Segundo a Folha de São Paulo, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, decidiu "abrir investigação para apurar o vazamento do conteúdo de delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht".
Janot precisa combinar com Moro.
O site alemão DW revela que o juiz da Lava Jato afirmou nas última sexta-feira, durante palestra em Heidelberg, que os brasileiros têm o direito de saber o que os governantes fazem. "Desde o início das investigações decidimos que não iríamos esconder nenhuma informação do público", disse Moro
O comunicado que a PGR distribuiu após a bomba da Odebrecht estourar os nervos do governo, tem detalhes preocupantes e se choca com a opinião do juiz.
A PGR diz, por exemplo, que o vazamento pode gerar a anulação da delação. Leia a seguir, no destaque, um trecho da nota oficial.
"O vazamento do documento que constituiria objeto de colaboração, além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos e é causa de grave preocupação para o Ministério Público Federal, que segue com a determinação de apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo. O MPF volta a expressar que todo documento de colaboração, para que possa ser usado como prova e para que tenha cláusulas produzindo efeitos jurídicos para o colaborador, somente possui validade jurídica após regular homologação pelo Supremo Tribunal Federal."
O fato é que as delações vêm sendo rotineiramente vazadas há meses, desde o começo da Lava Jato.
A PGR já suspendeu em agosto último um acordo de delação, o do acusado Leo Pinheiro, da OAS, alegando vazamento de informações que também, por acaso, explodiram no Planalto.
A nota da PGR a bala perdida da Odebrecht é previsão, projeção, ameaça ou lamento?
Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais do grupo Odebrecht, é o primeiro dos 77 executivos da empresa que abre o ralo que deságua no governo.
A pergunta que não quer calar: tudo o que vazar ou vazou corre o risco de ser desconsiderado?
Ou só as estacas que são enfiadas no coração do Corcunda vão levar cartão vermelho?
domingo, 11 de dezembro de 2016
Caranguejo, Índio, Primo, Bitelo e Piqui; Babel, Candomblé, Cacique e Colorido; Nervosinho e Pastor. Parece escalação de time da penitenciária mas é a cúpula da República Zumbi
![]() |
| Coxinhas já podem brindar ao "43": o número de vezes que o nome de Temer aparece em apenas uma delação. |
Temer já está sendo chamado de "43".
Esse é o número de vezes em que o nome dele aparece na denúncia de apenas um dos empresários entre as dezenas caguetas de uma única empreiteira que assinaram a delação natalina.
O governo acabou. Era ilegítimo e agora é o nada. O que não quer dizer que vá cair. O mercado prefere o presidente "43", assim como, junto com Temer e os ex-presidentes FHC e Sarney, não quis a saída do "Atleta" (um dos apelidos de Renan Calheiros) da presidência do Senado. No dia em que o STF confirmou a permanência do "Atleta" o dólar caiu e a Bolsa agradeceu.
Temer fica, mas ele e seus amigos do Planalto vão vagar como zumbis. Mas serão mortos-vivos operantes, contudo. Com o forte apoio da grande mídia, os zumbis vão cobrar em sangue a aprovação dos projetos que os sustentam. A tropa de elite zumbi, a quem o golpe deu poderes absolutos, vai lutar pela aprovação da PEC da Morte, da reforma da Previdência, do fim da CLT, pela cada vez mais acelerada transferência de recursos públicos para corporações através de vendas e concessões a preço de sacolé de chuchu, pela manutenção de privilégios etc.
É para isso que foram levados até lá.
E cumprir esse papel lhes garantirá a admiração midiática e a permanência no olimpo mais sujo que a mitologia elitista já construiu. Aquele onde reinam "Caju", "Missa", "Gripado", "Botafogo", "Gremista", "Justiça", "Angorá", "Cerrado", Campari", "Ferrari", "Pólo", "Corredor", "Misericórdia", "Todo Feio" e Boca Mole".
Fica mais fácil de entender o espírito da coisa se você passar a tratar suas excelências pelos apelidos muito mais expressivos do que os nomes de batismo.
Devia virar norma de redação dos jornais: "Deputado Corredor afirmou hoje", "o presidente 43 viajou para a Argentina", "ministro Angorá lança o programa de privatização", "o senador Gripado desmente", "o senador Caju foi visto em Curitiba", "Deputado Todo Feio vista suas bases'...
sábado, 10 de dezembro de 2016
Grupo RBS cria núcleo de jornalismo investigativo. Se será investigativo e não fará rima com seletivo, você tem o direito de duvidar...
por Flávio Sépia
O Grupo RBS foi ao cinema, gostou do que viu em Spotlight, e anunciou em grande estilo o lançamento de um Grupo de Investigação nas suas redações. Tem até logotipo (aí ao lado).
