

OUÇA ROLLING STONES AQUI

Superliga Europeia: cartel norte-americano tentou implodir futebol europeu. Torcida reagiu e o ataque foi neutralizado. Mas a cavalaria ianque vai voltar a atacar

Do Twitter
por Niko Bolontrin

Um cartel formado por empresários norte-americanos aliciou dirigentes de clubes e tentou sequestrar o futebol europeu. O grupo anunciou a criação de uma Superliga fora dos calendários da UEFA e FIFA e seduziu cartolas com a promessa de milhões de euros a mais de faturamento do que, por exemplo, na Champions. Alguns clubes recusaram a proposta, mas 12 dos principais times toparam participar da liga pirata: Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham. 

As torcidas, principalmente a dos times ingleses, reagiram com manifestações nas ruas e protestos nas redes sociais. O clamor foi tamanho que a Superliga ruiu. Impressionados com a forte rejeição ao projeto oito times desistiram da empreitada. Até essa manhã sobraram apenas Barcelona, Real Madrid, Juventus e Milan. 

Havia muito de estranho na tal Superliga. Como anomalia no lado esportivo, os doze "fundadores" teriam vagas cativas, ou seja, mesmo que perdessem todos os jogos não seriam desclassificados para o torneio do ano seguinte. Outros participantes seriam "convidados" para completar o grupo de 20 clubes, sendo que esses estariam sujeitos à desclassificação. Assim, a Superliga seria uma espécie de "camarote vip" do futebol europeu. 

Nitidamente, é uma jogada financeira. Não por acaso, um dos animadores da pirataria é ex-diretor do Morgan, um dos bancos envolvidos e fraudes e manobras ilícitas na venda de créditos hipotecários durante a crise  de 2008, que foi condenado em vários países. Pois a grana que foi o fator que deslumbrou  cartolas europeus vinha do Morgan. 

A Superliga desmoronou mas os aliciadores já avisaram que voltarão a atacar. 

O episódio deixa duas lições em uma elogiável constatação. Primeiro, o chamado "mercado" formado por especuladores quer abocanhar o futebol mesmo que implodam regras; segundo, para eles o esporte não interessa, mas o lucro que pode auferir dele, tanto que o regulamento despreza parâmetros esportivos, como classificação decidida em campo; terceiro, não por acaso, coube aos torcedores do país que criou o futebol e o transformou em paixão mundial defendê-lo do ataque do cartel norte-americano.  

30 anos depois: o filme "Instinto Selvagem" volta em versão restaurada com direito a extras e cruzada de pernas em 4K

 




por Ed Sá 

No verão de 1991, o diretor Paul Verhoeven. filmava em São Francisco um dos grandes blockbusters dos anos 1990. O filme chegou aos cinemas no ano seguinte com Sharon Stone, aos 32 anos, capaz de acordar o monge mais devoto e a noviça menos rebelde.  No auge da beleza e sensualidade, a atriz, no papel da escritora Catherine Tramell, uma verdadeira arma de destruição em massa do tédio mais agudo. 

Basic Instinct (Instinto Selvagem, no Brasil) tem ainda no elenco Michael Douglas, George Dzundza, Jeanne Tripplehorn, entre outros. Douglas podia opinar sobre a escolha da atriz que viveria Tramell. Na lista de estrelas que o ator não aprovou ou que recusaram o papel constava metade de Hollywood. Kim Basinger, Julia Roberts, Greta Scacchi, Meg Ryan, Michelle Pfeiffer, Kathleen Turner, Ellen Barkin,  Mariel Hemingway e Demi Moore foram cogitadas. Um agente ofereceu Sharons Stone. Douglas entendeu que ela era pouco conhecida, Determinada - como contou em entrevista - Sharon Stone escolheu um vestido justo, decotado, um figurino que imaginou ser próprio de Catherine Tramell, e foi conversar com Verhoeven. Saiu da entrevista com o papel.

Trinta anos depois, a tecnologia a devolve aos cinemas e plataformas de streaming. Sem data para chegar ao Brasil, Instinto Selvagem será relançado na França, Alemanha e Austrália em junho e julho em resolução 4K. Como os negativos sumiram, segundo a gerente do projeto Sophie Boyer, o filme foi recuperado graças ao fortuito achado de uma cópia da cópia em rolos esquecidos de internegativos em 35mm. Mas não se preocupe: a famosa cruzada de pernas de Sharon Stone vem aí mais nítida do que nunca. 

