terça-feira, 29 de novembro de 2016

Tragédia: vôo da Chapecoense levava o time, dirigentes e jornalistas

Na Bolívia, antes de embarcar no Avro da LaMia para Medellín, na Colômbia, a delegação da Chapecoense fez a última foto. Reprodução

O sonho da Chapecoense - disputar a final da Copa Sul-Americana - acabou em tragédia. Setenta e seis pessoas morreram quando o Avro fretado pelo clube caiu ontem à noite nas proximidades de Medellín, na Colômbia. Segundo as autoridades locais, há cinco sobreviventes, entre os quais três jogadores. Havia 21 jornalistas a bordo. 

O avião da companhia Lamia era o mesmo que, há poucas semanas, trouxe ao Brasil a seleção da Argentina. Clubes de todo o mundo apresentaram condolências aos parentes da vítima, ao clube e aos seus torcedores. O Barcelona fez, hoje, um minuto de silêncio no começo do treino. O Brasil decretou luto oficial e a Commebol, órgão governante do futebol sul-americano, suspendeu todas as suas atividades.

A Chapecoense, pela primeira vez na sua história, disputaria um título continental. O jogo contra  e o Atlético Nacional estava marcado para amanhã.

Entre os jornalistas que morreram estava o repórter Victorino Chermont, que começou sua carreira na revista Amiga, em 1995. No ano seguinte, transferiu-se para a Rádio Globo-RJ onde cobriu polícia e, em seguida, futebol. Depois de passar pela Band e SporTV, era atualmente comentarista da Fox Sports.


Foto postada pelo jornalista Rafael Henzel, da Rádio Oeste Capital, um dos sobreviventes do acidente. 

Victorino Chermont, da Fox Sports, um dos jornalistas
 que morreram na tragédia do voo da Chapecoense. Em 1995, no começo da carreira, Victorino
trabalhou na revista Amiga. Foto:Reprodução Facebook

Cícero Sandroni e Fidel: o jornalista e o comandante


O Globo, hoje, na coluna do Ancelmo Gois, publica o texto e a foto que reproduzimos acima. O próprio repórter, Cícero Sandroni, conta os bastidores da cobertura da primeira visita de Fidel Castro ao Brasil, em 1959. Na época, ele trabalhava no Globo.

Sandroni, que hoje integra a Academia Brasileira de Letras, passou por vários e importantes veículos cariocas: O Cruzeiro, Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, entre outros. Após o AI5, como tantos jornalistas, sofreu perseguição política e foi impedido de atuar no jornalismo diário. Adolpho Bloch, como Roberto Marinho, recebeu nas redações vários desses profissionais visados pelos militares. Sandroni foi um deles, no caso da Bloch.

No Russell, foi redator-chefe das revistas Fatos e Fotos, Manchete e Tendência. Em 1974, ele dirigia a Tendência quando a recém-criada revista de economia ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, na categoria de Melhor Contribuição à Imprensa.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Deu no New York Times: Ficha suja internacional...



Escândalo de tráfico de influência e favorecimento em empreendimento imobiliário da Bahia ganham repercussão no mundo. Mídia internacional faz o que jornais e revistas brasileiros preferem evitar: vincular Temer diretamente à corrupção.

ONU Brasil realiza evento em Brasília pelo fim da violência contra mulheres

(do site ONU BR) 

Mulheres negras, indígenas, feministas, ativistas do movimento LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis) são as protagonistas da Tenda 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que ocorre na terça-feira (29), em Brasília.

O evento é promovido pelas Nações Unidas, no âmbito da campanha do secretário-geral “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres” e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Gratuito e aberto ao público, o encontro também é promovido pela Universidade de Brasília e pelo governo do Distrito Federal.

Entre os temas a serem debatidos, está a urgência de eliminar a violência contra as mulheres no Brasil por meio de investimento em políticas públicas e na rede de serviços especializados. Participarão das discussões gestoras e gestores públicos, assim como representantes de universidades.

