sexta-feira, 14 de julho de 2023

Quem detonou a Bastilha? O Marquês de Sade, ora... • Por Roberto Muggiati

 

O povo unido contra a Bastilha 

Sade ajudou a insuflar os parisienses 

Peça de Peter Weiss: A perseguição e assassinato de Jean-Paul Marat

Mais um 14 Juillet, não chega a ser uma data redonda, 234 anos desde que cidadãos parisisenses revoltados pegaram em armas e destruíram a prisão-símbolo do autoritarismo e da opressão. Aproveito para contar uma história que só mais recentemente os historiadores trouxeram à tona. Uma pessoa de dentro da Bastilha exerceu um papel determinante para a invasão e derrubada do presídio: o Marquês de Sade, que ocupava lá uma pequena cela. Em 2 de julho de 1789, a turba enfurecida já rondava o prédio e as autoridades reforçaram a segurança. Transformando em megafone um funil de metal usado para despejar o esgoto de sua privada, Sade foi à janela e começou a berrar para o populacho por entre as grades que os carcereiros assassinos estavam torturando e degolando os prisioneiros, a maioria deles gente de bem que se opunha politicamente à monarquia. Em represália, o comandante da Bastilha o despachou, “nu como um verme”, para o asilo de loucos de Charenton, lacrando a cela com seus pertences, pelos quais Sade chorou “lágrimas de sangue”: “Mais de 100 luíses de móveis, algumas obras e – o irreparável – quinze volumes de meus manuscritos.”

O diretor do asilo de Charenton, Monsieur de Coulmier, considera o teatro uma excelente forma de terapia e constrói um palco com uma arquibancada de 40 lugares. Sade encontra aí uma oportunidade para exercer seu talento de escritor. Parisienses chiques disputam os lugares destinados aos pacientes. O episódio inspiraria, em 1963, a peça de Peter Weiss A perseguição e assassinato de Jean-Paul Marat encenado pelos internos do Hospício de Charenton sob direção do Senhor de Sade, abreviado para Marat/Sade, que eu tive o privilégio de ver em sua estreia em 1964 na Royal Shakespeare Company em Londres, com Patrick Magee no papel de Sade e a estreante Glenda Jackson como Charlotte Corday. Shakespeare, que fazia 400 anos, adorou..

.

terça-feira, 11 de julho de 2023

O Glorioso, de Biriba a Tiquinho • Por Roberto Muggiati

 

Biriba entra em campo.


A pose ao lado do time formado


Carlito Rocha e Biriba. Fotos Manchete Esportiva e Arquivo Botafogo 

Tiquinho. Foto Victor Silva/Botafogo

A Estrela brilha de novo. A conquista do campeonato carioca de 1948 foi marcada – e segundo alguns devida ao cachorro Biriba. O vira-lata, que pertencia ao zagueiro reserva Macaé, invadiu o gramado no 10x2 dos aspirantes do Botafogo sobre o Madureira, como se comemorasse a vitória. O carismático Carlito Rocha, presidente do clube, adotou o cachorro de pelagem alvinegra como mascote do time. Biriba passou a comparecer a toda partida. Quando o Botafogo estava atrás no placar, Carlito o soltava no campo para interromper o jogo. Nas vezes em que isso aconteceu, o Botafogo acabou virando a partida.

Passados 75 anos, os dias de glória estão de volta. O herói desta vez é um craque também com dois “i”s no nome, Tiquinho Soares. Artilheiro do Brasileirão, ele comanda a impressionante arrancada do Botafogo, dez pontos à frente do segundo colocado, com um aproveitamento de 85% em 14 jogos, com 12 vitórias e duas derrotas. Nem a saída do técnico português Luís Castro abalou o time, que vem de uma vitória fora de casa sobre o Grêmio, seu principal concorrente. Aos 32 anos, o paraibano Francisco de Chagas Soares dos Santos rodou o mundo antes de surgir, aparentemente do nada, no Botafogo. De times do Nordeste passou pelo Pelotas, jogou em clubes de Portugal, no Tianjin Teda da China e no Olympiacos da Grécia. Chegou ao Glorioso como um estranho no ninho, trazido pelo treinador Luís Castro, que o conhecia do futebol português.

Em torno de Tiquinho, outras estrelas iluminam a equipe em que tudo parece dar certo: o goleiraço Lucas Perri, que botou Gatito no banco; o megazagueiro Adryelson, Tchê Tchê, Di Placido, Luís Henrique, Carlos Alberto, Eduardo e o dançarino Segovinha. Vai ser difícil um time desbancar este Botafogo encantado. O segredo? Mais é menos, o lema do minimalismo. Na contramão da chatíssima posse de bola espanhola, o Botafogo investe apenas no golpe certeiro, com uma eficácia fatal.  Como nos dez gols do artilheiro de 1m87, Tiquinho, que joga um montão.