O modelo de um núcleo de repórteres para apurar matérias investigativas é um prática consagrada em jornais americanos, como o Boston Globe. O filme, como se sabe, aborda a apuração de um escândalo de pedofilia pelo grupo especial de jornalistas do BG que enfrentou a poderosa igreja católica local.
Embora a expressão "jornalismo investigativo" não existisse na época, o exemplo mais que perfeito do método é o trabalho dos repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward, do Washington Post, no célebre Caso Watergate, nos anos 1970.
O vice-presidente da RBS, Marcelo Rech, diz que "o jornalismo investigativo fundamental para a sociedade, especialmente em uma era em que as desinformações circulam em larga escala pelas redes sociais".
Não só nas redes sociais. Ele esqueceu de dizer que o jornalismo praticado pela grande mídia brasileira também leva, numerosas vezes, o carimbo da desinformação.
Em muitos casos, até uma desinformação consciente e pautada por interesses financeiros, políticos e partidários.
Qualquer jornalista experiente sabe que não é fácil, nesse ambiente fartamente conhecido e exemplificado, acreditar que um grupo de jornalistas terá independência e autonomia para apurar os fatos.
Por exemplo: uma investigação de sonegação continuada de impostos por parte de grandes corporações alinhadas seria uma pauta aprovada?
Diz o RBS que denúncias e sugestões de pautas podem ser enviadas para o email gdi@gruporbs.com.br
Ôba! Do "Helicoca" às contas secretas brasileiras dos Panama Papers, das pendências do CADE ao numerário verde-amarelo do HSBC na Suíça, do cartel dos trens em São Paulo à captação dos subterrâneos da Lei Rouanet, das fraudes no SUS aos "penduras" bilionários no BNDES. Apenas exemplos aleatórios...
O que não falta é pauta, isso fora as mutretas não catalogadas que devem estar em andamento por aí.
Inspirado pelo filme Spotlight, a RBS promete ligar holofotes sobre as sombras do jornalismo.
Que os refletores não sejam seletivos.
O comunicado de criação do Grupo de Investigação não informa se a cúpula da RBS viu mesmo Spotlight.
No filme, os repórteres enfrentam não apenas a poderosa igreja católica, mas sofrem enormes pressões da própria direção do Boston Globe.
Só foram em frente porque contaram com a integridade de um editor. E isso já não é tão comum na dura vida real da grande mídia idem...
E o designer nerd do governo Temer viajou... para a Alemanha dos anos 30. E conseguiu misturar Lego com "suástica"...
por O.V. Pochê
Apesar das políticas fascistas em andamento, a "suástica" da campanha do ministério do Planejamento no Facebook deve ter sido apenas uma infeliz coincidência estética.
Registre-se que a "suástica" é bem precisa. E também não esconde uma certa inspiração no Lego. Observe a perfeita assimetria dos braços das figuras - sempre o braço direito, claro - com ombros quadrados levemente recuados, tal qual a cruz gamada dos brâmanes apropriada pelo nazismo em seu logotipo de horrores.
Falei que o desenho pode preciso ao remeter à suástica mas não quer dizer que a peça é boa. Ao contrário, ô desenhozinho 'marromeno'!
Conceda-se ao autor do desenho que ele, talvez, não deve ter a menor ideia de tudo isso.
A peça publicitária faria parte do lançamento de um código de ética para uso das redes sociais por parte dos funcionários do planejamento. Mas a ilustração gerou reação negativa na internet, justificada, aliás, e o ministério do Planejamento pediu desculpas e retirou a campanha do ar.
Ainda não há nada que indique que foi "ato falho".
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
O “botão da tosse” da BBC - 50 anos antes do Brexit, um típico dilema britânico
![]() |
| Floriano Parreira, Roberto Muggiati e Nemércio Nogueira Santos no Serviço Brasileiro da BBC em 1964: tossir ou não tossir, eis a questão. Foto Arquivo Pessoal |
Por ROBERTO MUGGIATI
Na altura do primeiro andar, os prédios eram ligados por passarelas cobertas (lembravam-me a Ponte dos Suspiros de Veneza), pelas quais podíamos circular sem tomar chuva em nossas andanças de um estúdio para outro.