O evento terá a presença de Heliana Hemetério, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais; artista popular Mestra Martinha do Coco; Jelena Djordjevic, da ONG Cfêmea (Centro de Estudos Feministas e Assessoria); e representantes da Associação Indígena de Estudantes da Universidade de Brasília.

“É preciso aportar recursos em serviços especializados e de prevenção que tenham condição de enfrentar o racismo e o alarmante dado de aumento de 56% no assassinato de mulheres negras entre 2003 e 2013”, considera Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

O coordenador residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, destaca a necessidade de dar visibilidade à violência contra as mulheres e garantir o envolvimento de diferentes setores da sociedade.

“Preconceito e discriminação têm custado vidas de mulheres no Brasil e no mundo. Políticas públicas e outras ações concretas no setor privado, nas instituições de ensino, no sistema de justiça, na sociedade civil em geral, na imprensa, na publicidade devem ir além do enfrentamento da violência contra mulheres e meninas. Devem buscar a erradicação dessa forma de violência”, declara Niky Fabiancic.

Documentos de referência

Durante o evento, a ONU Brasil lançará o Glossário dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Na Tenda dos 16 Dias, haverá uma feira das mulheres artesãs indígenas, quilombolas e produtoras locais, além de apresentações culturais com a Mestra Martinha do Coco e a banda Maria Vai Casoutras.

Tenda 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
Data: 29 de novembro de 2016 (terça-feira)
Horário: das 16h às 20h
Local: Funarte (Eixo Monumental) – Brasília/DF

Confraternização 2016: Turma da Bloch se encontra no Graça da Vila... #partiu2017





















Uma tarde de sábado festivo, de celebração e de reencontros.

O restaurante Graça da Vila, no Catete, a uma quadra do prédio da Rua do Russell, que abrigou as revistas da Bloch e onde a maioria trabalhou (a empresa ainda tinha o setor Gráfico, em Parada de Lucas e as instalações da Frei Caneca), recebeu colegas das redações das revistas, dos setores administrativos de Assinaturas, CPD, Contabilidade, Financeiro, Administração, Transportes, Segurança, Diretoria, Cerimonial e Recepção, entre outros.

Momentos de brinde à vida e de votos de um Feliz 2017.


Do Meio & Mensagem: Marlene Bregman, ex-Bloch Editores, é homenageada com Prêmio Formadores do GP

Executiva teve reconhecida sua importância no desenvolvimento da atividade no País, durante conferência anual do Grupo de Planejamento


(do Meio & Mensagem

Ela teve papel fundamental na consolidação da Leo Burnett como uma das principais agências do País, ao desenvolver o departamento de pesquisa e planejamento da companhia. Mergulhou em estudos da base da pirâmide social brasileira para entender os desafios da incorporação das pessoas que a compunham ao mercado como cidadãos e consumidores. Participou da criação do Grupo de Planejamento.
Marlene Bregman criou e dirigiu o
Departamento de Marketing da extinta Bloch
Editores Foto Facebook
Por esses e outros motivos, Marlene Bregman foi a homenageada de 2016 do Prêmios Formadores do GP, criado há cinco anos para celebrar a importância de profissionais de planejamento com participação fundamental no desenvolvimento da área e de novos talentos no Brasil.

“Acho que nasci no tempo certo. Tenho 73 anos. Pertenço a mais influente geração do último século, sou baby boomer. Foi a primeira geração que tirou o materialismo do primeiro plano e sonhou um mundo melhor. Foi a primeira geração que vai viver por mais tempo e ver tantas transformações no mundo. Nada será como antes”, afirmou Marlene, depois de listar um grande número de profissionais com os quais trabalhou junto nos mais de trinta anos de atuação como planner.

“De baby booomer a millenial essa é minha trajetória. Longa vida ao conhecimento, longa vida ao planejamento”, celebrou a atual consultora de planejamento estratégico da Leo Burnett, ao receber a homenagem das mãos do atual presidente do Grupo de Planejamento, Ken Fujioka, durante a conferência anual do GP, realizada no sábado, 26, na Escola Britânica de Artes Criativas, em São Paulo.

