A Justiça acaba de determinar que os clássicos envolvendo Botafogo, Vasco, Fluminense e Flamengo serão realizados no modo torcida única. Apenas os torcedores do clube mandante serão admitidos nos estádios.
É uma pena.
O futebol brasileiro já sofre com a exportação de seus melhores craques. Os clubes não resistem à força do euro e, já há alguns anos, estão nas mãos de empresários que vendem não apenas os jogadores formados como as promessas que se destacam nas divisões de base, até nas sub-sub 17.
A ausência de nomes identificados com as torcidas enfraquece o espetáculo.
Não por acaso, as crianças estão dando preferência a camisas de clubes europeus, assim como a audiência na TV dos jogos das ligas da Alemanha, Inglaterra e Espanha é crescente.
Mas o maior problema dos estádios são as torcidas organizadas. Especialmente aquelas que nem merecem mais o nome de torcidas: são facções organizadas. Muitos daqueles adeptos dessas facções que se envolvem em assassinatos e brigas violentas estão ligados a organizações de traficantes, mesmo que por tabela. A polícia está careca de saber disso. O fato de a torcida de apenas um clube ter permissão para ir ao estádio não necessariamente acabará com a violência. Torcedores violentos de um mesmo clube mas moradores de comunidades pertencentes - a palavra é essa, eles são donos - a facções criminosas diferentes vão continuar se enfrentando, provocando mortes entre os beligerantes ou entre inocentes que ainda se arriscam a ir aos estádios.
Para eles, o que menos importa é o jogo e a bola rolando. Provavelmente muitos não sabem sequer a escalação dos jogadores dos seus time. Passam o jogo olhando para o "inimigo", não para o gramado. Estão ali para demonstrar força, como "soldados" que representam territórios e seus chefes.
Anos atrás, foi rejeitada e sofreu críticas uma iniciativa do governo federal para cadastrar os integrantes das facções de torcedores. A identificação permitiria não só investigação em casos de crimes como levaria aos grupos de bandidos infiltrados.A Inglaterra consegui reduzir a ação dos seus hooligans implantando controles semelhantes e investigando a bandidagem. Mas aqui apenas planejar algo assim foi considerado uma ameaça aos direitos desses elementos.
Ao condenar qualquer limitação aos criminosos, as críticas só ajudaram a acelerar a contabilidade de vítimas fatais e a afastar dos estádios os verdadeiros torcedores.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Viu isso? Flashmob recria obra de Rembrant. E tudo ao som de Beethoven
Ao som de Beethoven, o Rijksmuseum, em Amsterdam, deu vida em animada flashmob ao quadro "A Ronda Noturna", de Rembrandt.
O filme foi gravado em um shopping.
O quadro foi pintado em 1642 e retrata arcabuzeiros da Holanda.
O vídeo faz parte de uma campanha para atrair visitantes e comemorar a reabertura do museu, em abril, após 10 anos de reformas.
VEJA AQUI
Memória do carnaval carioca: como o Rio sambava e brincava em 1965
Um filme em Super 8 postado no You Tube e replicado em páginas do Facebook já foi visto por milhares de pessoas. São imagens raras feitas por amador, praticamente não editadas.
O filme ganha mais importância diante do fato de os arquivos de televisões da época guardarem pouquíssimo material dos anos 60.
Alguma coisa é possível rever nos acervos dos cinejornais. Mas a filmagem que você pode ver aqui (link abaixo) tem uma valiosa marca de autenticidade.
Não é um "filme de diretor", mas de um apaixonado pela folia popular a focalizar os tipos e ritos do carnaval carioca em 1965, ano do Quarto Centenário da cidade,
VEJA AQUI
Manchete no Carnaval 2017: cenas cariocas...
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| Os ensaios técnicos da escolas lotam o Sambódromo. Essa aí é o Salgueiro. Foto Alexandre Macieira/Riotur |
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| Comissão de frente da Unidos do Tuiuti acertando a coreografia. Foto Alexandre Macieira/Riotur |
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| No Imprensa que Eu Gamo. Pra quem quiser experimentar saiba que é uma misturinha de cachaça, leite condensado e hall preta. Estou falando da receita bebida... Foto Fernando Maia/Riotur |
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| O Spanta Neném, na Lagoa. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| Beleza pura no Me Esquece. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| Bateria nota 10. No Me Esquece. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| Anjo desgarrado no bloco Só o Cume Interessa, na Praia Vermelha, com o topo do Pão de Açucar, o cume homenageado, ao fundo. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| Bloco Céu na Terra. O recado das ruas para a reforma da Previdência do ilegitimo Temer, aquela que concede benefício só depois do popular requerente rebolar no cemitério. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| No Chame Gente. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| Chame Gente, São Conrado. Foto de Alexandre Vidal/Riotur |
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| No mesmo bloco, a la Mick Jagger. Foto |
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| Spanta Neném: abençoada pelo Redentor. Foto Fernando Maia/Riotur |
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| Cordão do Boitatá. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil |
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| Porta-bandeira do Boitatá. Não é mole a missão com o Rio 40 graus. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil |
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| Cordão do Boitatá. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil |
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Tem certeza de que o Rio está em crise? Talvez não. Em qual outro lugar do mundo você pode assistir a um sofisticado torneio de tênis e, em seguida, se quiser, degustar um baby beef sob patrocínio da renúncia fiscal? Zé Marmita também quer cantar funk ostentação...
por O.V.Pochê
A Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro é patrocinadora master do torneio de tênis Rio Open, no Jockey Club, a partir da próxima segunda-feira. A Lei do Incentivo ao Esporte e o Ministério dos Esportes também dão uma força. A renúncia fiscal costuma ser o atrativo para o apoio das marcas privadas. A Prefeitura do Rio entra como parceira oficial.
