segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Além da escuridão...

por BQVManchete
Diz-se que o sujeito que sofre de pessimismo patológico não consegue nem atravessar a rua e sobreviver para chorar no meio-fio do lado oposto. Assim como também se diz que os otimistas são apenas gente mal informada. Existe uma crise mundial, claro, estão aí Estados Unidos (em fase bipolar, alternando números bons e ruins, um deles o do desemprego resistente), Japão, Rússia, Alemanha, Espanha, Itália, França, China e Grécia, entre outros, patinando mesmo com contas maquiadas: um regulamento da União Europeia aprovado há poucos meses permite que países da comunidade incluam no cálculo dos PIBs nacionais a renda estimada dos "setores produtivos" de prostituição, drogas e contrabando. Aliás, é regra da UE, tanto que a Itália, por exemplo, com razoável "mercado paralelo", teve que aprovar lei no Parlamento para seguir a manada. Economistas calculam que os três setores poderão fazer os PIBs europeus aumentarem entre 1% e 2% a partir de 2015.  Dilma, quem diria, foi até mais modesta nas suas maquiagens. Mas  o tema aqui é o pessimismo dos analistas. Ao contrário do que dizem, o mundo não vai acabar. Quer um exemplo? As vendas de Natal no varejo cresceram em 2014 apenas 3% em relação ao ano anterior, que havia crescido 5% ante 2012. A constatação rendeu títulos catastróficos de primeira página. Aos poucos, surgem números que mostram o exagero das análises alarmistas. Quase sempre, tais números estão lá diluídos nos textos como se houvesse até um empenho para que passem batidos para o leitor. Ou talvez não seja nada disso, apenas a pressa inerente aos fechamentos de fim de ano. Ou ainda, pode ser consequência do fato de o ano eleitoral, apesar das eleições concluídas e sacramentadas, não ter acabado para muito gente que ainda pensa em terceiro, quarto ou quinto turnos. Os números podem trazer alguma esperança de que em 2015 teremos chances, quem sabe, de não precisar pendurar os nossos pescoços no poste da esquina? Vamos lá: o varejo de rua, teria tido uma queda de 1,7% em relação a 2013; vendas em shoppings cresceram 3%; e as vendas on line cresceram 37% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso não caracteriza uma forte mudança nos hábitos dos consumidores? O que ficou faltando na maioria das matérias foi o total dos três setores, com valor médio de compra, crescimento em relação ao ano passado, aferir qual o impacto do aumento de vendas on line no somatório etc. Algo um pouco mais técnico e menos político. Outro exemplo? O aumento do dólar tem impacto na inflação, todo mundo sabe disso e a imprensa não nos deixa esquecer. Mas há um setor importantíssimo na economia que vai se beneficiar da cotação da moeda americana: os exportadores, que se tornam mais competitivos no mercado internacional. Alguns setores já registram um aumento de pedidos ou se sondagens de negócios para 2015 em mais de 10% desde outubro, o que significa menos dependência do mercado interno.
Melhor combinar que, em 2015, nem tanto ao otimismo, nem tanto ao pessimismo, mesmo com o desenho inacreditável do ministério que vem aí; menos jornalismo eleitoral, mais informação isenta; menos esperança nos políticos e mais confiança no povo (que volte às ruas quando necessário); mais cidadania, menos "deus mercado"; cadeia para corruptos e corruptores federais, estaduais, municipais, empresariais, policiais, judiciais, eclesiásticos, esportivos e comunitários. No mais, que o governo ouça a sociedade, que a oposição não ouça os que pedem a volta da ditadura. Bom 2015.


domingo, 28 de dezembro de 2014

Rolls Royce da Presidência da República: no dia 1° de janeiro, o carrão que já viveu glórias e vexames vai mais uma vez sair da garagem...


O RR é atração turística em Brasília. Foto Agência Brasil

Desde 2012 passou a ser exibido no Palácio do Planalto às sextas-feiras e domingos. Foto Agência Brasil

Infográfico Ministério da Defesa


por BQVManchete
O carro não tem culpa e não precisa ser convocado pela Comissão da Verdade. Mas ao longo da sua quilometragem foi obrigado a transportar tanto ditadores quanto presidentes democraticamente eleitos. No dia 1° de janeiro, Dilma Rousseff toma posse para mais um mandato. Nesse dia, o Rolls Royce presidencial sairá da garagem, o que só costuma ocorrer uma vez por ano, no dia 7 de Setembro, e a cada quatro anos na solenidade de posse do presidente. Mas desde 2012, o Palácio do Planalto passou a exibir o carrão todas as sextas-feiras e todos os domingos na entrada da sede de governo, o que tem atraído centenas de turistas. O Rolls Royce conversível cabriolé chegou ao Brasil de navio em março de 1953. Existia uma versão supostamente oficial de que o carro teria sido uma doação da rainha Elizabeth II da Inglaterra ao governo brasileiro. Historiadores preferem aceitar o fato de que um grupo de empresários doou o RR a Getúlio Vargas. Mas este, ex-ditador e então cumprindo mandato constitucional, transferiu o bem ao patrimônio público. Getúlio usou o carro pela primeira vez em uma festividade do Dia do Trabalho. Antes, até 1951, GG usava um Mercedes conversível que lembrava muito o veículo que transportava Adolf Hitler nos desfiles da SS nas avenidas de Berlim. O carro alemão tornou-se, digamos, pelo menos por algum tempo, politicamente incorreto. E foi assim que, depois de Gegê, Café Filho, JK, Jânio, Jango, os generais da ditadura, o "ajudante de ordens" Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma experimentaram a sensação de esquentar o estofamento do imponente RR. Mas o carrão também deu carona a Yuri Gagárin, quando o cosmonauta soviético visitou o Brasil, a Charles de Gaulle, a Rainha Elizabeth e até a uma miss, Ieda Vargas, a única que teve esse privilégio por conquistar o título de Miss Universo em 1963 numa época em que o concurso era quase uma questão de Estado de tão popular e badalado.
Totalmente original, o RR tem motor de seis cilindros, é movido a gasolina, pesa 2,5 toneladas e tem capacidade para transportar sete pessoas. Já rodou mais de 30 mil quilômetros. Por seus momentos de glória, mas também de vexame no caso de alguns passageiros compulsórios, entrou definitivamente para a história.