Marlene começou a carreira na publicidade como trainee de Pesquisa de Mídia na Carl Ally Inc. Advertising, nos Estados Unidos, após concluir Mestrado em Pesquisa de Propaganda na Syracuse University, em Nova York.

Em 1969, já de volta ao Brasil, foi contratada pela Bloch Editores, na qual criou e dirigiu o departamento de serviços de marketing. Dez anos depois, foi convidada pela Leo Burnett a desenvolver o departamento de pesquisa e planejamento da agência, que ainda começava sua história no País.

Em 1986, foi promovida a vice-presidente e passou a integrar o comitê executivo da agência. Fez parte do time internacional de profissionais que desenvolveu o projeto de reposicionamento da Leo Burnett mundial. Ganhou o Prêmio Caboré de Atendimento/Planejamento em 2005. Em 2006 foi nomeada VP de Negócios Corporativos da Leo Burnett. Três anos mais tarde, assumiu o cargo que ocupa hoje.

domingo, 27 de novembro de 2016

Roberto Muggiati escreve: 1979, com Elis, em Montreux



Por ROBERTO MUGGIATI

O sucesso do filme Elis – repetindo aquele do musical – me leva a tirar do baú, com exclusividade para o Panis, as memórias do meu encontro com a inesquecível cantora no Festival de Jazz de Montreux de 1979.

Foram dias mágicos, lembro cada momento.

Diretor da revista Manchete, fechei mais uma edição naquela segunda-feira e segui para o Aeroporto do Galeão. Ia cobrir a Noite Brasileira em Montreux a convite da WEA. No check-in, uma algazarra monumental, por conta, é claro, do Hermeto. José Neto, responsável pela logística, despachava o arsenal de percussão do irmão famoso. De um arame esticado entre dois toscos postes de madeira pendiam panelas, caçarolas, frigideiras, especialmente “afinadas” pelo maestro — como se o palco dos festivais não oferecesse os mais sofisticados apetrechos profissionais... Ensaiei uma tímida conversa com o Bruxo, foi o começo de uma bela amizade. (Oito anos depois, no álbum Só não toca quem não quer, Hermeto dedicou-me a faixa Viagem.)

Na primeira escala, em Dacar (calor senegalesco não é mera figura de retórica), bati um papo com o saxofonista Nivaldo Ornelas, gente finíssima. Sobrevoando o Mar da Cantábria, entre a França e a Espanha, conversei com a vocalista da banda, Zabelê, casada com o baterista, Nenê. Na escala de Paris, o crítico Armando Aflalo mostrou-me sua matéria sobre os 20 anos da morte de Billie Holiday. Comprei um International Herald Tribune em que o crítico Michael Zwerin exaltava o gênio de Hermeto e tocava fanfarras para sua estréia europeia. (Zwerin tocou trombone nas gravações da Tuba Band de Miles Davis, precursora do Birth of the Cool.)

Depois de uma hora de estrada, entre montanhas verdejantes salpicadas de vaquinhas brancas, cheguei ao hotel em Montreux, joguei as malas no quarto e sai correndo para o Festival. Ainda atordoado pelo voo de 20 horas, eu me vi de repente em pleno ventre da baleia, debruçado sobre o palco onde o Weather Report tocava Birdland — Wayne, Zawinul, Pastorius, o resto é História...