Curiosamente, até agora, matérias publicadas na mídia sobre o torneio omitem os patrocínios públicos que estão claramente explícitos no site oficial do Rio Open, na aba Patrocinadores.
Que que tá pegando? Os políticos normalmente gostam de badalar esses apoios que, afinal, angariam prestígio e mostram ao povão que as autoridades estão trabalhando. Até bancavam anúncios custosos para dar o recado. Avisar à galera eleitora, mesmo que o povão não possa ir ao Jockey por circunstâncias sociais que independem dos promotores do torneio.
Vá lá, a omissão do patrocínio público pode ter sido um esquecimento, um lapso que será corrigido nos próximos dias, Ou, quem, sabe, alguém achou melhor não atiçar as críticas ao uso de eventuais verbas públicas para um evento de elite no momento em que o país passa perrengue, o Estado do Rio de Janeiro está revezando a cueca pelo avesso porque não tem dinheiro para mandar lavar e a prefeituras já avisou - embora não se saiba de pôs em prática-, que 2017 é ano de aperto bíblico de cinto.
O momento é difícil, até o Secretário de Transportes do município está com o nome a perigo pendurado em dívidas de impostos que deve, não nega, mas quer pagar a perder de vista.
Tudo isso vem à tona diante das espantosas denúncias de que o Rio deixa de arrecadar quase 200 bilhões de reais em função da generosa distribuição de incentivos, sem critérios visíveis, enquanto o rombo fiscal nas contas, apesar de tudo, não chega a 55 bilhões de reais. segundo números que circulam na mídia.
Talvez os políticos tenham preferido não dar tanta visibilidade, pelo menos na mídia, à participação pública porque os tempos são de carne de pescoço. Isso e o fato de outra denúncia recente ter surpreendido os cariocas: carnes nobres, como bife de chouriço, baby beef, picanha e black angus servidas nos restaurantes mais seletivos recebem um tempero de renúncia fiscal.
Não importa se o Zé Marmita não sente nem o cheiro da iguaria: mesmo assim um pouco do imposto dele vai pro prato alheio.
Falei Zé Marmita? Beleza, então, já que é Carnaval vamos ouví-lo nesse sábado ensolarado enquanto o mundo ideal não chega: um evento privado bancado por dinheiro privado, com Zé Marmita na arquibancada pagando do próprio bolso e ainda degustando um baby beef sem incentivo fiscal e cantando um funk ostentação.
A Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro é patrocinadora master do torneio de tênis Rio Open, no Jockey Club, a partir da próxima segunda-feira. A Lei do Incentivo ao Esporte e o Ministério dos Esportes também dão uma força. A renúncia fiscal costuma ser o atrativo para o apoio das marcas privadas. A Prefeitura do Rio entra como parceira oficial.
Curiosamente, até agora, matérias publicadas na mídia sobre o torneio omitem os patrocínios públicos que estão claramente explícitos no site oficial do Rio Open, na aba Patrocinadores.
Que que tá pegando? Os políticos normalmente gostam de badalar esses apoios que, afinal, angariam prestígio e mostram ao povão que as autoridades estão trabalhando. Até bancavam anúncios custosos para dar o recado. Avisar à galera eleitora, mesmo que o povão não possa ir ao Jockey por circunstâncias sociais que independem dos promotores do torneio.
Vá lá, a omissão do patrocínio público pode ter sido um esquecimento, um lapso que será corrigido nos próximos dias, Ou, quem, sabe, alguém achou melhor não atiçar as críticas ao uso de eventuais verbas públicas para um evento de elite no momento em que o país passa perrengue, o Estado do Rio de Janeiro está revezando a cueca pelo avesso porque não tem dinheiro para mandar lavar e a prefeituras já avisou - embora não se saiba de pôs em prática-, que 2017 é ano de aperto bíblico de cinto.
O momento é difícil, até o Secretário de Transportes do município está com o nome a perigo pendurado em dívidas de impostos que deve, não nega, mas quer pagar a perder de vista.
Tudo isso vem à tona diante das espantosas denúncias de que o Rio deixa de arrecadar quase 200 bilhões de reais em função da generosa distribuição de incentivos, sem critérios visíveis, enquanto o rombo fiscal nas contas, apesar de tudo, não chega a 55 bilhões de reais. segundo números que circulam na mídia.
Talvez os políticos tenham preferido não dar tanta visibilidade, pelo menos na mídia, à participação pública porque os tempos são de carne de pescoço. Isso e o fato de outra denúncia recente ter surpreendido os cariocas: carnes nobres, como bife de chouriço, baby beef, picanha e black angus servidas nos restaurantes mais seletivos recebem um tempero de renúncia fiscal.
Não importa se o Zé Marmita não sente nem o cheiro da iguaria: mesmo assim um pouco do imposto dele vai pro prato alheio.
