terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Jornalistas do Daily Telegraph reagem contra instalação de "sensor de presença" na redação. A antiga Bloch instalou, certa vez, um "livro de presença". Também durou pouco... veja porque


Redação do Daily Telegraph: sensor "dedo-duro' para controlar jornalistas
O Daily Telegraph, de Londres, instalou nas mesas de redatores e repórteres um sensor capaz de indicar quando os profissionais estavam sentados, quanto tempo passavam trabalhando e quanto minutos ou horas gastavam perambulando pelas salas. Após forte reação dos jornalistas, que consideraram invasiva a vigilância, o jornal retirou os sensores. Segundo os administradores, o dispositivo reagia a movimento e calor e identificava o uso efetivo de uma estação de trabalho. mas tratava-se apenas de um "inocente" programa para avaliar possíveis programas de conservação de energia. Conta outra, não é?
Patrão sempre sofre da paranoia de que o empregado está dando a volta na firma. Aqui no Rio, já foram feitas tentativas não tão sofisticadas de controlar horários dos jornalistas.
A Bloch, certa vez, instituiu um livro, na portaria, onde os funcionários deveriam anotar e assinar ao lado dos horários de entrada e saída no prédio. Durante o dia, um funcionário do Departamento de Pessoal percorria as redações portando um formulário contínuo com os nomes do jornalistas e ia anotando eventuais ausências. Às vezes, alguém da redação avisava: "Ó, fulano tá no banheiro". O tal controle não durou muito a partir do momento em que a empresa constatou que jornalistas demitidos e que entravam com processos trabalhistas passaram a usar o livro de controle para provar que cumpriam muito mais horas trabalhadas do que o determinado pela lei.
Apesar de aprovado em convenção coletiva, no Rio, o controle de ponto eletrônico para jornalistas também provocou polêmica já que alguns veículos resistiram a implementar esse tipo de registro digital. A razão? A mesma da velha Bloch. Jornalistas, com frequência, em função de pautas externas, fechamento de matérias e 'pescoções" (os adiantamentos de fins de semana) acumulam mais horas extras do que as estabelecidas em contrato. Daí, esse tipo de controle e vigilância acaba se voltando contra os patrões.

3 comentários:

J.A.Barros disse...

Eu sou a favor do livro de pontos porque patrão e empregado um dia vão se desentender e vão acabr na Justiça do Trabalho e o livro de pontos é um documento em prova as horas a mais que o empregado dá ao patrão e ela deve ser paga e o patrão só vai pagar na Justiça.

Wedner disse...

Exatamente por isso é que os patrões da imprensa não gostam porque controle de ponto e horas vai acabar aumentando o número de horas extras que eles pagam. Agora com a crise na mídia jornalistas são ainda mais explorados

Anônimo disse...

Adolpho Bloch não gostava de paletós pendurados em cadeiras e dizem que era porque ele sabia que essa era o jeito dos funcionários publicos darem um pinote do serviço