Como a Noite Brasileira, na sexta-feira, 20 de julho de 1979, teve os ingressos esgotados, houve um espetáculo extra, à tarde. Nos dois shows, Elis precedeu Hermeto no palco, e não o contrário, como escreveu muita gente. Tenho certeza disso porque escrevi meu relato menos de 72 horas depois na Manchete. Elis “abriu” para Hermeto sem problemas. Não tinha frescuras de diva e aquele, afinal, era um festival basicamente instrumental. Elis estreava na WEA depois de 15 anos na Polygram e sabia que Montreux era uma vitrina fabulosa. Deu o melhor de si, com uma blusa de lamê violeta que deixava os braços à mostra, saia vermelha de dançarina flamenca, e uma orquídea lilás nos cabelos, lembrando Billie Holiday. Seu grupo era bastante jazzístico: o marido, César Camargo Mariano, aos teclados; Hélio Delmiro, guitarra; Luizão Maia, baixo; Paulinho Braga, bateria; Chico Batera, percussão. André Midani, presidente da WEA, deu suas impressões daquela Noite Brasileira no livro Música, ídolos e poder: Do vinil ao download (2008). Segundo ele, Elis “suava aos montes, estava pálida e ofegante, como que carregando o mundo nas costas.” Engatinhando nos fundos do palco, Midani socorreu Elis com um copo de água, que ela “bebeu de um jato e voltou ao microfone.”
Terminado o último show de Hermeto, Elis subiu ao palco para cantar com o Bruxo ao piano. Asa Branca, Corcovado e Garota de Ipanema (confiram no YouTube) são talvez os treze minutos mais intensos na história da MPB. Elis trocou sua fantasia de vamp por um vestidinho claro com estampas florais. Segundo os catastrofistas de plantão, Hermeto tentou derrubar Elis. Nada disso: seus acordes entortados e a polirritmia delirante só valorizaram o canto de Elis, àquela altura senhora de todas as artes e engenhos vocais. Ela acariciou várias vezes a alva juba leonina de Hermeto, trocaram abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim, em comunhão física e espiritual.

Elis teria dito: “E pensar que Ella Fitzgerald pisou nesse mesmo palco há apenas uma semana! Lembrei que sou filha de uma lavadeira, fiquei transtornada, queria morrer!” (Ella também era filha de lavadeira.) Insatisfeita com seu show, Elis fez Midani jurar que nunca lançaria aquelas gravações. Eu desconhecia o turbilhão de ideias e emoções por que passava Elis quando desci com ela para um tête-à-tête no Bar des Musiciens, onde o marido César jameava com os gringos.

A convite de Mazzola, produtor da WEA, tive esta oportunidade única, uma conversa informal com Elis, tomando champanhe, ela com o mesmo vestidinho singelo imortalizado nos clips com Hermeto. Falei horas, dei-lhe uma cópia do meu livro Rock: el grito y el mito, na versão da Siglo Veintiuno, editora de Borges e Cortazar. Na época, por um saxofone tenor Selmer eu estava à beira de jogar fora 25 anos de jornalismo. Estimulado pelas borbulhas, despejei sobre Elis — interlocutora paciente — todas as minhas dúvidas existenciais. Oito anos mais moça que eu, pareceu-me de uma tranqüilidade zen, totalmente em paz com a vida. No dia seguinte, sábado, ainda encontrei Elis, num almoço na casa de Claude Nobs, organizador do Festival de Montreux. Sob o sol do verão suíço, ela conversava no jardim com Al Jarreau, havia o projeto de reunir os dois num álbum.

Domingo cedo, vi Elis pela última vez no voo de Genebra a Paris, da frente do avião ela me deu um tchauzinho. No aeroporto Charles de Gaulle, nossos caminhos se separaram, ela foi sumindo aos poucos num imenso túnel de vidro que levava ao avião para Tóquio. Elis e Hermeto seguiram para um festival no Japão, eu voltei ao Rio para contar a história de Montreux.

Dois anos e meio depois — como o Brasil inteiro — fui surpreendido pela notícia de sua morte, aos 36 anos. Vi em casa pela TV o enterro no Cemitério do Morumbi, no Rio era feriado de São Sebastião, 20 de janeiro. Elis, Elis, por que nos abandonou? — pensei, lembrando sua serena presença naquela noite em Montreux. Vida estranha: eu pensava que o suicida era eu...

sábado, 26 de novembro de 2016

Le Monde: Fidel segundo Alberto Korda...


Foto Alberto Korda

PARA VER UM ÁLBUM DE FOTOS DE KORDA, QUE ACOMPANHOU FIDEL DE 1958 A 1968,
CLIQUE
AQUI 

Bomba na web "notícia" de que a CNN transmitiu por acidente 30 minutos de filme pornô. É falso! É pós-verdade!