No Serviço Brasileiro, os redatores contratados – chamados de Programme Assistants – iam da casa dos vinte à dos quarenta, selecionados por concurso, e vinham das mais diversas regiões do país.
A BBC não fazia questão daquela voz empostada e possante típica dos radialistas pátrios. Bastava você não gaguejar e falar com naturalidade. Havia veteranos, alguns remanescentes do que chamávamos a “Legião Estrangeira do Éter” — tinham passado pela Voz da América (EUA), pela Rádio Canadá, pelas estatais da França, Holanda, Suécia, Itália e Alemanha. (Conheci dois brasileiros que, embora não tendo estado na BBC, trabalharam alguns anos no serviço brasileiro da Rádio do Cairo, experiência que descreviam como literalmente tórrida.)
Para os mais jovens era uma verdadeira mãe, com todo tipo de conselhos, desde como tirar manchas de roupas a receitar remédios e, eventualmente, até emprestando um dinheirinho.
Solteiro, logo estabeleci um esquema de trabalho muito conveniente para mim: trabalhava no horário integral (ten to six) às quartas, quintas e sextas. Aos sábados e domingos, fazia a transmissão ao vivo, ouvida no Brasil das 20 às 21, que começava em Londres com as batidas da meia-noite pelo Big Ben.
![]() | |||
| Dois dos meus quadros favoritos de Londres; "Os jogadores de cartas" (1892-95), do Paul Cézanne (Courtauld Institute) e... |
![]() |
| "O balanço" (1767), de Jean-Honoré Fragonard (Wallace Collection) |
Aos sábados, como o transporte público em Londres não funcionava depois da meia-noite, a BBC nos reservava um tratamento de luxo: os carrões dos altos executivos nos aguardavam no portão de saída de Bush House, um motorista de libré nos abria elegantemente a porta e nos conduzia até em casa.
Com isso, eu tinha inteiramente livres as segundas e terças, para fazer da cidade de Londres o meu playground. Chás no Fortnum & Mason’s ou na sala da Twinings, que ficava perto da BBC, museus particulares como a Wallace Collection, com seu fabuloso acervo de pintura galante francesa (Watteu, Fragonrard, Boucher); ou visitar o Cortauld Institute só para apreciar Les Jouers de Cartes de Cézanne. Ou um cineminha no National Film Theatre, a cinemateca londrina, com sua sala maravilhosa debaixo da Ponte de Waterloo. Programas que eu fazia com minha namorada Gillian, que trabalhava como Studio Assistant em Bush House, até o dia em que o marido, um advogado chamado John, foi trabalhar em Hong Kong e ela o seguiu.
Vieram então os chás e as conversas sobre Proust com a mulher de um diplomata que trabalhava demais, uma relação intensa, mas sem malícia, talvez fosse até mais uma grande amizade. Meu confidente desse affair tornou-se um colaborador freelance da BBC, o saudoso Narceu de Almeida, grande amigo do Fernando Sabino, graças ao qual seria escolhido por Adolpho Bloch em 1965 para dirigir a Sucursal a Manchete em Paris, com o fotógrafo Alécio de Andrade.
A solidão cobrava seu tributo entre meus colegas da BBC.
Um garoto jovem e brilhante, homossexual assumido — não dava bandeira, que os tempos eram discretos — resolveu trazer do Brasil sua amiga poeta e casar com ela.
O casamento, de papel e tudo, no cartório das estrelas, em Victoria (Liz e Burton casaram lá), terminou duas semanas depois com o arremesso de um cinzeiro de cristal Lalique na testa de um dos cônjuges, não lembro qual. A noiva procurou abrigou no apartamento de outro colega da BBC e logo depois voltou ao Brasil. O noivo, jovem e brilhante, prosseguiu suas investigações sexuais e intelectuais em Londres e, no ano seguinte, de férias na Espanha, morreu afogado, ou se afogou, na costa da Andaluzia.
Quem cuidou das disposições funerárias foi nosso cônsul em Sevilha, o poeta João Cabral de Mello Neto.