A restauração foi supervisionada por Paul Verhoeven, com direito a bônus. No pacote, cenas não aproveitadas na época, em parte por causa da censura, e um documentário sobre os bastidores da produção e entrevistas recente do elenco e equipe técnica. 

terça-feira, 20 de abril de 2021

Cadê Queiroz? Está no Palácio Guanabara... (o Rio sendo o Rio)

 

do Twitter

O flagra está na coluna de Juliana Del Piva no UOL - AQUI

PANIS EXCLUSIVO A FOTO DO FATO: Palmípede foge do mentecapto

 

BRASÍLIA, despacho do setorista Sarmento • As emas do Palácio do Planalto já tiveram melhores senhorios. Elas reclamam de serem perseguidas pelo atual mandatário, que as alinha entre os integrantes da mídia inimiga. Em 23 de julho de 2020, uma destas inocentes aves foi perseguida pelo Presidente, que tentava convencê-la a todo custo das virtudes da cloroquina. Agora, com a abertura da CPI da Covid, o animal pretende arrolar ao processo o flagrante do fotógrafo Adriano Machado, da agência Reuters. Segundo seus advogados, o preito do palmípede está amparado pelo recente gesto de cientistas e pesquisadores, incluindo três ganhadores do prêmio Nobel, que se uniram por meio de uma carta para defender o exercício da ciência no Brasil e criticar a atuação do governo durante a pandemia.

É preciso levar a sério o bicho. Como consignou Jackson do Pandeiro em O canto da ema:

A ema gemeu

No tronco do juremá […]

[…] Você bem sabe

Que a ema quando canta

Vem trazendo no seu canto

Um bucado de azar […]

Ouçam o forró arretado do velho Jackson 

https://www.youtube.com/watch?v=MlXPAWo9Sb0

 PS – O jornalista francês Pierre Accoce abalou o mundo em 1976 com a publicação (em colaboração com Pierre Rentchnick) do livro Ces Malades Qui Nous Gouvernent/Estes doentes que nos governam (ou seria “Estes dementes que nos desgovernam”?). Accoce preparava uma edição atualizada do livro, mas morreu no ano passado. Em agosto. De desgosto.

A Ciência encurrala Bolsonaro (mensagem para a CPI do Genocídio)

 



Continua repercutindo na mídia mundial, a reação de 200 cientistas e pesquisadores - incluindo três ganhadores do prêmio Nobel - aos ataques do regime Bolsonaro à Ciência, especialmente no que se refere ao combate à pandemia. O documento é assinado por cientistas e pesquisadores, incluindo três ganhadores do prêmio Nobel (Michel Mayor, Física, Peter Ratcliffe e Charles Rice, ambos de Medicina. Brasileiros, franceses, O grupo afirma que a área está sob ataque do governo do presidente Jair Bolsonaro. Até ontem, o documento recebeu mais de 200 assinaturas de cientistas brasileiros, franceses, canadenses, suecos, norte-americanos, ingleses, portugueses, italianos, alemães, holandeses, argentinos e espanhóis. 

Carta Aberta em solidariedade à ciência no Brasil

"Terça-feira, 6 de abril de 2021: o Brasil contabilizou 4.195 mortes ligadas à Covid-19. Ao todo, mais de 340 mil brasileiros já morreram desde o começo da pandemia. Se o coronavirus atinge todos os países do mundo, a amplitude da crise sanitária no Brasil não pode ser dissociada da gestão catastrófica do presidente Jair Bolsonaro. Ele deve ser denunciado por suas ações, que não apenas fez explodir o número de vítimas, mas acentuou a desigualdade no país.

Em várias ocasiões, o presidente da república do Brasil qualificou a Covid-19 como “uma gripezinha”, minimizando a gravidade da doença. Criticou as medidas preventivas, como o isolamento físico e a utilização de máscaras, e provocou inúmeras vezes aglomerações populares. Defendeu pessoalmente o uso da cloroquina, apesar de cientistas terem advertido sobre os efeitos tóxicos de sua utilização. Os pesquisadores que publicaram estudos científicos demonstrando que a utilização do medicamento aumentava o risco de morte de pacientes com Covid foram ameaçados no Brasil. Bolsonaro igualmente desencorajou a vacinação, chegando a sugerir, por exemplo, que as pessoas poderiam se transformar em “jacaré”. Entre o negacionismo, a proliferação de informações falsas e os ataques contra a ciência em plena crise sanitária, Bolsonaro mudou quatro vezes de ministro da Saúde.


A ciência no Brasil está sob fogo cruzado. De um lado, cortes orçamentários que golpeiam a pesquisa e ameaçam o trabalho de cientistas; de outro, a instrumentalização da ciência para fins eleitorais, como mostram as declarações do presidente. Não é possível esquecer também os ataques de Bolsonaro ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), num contexto alarmante de altos níveis de desmatamento na Amazônia.

