segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Máquina de escrever: um novo símbolo de rebeldia... Um livro revela que Olivettis e Remingtons estão saindo do armário

por Marina Francis
Começou como um hobby. Alguns escritores retomaram o hábito de criar seus textos em máquinas de escrever. Quando estourou o escândalo de espionagem mundial de emails e arquivos de computadores promovida pelos aparelhos de segurança americanos, alguns países, como a Rússia, reabilitaram a máquina de escrever para o registro de certos documentos oficiais. A medida também foi adotada por corporações em casos onde o sigilo era a alma do negócio. Uma tentativa, pelo menos, de escapar dos complexos americanos de espionagem política, militar e industrial. 
Agora, em plena era digital, o retorno à máquina de escrever começa a virar, também, uma espécie de movimento de rebeldia, atraindo jovens, escritores, músicos e ativistas que estão dando uma segunda chance à escrita mecânica.
Datilografar tornou-se cult. O livro "The Typewriter Revolution" documenta essa tendência. Nos Estados Unidos já há até associações nacionais de colecionadores e usuários de máquinas de escrever. Por enquanto, os adeptos da datilografia à moda antiga têm que recorrer ao mercado de usados.Em 2011, a última fábrica fechou as portas, em Bombaim. Mas há quem diga que assim como os LPs de vinil voltaram a ser fabricados, nada impede que "visionários do passado" reativem linhas de montagem das "pretinhas" como as redações de antigamente as chamavam. Olivettis e Remingtons estão sacudindo a poeira. Quem sabe, em breve, alguns livros virão com um aviso: "esta obra foi escrita em uma Smith Corona...  

5 comentários:

AB.Dias disse...

Bukowiski dizia que a máquina de escrever dele era uma metralhadora carregada. Ele nunca escreveu em computador, apesar de ter morrido em 94 ou 95. O silêncio da tecla não fazia barulho de tiro

Nelio Horta disse...

Excelente idéia Marina! Vou pensar nisso, livre de espionagem e sem depender de 'suporte".
Á propósito, alguém tem uma "maquininha" prá vender? Pode ser portátil, desde que esteja em bom estado..., obrigado.

Nilton Muniz disse...

Ainda preservo a minha Hermes Baby. Primeiro, porque adoro máquinas de escrever. E segundo, pelo valor histórico. Ela é a mesma que Ney Bianchi carrega - uma maletinha - na foto com Jáder Neves e Orlando Abrunhosa - ver imagem aqui mesmo no blog em postagens passadas - no México, em que foram cobrir a Copa de 70. E, segundo o próprio Nei, ela foi adquirida em Portugal, em 1958, quando seguia para a Suécia. Preciso dizer mais alguma coisa?

Helder disse...

Tenho uma Olivetti Lettera que também trato como relíquia. E no condomínio onde moro as circulares são datilografadas ainda em uma Remington daquelas de escritório, acho legal

Leda disse...

A IBM elétrica que foi moda em escritórios já não dava o mesmo prazer da tecla mecânica. Viva a máquina de escrever movida apenas a força humana!