Em tempo de pós-verdade, o povo consome todo tipo de informação. Aparentemente, não apenas o povo, mas respeitados veículos. Desde ontem bomba nas redes o caso da CNN, que teria transmitido um filme pornô por 30 minutos, por engano. 

Até reproduções montadas, como se vê acima, foram publicadas em todo o mundo. Pior: Fox News, New York Post, Variety, entre outros respeitáveis veículos, repassaram a notícia sem checar e agora corrigem suas matérias. 

Tudo começou quando um simples usuário twittou que estava vendo um programa de viagem de Anthony Bourdain, "Parts Unknown", quando teria sido surpreendido por paisagens nada turísticas e saliências e reentrâncias bastante conhecidas transmitidas por uma TV a cabo de Boston, a RCN.  

A CNN desmente. A RCN garante que sua programação não foi interrompida em nenhum momento e que nenhum outro telespectador reclamou.

Suspeita-se que o HD da smart TV do usuário apenas exibiu em privê o que guardava na memória e o show foi exclusivo para a sua sala exatamente durante o jantar de Ação de Graças.

Manchete: nos passos de Fidel Castro



Morreu Fidel Castro. O comandante que sobreviveu a 11 presidentes americanos.

A histórica conta que a CIA gastou todos os seus gadgets e planos terroristas - de charutos explosivos a bombas disfarçadas em livros, de espiões infiltrados a assassinos contratados, de mojitos envenenados a Marita, a namorada contratada pela serviço secreto americano para matá-lo com pílulas de cianureto. Dessa última tentativa, Fidel, segundo o livro da própria Marita, escapou por sorte: ela guardou as pílulas em um pote de creme e o veneno foi inutilizado.

Entre 1958 a 2000, a CIA teria planejado 638 atentados contra o comandante. A maioria das ações foi denunciada por cubanos contatados para participar do assassinado do líder da Revolução. Mais de 160 desses atentados já estavam prontos para o ataque quando foram descobertos e neutralizados.

Fidel Castro também sobreviveu a uma tentativa de invasão da ilha, empreendida por John Kennedy, em 1961. Foi a fracassada operação Baia dos Porcos.

Fidel viveu mais até do que a revista Manchete, a primeira publicação brasileira a colocá-lo na capa, na edição 369, de 16 de maio de 1959. Após três anos de luta, os guerrilheiros haviam tomado Havana no dia 1° de janeiro daquele ano. O Brasil, sob a presidência de JK, logo reconheceu o novo governo cubano e Fidel quis agradecer o gesto em uma das suas primeiras viagens internacionais após a vitória dos guerrilheiros contra o regime do ditador Fulgêncio Batista. Mas a chamada da revista não parecia simpática ao comandante, embora, naquele momento, Fidel ainda tivesse um certo apoio até dos Estados Unidos (os dois países só romperiam relações em janeiro de 1961). Manchete o chamou de "Grande Ator".

Antes, ainda durante a revolução, Manchete enviara a Cuba o fotógrafo Gervásio Baptista.

Fidel Castro e Deborah Berman.
Em Brasília
Fidel só voltou ao Brasil 31 anos após a primeira visita. Foi em 1990, quando veio para a posse de Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo povo após a ditadura militar. Em 1992 esteve no Rio para a Eco-92; prestigiou a posse de Fernando Henrique, em 1995; e três anos depois fez uma visita de cortesia a FHC e Lula, então candidatos à presidência. Manchete cobriu todas essas visitas. Em duas delas, em raras oportunidades jornalísticas, a repórter Deborah Berman o acompanhou por vários dias, em 1992, no Rio, e em 1999, durante a Cúpula América Latina, Caribe e União Europeia. E, em 1986, a Rede Manchete, em longa entrevista conduzida por Roberto D'Ávila, levou ao ar um "Conexão Internacional" com Fidel Castro. Foi a primeira entrevista exclusiva do líder cubano à televisão brasileira.




Reproduções/Cuba


Fidel morreu em casa, na noite de ontem, 24 de novembro de 2016, em Havana.