Os generais De Gaulle e Castelo Branco. Reprodução

O general Figueiredo e o vice Aureliano Chaves. Foto PR

Collor. Foto PR

Getúlio Vargas usou o RR, pela primeira vez, em solenidade do Dia do Trabalho, em Volta Redonda. Reprodução

Antes, adotou um Mercedes conversível. Reprodução


Rua do Russell: leiloeiro bate o martelo na memória de um bar que quase não existiu...

por BQVManchete
Não era bem um botequim. No local funcionou, se não me engano, uma associação de classe, que mantinha um bar, acho que não-oficial, sem maiores estruturas, aberto para não-sócios. Não demorou a virar um point para alguns funcionários da extinta Bloch. Ficava na cobertura do Edifício Ipú, um belo prédio construído em 1935 (projeto de Ari Leon Rey e Floriano Brilhante), um dos símbolos da arquitetura art déco do Rio de Janeiro. O terraço, colado ao Hotel Glória, com ampla vista para o Aterro, foi palco de happy hours memoráveis pré ou pós-fechamentos, que ninguém era de ferro. O bar quase improvisado, com cara de cantina, não tinha nome, mas ganhou vários apelidos da turma. Um deles, "Jornada nas Estrelas". Não durou muito e acho até que só sobreviveu enquanto durou por conta da freguesia que trabalhava uns trezentos metros ao lado, em outro prédio da mesma Rua do Russell, o da Manchete, também símbolo da arquitetura, no caso o modernismo de Oscar Niemeyer. Por que mesmo esse tema surge on the rocks? Um anúncio pop up no portal da Folha, hoje, trouxe de volta a imagem do terraço do "Jornada". O site Lance Judicial Leilões Eletrônicos (clique no link) anuncia que vai bater o martelo para vender a cobertura do Edifício Ipú. daqui a pouco mais de 60 dias. O lance inicial é de R$1.890,00, segundo os leiloeiros. Alguém se habilita?
Mas o valor não inclui o "patrimônio imaterial" das conversas etílicas devidamente ali jogadas fora lá pelo começo dos anos 80, revisitado rapidamente neste curto post e nas imagens abaixo.
Como se diz de Las Vegas, o que aconteceu no "Jornada" ficou no "Jornada".

O "Jornada", point quase improvisado, ficava no último andar do Ipú. Foto: Reprodução Facebook
O terraço agora vazio do prédio, jóia da art déco carioca. Foto; Reprodução site Lance Judicial

Foto: Reprodução site Lance Judicial


Deu no site NOO: Profeta Allan Richard Way, vidente da revista Manchete, faz suas previsões para 2015, dessa vez em email remetido para o fotojornalista Frederico Mendes.

Reprodução NOO

Reprodução NOO
por Frederico Mendes (para o site NOO)
Como é de praxe nas televisões e revistas, em dezembro vários esotéricos fazem suas previsões para o ano novo. É um tal de babalorixás fajutos, astrólogos especializados em celebridades, ciganas nascidas na Zona Sul dizendo como será o amanhã porque conseguem ver o futuro. Mas não existe no mundo vidente mais eficiente que o cego Allan Richard Way.
Ele é simplesmente o maior profeta vivo. Comparado sempre com Nostradamus, o inglês de origem indiana de 97 anos, previu com detalhes as mortes da princesa Diana, do presidente Kennedy, do filósofo Sartre e de Carmem Miranda, a conversão ao comunismo da China, a eleição de um presidente negro nos Estados Unidos, a Guerra do Iraque e outros tantos furos do além, muitos anos antes que acontecessem — ele publica suas previsões no jornal inglês Times sempre sob a forma de classificados, com um estranho código alfabético e numeral que só ele e seu fiel secretário boliviano entendem.
LEIA MAIS NO SITE NOO, CLIQUE AQUI

sábado, 27 de dezembro de 2014

Memória da redação: no fim da década de 70, a confraternização de fim de ano dos fotógrafos da Bloch...



por BQVManchete
A redação deste blog recebeu as duas fotos reproduzidas acima. Uma colorida e outra em p&b. Sobram versões da mesma imagem mas faltam informações sobre o evento. Por exemplo, onde aconteceu a confraternização? Há quem diga que é possível que tenha sido na Glória, em um restaurante chamado Westfalia. Não há certeza. E quando? Em 1979, como relembram alguns, ou em 1977? O fotógrafo Ricardo Beliel (de óculos, sentado, no centro da foto, copo na mão) diz que foi em fins de 1977 e ajudou a identificar alguns colegas. Roberto Muggiati, que dirigiu a Revista Manchete, e o fotógrafo Frederico Mendes, profissional que também fez história nas redações do Russell, contribuíram para as legendas, à mão, da maior parte da turma.
Mesmo assim, a relação não está completa. Mas ficam valendo os vestígios de uma época.
Entre outros, na fila do alto, Roberto Costa e Silva, José Moure, Ricardo Azouri, Aguinaldo Ramos, Alexandre Cavalcanti, João Silva, Márcia Ramalho, Ayrton Camargo, André Krajcsi.  Na segunda fila, em pé, Antonio d'Atoughia, Nicolau Drei, Nilton Ricardo, Carlos Humberto TDC, Sergio de Souza, Raimundo Costa, Juvenil de Souza, Paulo Arthur, Helio Santos, Paulo Reis e Paulo Xuxu. Sentados, Ricardo Beliel, Gervásio Baptista, Adir Mera, Delfim Freitas e Hermínio de Oliveira. Beliel acrescenta ainda que estão nas fotos João Poppe, Roberto da Costa e Silva, Marcos Vinícius e Pedro Soler.
Atualização - Veja comentário neste post, onde o fotógrafo Hermínio de Oliveira dá mais detalhes sobre as circunstâncias da já famosa foto.