Negando a ciência, Bolsonaro não apenas atinge a comunidade científica, mas a sociedade brasileira em sua totalidade. Os números da devastação desde o início da pandemia só faz aumentar; de acordo com os dados da Fiocruz, quase 92 novas cepas de coronavirus foram identificadas, transformando o país numa verdadeira usina de variantes, e a estas estatísticas deve-se acrescentar os impactos sobre o meio-ambiente, sobre povos tradicionais da Amazônia e sobre o clima em todo o mundo.

Neste contexto de crise sanitária, agravamento da desigualdade e mudança climática, este tipo de comportamento é inaceitável e o presidente deve ser responsabilizado por seus atos. Estamos preocupados com o agravamento da crise no Brasil e os ataques à ciência. Nesta carta aberta, queremos manifestar nossa solidariedade com nossos colegas no Brasil, cuja liberdade está ameaçada. Manifestamos igualmente nossa solidariedade com a população brasileira, que vem sendo diariamente afetada por esta política destruidora."

As novas "cajazeiras"......

 


A notícia Nagle da Leda Fake: jornalista divulga "denúncia" mentirosa de "plano" de Lula e do STF para matar Bolsonaro

 










Leda Nagle não pode negar que provou o "sucesso" na internet. Ontem, ela estourou na web com uma mentira galopante. Foi a líder em citações negativas. Acima alguns poucos exemplos entre  milhares. A jornalista bolsonarista, com ar solene e dramático, anunciou que a PF havia descoberto um plano arquitetado por Lula para matar o Bozoroca.  

Era fake news explícita e ela participou da rede de divulgação. 

Como se sabe. a CPI das Fake News está parada. Em 2022, ano eleitoral, se nada for feito a ultradireita que deitou e rolou em 2018 terá seu principal palanque no crime até aqui impune de difundir difamação, mentiras, falsas montagens, farsas e fraudes.

Parabéns aos envolvidos.

domingo, 18 de abril de 2021

Caso Henry: o Pequeno Polegar

 

Reprodução

O chamado caso Henry está documentado em fotos, mensagens e vídeos. 

Talvez uma dos mais comoventes entre as peças reunidas pela polícia seja um pequeno filme de celular, feito pela babá,  que mostra o menino caminhando no corredor do apartamento. O vídeo foi enviado para a mãe da pequena vítima e o objetivo era atestar que ele sofrera violência por parte do padrasto. Henry mancava, impressiona ver a fragilidade da criança.

Presos, os suspeitos - o casal Jairo de Souza Santos Júnior, vulgo Dr. Jairinho, e Monique Medeiros da Costa e Silva, a mãe de Henry - posaram para a foto oficial de acusados. Nos Estados Unidos, esse tipo de pose para os arquivos policiais chama-se mugshot. Aqui, é "boneco". A mídia divulgou as fotos de Jairo e Monique diante do tradicional painel métrico. A imagem revela um dado curioso. O vereador mede 1,90 e mãe de Henry 1,80. Segundo testemunhas, Henry era vítima constante de violências. Vivia assustado. Imagina-se o grau de intimidação que sofria. O menino tinha 1,15 de altura e pesava 25 kg. 

Entende-se porque ele enviou tantos e repetidamente ignorados os pedidos de socorro. 

Seu pesadelo era a "terra dos gigantes". 

Quem não leu Charles Perrault e seu Le Petit Poucet? No conto, um menino chamado Pequeno Polegar luta para sobreviver a ogros terríveis.  

A diferença é que Perrault deu ao seu conto o final feliz que Henry não teve.

Fotomemória da redação - Félix, o papel do goleiro do Fluminense

por Guina Araújo Ramos (do blog Bonecos da História)

Continuando a modesta série de jogadores que fotografei durante treinos de time de futebol – que não são muitos, não me preocupei em guardar este tipo de material, que o grau de informalidade era muito grande, sem uniformes oficiais etc –, trago um registro feito no estádio do Fluminense, no bairro das Laranjeiras. 

Trata-se do goleiro Félix, apelidado de Papel (pela magreza), campeão mundial em 1970. Só que, à época, não mais atuando como goleiro profissional, mas na função de treinador de goleiros do Fluminense.

Félix no Fluminense - Rio, 1979. Foto Guina Araújo Ramos

Após longa carreira na Portuguesa de Desportos, Félix foi contratado em 1968 pelo Fluminense, e daí convocado para a seleção que disputou (e ganhou) a Copa do Mundo de 1970. Apesar de muita vezes criticado, Félix viveu, no correr da década, a melhor fase da sua carreira, como participante da “Máquina Tricolor” que ganhou cinco campeonatos cariocas e o brasileiro de 1970.

Voltando para São Paulo, Félix continuou próximo ao futebol, dirigindo alguns times e coordenando escolinhas. Faleceu em agosto de 2012, em São Paulo.