Falei Zé Marmita? Beleza, então, já que é Carnaval vamos ouví-lo nesse sábado ensolarado enquanto o mundo ideal não chega: um evento privado bancado por dinheiro privado, com Zé Marmita na arquibancada pagando do próprio bolso e ainda degustando um baby beef sem incentivo fiscal e cantando um funk ostentação.
VEJA E OUÇA "ZÉ MARMITA" NA VOZ DE MARLENE, CLIQUE AQUI
E VEJA O FUNK OSTENTAÇÃO "FIRMA DE LUXO", DE KONDZILLA. É TUDO O QUE O ZÉ MARMITA QUER SER AGORA. CLIQUE AQUI
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Ensaio fotográfico de alto risco: modelo arrisca a vida em um dos prédios mais altos do mundo
por Jean-Paul Lagarride
A modelo russa Viki Odintcova, 23, posou para um ensaio assinado pelo fotógrafo Alexander Mavrin no topo da Cayan Tower, um dos edifícios mais altos do Dubai, nos Emirados Árabes.
Em uma das imagens que ela própria postou, um dos assistentes de produção, também precariamente equilibrado, a segura com um das mãos a cerca de 300 metros de altura.
Viki, que tem mais de três milhões de seguidores nas redes sociais, ganhou alguns elogios pela coragem mas recebeu muitas criticas. "Bonita por fora, idiota por dentro", comentou um internauta.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
Ao receber o Prêmio Camões de Literatura, escritor Raduan Nassar critica o golpe e as ações repressivas do governo Temer: "Vivemos tempos sombrios, muito sombrios".
Leia o discurso de Raduan Nassar feito hoje de manhã, no Museu Lasar Segall, em São Paulo, diante de autoridades do Brasil e de Portugal.
Segundo a Folha de São Paulo, o ministro da Cultura do governo ilegítimo, Roberto Freire, foi vaiado quando subiu ao palco para responder ao escritor.
A Folha ainda afirma que Raduan deveria falar por último mas, prevendo ou tendo sido informado de que o discurso do agraciado seria político, Freire mandou inverter a ordem dos pronunciamentos para fazer um improviso agressivo final em resposta ao autor de "Lavoura Arcaica".
O clima foi de constrangimento, palavrões e algumas demonstrações de descontrole oficial.
Raduan falou o que 62% dos brasileiros (número dos que reprovam Temer, segundo recente pesquisa CNT/MDA) gostariam de dizer ao staff do PMDB no poder.
"Excelentíssimo Senhor Embaixador de Portugal, Dr. Jorge Cabral.
Senhor Dr. Roberto Freire, Ministro da Cultura do governo em exercício.
Senhora Helena Severo, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional.
Professor Jorge Schwartz, Diretor do Museu Lasar Segall.
Saudações a todos os convidados.
Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado no berço de nossa língua.
Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e meios acadêmicos lusitanos.
Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.
Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.
Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.
Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.
Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.
Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.
Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas
É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.
O golpe estava consumado!
Não há como ficar calado.
Obrigado"
Segundo a Folha de São Paulo, o ministro da Cultura do governo ilegítimo, Roberto Freire, foi vaiado quando subiu ao palco para responder ao escritor.
A Folha ainda afirma que Raduan deveria falar por último mas, prevendo ou tendo sido informado de que o discurso do agraciado seria político, Freire mandou inverter a ordem dos pronunciamentos para fazer um improviso agressivo final em resposta ao autor de "Lavoura Arcaica".
O clima foi de constrangimento, palavrões e algumas demonstrações de descontrole oficial.
Raduan falou o que 62% dos brasileiros (número dos que reprovam Temer, segundo recente pesquisa CNT/MDA) gostariam de dizer ao staff do PMDB no poder.
"Excelentíssimo Senhor Embaixador de Portugal, Dr. Jorge Cabral.
Senhor Dr. Roberto Freire, Ministro da Cultura do governo em exercício.
Senhora Helena Severo, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional.
Professor Jorge Schwartz, Diretor do Museu Lasar Segall.
Saudações a todos os convidados.
Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado no berço de nossa língua.
Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e meios acadêmicos lusitanos.
Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.
Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.
Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.
Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.
Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.
Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.
Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas
É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.
O golpe estava consumado!
Não há como ficar calado.
Obrigado"
Atriz de Harry Potter reinaugura a Playboy livre...
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| Reprodução |
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| Reprodução |
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| Scarlett Byrne como Pansy nos filmes de Harry Potter. Divulgação |
Byrne, agora com 26 anos, interpretou a menina Pansy Parkinson nos filmes da série Harry Potter. Enquanto a revista admite que eliminar a nudez das suas páginas foi um erro, ela ela escreve um artigo defendendo a sua liberdade de mostrar o corpo. .
A atriz é noiva Cooper Hefner, filho do fundador da Playboy, Hugh Herfner, e atualmente chefão da Playboy.
Faltou dizer...
Deu no Notícias da TV: "Os repórteres Leandro Stoliar e Gilson Fred Oliveira, detidos na Venezuela no último final de semana enquanto gravavam uma série de reportagens para o Jornal da Record, trabalhavam no país de forma ilegal, sem visto. Eles podiam apenas visitar o país como turistas, não como jornalistas profissionais. A Record tem omitido esse fato das reportagens em que se coloca como vítima de "prisão arbitrária" e de "censura".
LEIA MAIS, CLIQUE AQUI
A cara do Brasil...