Em 13 de agosto, quando completou 90 anos, ele participou do seu último ato público. Nas imagens acima, o comandante entre Raul Castro e Nicolas Maduro. No último dia 15 de novembro, Fidel recebeu o presidente do Vietnã Tran Dai Quang. E a primeira página do Granma, hoje.

Foram as últimas fotos de uma das personalidades mais fotografadas de todos os tempos.


A HISTÓRICA ENTREVISTA EXCLUSIVA DE FIDEL CASTRO PARA O PROGRAMA CONEXÃO INTERNACIONAL, DA REDE MANCHETE



VEJA O VÍDEO COM A ENTREVISTA DE FIDEL CASTRO, LEGENDADA, À REDE MANCHETE, EM 1986. CLIQUE AQUI.


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Havia um retrato no meio do caminho...

Retratos de Adriana Ancelmo e Sérgio Cabral. Reproduções

Romero Britto, João Dória e o clã. Foto Divulgação

Romero Britto presenteou Dilma com um retrato. Foto Divulgação


por Ed Sá 

Cada época e lugar tem suas características. Paciência.

No Renascimento, poderosos mecenas como Francisco I, rei da França, o duque de Milão Galeazzo Sforza ou o banqueiro Come de Medici apoiavam pintores e escultores. Papas, como Sisto IV e Alexandre VI, bancaram obras de Michelangelo, como, respectivamente, a Capela Sistina e a Pietá.

Aqui e agora, o pintor Romero Britto é o preferido dos poderosos, tanto aqueles em ascensão, como é o caso de João Dória, prefeito eleito de Sâo Paulo, quanto aqueles que, cada um com seus motivos, já despontaram para o ocaso, como Dilma Rousseff e Sérgio Cabral.

Este último, ex-governador do Rio de Janeiro, surfa atualmente em escândalo de proporções consumistas que exibe joias, lanchas, roupas de grife, privada inteligente e obras de arte. A Polícia Federal divulgou, entre as peças apreendidas, retratos sorridentes de Sérgio Cabral e da sua mulher Adriana Ancelmo by Romero Britto.

Dilma Rousseff, a presidente afastada, também foi retratada pelo pintor pernambucano.

Quanto a João Dória, é cedo para prever, mas nos casos de Dilma e Cabral os retratos de Romero Britto definitivamente não deram sorte...


Fora da política e entrando no mudo das celebridades, Neymar também ganhou um retrato by Romero Britto na época da Copa de 2014.

Não foi exatamente um talismã. Deve ser coincidência. Boa sorte a todos os retratados nas cores exuberantes do pintor que simboliza uma era. Seja lá o que isso signifique.


Geddel pede demissão. Ele sai e o escândalo, que já tem crachá do Palácio do Planalto, fica em Brasília...


O edifício La Vue, em Salvador, visto aí em simulação,
é o símbolo do escândalo de favorecimento que abala o Governo. Mas não...

...deverá ter força para derrubar o governo Temer, que tem blindagem suficiente
para evitar o que aconteceu com Nixon, defenestrado por um prédio, o de Watergate.
As coincidências aí são apenas imobiliárias...
Brasília não é Washington e a mídia local não é o Washington Post, 

O que seria a primeira obra do governo do PMDB não para de gerar crise.

O prédio La Vue, em Salvador, só não vai ser o Watergate (o edifício de Washington onde aconteceu a operação de espionagem contra o Partido Democrata, fato que derrubou o republicano Nixon) do governo Temer porque os atuais condôminos do Palácio do Planalto estão blindados e fortes para o que der e vier. Não caem, mas de crise em crise vão acabar virando zumbis.

Geddel e Calero. flagrante de mimimi?
Foto de Marcelo Camargo/agência Brasil
Acusado de ter pressionado o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, com um mimimi para liberar um espigão em região de proteção ambiental, o poderoso secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, foi inicialmente protegido por Temer e pela notória base aliada da Câmera e do Senado.

