Aconteceu, virou marca de um tempo. Está na coluna de Ancelmo Gois no Globo de hoje. Pesquisa mostra que cariocas têm saudade de alguns desfiles marcantes
e incluem entre as boas recordações as famosas e ágeis edições de Carnaval da revista Manchete.
por Gonça O impacto daquelas edições que se transformaram em tradição e esgotavam rapidamente nas bancas era tão forte que o título resistiu e sobreviveu, por uns tempos, até mesmo à falência da Bloch, em 2000. Como conta o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata), os próprios funcionários conseguiram da Massa Falida permissão para usar o título e conseguiram botar nas bancas, com muito esforço, edições especiais da Manchete. Em 2001 e 2002 mantiveram a tradição. Entre os responsáveis pela edição e cobertura, Roberto Barreira, José Rodolpho Câmara, Lincoln Martins. Jussara Razzé, José Carlos Jesus, J.A Barros, Wilson Pastor, Enilson Costa, Alberto Carvalho, David Júnior, Regina d'Almeida, Ana Gaio, Eliane Peixoto, Maria Alice Mariano, Alex Ferro, Fábio Abrunhosa, Orestes Locatel e Marcelo Horn. Em 2003, pela primeira vez em 50 anos (Manchete foi fundada em abril de 1952 e seu primeiro carnaval foi o de 1953), os leitores não encontraram na banca a sua tradicional edição de Carnaval. De 2004 até 2008, Manchete de Carnaval foi lançada por Marcos Dvoskin, que havia adquirido o título, em leilão. Essas últimas edições foram feitas também por uma equipe oriunda da revista, com muitos dos profissionais citados acima, sob a direção de Lincoln Martins. Sobre isso, Jussara Razzé escreveu em um dos capítulos do livro "Aconteceu na Manchete": "Nos últimos quatro anos, botamos o bloco da Manchete na avenida, tal como nos velhos tempos. Uma das compensações pelo árduo trabalho é descobrir que a revista permanece na memória afetiva de muita gente. E não são poucos os que nos cumprimentam e incentivam. E a edição especial é a primeira a chegar às bancas, sempre na Quarta-Feira de Cinzas. Um vez por ano, Manchete volta a brilhar, como uma alegoria do passado, em um campo onde já foi imbatível, sob o ritmo e as luzes do Sambódromo carioca". Jussara antecipava, assim, a "memória afetiva" que a pesquisa do Data Rio agora enfatiza. De resto, não custa lembrar que o nome deste blog, como conta o ex-diretor da Manchete, Roberto Muggiati, em texto aí ao lado na barra direita desta página, é uma referência ao sanduíche de pão com ovo servido precisamente nos acelerados fechamentos daquelas quase épicas edições de Carnaval. |
2 comentários:
Foram 25 anos de minha vida profissional na Bloch Editores trabalhando na redação da revista Manchete ajudando a fechar os cadernos com a cobertura total de todos esses carnavais. Fechávamos o último caderno na madrugada das terças com as fotos da última escola de samba que desfilava na Marquês de Sapucaí. A essa altura – como se referiu o gonça – já tínhamos comidos uns 5 pães com ovo e mais refrigerantes. A revista começava a entrar nas bancas nas tardes das quartas-feira. Valia a pena todo o sacrifício.
É isso aí, Barros, foram várias gerações de fotógrafos, repórteres, editores, diagramadores etc que criaram essa fusão de Manchete e Carnaval. A pesquisa mostrou que essa marca ficou na memória.
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