O homossexual quarentão que deu abrigo à poeta (depois viúva) do cinzeiro Lalique também vivia seu drama. Tinha um caso havia anos com um inglês da aristocracia rural e morava no apartamento londrino do namorado. Mas a família pressionava o filho para se casar — com uma mulher, de preferência. Nosso colega, encerrado o expediente da BBC, recolhia-se ao apartamento com um litro de uísque e botava no toca–discos a ópera A coroação de Popéia — esvaziava a garrafa e viajava na música de Monteverdi, projetando-se na figura de Popéia, cujo amante, Nero, rompia com a mulher, Otávia, e a fazia coroar imperatriz.
Só mais uma nota de pé de página sobre os colegas brasileiros da BBC. Quando saí, em 1965, quem ocupou a minha vaga foi Vladimir Herzog, que, infelizmente, não cheguei a conhecer. Mas, nascido no mesmo ano, sempre me identifiquei muito com ele e, como jornalista de esquerda, podia ter sofrido um destino parecido. Trabalhei em São Paulo no início da revista Veja, de março de 1968 a setembro de 1969. Voltei para a Bloch em 1969 para dirigir a Fatos&Fotos. Soube depois que muitos colegas da Abril foram levados aos porões da tortura em São Paulo – escapei por ter voltado ao balneário da República, quem sabe?
Mas, voltando à radiofonia da BBC. Fazendo a locução ao vivo, você dispunha de um botão à sua frente, ao alcance da mão direita – o famoso e controvertido “cough button”, “botão da tosse”. Duas escolas de opinião viviam em guerra permanente – quase uma guerra teológica, sobre o botãozinho que se resumia no dilema “to cough or not to cough” – “tossir ou não tossir”.
Os adeptos da escola natural defendiam que era normal um locutor tossir de vez em quando, aquilo ajudava até a injetar descontração nos trabalhos e criar mais intimidade com o ouvinte. Já os adeptos do uso do botão, da locução “engessada”, não admitiam de forma alguma o menor resquício do indecente pigarro numa transmissão. Não consigo lembrar se eu tossi alguma vez, mas a simples existência de tal botão me traz lembrança do temperamento característico do britânico e dos falsos dilemas que ele sempre inventou para acobertar dilemas maiores e mais reais.
Mas aí prefiro passar a bola para o nosso bom e velho Shakespeare. . .
Ira Etz: musa dos verões do Arpoador lança livro de memórias. Hoje com 80 anos, ela foi capa da Manchete em 1959, ao lado de João Gilberto
![]() |
| Ira Etz e João Gilberto na capa da Manchete em 1959. |
![]() |
| Ira, hoje, no Arpoador. Foto Divulgação |
Segundo Ruy, Justino Martins, diretor da Manchete, mandou fazer uma reportagem de capa com João Gilberto no Arpoador. "Justino sabia que uma foto do pálido cantor dificilmente faria com que as grandes massas se digladiassem para comprar a revista. A solução era deixar João Gilberto num canto da capa e colori-la com uma garota que tivesse a ver com a história", escreveu Ruy, que trabalhou na Manchete e Fatos & Fotos.
E assim foi feito. O destaque na capa era Ira Etz, então com 22 anos.
Ontem, na Argumento do Leblon, Ira lançou um livro de memórias pela ID Cultural.
Em parceria com o jornalista Luiz Felipe Carneiro, Ira visita suas memórias às vésperas de comemorar 80 anos e compartilha com os leitores uma vida cosmopolita e marcadamente carioca.
O nome do livro não poderia ser outro: "Ira do Arpoador", que resume vida, vidas e verões de quem conviveu com personagens de Ipanema como Tom Jobim, Nara Leão, Rubem Braga e Marina Colassanti (de quem namorou o irmão, Arduíno) e Millôr Fernandes, além de João Gilberto.
O prefácio do livro é de outro jornalista ligado à antiga Manchete: João Luiz Albuquerque.
E na contracapa, Ruy Castro que, segundo ela, foi um incentivador da biografia, escreve: "Só Ira Etz poderia ter vivido a vida de Ira Etz. E como sabemos agora, só ela poderia contar sua história. O resultado é este livro, que nos remete aos grandes verões cariocas que Ira estrelou e às areias onde deixou sua marca para sempre”.
Crise faz marola nas ondas das rádios cariocas
Nervos à flor da pele.
No Sistema Globo, o passaralho está solto e, ao mesmo tempo, pousam nos microfones e ganham espaço pessoas sintonizadas com os canais que levam a Michel, o Temer. E a tensão, que não está apenas nos bastidores, entrou no ar ao vivo.