DILMA QUER PASSAR A BORRACHA NA OLIMPÍADA - Ministério dos Esportes pode ser a primeira crise do novo mandato. Aliados e opositores pedem que ela troque o escalado. Acham que se mudar de ideia, será melhor o desgaste do que o desastre...




por BQVManchete
Como escreve o colunista Jorge Bastos Moreno, no Globo de hoje. Dilma se preocupou em pedir ao Ministério Público que lhe entregasse a relação oficial dos políticos gente boa (existe isso?) mas esqueceu de ir ao Google. Uma simples googlada, evitaria um vexame. O novo ministro dos Esportes, precisamente a autoridade que cuidará do assunto às vésperas da Olimpíada, é um deputado do PRB, vinculado à igreja Universal, que atua sob o carimbo do "bispo" Macedo e que foi foi flagrado pela Polícia Federal transportando malas de dinheiro, em 2005. Na época, foi expulso do PFL. Sem histórico conhecido na área de esportes, o deputado-pastor (George Hilton é o nome da figura), está, segundo o jornal Estado de Minas, sendo executado por dívidas junto à Receita Federal acumuladas por empresa da qual é sócio. O jornal diz também que Hilton não declarou a empresa à Justiça Eleitoral, como é obrigatório. Políticos que apoiam Dilma e até quem não a apoia estão criticando a nomeação que definem como catastrófica. No mínimo, por ser uma pessoa que não tem intimidade com a pasta. Não se sabe quais são os projetos do deputado para os Esportes ou se os tem. Curiosamente, a igreja dele tem reivindicado secretarias ligadas ao setor também em alguns estados. A estratégia é desconhecida. Pode ser pela exposição que a área deverá ter nos próximos anos, os convênios atraentes (tão atraentes que já foram motivos de vários escndalos ê investigações de desvios de verbas) que distribui ou um campo fértil para proselitismo religioso. Ainda bem que um ministro de Esportes do Brasil ou de qualquer outro país não tem poder para mandar no Comitê Olímpico Internacional ou corria o risco de a abertura dos Jogos se tornar um épico bíblico com direito a corrida de bigas ou até corrida de malas sem barreira. Pessoas ligadas ao esporte estão perplexas. Se Dilma não fizer uma revisão dessa mancada, será melhor a organização da Rio 2016 ignorar o deputado. Por dois motivos: é bom que políticos não se aproximem da  maior festa do esporte, onde o que o mundo quer ver são atletas competitivos; segundo, o sujeito não fará falta já que não é do ramo.
Se Dilma mantiver a nomeação, ficará claro o desprezo que ela tem pelo esporte e pela Olimpíada. Aí será o caso de a Olimpíada ignorar dona Dilma federal. Aliás, desde sempre, os Jogos escolhem uma cidade, não um país. A exceção foi Atenas da antiguidade, mesmo assim, cidade-Estado. A Olimpíada acontecerá no Rio de Janeiro, cidade-sede.
É o caso de dizer, se não for para ajudar, tirem as mãos da Rio 2016.

Mais uma repórter desfila pelas ruas na "pegadinha" da cantada...

por BQVManchete
Virou moda. A ideia nada original começou nos Estados Unidos (com a repórter Shoshana Roberts, do jornal The Independent, de Nova York) e vários veículos brasileiros partiram para a imitação. Na realidade, o formato é nada mais do que o da tão criticada "pegadinha" do João Kleber. Uma "isca" acompanhada por um câmera vai pelas ruas capturando incautos que não sabem que estão sendo filmados. Dessa vez, a repórter da rádio CBN, Gabriela Rangel, foi testar nas ruas de São Paulo a temperatura do assédio sofrido por mulheres. À frente, ia o câmera Hermínio Bernardo flagrando as "gracinhas" dos rapazes ao ver passar a repórter. A causa da "pegadinha" é nobre: denunciar as grosserias que as mulheres ouvem, especialmente quando circulam sozinhas. No caso, pode-se até dizer que o conteúdo do que a repórter ouviu não foi exatamente agressivo. Eram "elogios" como “que morenaço”, “que linda” e “de paz com a vida”. Um pouco mais ousado, um cara falou um “que delícia”. Claro que as mulheres devem defender o direito de andar nas ruas sem serem incomodadas por esses "elogios". E é natural que deixem isso bem claro. Mas seria interessante mostrar como seria, se é que isso ainda é possível, uma abordagem politicamente correta. Se você não for apresentado a uma mulher, como se aproximar sem desrespeitá-la ou se tornar inconveniente?  Nas redes sociais isso tem sido motivos de posts machistas e irônicos. Um internauta bolsonariano chegou a perguntar como uma mulher na rua reagiria a um "elogio" do Neymar, por exemplo. Outro, mais radical, também bolsonariano, falou que depois as mulheres reclamam que o número de gays está aumentando.
VEJA O VÍDEO NO YOU TUBE, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O golpe do trigo podre...

deBarros
No auge da cultura do café, o Brasil era o seu maior exportador para o mundo e como resultado tinha o saldo positivo da balança exportadora. De repente, parou de ser o rei do café e outros países tomaram a frente nesse rico mercado. O que aconteceu? Importadores descobriram que o exportador brasileiro, para que o peso da saca correspondesse ao padrão exigido, misturava o café com pedras e outros elementos impuros desqualificando a qualidade do produto.
Na era da borracha que enriqueceu muitos comerciantes, e Manaus é a prova dessa riqueza com seu Teatro Municipal quase todo importado com material europeu, além das casas construídas com madeira importada, exportando para o mundo o látex de borracha, as chamadas “bolas “ extraídas, pelos pobres – na maioria cearenses – extrativistas das seringueiras espalhadas pela selva amazônica, com o risco de suas próprias vidas. Mas o importadores descobriram que nas “bolas “de látex de borracha pedras eram  introduzidas para completar o peso exigido pelo mercado. Resultado: o importador veio ao Brasil, precisamente na Amazônia e recolheu sementes da seringueira e levou para a Ásia, onde, depois de cultivar grandes plantações de seringueiras, abandonou as importações brasileiras e a era de ouro da borracha do Brasil se acabou deixando muitos exportadores na miséria além do pobre extrativista, que perdeu o seu ganha pão.
Estou lendo nos jornais dos últimos dias que o Brasil está exportando para países da Ásia e da África trigo podre que provoca náuseas e vômitos e não serve nem para animais. Essa substância do trigo podre chama-se “vomitoxina “que é um fungo que produz essa toxina.

