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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Afinal Dilma está com o Rio ou vai dar uma de traíra?

É hoje. O Rio vai às ruas protestar contra a anunciada mudança na distribuição dos royalties do petróleo. É bom que a "gerente" Dilma Rouseff se recorde que teve excelente votação no Rio de Janeiro e não cometa a burrice de romper com o estado do qual se afastou nesse primeiro ano de governo. Vêm aí Copa, Olimpíada e... eleições.

terça-feira, 16 de março de 2010

Vamos ligar para o "bom" velhinho?

Por Jussara Razzé
O Jornal Extra estampou em manchete de primeira página o telefone de contato do deputado. Sabemos que ele, como todos os outros parlamentares, tem um número absurdo de assistentes para atender o telefone. No mínimo (alguma coisa na Câmara é mínima?) a gente dá trabalho para esses funcionários DAS 20000000000000 fazerem jus a parte do salário.
Amanhã, na Candelária, às 16h, passeata de protesto em direção à Candelária. Vamos lá?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Perdeu, Rio


por Gonça
Um amigo costuma dizer que o mundo, mais do que o Brasil, ama o Rio. Pode ser verdade. Em parte. Acho que os brasileiros gostam do Rio. A maioria dos políticos brasileiros, essa nefasta etnia à parte, seguramente não. Não são poucos os golpes baixos que a cidade sofreu na sua história, com forte impacto na economia e na qualidade de vida locais. Há meio século, foi vítima de JK e da transferência da Capital para Brasília. Em uma jogada política que se revelaria um desastre o Rio foi esvaziado em nome de uma suposta conquista do Oeste, à moda dos bandeirantes. Integração se faz com ferrovias, rodovias, linhas aéreas, telecomunicações, distribuição de renda, educação, saúde, reforma agrária, ocupação social do país e não com prédios, Plano Piloto, palácios e apartamentos para políticos etc (anotem que as mordomias, o inaceitável auxílio-moradia, ticket-farra, vale-viagem, esses penduricalhos todos surgiram com a mudança da Capital).
A configuração de Brasília ainda teve o "mérito" de afastar os governantes da população. Levá-los para um castelo dourado, longe de incômodas manifestações populares. Imaginem o conforto que é, para os políticos, ter a Cinelândia, palco de históricas revoltas e movimentos de protesto e reivindicações, a mais de mil quilômetros de distância. Ficar longe do bafo do povaréu ou do cheiro, como dizia o ditador João Figueiredo, que revelava preferir cafungar um cavalo do que gente. Também não por acaso, Brasília entrou para a história como a Capital que abrigou a mais longa, sangrenta e corrupta ditadura da história política do país.
A segunda grande derrota do veio com a fusão da cidade com o Estado do Rio. Essa foi obra do general Geisel. Uma retaliação política - o Rio era o foco da tímida mas significativa oposição à ditadura - que abalou as finanças da cidade, esvaziando os seus cofres. Crises urbanas como expansão de favelas, falta de investimentos em educação, saúde, segurança - esses itens da cesta básica da cidadania - que só se agravariam com o passar dos anos, foram plantados nesse irresponsável desmonte do Rio.
Por que, nessa manhã de quinta-feira, escrevo sobre isso? Você já deve ter lido os jornais? O Rio acaba de sofrer mais uma derrota. Dessa vez, um arrastão. A Câmara aprovou a emenda que redistribui - inclusive para os estados não produtores - os royalties do petróleo. O Rio, no caso, todo o estado, perderá R$7, 2 bilhões de arrecadação por ano. O governador Sérgio Cabral avisa que esta unidade que a Federação parece detestar vai quebrar. Royalties não são taxas ou impostos. Royalties são compensação. O petróleo está aqui, junto com os danos ambientais, os mangues irrecuperáveis, rios poluídos, manaciais afetados, atmosfera comprometida em certas áreas, a Baia da Guanabara que já sofreu graves acidentes ecológicos e sobrevive sempre ameaçada...
O Rio pode reagir de três formas: convencer Lula a vetar o projeto aprovado (vai ser muito difícil em ano de eleição ir contra a maioria dos estados que querem meter a mão nessa grana); ir ao Supremo (diz-se que a medida é claramente inconstitucional); ou ocupar as ruas. Essa última hipótese não parece mais viável. O povo não confia nos seus representantes e mesmo quando alguns deputados do Rio se mobilizaram e tentaram lutar contra o arrastão dos royalties o povo não foi junto. Não comprou a briga, desconfia. A imagem dos políticos é tão ruim, que mesmo os bem intencionados não encontram quem queira dividir com eles qualquer bandeira. A mídia carioca ficou praticamente quieta e domada. O prejuízo é nosso. Mas quem vai nos convencer a ir a uma passeata de protesto ao lado da maioria dos políticos? Assim, o Rio ficou em silêncio e foi tosado como uma ovelha mansa.
Tente imaginar o que clãs e oligarquias que dominam a política vão fazer com essas verbas extras. Imaginou? Agora vá tomar um porre de infelicidade.