sexta-feira, 5 de junho de 2015

Edição da Época sobre 1985 faz um revival do design de revistas naquele ano


A revista Época dessa semana revisitou 1985. Uma viagem factual aos tempos de Sarney, Senna, Tancredo, Ulysses, Gorbachev, Legião Urbana, Nina Hagen, Paulo Francis, Aids, biquini asa-delta. Era um Brasil pior, mais injusto socialmente, corrupto como sempre, com inflação galopante, dependente do FMI, com os militares ainda influentes em uma espécie de "prorrogação" institucional da ditadura representada pela não-aprovação das Diretas-Já, pela tramoia do Colégio Eleitoral, e pelo próprio presidente de então, um "funcionário" exemplar do regime. Episódios de censura, como o do filme "Je Vous Salue Marie", vetado pela tesoura católica de José Sarney, eram um exemplo do autoritarismo resistente. A Época faz sua leitura particular e dirigida da história, claro, destaca aqui, omite ali, esquece de contar acolá, mas a retrospectiva tem um ângulo interessante: o tratamento gráfico do caderno especial, que remete à estética jornalística daquela década. O diretor de Arte da Época, Alexandre Lucas, conta em um texto publicado no site da revista, que, para preparar a edição, mergulhou no mercado editorial dos anos 80. Diz ele, e um trecho:
 "As revistas eram muito populares e os títulos já possuíam uma diversidade interessante. Apesar de já ser bem manjado que o design gráfico dessa década era esfuziante, com nenhuma economia nas cores e formas, as revistas semanais de informação como a ÉPOCA ainda eram muito contidas. Certamente se nossa revista existisse em 1985 ela seguiria a linha tradicional de suas concorrentes. Pensando assim, o projeto gráfico do nosso especial acabou sendo uma homenagem a todas as revistas que faziam parte desse seguimento naquele ano de 1985, com todas as suas limitações de recursos gráficos, regras, ou falta delas, na composição de páginas (que dariam pesadelos a muitos designers editoriais de hoje) e até algumas imperfeições. Essa homenagem também se estende aos muitos diagramadores, chefes de arte e diretores de arte que estavam lá, fazendo tudo a mão, quando o computador, apesar de já ser uma realidade (inclusive no mundo da tipografia), estava longe de ser uma ferramenta de design gráfico".
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2 comentários:

J.A.Barros disse...

A entrada do computador gráfico nas redações de jornais e revistas foi de um efeito arrasador para o trabalho dos diagramadores e chefes de arte da época. O que você desenhava nas telas dos monitores era o que realmente iria ser impresso. O chefe de arte assim como os editores tinham as paginas dos jornais ou revistas prontas numa tela e podendo modificar na hora, troca de fotos, de títulos, enfim, uma revisão fundamental que iria ser aprovado de imediato e prontas para irem ser rodadas nas rotativas de Off Set ou Rotogravura.

Wilson disse...

Pode-se dizer que a mídia pode ter melhorado o visual e regrediu no que publica. Jornalismo safado é que os principais fazem hoje defendendo empresas, elite e cagando para as prioridades do país como saude, educação, tudo é entragar aos tubarões como o caso dos planos de saúde e dos colégios particulares, o povo que se dane para essa vergonhosa imprensa brasileira concentrada nas mãos de pouco proprietários e donos da informação.