O apresentador Marcos Ribeiro de Moraes, o "Marcão Chumbo Grosso", que chamou a cantora Ludmilla de “pobre e macaca” durante o programa "A Hora da Venenosa” - e foi, por isso, demitido da Record -, já está na boa: o SBT correu para contratá-lo.
"Marcão Chumbo Grosso" estreia na próxima segunda-feira, no jornalístico Primeiro Impacto.
O caso faz lembrar, embora remotamente e com sinais trocados, a atitude de alguns veículos nos tempos da ditadura militar. Ideologias à parte, O Globo, a Manchete e o JB receberam nos seus quadros alguns jornalistas perseguidos pela ditadura. Mesmo que vários deles fossem deslocados para funções e editorias menos expostas aos interesses do regime, mantiveram seus empregos. Um gesto louvável dos empresários da grande mídia considerando-se, até, que eles não se opunham à ditadura que ajudaram a implantar.
A "solidariedade" do SBT ao acolher um demitido também deve ter lá suas razões. E o próprio demitido tem seu direito ao trabalho, o que deve ser respeitado, assim como deveria ser respeitada a etnia da cantora ofendida. O gesto da emissora de Silvio Santos parece coerente com manifestações públicas de notórias figuras dos seus quadros. Não que sejam da legião dos perseguidos, muito ao contrário, na grande mídia atual e nas redes sociais o campo está muito favorável para corneteiros da repulsa aos pobres e às minorias, dos arautos do golpe e dos pregadores das reformas que deixarão a terra arrasada em matéria de direitos sociais dos menos favorecidos, o que vale dizer, a grande maioria da população.
Segundo o Estadão, Ludmila comentou em entrevista para a revista Glamour o rápido gesto do SBT em apoio ao "Chumbo Grosso".
"Quando ele foi demitido pela Record, eu pensei: "Caraca, fez bem, não está conivente com este tipo de ação e não concorda com este tipo de crime". Quando eu soube que o SBT o contratou, pensei: "Oi?". Não posso mudar nada. É algo que me assustou, e não imaginei isso".
"Marcão Chumbo Grosso" estreia na próxima segunda-feira, no jornalístico Primeiro Impacto.
O caso faz lembrar, embora remotamente e com sinais trocados, a atitude de alguns veículos nos tempos da ditadura militar. Ideologias à parte, O Globo, a Manchete e o JB receberam nos seus quadros alguns jornalistas perseguidos pela ditadura. Mesmo que vários deles fossem deslocados para funções e editorias menos expostas aos interesses do regime, mantiveram seus empregos. Um gesto louvável dos empresários da grande mídia considerando-se, até, que eles não se opunham à ditadura que ajudaram a implantar.
A "solidariedade" do SBT ao acolher um demitido também deve ter lá suas razões. E o próprio demitido tem seu direito ao trabalho, o que deve ser respeitado, assim como deveria ser respeitada a etnia da cantora ofendida. O gesto da emissora de Silvio Santos parece coerente com manifestações públicas de notórias figuras dos seus quadros. Não que sejam da legião dos perseguidos, muito ao contrário, na grande mídia atual e nas redes sociais o campo está muito favorável para corneteiros da repulsa aos pobres e às minorias, dos arautos do golpe e dos pregadores das reformas que deixarão a terra arrasada em matéria de direitos sociais dos menos favorecidos, o que vale dizer, a grande maioria da população.
Segundo o Estadão, Ludmila comentou em entrevista para a revista Glamour o rápido gesto do SBT em apoio ao "Chumbo Grosso".
"Quando ele foi demitido pela Record, eu pensei: "Caraca, fez bem, não está conivente com este tipo de ação e não concorda com este tipo de crime". Quando eu soube que o SBT o contratou, pensei: "Oi?". Não posso mudar nada. É algo que me assustou, e não imaginei isso".
Dizem que o novo slogan do SBT para 2017 é "A cara do Brasil".
Tá explicado.
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Atualização às 13h24:
Citada pelo portal IG, a coluna “Sem Intervalo”, de “O Estado de São Paulo”, registra que "o mais novo reforço do jornalismo da casa não foi recebido com entusiasmo pelos colegas de trabalho. À coluna, um repórter do SBT comentou: “Se já era éramos motivo de piada por ter Dudu Camargo como âncora, agora a situação só piora”.
Dudu Camargo, como se sabe, é o rapaz de 18 anos, sem formação, que Sílvio Santos escalou para comandar um dos programas jornalísticos do SBT. O âncora-júnior já acumula gafes.
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Atualização às 13h24:
Citada pelo portal IG, a coluna “Sem Intervalo”, de “O Estado de São Paulo”, registra que "o mais novo reforço do jornalismo da casa não foi recebido com entusiasmo pelos colegas de trabalho. À coluna, um repórter do SBT comentou: “Se já era éramos motivo de piada por ter Dudu Camargo como âncora, agora a situação só piora”.
Dudu Camargo, como se sabe, é o rapaz de 18 anos, sem formação, que Sílvio Santos escalou para comandar um dos programas jornalísticos do SBT. O âncora-júnior já acumula gafes.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Festival de Cinema de Berlim: cineastas denunciam em carta crise democrática e ilegitimidade do atual governo brasileiro
"Para a comunidade cinematográfica internacional"
"Estamos vivendo uma grave crise democrática no Brasil. Em quase um ano sob esse governo ilegítimo, direitos da educação, saúde, trabalhistas foram duramente atingidos. Junto com todos os outros setores, o audiovisual brasileiro, especialmente o autoral, corre sério risco de acabar. A diretoria da Ancine (Agência Nacional de Cinema) está agora em processo de substituição de dois de seus quatro diretores, que serão anunciados pelo ministério do atual governo.