“Esperto demais se atrapalha” como diz o bom ditado popular. E o que podemos esperar de mais um ato de “esperteza” dos nossos comerciantes senão a perda de credibilidade e o aval das nações que comercializam ainda com o Brasil? E não vamos culpar o governo porque nesse caso é o que menos culpa tem.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Paz... é o nome do jogo

Reprodução Fifa

Reprodução Fifa
Reprodução Fifa
por BQVManchete
Há 100 anos, soldados ingleses e alemães fizeram uma pausa em meio aos sangrentos combates da 1ª Guerra Mundial. Foi nas proximidades de Saint-Yvon, na Bélgica. Era o Natal de 1914. Os militares entrincheirados trocaram tímidos acenos, inicialmente. Mas os gestos de aproximação viraram uma trégua inesperada. Aos poucos, soldados foram deixando as casamatas e caminhando em direção à "terra-de-ninguém". Trocaram apertos de mão. Um inglês providenciou uma bola que levara para o front. Era apenas o começo da guerra e, àquela altura, ninguém imaginava que duraria quatro anos e custaria muitas vidas. O soldado talvez tivesse a ilusão de que logo o conflito seria resolvido e poderia trocar o fuzil pela bola. Esse era, em dezembro de 1914, o sentimento de grande parte das populações da Europa, ainda incrédulas com o avanço do conflito. Quanto ao dono da bola, mal sabia ele que teria o seu jogo, embora naquelas circunstâncias. Aquela partida terminou com a vitória da Alemanha, por 3 a 2, sobre os ingleses. Os registros deixados por um soldado do 134° Regimento Alemão contam que os soldados mostraram alguma habilidade com a bola. Pernas-de-pau e perebas foram os líderes da época que levaram a Europa ao desastre. Infelizmente, a guerra estava apenas começando, assim como a irracionalidade dos políticos e reis da Europa de então. Ficou a magia do futebol como capaz de aproximar países e pessoas. Como, aliás, ficou demonstrado no Brasil, na recente Copa, que, 7x1 à parte, proporcionou uma inesquecível festa nas ruas com a invasão pacífica de torcedores de todas as raças, procedências, cores e paixões.
VEJA  VÍDEO DA FIFA SOBRE O HISTÓRICO JOGO QUE PAROU A GUERRA POR ALGUNS INSTANTES, CLIQUE AQUI 


domingo, 21 de dezembro de 2014

Pesquisa Brasileira de Mídia 2015: saiba quem está falando com você



Maior levantamento sobre os hábitos de informação dos brasileiros, a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM 2015) confirma que brasileiros passam mais tempo navegando na internet do que assistindo TV. No entanto os dados mostram a televisão ainda como meio de comunicação predominante (maioria dos entrevistados diz assistir); o rádio continua o segundo meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros; e os jornais são os veículos mais confiáveis. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), nesta sexta-feira (19), no Palácio do Planalto.

Durante apresentação da PBM 2015, ministro Thomas Traumann destacou que o brasileiro tem migrado de forma consolidada para os meios digitais. Foto: Iano Andrade - Gabinete Digital/PR.
Durante apresentação da PBM 2015, ministro Thomas Traumann destacou que o brasileiro tem migrado de forma consolidada para os meios digitais. Foto: Iano Andrade – Gabinete Digital/PR.
Os usuários de internet ficam conectados, em média, 4h59 por dia durante a semana e 4h24 nos finais de semana, superior ao tempo médio que brasileiros ficam expostos ao televisor, respectivamente 4h31 e 4h14. Praticamente a metade dos brasileiros, 48%, usa internet. O percentual de pessoas que a utilizam todos os dias cresceu de 26% na PBM 2014 para 37% na PBM 2015. O hábito de uso da internet também é mais intenso do que o obtido anteriormente. De acordo com a pesquisa de 2014, o tempo médio conectado era 3h39 por dia durante a semana e 3h43 nos finais de semana.
“Uma função dessa pesquisa é orientar a aplicação dos recursos do governo em publicidade. Tem que levar em consideração que a internet cresce como meio de comunicação mais utilizado, que os jornais são mais confiáveis, mas têm uma penetração menor. Que a TV tem um alcance gigante, mas capta menos a atenção das pessoas, todas essas informações serão levadas em consideração”, disse o ministro da Secom, Thomas Traumann.
Mais do que as diferenças regionais, são a escolaridade e a idade dos entrevistados os fatores que impulsionam a frequência e a intensidade do uso da internet no Brasil. Entre usuários com ensino superior, 72% acessam à internet todos os dias, com uma intensidade média diária de 5h41, de 2ª a 6ª-feira. Entre as pessoas com até a 4ª série, os números caem para 5% e 3h22. Na faixa de 16 a 25, 65% dos jovens se conectam todos os dias, em média 5h51 durante a semana, contra 4% e 2h53 dos usuários com 65 anos ou mais.
O uso de telefones celulares para acessar a internet já compete com o uso por meio de computadores ou notebooks, 66% e 71%, respectivamente. O uso de redes sociais influencia esse resultado. Entre os internautas, 92% estão conectados por meio de redes sociais, sendo as mais utilizadas o Facebook (83%), o Whatsapp (58%) e o Youtube (17%).

Televisão
Apesar do tempo médio conectado na internet ser maior, a televisão segue como meio de comunicação mais utilizado pela população. De acordo com a pesquisa, 95% dos entrevistados afirmaram ver TV, sendo que 73% têm o hábito de assistir diariamente. O tempo que o brasileiro passa exposto ao televisor diariamente também cresceu em relação à PBM 2014 que eram 3h29 de 2ª a 6ª-feira, e 3h32 nos finais de semana (4h31 e 4h14, respectivamente na PBM 2015).

Rádio
O rádio continua o segundo meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros, mas seu uso caiu na comparação entre a PBM 2014 para a PBM 2015, de 61% para 55%. Em compensação, aumentou a quantidade de entrevistados que dizem ouvir rádio todos os dias, de 21% em 2014 para 30% em 2015.

Jornais e revistas
Permaneceu estável o percentual de brasileiros que leem jornais ao menos uma vez por semana entre as duas rodadas da PBM: 21%. Apenas 7% leem diariamente, sendo a 2ª-feira o dia da semana mais mencionado pelos leitores (48%). A escolaridade e a renda dos entrevistados são os fatores que mais aumentam a exposição aos jornais: 15% dos leitores com ensino superior e renda acima de cinco salários mínimos leem jornal todos os dias. Entre os leitores com até a 4ª série e renda menor que um salário mínimo, os números são 4% e 3%.
O uso de plataformas digitais de leitura de jornais ainda é baixo: 79% dos leitores afirmam fazê-lo mais na versão impressa, e 10% em versões digitais.
Foi detectado cenário semelhante ao dos jornais em relação às revistas: 13% dos brasileiros leem revistas durante a semana, número que cresce com aumento da escolaridade e da renda dos entrevistados. Versões impressas (70%) são mais lidas do que versões digitais (12%).
Mesmo que sejam baixas a frequência e a intensidade de leitura de jornais e revistas, eles são os meios de comunicação com maior nível de atenção exclusiva. Entre os leitores de jornal, 50% disseram não fazer nenhuma outra atividade enquanto o consome. Entre os de revista, 46%.