O comunicador Antonio Carlos desentendeu-se com o repórter Gélcio Cunha.
Aparentemente o âncora entrou em curto ao ouvir o repórter falar em crise.
Na rádio Tupi, o problema não é de ajustes políticos mas de conflito entre empregados e superiores por salários atrasados e do 13°, danos morais, falta de reajuste ticket refeições, FGTS descontado e não repassado para as contas bancárias etc. Na última quarta-feira, Washington Rodrigues, do ‘Show do Apolinho’, fez um comunicado aos ouvintes: “Estamos mantendo o nível de programação da melhor forma possível no ar, mas realmente está muito difícil para todos. Estou aqui há 17 anos, nunca tive problema, mas agora estamos enfrentando um momento difícil. A tensão é muito grande, as pessoas trabalham estressadas”, disse.
Ouça a discussão, no ar, entre Antonio Carlos e Gélcio Cunha. Clique AQUI
No Sistema Globo, o passaralho está solto e, ao mesmo tempo, pousam nos microfones e ganham espaço pessoas sintonizadas com os canais que levam a Michel, o Temer. E a tensão, que não está apenas nos bastidores, entrou no ar ao vivo.
O comunicador Antonio Carlos desentendeu-se com o repórter Gélcio Cunha.
Aparentemente o âncora entrou em curto ao ouvir o repórter falar em crise.
Na rádio Tupi, o problema não é de ajustes políticos mas de conflito entre empregados e superiores por salários atrasados e do 13°, danos morais, falta de reajuste ticket refeições, FGTS descontado e não repassado para as contas bancárias etc. Na última quarta-feira, Washington Rodrigues, do ‘Show do Apolinho’, fez um comunicado aos ouvintes: “Estamos mantendo o nível de programação da melhor forma possível no ar, mas realmente está muito difícil para todos. Estou aqui há 17 anos, nunca tive problema, mas agora estamos enfrentando um momento difícil. A tensão é muito grande, as pessoas trabalham estressadas”, disse.
Ouça a discussão, no ar, entre Antonio Carlos e Gélcio Cunha. Clique AQUI
Fotojornalismo: o Caso Morécio na noite da "santa ceia" da Istoé ainda agita as redes sociais...
Previsível, já que a foto candidata ao ranking do ano não era exatamente aquilo que jornalões queriam ver.
Em meio a uma cobertura formal, de um desses prêmios corporativos sem muito importância, a lente do fotojornalista captou uma cena marcante.
Enquanto a maioria dos profissionais registrava sonolentos cumprimentos e tapinhas das costas, trocas de elogios e abraços, Padgurschi percebeu que um momento político revelador, pleno de caras e bocas, olho no olho, sorrisos e cochichos, desenrolava-se em um subplano do regabofe.
O fotógrafo, fotojornalista em essência, percebeu que a notícia estava ali e não no desfile brega de homenagens a engravatados.
A imagem, claro, explodiu nas redes sociais, viralizou, gerou dezenas de memes.
A dupla unida nos pixels da câmera de Padgurschi até ganhou um apelido: Morécio.
Muito mais do que os editores da grande mídia, os internautas souberam selecionar o que era lixo promocional e o que era notícia autêntica.
E até distinguir o que é ironia: um deles escreveu sobre a já histórica foto das duas personalidades em conexão: "É a síntese do respeito entre o que poderia prender e o que poderia ser preso".
Dilma na lista das mulheres do ano do Financial Times
por Jean-Paul Lagarride
Em um ridículo momento institucional em que Michel Temer vaga sem autoridade nem rumo e lidera um governo de trêfegos, o Financial Time aponta Dilma Rousseff como uma das dez mulheres que se destacaram no ano.
Quase no mesmo dia, Temer era apontado do "homem do ano" pela revista Istoé que, não sei bem porque, é apelidada nas redes sociais de "Quantoé". Não deixa de ser uma coincidência simbólica e precisa nas proporções abismais entre os veículos e seus respectivos homenageados.
A cada minuto, olhar para o retrovisor da campanha que afastou a presidente, mostra o cenário de terra arrasada que os usurpadores estão construindo para a maioria da população, que é quem está pagando a bilionária conta do golpe.
Dilma foi detalhe e pretexto. O objetivo das milícias políticas que ocupam Brasília está na mídia, claramente, todos os dias, em todos os espaços. Foi essencialmente econômico e financeiro, com um foco preciso na acelerada transferência de renda pública e privada (no caso, confisco de renda traduzido em arrocho salarial, cassação de direitos trabalhistas e previdenciários) para os detentores do capital financeiro.