O Brasil é formado por uma diversidade étnica-racial-cultural-religiosa e de gênero gigantesca. E a consciência dessa pluralidade tem se mostrado peça-chave na hora de planejar os programas educacionais, econômicos, culturais e de saúde do nosso país.
Na política do audiovisual brasileiro, não foi diferente. Nos últimos anos, a Ancine tem direcionado suas diretrizes observando com atenção esses muitos Brasis. Ampliou o alcance dos mecanismos de fomento, que hoje atingem segmentos e formatos dos mais diversos, do cinema autoral ao videogame; das séries de TV aos filmes com perfil comercial: do desenvolvimento de roteiro à distribuição.
O resultado é visível. O ano de 2017 começou com a expressiva presença de filmes brasileiros nos três dos principais festivais internacionais, totalizando 27 participações em Sundance, Rotterdam e Berlim. Não chegamos a esse patamar histórico sem planejamento, continuidade e diálogo entre Ancine e a classe realizadora, principalmente por meio de duas ações de fomento: a criação de uma lei que obriga os canais de TV a cabo a exibirem 3h30 de programação brasileira e a criação do Fundo Setorial do Audiovisual, que investe em várias linhas, em todos os tipos de audiovisual em qualquer fase de produção.
Entre as políticas do Fundo Setorial, gostaríamos de destacar, em especial, as políticas regionais, o edital de TV pública, o edital voltado para filmes de arte com perfil internacional, os editais e acordos de coprodução internacional.
As ações implementadas incidiram de forma positiva no setor audiovisual, que cresce 8,8% ao ano. Uma taxa superior à média do conjunto dos outros setores da economia brasileira, representando um valor adicionado de 0,54% na economia nacional. Esse percentual é maior do que o gerado pela indústria farmacêutica, de produtos eletrônicos e de informática, por exemplo.
O percurso trilhado nos últimos anos posiciona a Ancine e o Setor Audiovisual em possibilidade de aprimoramento de suas ações, com disposição para o diálogo e desenvolvimento de instrumentos capazes de proporcionar, em um curto espaço de tempo, um programa de ações afirmativas com recorte de raça e gênero em consonância com a pauta global que impõe a necessidade de aprimoramento e ajuste do setor audiovisual para garantia de maior representatividade e participação da população negra e das mulheres. E acreditamos, ainda, que deve ser incrementada uma política de formação de público, artística e técnica para que novas pessoas possam se qualificar e atuar em toda a cadeia da produção audiovisual. Além de uma política de acervo, para garantir condições para manutenção e acesso ao público da grande produção audiovisual brasileira, realizada ao longo de quase um século de atividade.
Tudo que se alcançou até aqui é fruto de um grande esforço do conjunto de agentes envolvidos entre Ancine, produtores, realizadores, distribuidores, exibidores, programadores, artistas, lideranças, poder público, entre outros. Acima de tudo, queremos garantir que toda e qualquer mudança ou aperfeiçoamento nas políticas públicas do audiovisual brasileiro sejam amplamente debatidas com o conjunto do setor e com toda a sociedade.
Assim, pedimos às instituições, produtores e realizadores de todo o mundo que apoiem a luta e a manutenção de todos os tipos de audiovisual no Brasil. Defendemos aqui a continuidade e o incremento dessa política pública.
Assinam esta carta os diretores e produtores dos filmes:
As Duas Irenes (Fabio Meira, Diana Almeida e Daniel Ribeiro)
Como Nossos Pais (Laís Bondaznky e Luiz Bolognesi)
Em Busca da Terra Sem Males (Anna Azevedo)
Está Vendo Coisas (Barbara Wagner e Benjamin de Burca)
Joaquim (Marcelo Gomes e João Vieira Jr.)
Mulher do Pai (Cristiane Oliveira, Graziella Ferst e Gustavo Galvão)
Não Devore Meu Coração! (Felipe Bragança e Marina Meliande)
Pendular (Julia Murat e Tatiana Leite)
Rifle (Davi Pretto e Paola Wink)
Vazante (Daniela Thomas e Sara Silveira)
Vênus - Filó a Fadinha Lésbica (Sávio Leite)"
VEJA ASSINATURAS DE CENTENAS DE OUTRAS PERSONALIDADE DO MEIO CINEMATOGRÁFICO DO BRASIL E DO MUNDO, CLIQUE AQUI
Data vênia: advogada é criticada por postar fotos de biquini
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| Reprodução |
A advogada israelense Yarden Haham foi advertida por colegas por postar fotos sensuais em redes sociais. O "crime" foi cometido em fins do ano passado mas continua repercutindo. A doutora é sensação na web e multiplicou o número de seguidores. Um internauta diz que planeja ser preso apenas para tentar que a exuberante causídica o represente.
Crise do meio impresso: pesquisa do IBGE mostra grande queda de consumo de jornais, revistas, livros e papelaria
Segundo Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de dezembro de 2016, setor editorial registra queda de 16,1% na vendas em relação a 2015. É a maior queda da série histórica. O declínio é atribuído à expansão dos meios eletrônicos.