Fonte: Blog do Planalto. Leia mais, clique AQUI

Deu no Portal Imprensa; a mais-valia vai acabar 'seu' Ademar?

por BQVManchete
Solidários aos fotógrafos que estão sendo demitidos, repórteres britânicos se negam a trabalhar como dublê de fotógrafos. Deu no Portal Imprensa. Leia, clique AQUI

Comentário do blog (para não confundir com a nota do Portal Imprensa): a prática já é comum no Brasil. E, claro, o fotojornalismo sai perdendo. Especialmente em viagens, jornais e revistas optam por enviar apenas o repórter levando uma câmera digital, o photoshop corrige falhas de iluminação, a edição refaz enquadramentos e a economia está feita. Só a qualidade costuma ser irrecuperável. A carga dupla também pode afetar o trabalho do repórter. Preocupado em fotografar ou fazer vídeos, ele corre o risco de perder pistas, neglicenciar informações e fatos que acontecem em segundos, especialmente durante reportagens factuais. Veja em post anterior deste blog (abaixo) "As Melhores fotos de 2014", segundo o site Mashable. Você vai entender o que estamos tentando dizer. Não é uma boa prática a jornada dupla do repórter transfigurado em fotógrafo mas, a despeito da luta dos colegas do Reino Unido, será difícil fazer reverter esse quadro. É mais-valia 'seu' Ademar, que não vai acabar.

Rodrigo Caetano, ex-Vasco, agora Flamengo: o óbvio ululante de Nelson Rodrigues...

Foto: Reprodução Jornal O Dia
por Omelete
O Flamengo não ganha nada há muito tempo. Tá explicado. Só agora vai entrar nas competições para ganhar. Rodrigo Caetano descobriu o problema.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Previsões de Allan Richard Way para 2015

por Omelete
Allan Richard Way é um famoso astrólogo, hoje com 96 anos, residente em Londres. Durante anos, colaborou com a revista Manchete. Sempre foi, e continua, antenado com o Brasil. Dizem que jamais deu entrevistas. Às vezes suas previsões eram entregues na sucursal da Manchete em Paris por um motoboy indiano. Exigia que o pagamento fosse em libras, no ato. Na maioria das ocasiões, o jornalista Robert McPherson fazia a ligação entre Allan Richard Way e o Célio Lyra, responsável pelo departamento de relações exteriores da Bloch.
ARW é cego mas mantém até hoje como assistente um ex-monje tibetano (este largou a clausura para se casar com uma prostituta romena) que lhe faz um clipping diário, em braille, das principais notícias. Allan Richard Way não faz mais previsões regularmente. Mas, como no ano passado, este blog foi surpreendido com uma mensagem (com indicação de que não poderia ser respondida já que o endereço é bloqueado) com os rumos de alguns acontecimentos em 2015 devida e fielmente traduzidos:
 from:arw2014,corp (classified staff)
to:paocomovo2008@gmail.com
assunto:by order ARW
-  "A Corte Suprema julgará a 'mulher presidente impedida'. Assumirá o cargo um ex-militar que não estupra mulher que não mereça.
- A delação premiada passará a ser obrigatória desde o primeiro grau escolar. O prêmio será sorteado pela Caixa Econômica semanalmente.
- Alguns juízes brasileiros serão oficialmente, por medida legal, reconhecidos como Deuses para evitar casos como do magistrado detido na Lei Seca. Os cidadãos inferiores deverão saudá-los nas ruas, curvando as costas em ângulo de 90 graus. Os mais idosos incapazes de fazer a saudação protocolar poderão se deitar no chão à passagem dos sagrados magistrados.
- A falta d'água no estado-locomotiva do país vai se agravar. Os poderosos no poder naquela capitania farão leis para cotas de água obrigatórias para deputados, vereadores, governador e secretários, além de ilustres do poder judiciário. Os mais ricos terão prioridade para adquirir o precioso líquido. Os mais pobres serão alvo do programa social chamado "mijo para todos", ou seja, usinas de conversão de urina vão abastecer favelas, bairros populares e de classe média baixa.
- Um tal de Big Wolf será nomeado no futuro governo ministro plenipotenciário.
- A inflação vai a 327%, um pouco abaixo das previsões dos colunistas de economia.
- Os juros vão a 86% surpreendendo os colunistas de economia que cravaram em 86,5%.
- O caso Petrobras será resolvido facilmente e não será mais problema de governo: a companhia será transferida para Paulo Roberto e o doleiro Youssef, já que as ações da empresa, em queda, passarão a valer menos do que o dinheiro repatriado dos delatores premiados.
- Hackers da Coréia do Norte revelarão que houve troca de mensagens de whatsapp entre o Papa Francisco e o treinador da seleção alemã. Sua Santidade pedia que em nome da caridade cristã os europeus parassem de fazer gol no Julio Cesar. Na negociação, o Papa queria que a goleada ficasse de bom tamanho em cinco gols e a Alemanha queria fechar em 10. Obama mediou para sete gols. Em troca, prometeu a Sua Santidade que restabeleceria relações com Cuba. Ficará finalmente explicado porque o Papa se meteu na questão cubana.
- Construtoras brasileiras não poderão mais fazer obras do governo. A oposição e a base aliada resolverão que para garantir a lisura do processo e a qualidade dos serviços apenas construtoras paraguaias vencerão as licitações.
- Sarney, que havia dito que encerraria a carreira política, anunciará sua candidatura a vereador em São Luis em 2016. Em discurso aos brasileiros e brasileiras dirá que vai começar tudo de novo e pretende concorrer à Presidência nas eleições de 2026. Enquanto isso lançará ainda em 2015 dois livros para completar a trilogia iniciada com "Marimbondos de Fogo". Chegarão às livrarias "Abelhas em Chamas" e "Besouros em Labaredas".
- Um ano antes dos Jogos, o ginasta Diego Hippolito pedirá em entrevista coletiva na TV que o Brasil não espere que ele conquiste medalha nas Olimpíadas de 2016. Considera-se muito novo ainda, mas promete que em 2032 terá grande chance de conquistar um ouro.
-  Dizendo-se cansados de receber ataques e ameaças, alguns colunistas identificados com a direita fundarão a organização "Somos Sábios" (SS). alegam que precisam de proteção contra ameaças comunistas.
- Depois de "O irmão alemão", Chico Buarque vai lançar mais dois livros: "O cunhado turco"  e "A prima haitiana".
- Segundo o IBGE, a expectativa média de vida dos brasileiros passará para 86, os homens, e 92 anos, as mulheres. As fãs de Roberto Carlos comemorarão durante um show do cantor a bordo de um navio.
- A diretoria do Flamengo vai pedir à Fifa que, além do título de campeão brasileiro de 1985, vencido pelo Sport, reconheça outros torneios mundiais que o time ganhou: cuspe à distância (1922, 1929 e 1931), de Purrinha (1932, 1946, 1957), Pacman (1992,1993), Queimado (1938, 1958, 1962), Super Mario Bros (1990)  e Amarelinha (1986, 1988).
- O PSDB vai mudar o nome para UDN.
- Depois do Templo de Salomão, o "bispo" Macedo vai construir no centro de São Paulo o palácio de Ben Hur, o deserto de Moisés, o cafofo de Salomé, o Mar Morto, o rio Jordão e a Arca de Noé.
- Cientistas vão descobrir a cura do câncer. Mas só pra quem tiver plano de saúde gold.
- Mais pessoas que postarão ofensas racistas ou gritarão "macaco" em estádios de futebol serão condenadas no Brasil. As penas rigorosas vão  variar de "prestação de serviços à comunidade" em resorts e navios de cruzeiros a "viagens obrigatórias de reeducação" a Paris, Roma, Nova York e Londres. Os racistas poderão levar suas famílias que se encarregarão de vigiá-los. Não estarão impedidos de consumir bebidas alcoólicas mas terão que obedecer a uma cota de não mais do que cinco garrafas de Don Pérignon por dia. Os que desobedecerem serão, aí sim, condenados a penas quase insuportáveis. Terão que ler os livros do Paulo Coelho, ouvir as músicas de Anitta, ler as crônicas do Jabor, assistir aos jogos do Botafogo, comprar pay-per-view do BBB Brasil, passar as férias na Síria, fazer parte da bancada do Manhattan Connection, ser jurado do Domingão do Faustão e beber água da torneira em São Paulo,
- Os processos do mensalão tucano e do propinoduto do metrô de São Paulo finalmente chegarão ao fim. Os indiciados serão absolvidos. A sentença será curta e terá apenas uma linha: "Desculpe aí, foi mal".
- Como, segundo os formadores de opinião, o Velho Chico vai secar, o Congresso aprovará projeto para transformar os grandes canais para transposição do São Francisco em pistas de skate.
- Galvão Bueno nega que vá se afastar e anuncia que narrará as Copas de 2018, 22, 26, 30 e 34. Mas prefere deixar em aberto se estará ou não na Copa de 2038.
- O PSDB entrará com uma ação no Supremo, logo no começo de 2015, denunciando fraude nas eleições presidenciais de 2018.
- Dunga pedirá demissão do cargo de treinador da seleção brasileira. Entregará a carta no Chile ao ver os jogadores entrarem em campo chorando para o primeiro jogo da Copa América de 2015.
- A Ponte Costa e Silva não vai mais mudar de nome mesmo depois que o ditador foi criminalizado pela Comissão da Verdade. Mas um decreto dirá que serão homenageados, a partir de 2015, dois ídolos de países-irmãos: Costa Pereira, grande ex-goleiro da seleção portuguesa e Leônidas da Silva, lendário atacante brasileiro.'
- Depois do auxílio iPhone 5", os políticos vão aprovar novos benefícios. Serão criados o "auxílio Las Vegas", para o caso de suas excelências precisarem encontrar um eleitor nos cassinos; o "auxílio guardanapo", que cobrirá visitas necessárias ao cumprimento do mandato no restaurante La Tour, em Paris; o "auxílio ilha em Angra", para redigir projetos com tranquilidade; o "auxílio umas & outras" para pagar uísque e champanhe em eventuais confraternizações com os eleitores; e o "auxílio dona Encrenca", para aqueles que sufragam um plano B.  
- Desiludida com a luta revolucionária, a ativista Sininho vai descolar um emprego como figurante das novelas bíblicas da Record.
- Os cartolas do vôlei irão a julgamento por desvio de verbas de patrocínio. Mas seus advogados dirão que eles não entenderam bem a expressão "forçar o saque", tão comum nas quadras e por isso sacaram, inocentemente, o dinheiro do Banco do Brasil. Vão argumentar que não cometeram crime, no máximo foi uma falta técnica.