A presidente legitimamente eleita e depois afastada por um golpe parlamentar-jurídico-midiático deu uma longa entrevista ao jornal britânico. O jornal destaca que Dilma - que foi lembrada ao lado da primeira-ministra britânica, Theresa May, a ex-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton, a presidente sul-coreana Park Geun-hye, a parlamentar britânica Jo Cox, assassinada em junho, a cantora americana Beyoncé, a ginasta Simone Bailes, entre outras - não cometeu nenhum crime e não é acusada de corrupção. Leia alguns tópicos da entrevista ao FT:
- "Quando você é uma mulher no poder, eles dizem que você é dura, fria e insensível, enquanto um homem na mesma posição é forte, firme e encantador".
- "É um governo de homens brancos, velhos e ricos, ou que pelo menos querem ser ricos.
- "Durante uma recessão, uma política de austeridade é suicídio. No curto prazo, você tem que aumentar o investimento público".
- "Eu acho que a oligarquia tradicional brasileira ficou chateada com uma pequena redistribuição da riqueza após séculos de exclusão, este foi um esforço muito pequeno na inclusão. Não foi fantástico; Precisa ser muito mais do que o que fizemos ".
- "A crise financeira global está por trás dos problemas da economia".
- "O neoliberalismo está ruminando os fundamentos da democracia. A melhor maneira de enfrentar essa ameaça é usar instituições democráticas".
- "A melhor arma é a crítica, a conversa, o diálogo, o debate. A verdade é o oxigênio da democracia". - "Eu não pretendo concorrer a mandatos eleitorais, mas continuarei a ser politicamente ativa".
- "Vou deixar como legado para as mulheres minha trajetória. Eu digo que nós, mulheres, não somos pessoas que desistem, que se dobram sob adversidade. "
Em um ridículo momento institucional em que Michel Temer vaga sem autoridade nem rumo e lidera um governo de trêfegos, o Financial Time aponta Dilma Rousseff como uma das dez mulheres que se destacaram no ano.
Quase no mesmo dia, Temer era apontado do "homem do ano" pela revista Istoé que, não sei bem porque, é apelidada nas redes sociais de "Quantoé". Não deixa de ser uma coincidência simbólica e precisa nas proporções abismais entre os veículos e seus respectivos homenageados.
A cada minuto, olhar para o retrovisor da campanha que afastou a presidente, mostra o cenário de terra arrasada que os usurpadores estão construindo para a maioria da população, que é quem está pagando a bilionária conta do golpe.
Dilma foi detalhe e pretexto. O objetivo das milícias políticas que ocupam Brasília está na mídia, claramente, todos os dias, em todos os espaços. Foi essencialmente econômico e financeiro, com um foco preciso na acelerada transferência de renda pública e privada (no caso, confisco de renda traduzido em arrocho salarial, cassação de direitos trabalhistas e previdenciários) para os detentores do capital financeiro.
A presidente legitimamente eleita e depois afastada por um golpe parlamentar-jurídico-midiático deu uma longa entrevista ao jornal britânico. O jornal destaca que Dilma - que foi lembrada ao lado da primeira-ministra britânica, Theresa May, a ex-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton, a presidente sul-coreana Park Geun-hye, a parlamentar britânica Jo Cox, assassinada em junho, a cantora americana Beyoncé, a ginasta Simone Bailes, entre outras - não cometeu nenhum crime e não é acusada de corrupção. Leia alguns tópicos da entrevista ao FT:
- "Quando você é uma mulher no poder, eles dizem que você é dura, fria e insensível, enquanto um homem na mesma posição é forte, firme e encantador".
- "É um governo de homens brancos, velhos e ricos, ou que pelo menos querem ser ricos.
- "Durante uma recessão, uma política de austeridade é suicídio. No curto prazo, você tem que aumentar o investimento público".
- "Eu acho que a oligarquia tradicional brasileira ficou chateada com uma pequena redistribuição da riqueza após séculos de exclusão, este foi um esforço muito pequeno na inclusão. Não foi fantástico; Precisa ser muito mais do que o que fizemos ".
- "A crise financeira global está por trás dos problemas da economia".
- "O neoliberalismo está ruminando os fundamentos da democracia. A melhor maneira de enfrentar essa ameaça é usar instituições democráticas".