A matéria é do meu tempo de colaborador eventual da Manchete Esportiva (que fotografar esporte não era o meu forte...), acredito que de 1979, só não tenho como pesquisar.

Félix no treino, Rio,. 1979. Foto de Guina Araújo Ramos

Certamente era daquelas matérias que fazem um balanço da situação do jogador, agora uma pessoa “normal”. Mostrava que Félix se mantinha no futebol, agora deslocado para a função de treinar outros goleiros. Embora seja uma atividade que tinha tudo a ver com a sua experiência, não creio que a cumprisse com tanto prazer assim, e creio que é o que as fotos parecem demonstrar.

Importante mesmo é relembrar o goleiro Félix, grande profissional que, acima de tudo, e com fundamental atuação, fez parte da equipe mais admirada do futebol brasileiro, o do tricampeonato, na Copa de 1970, no México.

Deste grande feito fui mero telespectador... Passo então a bola ao coleguinha José Esmeraldo Gonçalves, que resumiu muito bem a trajetória de Félix em texto no “Blog que virou Manchete”, ilustrado pela “Edição Histórica da Manchete - Copa 70 - A Glória do Tri”, com fotos de Jáder Neves e Orlando Abrunhosa, e texto de Ney Bianchi.

Visite o blog Bonecos da História, clique AQUI

Na capa da Time:

 


por Flávio Sépia

Na quarta-feira, 21 e quinta, 22, líderes mundiais se reunirão virtualmente para discutir o futuro do planeta. É a Cúpula do Clima. O Brasil vai participar. Espera-se mais um vexame. O governo Bolsonaro levará para a conferência sua política ambiental declaradamente ditadas por madeireiros, garimpeiros, latifúndios, pecuaristas e ocupantes ilegais de terras públicas e reservas. E, como último fato, o afastamento do delegado da PF que emitiu notícia-crime conta o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. 

A Time levanta um debate mundial, que vai além do desvario brasileiro. Os governos estão longe de cumprir as metas de controle das emissões de carbono e do aquecimento global. A revista defende que a pandemia deve ter como consequência mudanças de paradigmas rumo a um mundo menos hostil à natureza e mais amigável com a única "casa" que a humanidade possui: o planeta. 

sábado, 17 de abril de 2021

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Do twitter: Lula é o "bug" na mídia conservadora, hoje.

 

Como cantou Zé da Zilda, "as águas vão rolar". Mas o pânico da Corte já vale o dia.

O dia em que Mãe Dinah editou a revista Veja. E a resposta da Justiça

 


Quando as linhas do tempo se cruzam • Por Roberto Muggiati

No sábado 16 de dezembro de 1989, o torcedor vascaíno Luis Inácio ‘Lula’ da Silva vibrava com a conquista do bicampeonato brasileiro num gol de cabeça de Sorato em pleno Morumbi. No dia seguinte, Lula era derrotado no pleito presidencial por Collor de Mello, sua candidatura fatalmente minada pela revelação do caso da filha ilegítima Lurian e pela fake news de que o PT havia orquestrado o sequestro do empresário Abílio Diniz, libertado pontualmente às 17 horas, depois do encerramento da votação.
O tempo passou, Collor deu no que deu, Lula chegou lá em 2002, tinha tudo para elevar o Brasil ao almejado estado de justiça social, mas se cercou das piores companhias – companheiros nada camaradas – que levaram por água abaixo seu idílico projeto político.
Hoje, mais de 30 anos depois do gol de Sorato, o cruzmaltino Lula, por uma goleada de 8 a 3 no STF (gols contra de Nunes, não confundir com o “Artilheiro-das-decisões”; de Marco Aurélio Mello, já-vai-tarde; e do Presidente Fux), se viu isento das condenações da Lava Jato e reconquistou seus direitos eleitorais. À noite, numa atuação impecável no Maracanã, um Vasco desacreditado deu um baile (3X1) num Flamengo que pensa ter o rei na barriga. O terceiro gol do Vasco foi de Morato com a comemoração a la Edmundo, dois dias depois o ídolo vascaíno, pelo apertado placar de 6X5 viu o STF votar a prescrição de suas penas por crimes de trânsito na Lago em 1995. (Ainda sobre a derrota do Flamengo, o grande castigado foi o são-paulino Rogério Ceni, que escapou de tomar aquele gol do Sorato porque só seria contratado como quarto goleiro do São Paulo no ano seguinte, 1990, aos dezessete anos.) 
Enquanto isso, acuado pela CPI da Covid e por mais de 100 pedidos de impeachment protocolados na Câmara, nosso mandatário supremo, proclama: “Só Deus me tira da cadeira presidencial!” Será que desta vez o Santo Pai vai conseguir segurar a barra do Messias?