Gabriel Medina, o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe

Foto Trevor Moran/Redbull


Foto Trevor Moran/Redbull
Pela primeira vez na história, um surfista brasileiro é campeão mundial. Mas não é só isso, desde 1977 que um surfista que não fosse norte-americano ou australiano não vencia o mundial. Gabriel Medina, 20 anos, paulista de Maresias, começou a surfar aos 9 anos de idade. Ontem, batendo estrelas como Mick Fanning e Kelly Slater, na praia de Pipeline, no Havaí, ele subiu ao pódio quebrando a hegemonia dos Estados Unidos e da Austrália (só em 1977 um sul-africano (Shaun Thomson) venceu o mundial.

Editores do Mashable escolhem as melhores fotos de 2014, entre elas, uma imagem do Réveillon de Copacabana


Fogos de artifício e saudação a 2014 na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro. Foto de Yasuyoshi Chiba/Getty Images. Reproduzida do site Mashable, link abaixo


Veterinária retira estilhaços de bala que estavam alojados no corpo de uma gorila. Foto Sutantan Aditya/AFP/Getty Images. Reproduzida do site Mashable, link abaixo

Multidão desfilas nas ruas de São Petersburgo, Rússia, no Dia da Vitória, carregando fotos de antepassados mortos na Segunda Guerra Mundial. Foto Dimitry Lovestky/AP. Reproduzida do site Mashable, link abaixo

Estudantes brincam em uma escola em Sukandebi, Indonésia, no momento em que um vulcão (Monte Sinabung) entra em erupção. Foto Binssar Bakara/AP. Reproduzida do site Mashable, link abaixo. 
Polícia americana reprime protesto em Fergunson onde a comunidade negra se insurgiu contra o assassinato de jovens por policiais brancos. Uma onda de crimes semelhantes, de teor racista, assolou o país em 2014 Foto Jeff Roberson/AP. Reproduzida do site Mashable, link abaixo

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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Alô, racista, intolerante, preconceituoso, a barra vai pesar pra você na internet... um software vai te pegar

