Há quatro anos, o então diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, virou a "Geni" da mídia internacional. O caso foi um prato cheio para os jornalistas. Uma camareira de um hotel de Nova York denunciou o executivo por "abuso sexual"; em seguida, na França, DSK foi processado por supostamente promover "festas libertinas", seja lá o que esse rótulo moralista significasse, com participação de prostitutas. O fim do "escândalo", menos divulgado do que o começo, é revelador: DSK foi processado e por sua vez processou a camareira e o caso acabou em um acordo assinado na justiça americana. Ela dizia que foi forçada a manter relações sexuais com o diretor do FMI, ele dizia que o ato foi plenamente consentido. Não havia testemunhas, os dois estavam sozinhos na suite do hotel.
Quanto ao caso francês, das "festas libertinas", a justiça considerou, ontem, que a acusação era apenas uma suposição. Não havia qualquer prova de que as mulheres presentes, ou uma só que fosse, era prostituta. E mesmo que a convidada exercesse essa profissão digna como qualquer outra seria preciso provar, para sustentar a acusação de proxeneta, que DSK havia pago às jovens. O tribunal não recebeu qualquer indício de que isso teria acontecido. Inocentado, DSK não corre o risco de cumprir 10 anos de cadeia, mas teve sua carreira destruída.
Reprodução Periscope/Bligoo |
O bombardeio midiático contra DSK. Reprodução Internet |
Pensando bem, talvez o maior "crime" de Strauss-Kahn tenha sido exercer a direção desse suspeitíssimo orgão chamado FMI. Proxeneta é elogio diante da "folha corrida" que a famosa instituição acumula com intervenções em paises em nome do capital financeiro e em detrimento de vidas e metas sociais. Como diretor do FMI talvez DSK merecesse prisão perpétua sem direito a visita íntima. Mas esse é o tipo de "crime", sem camareira e prostitutas, que não vende jornais nem aumenta o número de cliques em páginas da internet.
Restou alguma lição desse rumoroso caso? Sei lá. Mas eu aconselharia a quem praticar "relações sexuais consentidas" e não confiar 100% na parceira pegar um documento assinado ou gravar uma declaração no smartphone comprovando o total e voluntário "consentimento".
E isso não é gozação. Ou melhor: é.
2 comentários:
Não podemos esquecer que este honorável senhor, que tem por habito, comer camareiras de hotel, é casado como uma senhora riquíssima e diante deste argumento é claro que em pouco tempo ele seria declarado inocente, por crimes sexuais, em qualquer tribunal do mundo. Na ocasião em que estava senso acusado de ter violentado a camareira, ao mesmo tempo uma jornalista,levantou um caso contra ele de que teria sido violentada ou estuprado por ele durante uma entrevista mas o caso acabou porque por falta de provas o processo foi arquivado. Agora que provas serão necessárias para provar que um home , muito rico, violentou uma camareira ou uma jornalista no seu trabalho. Me parece que a palavra da vítima não vale nada.
Inocente até prova em contrário e sem o infame domínio do fato, essa é a justiça civilizada
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