- "A melhor arma é a crítica, a conversa, o diálogo, o debate. A verdade é o oxigênio da democracia". - "Eu não pretendo concorrer a mandatos eleitorais, mas continuarei a ser politicamente ativa".
- "Vou deixar como legado para as mulheres minha trajetória. Eu digo que nós, mulheres, não somos pessoas que desistem, que se dobram sob adversidade. "
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Baywatch, o filme. The Rock liberou o trailer no seu twitter. Já viu?
No elenco, The Rock (Dwayne Johnson), Zac Efron, Priyanka Chopra, entre outros. O filme só estreia em maiko de 2017, nos Estados Unidos (Ed Sá).
PARA VER O TRAILER, CLIQUE AQUI
Filmes clássicos serão reexibidos em circuitos de cinemas americanos...
por Ed Sá
Apesar da era do streaming, as salas de cinema resistem.
A Turner Classic Movies em parceria com a Fathom Events vai exibir em circuitos, entre janeiro e outubro de 2017, clássicos de décadas passadas.
A ideia é que novos públicos possam viver a experiência de assistir a grandes filmes fora da TV, dos tablets e computadores.
Entre os filmes do pacote-revival estão: Cantando na Chuva, A Primeira Noite de um Homem, Poderoso Chefão, Adivinhe Quem Vem para Jantar, Casablanca, Tarde Demais para Esquecer, A Malvada e Quanto Mais Quente Melhor.
A informação é do site Mashable.
Uma boa ideia. Não custa imitar. Alô produtores e distribuidores brasileiros.
Juliana Paes: revista Boa Forma liga o nome à pessoa
Trump é o homem do ano da revista Time. Mas o diretor de arte fez seu protesto sutil na capa... Observe que o M virou o chifre do demo...
por Ed Sã
A Time aponta Donald Trump como "homem do Ano, Nada demais. A revista já elegeu Adolf Hitler como a personalidade de 1938.
O empreiteiro está na capa dessa semana. Só que o diretor de arte fez uma pequena sacanagem e plantou um par de chifres acima da testa da demoníaca figura. O detalhe não passou despercebido das redes sociais.
Se Trump vai detonar a bomba A sobre a China, se vai invadir Cuba, se vai lançar gás paralisante na Coréia do Norte, se vai instalar tornozeleira eletrônica em todos os mexicanos, nada disso está confirmado. O que é certo é que o futuro presidente dos States fará a festa dos humoristas e caricaturistas.
E, aí sim, ele poderá acionar os marines contra a rapaziada. Trump já dá sinais de que não vê como humor as gozações com a sua exótica figura nem com as suas correspondentes ideias. Tem reclamando tanto que até parece intimidação.
Nas últimas semanas, ele tem deixado de lado as ocupações da transição do governo para se preocupar com o programa Saturday Night Live, no qual o ator Alec Baldwin faz uma imitação que tem divertido a audiência.
Está tudo lá, incluindo a franja e o biquinho.
O programa está até dando uma folga ao roteirista do quadro. Segundo Baldwin, Trump é roteirista de sua própria série. "Todo o material que usamos, foi ele mesmo que nos deu”, diz ele.
E, para finalizar: a propósito de Trump agora fazer parte da galeria de personalidades do ano da revista, ao lado de Hitler, vale lembrar que, segundo o escritor e pesquisador John Lukacs, que escreveu o livro "Churchill X Hitler", o líder nazista tinha um "medo mórbido" de ser ridiculizado.
Há relatos de que ele chegou a assistir ao filme "O Grande Ditador", a genial sátira de Charles Chaplin e teria gostado apenas de ver Mussolini retratado com de baixa estatura. Isso não o impediu de determinar ao Partido Nazista agisse para proibir o filme, que só foi exibido na Alemanha em 1958.
Como Trump, Hitler era o autor do seu próprio roteiro. Nem Chaplin criou aquele ridículo bigodinho, nem o Saturday Night Live é o autor da bizarra franja do presidente eleito dos Divided States.
Ponte para o futuro: Jorge Bastos Moreno, amigo de Temer, será homem forte da “Nova CBN”
(do SRzd))
O colunista de “O Globo” Jorge Bastos Moreno, amigo pessoal do presidente Michel Temer, será o homem forte da programação da “Nova CBN”, após a sequência de demissões ocorridas nesta segunda-feira(6). Ele está fazendo vários pilotos e a direção aposta no seu bom humor e no seu relacionamento com o Planalto para elevar a audiência diante do sucesso avassalador da BandNews, que tem em Ricardo Boechat seu principal âncora.