Secretaria de Direitos Humanos anuncia maior rigor na luta contra os crimes de ódio na internet. Um novo software vai varrer a rede em busca dos criminosos. Foto Marcos Santos/USP Imagens
 A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) anunciou nessa segunda-feira (15) a utilização de uma ferramenta que vai mapear a ocorrência de crimes de ódio na internet. O software vai coletar dados e identificar redes que se reúnem para fazer ofensas a grupos de pessoas. A ferramenta será o pilar das atividades do Grupo de Trabalho contra Redes de Ódio na Internet, criado em novembro para monitorar e mapear crimes contra direitos humanos nas redes sociais. “A gente tem acompanhado e se preocupado com o crescimento desses crimes de ódio, que são incentivados e divulgados na internet. Já está mais do que na hora de a gente criar mecanismos para rastrear e retirar isso da rede”, disse a ministra da SDH, Ideli Salvatti, à Agência Brasil. Ela citou o caso de uma mulher que, em maio, foi espancada até a morte por moradores de Guarujá, em São Paulo, após um falso rumor ter se espalhado nas redes sociais de que ela praticava rituais de magia negra com crianças. Com base nas informações coletadas pelo software, o grupo de trabalho, cuja reunião de instalação ocorreu ontem, poderá encaminhar denúncias ao Ministério Público ou à Polícia Federal. Três casos já estão sendo analisados, com base em denúncias recebidas pela Ouvidoria da SDH. Um deles remete ao último episódio envolvendo os deputados federais Maria do Rosário (PT-RS) e Jair Bolsonaro (PP-RJ), na semana passada, quando o parlamentar disse que só não estupraria a deputada porque ela “não merece”. Um rapaz postou foto em uma rede social “ameaçando a deputada Maria do Rosário de estupro”, de acordo com a SDH. Mais dois casos tratam de um site nazista e outro que prega a violência contra mulheres. “Vamos documentar, avaliar os três casos e, na quinta-feira [18], devemos dar os encaminhamentos cabíveis, no sentido de tirar do ar, encaminhar para inquérito da Polícia Federal ou para providências do Ministério Público Federal”, explicou Ideli.
Fonte: Agência Brasil

USA Today publica galeria de fotos de 2014. Vale a pena conferir...

Parque aquático em Suining, China. Todo mundo combinou ir à piscina na mesma hora? Que nada, essa é a rotina do lugar. Foto AFP/Getty Images, que o USA Today reproduz em galeria especial. Veja link nesta página

Um pequeno avião sobrevoa o vulcão Bardarbunga, na Islândia. Foto de Bernard Meric, AFP/Getty Images, que o USA Today reproduz em galeria especial. Veja no link abaixo.

2014: o ano em fotos. Veja mais no USA Today, clique AQUI

2014: o ano em que os drones se consolidaram como ferramenta da mídia...

Passeatas, protestos, desastres naturais, guerras, paparazzi de celebridades, eventos esportivos, shows, muitos acontecimentos foram sobrevoados, fotografados e filmados por drones, Embora o uso dos pequenos helicópteros ainda dependa de regulamentação na maioria dos países, incluindo o Brasil, muitos veículos ou profissionais independentes já os adotam em certas coberturas. Uma coisa é certa: os drones vieram para ficar, daqui para a frente serão aperfeiçoados e regulamentados e se tornarão equipamento-padrão em coberturas jornalísticas.
Veja o vídeo no Mashable, clique AQUI

Mídia impressa perde espaço mas ainda resiste

Segundo o site Crain's, a perspectiva para a mídia impressa, nos Estados Unidos e no Canadá, deu uma guinada para pior. Ao todo, 91 títulos foram encerrados em 2014, em comparação com os 51 veículos impressos fechados em 2013. A boa notícia é que, embora com tiragens menores e focando certos nichos de leitores, ainda foram lançados 148 títulos em 2014, a maioria publicações de negócios e economia, contra 150 novos títulos em 2013.

People: a capa que mais vendeu em 2014 e a edição com maior encalhe...

A morte de Robin Williams abalou o mundo do cinema e os fás, mas a redação da People não ficou muito triste: a revista vendeu 1.169.800 cópias. Já a capa de Hillary Clinton foi um fracasso: apenas 503.890 revistas vendidas. Esse "apenas" é relativo se comparado com os números das revistas brasileiras, que vivem grave crise. Aqui, 500 mil exemplares seriam motivo de muita comemoração.
Os números acima foram divulgados pelo site Adweek, que publica outras comparações. Clique
AQUI









Roberto Muggiati escreve: o clique zen de Cartier Bresson (com a Leica na mão, ele flagrou a magia do cotidiano):









LEIA A MATÉRIA NA REVISTA MIT, CLIQUE AQUI

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

"A outra face das fotos": no livro do fotógrafo Aguinaldo Ramos, que trabalhou na Manchete e no JB, a vida por trás das imagens...


O autor de "A outra face das fotos", revela a história surpreendente dessa foto que foi publicada na revista Fatos & Fotos. Foto de Aguinaldo Ramos reproduzida do livro "A outra face das fotos"

Foto de Aguinaldo Ramos reproduzida do livro "A outra face das fotos"

Brizola, 1982. Foto de Aguinaldo Ramos reproduzida do livro "A outra face das fotos" 
por José Esmeraldo Gonçalves
A fotógrafo Aguinaldo Ramos lançou recentemente o livro “A Outra Face das Fotos – Reminiscências e elucubrações sobre a arte e a prática do fotojornalismo”. No texto de apresentação, o autor define o livro como “uma recuperação afetiva” do tempo em que trabalhou como fotojornalista na imprensa carioca. Aguinaldo conta que, depois de fazer os cursos básicos do Senac e de um período como assistente do fotógrafo Marcelo Ribeiro, em Niterói, encarou o “vestibular” que era o processo de seleção de candidatos ao Curso Bloch de Fotografia. A comparação não tem nada de exagerada: eram cerca de 850 postulantes a 30 vagas e, destes, apenas dez eram convidados a um estágio de três meses na editora. Aguinaldo acabou trabalhando por quase uma ano para as revistas Fatos&Fotos, Manchete, Amiga, Manchete Esportiva, Desfile, entre outras publicações da Bloch. “Foi uma experiência marcante”, diz. “Estava cercado por expoentes da Fotografia, a começar pelo chefe, Gervásio Batista, hoje o decano do fotojornalismo brasileiro, e mais Indalécio Wanderley, Antonio Rudge, Gil Pinheiro, Sérgio de Souza e os mais novos e já prestigiados Frederico Mendes e Carlos Humberto TDC, entre muitos outros, e lamento não citar cada um”, completa.  
O passo seguinte, após a temporada nas redações do Russell, foi o Jornal do Brasil, onde trabalhou durantes seis anos, até 1986, quando deixou o jornal para abrir uma agência de fotografia, a Fotossíntese, através da qual prestou serviços ao Estadão, Folha, IstoÉ, Veja e outros veículos, antes de se fixar no mercado corporativo. Atualmente, Aguinaldo volta-se para os interesses acadêmicos e literários, “que ajudaram a resultar neste livro”, explica. Em um dos capítulos, Aguinaldo revela um dilema relativamente comum entre os fotógrafos: interferir ou não no objeto ou situação fotografada.  Mas não é apenas uma questão de fotógrafos. Há casos folclóricos de repórteres que fantasiaram excessivamente suas narrativas. 
Enquanto lia “A outra face das fotos”, lembrei-me de um caso que o tempo tornou mais engraçado do que criticável.  