Doce balanço a caminho do mar: Estadão se livra da gravata e faz uma primeira página que é a cara do velho JB...
O Conexão Jornalismo repercutiu a foto de capa do Estadão na quarta-feira. O autor da matéria do site, Fábio Lau, comentou que a foto tem "a cara do Rio" .
Certíssimo.
E Fábio foi exato também ao revelar que ao ver a foto na rede social ligou para Sérgio Moraes, o fotojornalista que capturou a cena, para lembrar ao amigo que aquela fotografia daria primeira página no velho JB.
Horas mais tarde, Morais encaminhou ao Fábio o print do Estadão: a foto estava lá, de fato, na primeirona.
"Orgulho pelo brilho do profissional que sacou a sua "arma" e registrou a cena. E muita emoção por rever o quanto é bonito o trabalho do fotojornalista no impresso: a precisão da imagem, a luz recortando a história e o prestígio de ocupar a capa", diz ele no Conexão Jornalismo.
No fecho do texto, Fábio Lau constatou: "O Estadão foi, portanto, JB por um dia".
NOVA YORK: ONU OFERECE BOLSAS PARA JORNALISTAS BRASILEIROS
O Dag Hammarskjöld Fund para Jornalistas, instituição da ONU, está oferecendo bolsas para jornalistas de países em desenvolvimento. As inscrições estão abertas a profissionais com idades entre 25 e 35 anos e que estejam vinculados a rádio, televisão, veículo impresso ou internet e tenham autorização das suas empresas para passar três meses em Nova York, de setembro a novembro próximos.
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A política do ajuste fiscal selvagem agora é coisa nossa. Lembra do FMI? Eles estão morrendo de inveja...
Durante muitos anos, o Brasil, representado por alguns líderes e tecnocratas, andava de quatro para o FMI, de orifício traseiro alegremente exposto aos ventos.
A mídia dominante ficava nervosa, hiperativa, e comemorava junto com o "mercado" cada vez que aqui aportava uma das tais "missões do FMI" que vinham, na prática, dar esporro em ministros e presidentes. Era um circo, um circo vexatório, na verdade.
Diziam os amestrados que o FMI vinha atuar para estabilizar o país, conter a crise no Terceiro Mundo. Ironicamente ou previsivelmente, as grandes crises, aquelas que dizimaram riquezas e provocaram terremotos globais, foram geradas por especuladores desembestados que atuaram nas instituições do Primeiro Mundo nas fraldas do FMI.
O que o FMI fazia aqui com grande competência era produzir uma rigorosa estagnação, com altos custos sociais. Se a pobreza aumentava, se a fome batia às portas de milhões de brasileiros, se crianças morriam por "contingenciamento" de verbas para programas de vacinação, de promoção de queda de mortandade infantil e de manutenção de hospitais públicos, dos sistemas de educação, segurança e de obras de infraestrutura, dane-se, desde que o mercado financeiro faturasse bilhões com taxas de juros nas alturas.
Nos anos 00, o Brasil livrou-se do FMI.
Curiosamente, hoje, aquelas missões imperiais que agitavam o país tornaram-se dispensáveis. O trabalho sujo passou a ser feito aqui mesmo, sem a necessidade de componentes importados, a não ser a "filosofia".
Só se fala no "ajuste fiscal". É um dogma, talvez um deus para os especialistas. Não há políticas, há o fanatismo pelo ajuste, a obra única, a patologia que começa e acaba em torno de si mesmo.
Os burocratas do FMI, com sangue nos dentes, talvez morressem de inveja dos seus equivalentes do atual e ilegítimo governo brasileiro.
O ajuste fiscal e a aprovação de leis que vão engessar dispositivos sociais por décadas é algo selvagem. Sem falar que o foco dos cortes aponta dramaticamente para as faixas mais pobres da população. Privilégios não serão afetados.
O Rio de Janeiro vive uma enorme crise. Isso é fato. Políticos e empresários em ativa parceria desviaram bilhões, segundo apontam investigações. Vários estão presos, provavelmente suspenderam as operações. Mas outras causas do rombo nas contas do estado continuam ativas e operantes. A política suspeita de incentivos fiscais, por exemplo. Hoje mesmo o Diário Oficial revela que o mesmo governo que não consegue pagar funcionários continua abrindo mão de milhões em impostos. Calcula-se que, nos últimos anos, empresas deixaram de pagar mais de 150 bilhões de reais em impostos aos cofres do Rio de Janeiro.
Outro rombo, quase incalculável tamanha é a precariedade da fiscalização, é atribuído à terceirização e a certas "organizações sociais" e tipos de "ongs" que ocupam áreas de serviços públicos.
Mesmo diante da penúria que atinge hospitais, escolas e funcionários, entre outros setores, e de vários estados, o governo federal ilegítimo, agora com a ajuda do STF, quer apertar ainda mais o cerco e desaprova instrumentos que mantenham pelo menos os serviços essenciais em operação, além das obrigações salariais.
Ao mesmo tempo, com espantosa desfaçatez, prepara a doação de 100 bilhões de reais para teles no embalo de revisão de concessões e outras metáforas.
Você deve estar lendo com frequência matérias e artigos que forçam a privatização da Cedae. Provavelmente a empresa será vendida. Não se chegou ainda a um valor exato mas há estimativas de que o estado arrecadará 1,5 bilhão de reais com a privatização dos serviços de água e esgoto no Rio.