Com a denúncia de Calero à Polícia Federal - segundo a qual Temer o convocou ao Palácio do Planalto para mandar que ele, em linguagem imobiliária, "construísse uma saída" porque a decisão do Iphan de proibir empreendimento, teria criado "dificuldades operacionais" no gabinete dele e que Geddel estaria irritado -, o escândalo construiu foi todo um andaime em plena sala do ocupante número um do cafofo presidencial.

Temer se defende dizendo que estaria "arbitrando um conflito? Sério? É possível "arbitrar" um conflito entre o que diz a lei e o que pede a ilegalidade?

Geddel pediu demissão e tenta levar a crise com ele.

Em vão.

O escândalo já tem crachá e sala no Palácio do Planalto.

"Verão da Nota": lavaram dinheiro no mar da Urca

Urca: tem dinheiro boiando no mais belo cenário carioca. Foto de Alexandre Macieira/Riotur

Notas de 100 reais pescadas na Urca. Foto Facebook


por Omelete

Veja o cenário acima. Além de bonita e famosa, a Urca é rica. O mar agora traz dinheiro a um dos mais charmosos bairros do Rio de Janeiro. 

Desde que notas de 100 reais começaram a boiar na orla, há uma corrida dos mais espertos para recolher o numerário. 

Tem gente que diz que já pescou mais de 40 mil reais;  outros dizem que o mais sortudo juntou pouco menos de 2 mil reais. 

A polícia, que estaria investigando a origem da grana, não faz ideia do total em questão. Também não há pistas sobre o dono ou donos da bufunfa. Perder, ninguém perdeu ou já teria se apresentado. 

As hipóteses tem sido especuladas nos bares entre um e outro chope. Seria a grana de um indiciado da Lava Jato que quis dar um perdido no dinheiro que guardava no colchão?  Ou um traficante semialfabetizado ouviu falar que era melhor lavar o dinheiro da boca e julgou que o mar era a lavanderia mais apropriada? A sacolinha teria caído da lancha de um pastor mais bem sucedido? Eram reais da mala preta destinados a classificar ou desclassificar algum clube de futebol e acidentalmente perdidos? Já sei um político ficou tão feliz ao receber sua propina que foi comemorar em um iate, com uísque de 60 anos, mulheres de 20 e champanhe da hora, a festa desandou e a mala com notas de 100 afundou. 

Vazou no cais que uma figura qualquer da República chamou um estagiário e ordenou: "Manda essa grana pra Bahia". O menino entendeu e fez a transferência dos recursos para a Baía... da Guanabara. 

Dizem que um juiz que confiscar o dinheiro para pagar salário de funcionário.

O fato é que, ano que vem, o Rio vai comemorar 30 anos do 'Verão da Lata", quando toneladas de maconha deram nas praias. Este já é o "Verão da Nota". 

No caso da marijuana, a origem da carga foi o navio Solana Star. Já da grana da Urca, não há pistas, por enquanto. Só se Iemanjá der alguma dica. Ou o Redentor, que passa dia e noite olhando praqueles lados.

Caso Neymar: se for condenado na Espanha, jogador terá que pagar mais multa para não ser preso e ficar fora da Copa do Mundo da Rússia...

por Niko Bolontrin 

O Ministério Público da Espanha está pedindo a prisão de Neymar, como a mídia tem noticiado.

O motivo da ação é ainda a conturbada venda do jogador e supostas irregularidades (corrupção, fraude e simulação de contrato) na transação entre Santos e Barcelona, em 2013.

Dirigentes dos dois clubes também estão indiciados. O MP espanhol quer a prisão de Neymar por dois anos, além do pagamento de uma multa de 10 milhões de dólares.

O processo começou quando um sócio do Barcelona entrou na justiça para saber quanto custara ao seu clube ter o Neymar. O Barcelona informou inicialmente uma valor ( 59,1 milhões de euros) e depois, já durante investigação, mudou a cifra para 86,2 milhões de euros.

Obviamente, a defesa do jogador deve ter seus argumentos. Mas Neymar não parece nada tranquilo. Tanto que em mensagem que postou no Instagram ele já apela para uma instância superior: Jesus.

O jogador acha que está sendo perseguido por  "levantar o nome de Jesus".