Folclore de redação: uma questão de ética ou de etílico?

Certa vez, um repórter de muita imaginação e teor alcoólico eventualmente acima do resto da humanidade viajou para a Amazônia e o Centro-Oeste. Sua pauta era a vida nos garimpos ilegais. O parceiro era um fotógrafo brilhante que sofria de surdez quase total mas se recusava a usar aparelho auditivo. A dupla ficou fora por mais de duas semanas, o que era normal, mas inteiramente fora de contato, o que era preocupante. Quando finalmente eles voltaram e entregaram texto e fotos, o editor ficou intrigado: estavam lá as cenas do garimpo, alguns depoimentos, imagens das bombas hidráulicas que reviravam o fundo dos rios, barracos, garimpeiros preparando o rango, mas especialmente nos trechos mais dramáticos (garimpos ilegais costumam ser ambientes extremamente violentos e precários) as fotos não combinavam em nada com a reportagem. Como o repórter alegou que estava com uma perna machucada e pediu dois dias de folga, o editor recorreu ao fotógrafo em busca de explicações. Este, relutante, disse que nada vira e, claro, nada ouvira. Não quis “entregar” o colega, mas deu a entender que algo não tinha corrido muito bem. Normalmente, em matérias nessas regiões de difícil acesso, a equipe solicitava algum apoio logístico a órgãos federais ou estaduais, além de entrevistar autoridades responsáveis pelo problema ou tema focalizados. Uns dois dias depois da volta da dupla, um secretário de governo liga para a redação preocupado porque o repórter que o entrevistou lhe pareceu extremamente “alegre”, além de não ter anotado nada. O fato de o tal secretário ter ligado apenas para o editor da revista, e não para um dos diretores, somado à boa imagem do repórter (sóbrio, era um excelente profissional) contribuiu para aliviar a situação, ninguém foi demitido, mas a reportagem não foi publicada. O jornalismo perdeu, então, um eletrizante relato do repórter, com tons de Hemingway,  contando como esteve encurralado no meio de uma ponte de madeira pelo tiroteio entre grupos rivais de garimpeiro. Segundo ele, os garimpeiros usavam fuzis M-16, não por acaso as armas adotadas pelos marines na guerra do Vietnã. O repórter, segundo o texto, ainda foi sequestrado e mantido em um cativeiro, na verdade um buraco cavado na floresta, onde passou três dias comendo apenas tapioca. Havia na matéria uma personagem, uma “prostituta linda”, que seria uma americana procurada pela Interpol e que havia se apaixonado por um garimpeiro que, por sua vez, era ex-guerrilheiro do Sendero Luminoso. A "matéria" era ótima, dava um filme, prendia o leitor desde a primeira linha. Infelizmente, não havia câmera capaz de captar as cenas tão imperdíveis quanto imaginárias. Além disso, onde estaria o fotógrafo? Segundo a versão que se espalhou depois pelos corredores, tentando convencer o repórter a deixar a “marvada” de lado e apurar o mínimo que fosse da “vida no garimpo”.  
Era conhecida também a tática de um outro fotógrafo que costumava ser escalado para cobrir consequências de enchentes e desabamentos e levava na mochila uma boneca meio desgrenhada,  já previamente enlameada. No local, assim como quem não queria nada (apenas uma foto de abertura) deixava a boneca cair na ribanceira. Depois, era só enquadrá-la em primeiro plano, com a devastação ao fundo. Em graves acidentes, uma ligeira mexida na cena ajudava a dramatizar a imagem: um par de sapatos, um pé caído, o outro improvavelmente pousado no asfalto à frente do carro, ônibus ou trem destruído garantiam a composição e a profundidade da foto. São “causos” que viraram “lendas urbanas” contadas e recontadas no Lamas, no Capela, no Planalto e outros bares frequentados pela rapaziada que trabalhou na Manchete.

O 'morto' muito vivo na foto de abertura 

No livro, Aguinaldo Ramos dá sua contribuição ao chamado folclore de redação. Ele conta que ao fazer uma reportagem sobre criminalidade para a Fatos & Fotos percorreu a Baixada Fluminense e o subúrbio do Rio durante dois ou três dias sem conseguir uma cena impactante. “No dia do fechamento,” – relata – “mais uma vez, saímos em direção a Nova Iguaçu. Chegando à Avenida Brasil, o repórter (e vamos deixá-lo incógnito...) indicou ao motorista: ‘Vira aí, vamos para a Quinta da Boa Vista’. (...)  “Sim, mas eu preciso de uma foto de abertura”.  ‘Deixa comigo”, disse o repórter. Na Quinta, deu-se a “armação”. O repórter pediu ao motorista que posasse teatralmente, sem camisa, largado na grama, mãos amarradas, como se fosse mais uma vítima fatal da violência urbana. “No correr dos preparativos”, narra o fotógrafo, “vieram chegando uns garotos curiosos, um deles de bicicleta, e pararam ao fundo”. Com todos os elementos em foco, Aguinaldo registrou a cena.  “Nem perguntei que história o repórter  contou ao editor. Saiu publicada em página dupla, para orgulho do motorista, que vivia (ainda bem) mostrando a todos. O repórter teve que dar muitas explicações aos “coleguinhas”, repórteres concorrentes, que não tinham registro daquele “presunto” tão elegante”.
Além desse fato que daria um vídeo do “Porta dos Fundos”, Aguinaldo reúne no livro fotos marcantes da sua carreira, como uma famosa imagem de Luiz Carlos Prestes, embarcando em um táxi em frente à Polícia Federal; Fernando Gabeira diante do consulado americano, ao voltar do exílio, em 1979; e Brizola pulando uma fogueira, em 1982. 
O autor revela, de cada foto,  as circunstâncias por trás das imagens. A memória do jornalismo carioca agradece.





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