Mas você não lê nenhum "formador de opinião" que denuncie a farra de incentivos e peça investigações, CPIs, operações do tipo Lava Jato ou assemelhadas para estancar a sangria.
Leia de novo: a venda da Cedae renderá 1 bilhão e meio de reais, aproximadamente. E a mamata dos incentivos custou nos últimos anos 150 bilhões de reais em impostos que viraram nuvens. E se, em alguns poucos casos, não viraram fantasia nem as autoridades sabem já que não se sabe sequer se a contrapartida aos incentivos é comprovada ou fiscalizada.
É mole, quer mais ou você tem inveja dessa festa?
O FMI deve estar doido para voltar ao Brasil. Mas, dessa vez, os gringos virão aprender como se faz um ajuste fiscal sem escrúpulos e sem vergonha.
A mídia dominante ficava nervosa, hiperativa, e comemorava junto com o "mercado" cada vez que aqui aportava uma das tais "missões do FMI" que vinham, na prática, dar esporro em ministros e presidentes. Era um circo, um circo vexatório, na verdade.
Diziam os amestrados que o FMI vinha atuar para estabilizar o país, conter a crise no Terceiro Mundo. Ironicamente ou previsivelmente, as grandes crises, aquelas que dizimaram riquezas e provocaram terremotos globais, foram geradas por especuladores desembestados que atuaram nas instituições do Primeiro Mundo nas fraldas do FMI.
O que o FMI fazia aqui com grande competência era produzir uma rigorosa estagnação, com altos custos sociais. Se a pobreza aumentava, se a fome batia às portas de milhões de brasileiros, se crianças morriam por "contingenciamento" de verbas para programas de vacinação, de promoção de queda de mortandade infantil e de manutenção de hospitais públicos, dos sistemas de educação, segurança e de obras de infraestrutura, dane-se, desde que o mercado financeiro faturasse bilhões com taxas de juros nas alturas.
Nos anos 00, o Brasil livrou-se do FMI.
Curiosamente, hoje, aquelas missões imperiais que agitavam o país tornaram-se dispensáveis. O trabalho sujo passou a ser feito aqui mesmo, sem a necessidade de componentes importados, a não ser a "filosofia".
Só se fala no "ajuste fiscal". É um dogma, talvez um deus para os especialistas. Não há políticas, há o fanatismo pelo ajuste, a obra única, a patologia que começa e acaba em torno de si mesmo.
Os burocratas do FMI, com sangue nos dentes, talvez morressem de inveja dos seus equivalentes do atual e ilegítimo governo brasileiro.
O ajuste fiscal e a aprovação de leis que vão engessar dispositivos sociais por décadas é algo selvagem. Sem falar que o foco dos cortes aponta dramaticamente para as faixas mais pobres da população. Privilégios não serão afetados.
O Rio de Janeiro vive uma enorme crise. Isso é fato. Políticos e empresários em ativa parceria desviaram bilhões, segundo apontam investigações. Vários estão presos, provavelmente suspenderam as operações. Mas outras causas do rombo nas contas do estado continuam ativas e operantes. A política suspeita de incentivos fiscais, por exemplo. Hoje mesmo o Diário Oficial revela que o mesmo governo que não consegue pagar funcionários continua abrindo mão de milhões em impostos. Calcula-se que, nos últimos anos, empresas deixaram de pagar mais de 150 bilhões de reais em impostos aos cofres do Rio de Janeiro.
Outro rombo, quase incalculável tamanha é a precariedade da fiscalização, é atribuído à terceirização e a certas "organizações sociais" e tipos de "ongs" que ocupam áreas de serviços públicos.
Mesmo diante da penúria que atinge hospitais, escolas e funcionários, entre outros setores, e de vários estados, o governo federal ilegítimo, agora com a ajuda do STF, quer apertar ainda mais o cerco e desaprova instrumentos que mantenham pelo menos os serviços essenciais em operação, além das obrigações salariais.
Ao mesmo tempo, com espantosa desfaçatez, prepara a doação de 100 bilhões de reais para teles no embalo de revisão de concessões e outras metáforas.
Você deve estar lendo com frequência matérias e artigos que forçam a privatização da Cedae. Provavelmente a empresa será vendida. Não se chegou ainda a um valor exato mas há estimativas de que o estado arrecadará 1,5 bilhão de reais com a privatização dos serviços de água e esgoto no Rio.
Mas você não lê nenhum "formador de opinião" que denuncie a farra de incentivos e peça investigações, CPIs, operações do tipo Lava Jato ou assemelhadas para estancar a sangria.
Leia de novo: a venda da Cedae renderá 1 bilhão e meio de reais, aproximadamente. E a mamata dos incentivos custou nos últimos anos 150 bilhões de reais em impostos que viraram nuvens. E se, em alguns poucos casos, não viraram fantasia nem as autoridades sabem já que não se sabe sequer se a contrapartida aos incentivos é comprovada ou fiscalizada.
É mole, quer mais ou você tem inveja dessa festa?
O FMI deve estar doido para voltar ao Brasil. Mas, dessa vez, os gringos virão aprender como se faz um ajuste fiscal sem escrúpulos e sem vergonha.
Foto de Cléo Pires nua quebra a internet...