Como se sabe, Neymar já recebeu críticas por dessafiar as regras da Fifa ao fazer ostentação de fé em campo com faixas e gestos. Exibições religiosas no gramado são desaconselhadas para evitar reações nas arquibancadas que abrigam torcedores de todas as denominações. A medida é considerada de bom senso: fora do campo, jogador faz o que quer, claro, mas proselitismo de crenças pode ser vistos em algumas circunstâncias como provocação. Há estádios situados em países onde o tema religião é estopim de guerras, terrorismo, perseguições e assassinatos. E futebol não é púlpito, nem estádio é igreja, templo, mesquita ou sinagoga. Só que a Fifa não tem nada a ver com o tal processo.

Melhor Neymar prestar mais atenção ao parte jurídica do processo. Jesus já tem muito o que fazer além de cuidar de encrencas na justiça.

Uma condenação de dois anos deixaria Neymar de fora da Copa do Mundo de 2018, a da Rússia.

Isso é improvável e, caso a condenação aconteça, a lei espanhola permite a troca de cadeia por mais multa.

Vale S.A tem chefe esporrento que ofende funcionário...

Houve uma época que algumas empresas valorizavam os chefes esporrentos. Esse tempo passou. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a Vale S.A. a pagar uma indenização de R$ 50 mil a um técnico eletromecânico. Motivo: o chefe o chamou de “imbecil” e “pateta”. Tudo porque o rapaz sofreu um acidente de trabalho em uma mina no Pará. Segundo o chefe, em matéria publicada no Extra, "quem se acidenta na Vale é um imbecil” que sofre acidente “para não trabalhar”. Condenar a empresa, ok, ela tem mesmo coparticipação por ter nos seus quadros tal figura de chefe. Mas o bolso do chefe arrogante não vai ser desfalcando em uma grana? Merece.

Luciana Gimenez no Instagram: nudez útil e agradável...

Reprodução Instagram
por Omelete

A apresentadora Luciana Gimenez, da RedeTV, agitou a internet ao posar apenas com uma bolsa escondendo a intimidade possível.

O foto teria sido feita nos bastidores de uma produção comercial para a marca de cosméticos Jequeti. Ela pedia ajuda para escolher um par de sapatos e postou a foto ontem no Instagram.

A cena lembra as performances webéticas da famosa socialite americana Kim Kardashian, dotada de mais e acentuadas curvas.

Luciana, quase cinquentona, recebeu elogios pela boa forma.

Ela uniu o útil ao agradável: um subproduto da divulgação da foto foi, obviamente, a citação da marca Jequiti nas redes sociais.

Ira nada santa: professora impede alunos de apresentaram trabalho sobre religião afro

por Flávio Sépia 
Alguém tem que avisar pras milícias fanáticas que intolerância também é coisa da besta 666,  do belzebu, do lúcifer, do satanás, do demo, do tinhoso, do maligno, enfim, do popular capeta, e que a Bíblia deve ensinar generosidade e não raiva, violência, falta de respeito à religião dos demais e desarmonia. Vai ver essa turma pega o espírito da coisa.

Agora foi uma professora, Ana Trindade, de Anannideua, localidade da Grande Belém, que proibiu alunos do Centro de Educação Trindade de apresentarem em uma Feira de Cultura trabalho com a entidade Pomba Gira, das religiões de origem africana.

Para denunciar a pessoa que seria professora, alunos gravaram um vídeo. Ela discute e grita endiabrada com os jovens e um deles a exorciza sua ira com fortes e democráticos argumentos.

Mas ela não cede.

“Pombagira? Credo! Sangue de Jesus”, registra o G1. “A senhora tem de respeitar outras religiões”, devolve o aluno Gabriel Ferreira, um dos autores do trabalho. “Não, eu não sou obrigada a entender as outras religiões. Eu não quero e acabou!”, responde a mestra, bem didática.

O tema da Feira do Cultura do colégio é "Construindo Valores", melhor seria "Desconstruido Valores e Construindo o Racismo".  VEJA O VÍDEO NO G1, CLIQUE AQUI