quinta-feira, 3 de setembro de 2015

"Globo Estagiário": chegou a hora do jornalismo trainee?


por Omelete
"A culpa foi do estagiário". Este é um conhecido bordão jornalístico. O jornal escreveu "fulana pousou com exclusividade"? O estagiário errou. O gerador de caracteres da TV diz que houve um naufrágio no "Retângulo das Bermudas"? Mancada do novato. O texto diz que "fulana contraiu a doença enquanto estava viva"? Pô, estagiário, manera. Pois a figura do estagiário deixa cada vez mais de ser folclore para se tornar peça fundamental da mídia impressa. Nos últimos três anos, cerca de três mil jornalistas foram demitidos por veículos da chamada grande mídia. E a degola não parece chegar ao fim. Nos últimos dias, o passaralho fez ninho fixo no telhado do Globo. Mas são recorrentes as ondas de demissões na Folha, Estadão, Abril, O Dia etc. Muitas dessas vagas estão sendo extintas, outras preenchidas por profissionais que passam a acumular funções.
No sempre difícil mercado de trabalho na comunicação, o estágio foi uma porta de entrada indispensável e, em muitos casos, mais justa em relação ao ainda predominante Q.I (quem indica). O que não impede que esteja sujeito a uso e abuso de mão-de-obra a custo módico. Vá lá, não deixa de ser um "escambo": em troca de ganhar experiência, o estudante topa as condições possíveis.
Por coincidência, o Estadão, outro viveiro de passaralho, destacou na semana passada que seu programa de admissão de estagiários está positivo e operante e apelou por inscritos; O Globo torna mais frequente, ao pé de várias matérias, um simbólico aviso sobre a autoria do texto: "estagiária (o) sob supervisão de..."
Isso me leva a uma sugestão para esses tempos de crise. Que tal institucionalizar a prática. Dilma precisa baixar custos. Beleza, tira o Levy, que deve estar ganhando os tubos, e bota um estagiário sob supervisão de um conselho de colunistas de economia; a novela das oito não dá audiência, claro, troca o autor de salário milionário por uma aluno do workshop de roteirista; Dunga está vacilando na seleção? Tem um aluno do curso de técnico da CBF que sabe mais do que o Mourinho; esse Beltrame, o secretário de Segurança, só reclama? Bota um cara que é fera e tirou o primeiro lugar no concurso da guarda municipal.
Se isso não der um jeito nos custos e só "descontinuar"os salários - como dizem as notas oficiais dos passaralhos - e pagar o pessoal "em dez vezes na  parcela".  

3 comentários:

Neto disse...

O Globo descartou como se fosse material não-reciclável jornalistas experientes. Não seria o caso de dar um desconto aos assinantes já que o produto vendido perde conteúdo. O critério deveria ser o mesmo do Procon para a lata de sardinha que vem com menos sardinhas mas não diminui o preço.

Anônimo disse...

O Globo é uma empresa privada pode cortar, demitir, contratar funcionário mais barato, isso é de qualquer empresa seus comunas. Se a empresa acha que não estão rendendo e não dão custo-benefício, rua. É assim que funcionam as empresas competitivas, não é uma estatal que dá vida boa pra petista

J.A.Barros disse...

Dona Dilma diante de 22 mil funcionários comissionados pretende demitir apenas 1.000. Naturalmente devemos achar que essa afirmação seja recebida pelos äspones" do Palácio como piada e devem ter rido muito para agradar a dona Dilma. Ora, que ajuste fiscal é esse? O senhor Levy deve receber um salário pequeno e completado como membro de vários Conselhos Administrativos. E os salários do ministros dos v'ários Tribunais Superiores que chegam a 400 mi reais por mês.
Há muita gordura para cortar, mas não interessa à dona Dilma e o PT. Essa gorduras somariam muito mais de 30 bihões de reais.