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| Cléo postou a foto acima, ontem. A internet pirou. Reprodução |
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| Leila Diniz aos 23 anos na capa da Fatos & Fotos (1968) |
Há algo de Leila Diniz em Cléo Pires. Em atitudes, fotos e entrevistas Cléo exibe a energia libertária que caracterizava Leila.
Suas opiniões são de uma franqueza desconcertante por contrastar com a contidas entrevistas de outras atrizes de sua geração, que costumam repetir frases inodoras filtradas por assessoria de comunicação.
Cléo, como Leila, deixa claro que antes da atriz vem a mulher consciente, livre, contemporânea.
Leila estaria hoje com quase 72 anos. Cléo fará 35 no fim deste ano. As duas parecem se encontrar na linha do tempo.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
‘Trabalhando a qualquer hora, em qualquer lugar’: novo relatório destaca oportunidades e desafios na expansão do trabalho a distância
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| Foto Unsplash |
(do portal da ONU Br)
Novo relatório da OIT e do Eurofund mostra que o uso das novas tecnologias de comunicação abre caminho para um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, mas também diminui as fronteiras entre trabalho e casa.
O relatório destaca uma série de efeitos positivos do trabalho a distância, como maior autonomia do tempo de trabalho, que leva a mais flexibilidade em termos de organização do tempo de trabalho.
A expansão do uso de tecnologias digitais, como smartphones, tablets, laptops e computadores desktop para trabalhar a distância (seja em casa ou em outros lugares) está rapidamente transformando o modelo tradicional de trabalho.
Essa tendência pode melhorar o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, reduzir o tempo de deslocamento e aumentar a produtividade, mas também pode resultar em horas de trabalho mais longas, maior intensidade de trabalho e interferência no trabalho e em casa, segundo um novo relatório lançado hoje (15) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Eurofound.
O novo relatório ”Trabalhando a qualquer hora, em qualquer lugar: os efeitos no mundo do trabalho” sintetiza uma pesquisa realizada pelas duas organizações em 15 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Argentina, Índia, Japão e dez Estados-membros da União Europeia: Bélgica, França, Finlândia, Alemanha, Hungria, Itália, Holanda, Espanha, Suécia e Reino Unido.
O estudo identifica vários tipos de funcionários que utilizam novas tecnologias para trabalhar a distância, ou seja, fora das instalações de seus empregadores. As subcategorias desse grupo incluem pessoas que trabalham de casa regularmente, pessoas que trabalham de casa ocasionalmente e pessoas que trabalham de outros lugares com frequência [1].
O relatório destaca uma série de efeitos positivos do trabalho a distância, como maior autonomia do tempo de trabalho, que leva a mais flexibilidade em termos de organização do tempo de trabalho. Outro efeito positivo é a redução do tempo de deslocamento, que resulta em maior produtividade e melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. O estudo também identifica várias desvantagens, como a tendência em trabalhar mais horas e uma sobreposição entre trabalho remunerado e vida pessoal – o que pode levar a altos níveis de estresse.
O relatório traça distinções claras entre pessoas que trabalham de casa e parecem desfrutar de um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal e pessoas que trabalham de outros lugares com frequência, mas correm um risco maior de sofrer resultados negativos em termos de saúde e bem-estar.
“Este relatório mostra que o uso de tecnologias modernas de comunicação facilita um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal mas, ao mesmo tempo, diminui os limites entre o trabalho e a vida pessoal, dependendo do local de trabalho e das características das diferentes ocupações”, disse o especialista da OIT sobre condições de trabalho e coautor do relatório, Jon Messenger.
O relatório fornece recomendações para lidar com essa disparidade, como a promoção do trabalho a distância formal em tempo parcial, com o objetivo de ajudar as pessoas que trabalham em casa ou em outros lugares a manter vínculos com seus colegas de trabalho e melhorar seu bem-estar, e restringir o trabalho a distância informal e suplementar envolvendo longas horas de trabalho.
“É particularmente importante abordar a questão do trabalho suplementar realizado através das tecnologias modernas de comunicação, como por exemplo o trabalho adicional feito em casa, que pode ser visto como horas extras não remuneradas. Nesse caso, também é importante garantir que os períodos mínimos de descanso sejam respeitados, a fim de evitar efeitos negativos sobre a saúde e o bem-estar dos trabalhadores”, disse Oscar Vargas, da Eurofound.
Atualmente, apenas a União Europeia possui um acordo para regular a mudança digital relacionada ao trabalho a distância (European Framework Agreement on Telework). No entanto, a maioria das iniciativas existentes está relacionada com o trabalho a distância formal, baseado no domicílio, enquanto os problemas parecem ser mais recorrentes com o trabalho a distância informal e ocasional.
À medida que o trabalho a distância se torna mais proeminente, também aumenta a necessidade de se desconectar para separar o trabalho remunerado da vida pessoal. França e Alemanha já começaram a analisar acordos negociados dentro das empresas e a legislação, tanto existente quanto nova, como o “direito de se desconectar” na revisão mais recente do Código de Trabalho francês. No futuro, isso pode resultar em medidas concretas para tornar a vida profissional menos difusa, como desligar servidores de computadores fora do horário de trabalho para evitar e-mails durante os períodos de descanso e feriados, o que já está acontecendo em algumas empresas.
Fonte: ONU Br/Nações Unidas no Brasil
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