Uma fonte disse ao SRzd que “o realinhamento de nomes e programação fazem parte de um projeto nacional que objetiva apoiar o atual governo federal e preparar o terreno para a disputa de 2018”. O afastamento de apresentadores, narradores e jornalistas é porque eles não estavam no perfil que será adotado daqui para frente.
O comunicador Antonio Carlos, da Rádio Globo, líder de audiência no seu horário no Rio de Janeiro, é outro nome que se fortalece com as mudanças. A confirmação disso é que seu programa, esta semana, passará a ser nacional para toda a rede de rádio do Grupo Globo e afiliadas.
Setor Elétrico Brasileiro, 20 anos de erros: engenheiro lança hoje, no Rio, livro que revela bastidores de uma política desastrada...
(do Sputnik Brasil)
Apesar de bilhões em investimentos, o setor elétrico brasileiro vem sofrendo graves erros de planejamento e operação há 20 anos. A afirmação é de José Antônio Feijó de Melo, que analisa esse modelo no livro "O Setor Elétrico Brasileiro – De Serviço Público a Mercado / Vinte Anos de Erros (1995-2015)", que está sendo lançado pela Editora Babecco.
Feijó, engenheiro que pertenceu aos quadros da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e participa da ONG Ilumina (Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico Brasileiro), diz que a situação atual do setor é consequência hoje de duas décadas de erros sucessivos cometidos pelo governo.
"Começou em 1995, lá no governo FHC, quando implantou-se um modelo institucional baseado na filosofia de mercado que transformou a energia, de um bem essencial ao interesse público, para uma simples mercadoria. Os resultados foram catastróficos. Tivemos naquele período um início de subida de tarifas cada vez mais elevadas e logo em seguida uma queda na qualidade dos serviços, porque as empresas que foram sendo privatizadas passaram a pensar muito mais no lucro do que no bom serviço. Vieram os apagões, as explosões de bueiros. Lá em 2001 veio aquele famoso racionamento, o maior no mundo em tempo de paz." Feijó diz que os erros mostravam a possibilidade de surgimento de uma nova política para o setor. Ele lembra que isso foi tentado através de um estudo de um grupo de técnicos nas eleições de 2002, que apresentou ao candidato das oposições à época (Lula) uma solução que restauraria a questão do modelo de serviço público, abandonando a ideia de mercado.
"Infelizmente, após a eleição, não houve a aplicação desse modelo e os problemas continuaram. Os problemas foram se agravando a ponto de, em 2012, se chegar a um limite com o governo baixando as tarifas artificialmente através de decreto. Prosseguimos até hoje com o setor elétrico sacrificado, com a sociedade pagando tarifas altas por um serviço de qualidade baixa e sujeita sempre ao perigo do racionamento. Hoje, vamos vendo a possibilidade de novas privatizações, tentativas desesperadas de solucionar o problema. Novamente as tarifas serão mais altas para viabilizar o interesse da iniciativa privada no processo."
Para o especialista, nesse modelo que prevalece desde 1995, quem mais se beneficia da situação são os proprietários das empresas. "(Eles) têm lucros fabulosos, já que as tarifas são cada vez mais altas através de um suposto controle da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que não é real. Pagamos tarifas altíssimas e eles promovem sempre custos de serviço cada vez mais baixos sobretudo através da redução de pessoal, contratando empresas terceirizadas com salários aviltados, o que é uma das grandes causas da perda de qualidade do serviço na medida em que o pessoal não tem o perfil e nem o treinamento necessário que tinha antes." No tocante à matriz geradora de energia no país,
Feijó repudia as críticas que alguns movimentos sociais fazem em relação à construção de hidrelétricas no Brasil. "No mundo inteiro hidrelétrica é bom, só no Brasil tem sido caracterizada como negativa. A Noruega, por exemplo, é um país que tem 98% da energia produzidos por hidrelétricas e que agora está exportando energia para a Europa. A Dinamarca já tem sistema interligado e muita eólica, que se casa perfeitamente com a hidrelétrica. Elas se casarão também com as solares, quando se viabilizarem."
Assinar:
Comentários (Atom)









