Deu no G1: esqueleto volta a ameaçar Floresta da Tijuca

 

Matéria do G1 mostra prédio abandonado na Floresta da Tijuca. Em 1954, empreendedores conseguiram licença do então Distrito Federal para invadir um santuário verde do Rio de Janeiro. Não havia consciência ecológica aqui no Bananão, embora em certas regiões da Europa e nos Estados Unidos parques florestais já fossem instituições protegidas. 
O grupo que construía o edificio, que originalmente seria o Gávea Tourists Hotel, faliu, deu calote em investidores e abandonou o projeto. 
O G1 romantiza o esqueleto e informa que empresários adquiriram as ruínas e concluirão os apartamentos. A matéria diz ainda que, assim como autorizaram intervenção desastrada no Morro da Urca e Pão de Açúcar para a contrução de uma estrutura para uma tirolesa (no momento embargada pela justiça), IPHAN, órgão federal e instância municipal autorizaram a nova obra em plena Floresta da Tijuca. ICMbio, governo do Estado do Rio de Janeiro e Ibama não são citados na matéria. 
Não sabemos dos argumentos convincentes dos novos empreendedores, mas as instituições e o Rio de Janeiro perdem um oportunidade de respeitar os novos tempos, demonstrar consciência ecológica e impedir um verdadeiro  crime contra a Floresta da Tijuca e seu entorno, que já sofrem muitas ameaças. 
Infelizmente a reportagem do G1 não ouviu ambientalistas independentes para opinarem sobre mais essa agressão à natureza carioca. 
A melhor solução para a cidade é a demolição do monstrengo e a restauração da área florestal.

sábado, 8 de julho de 2023

O Trio do Rock, 53 anos depois • Por Roberto Muggiati

 

O Trio do Rock em 2023. No dia em que deram depoimentos para o
documentário Janis - Amores de Carnaval, Roberto Muggiati e João Luiz Albuquerque reencenaram foto "clássica" com Ricky Ferreira 

no lugar de Renato Sérgio (foto original, acima, o trio no Free Jazz de 1986)

Foi através de João Luiz Albuquerque conheci Ricky Ferreira, quando ele publicou na Manchete as fotos que fez de Janis Joplin no Rio logo depois do Carnaval de 1970. 

Janis Joplin, Praia da Macumba, 1970. Foto de Ricky Ferreira

Janis na Presidente Vargas, desfile das escolas de samba, 1970

Janis na coletiva pós-Carnaval na pérgola do Copacabana Palace:
de pé à sua esquerda, Ricky Ferreira; sentado, o americano David Niehaus,
que se tornaria seu namorado no Brasil

A revista deu as fotos como um insight exclusivo na ocasião da morte da cantora, em 4 de outubro de 1970. Ciceroneando Janis pelo Rio, Rick fotografou a roqueira transgressora topless na Praia da Macumba, encorajada por alguns goles de um veneno chamado Fogo Paulista. Vivíamos os Anos de Chumbo, período de total proibição da liberdade de expressão, que levou os opositores da ditadura à clandestinidade, iniciada com os espetaculares sequestros de embaixadores no Rio de Janeiro: o americano em setembro de 1969; o alemão, em junho de 1970; e o suíço, em dezembro de 1971. (Houve ainda o sequestro do cônsul japonês em São Paulo, em março de 1970.)

A maioria dos intelectuais não pegou em armas, mas agiu nas redações e universidades municiada das palavras, no movimento da contracultura, que tinha no rock uma das suas principais armas. Eu havia lançado meu primeiro livro em dezembro de 1968, uma semana antes do AI5, Mao e a China, o último livro que o capitão Lamarca leu antes de ser fuzilado no sertão baiano em setembro de 1971, morrendo com ele o breve espasmo de resistência armada contra o regime militar. 

Sem poder abordar temas políticos, comecei a escrever sobre o rock. Publiquei na Manchete o obituário de Jimi Hendrix. Carlos Heitor Cony não me conhecia, mas gostou tanto do texto que me levou para a chefia de redação da EleEla, da qual era o editor. Sobrava tempo na redação da mensal “masculina” – sem mulheres nuas, mas de biquínis largos, como exigia a censura militar. Cony aproveitou para escrever aquele que considerava seu melhor romance, Pilatos. 


Publiquei lá uma matéria sobre “sexo, drogas e roquenrol”. Ampliei o texto num tom mais ensaístico na revista Planeta, saiu em 1973 com a chamada de capa ROCK: O GRITO E O MITO. Daí para o livro foi um passo: meu colega de redação Mário Pontes dividia com Rose Marie Muraro a programação editorial da Vozes, que lançou, ainda naquele ano, Rock: o grito e o mito/A música pop como forma de comunicação e contracultura. Teria quatro edições, a 3ª e a 4ª atualizadas em 1981, após a morte de John Lennon. 

Depois da publicação das fotos da Janis na Manchete, João Luiz e Ricky passaram a frequentar meu apartamento, onde projetávamos slides recém-chegados dos festivais de rock pelo mundo e ouvíamos os últimos LPs (um must era o letárgico In a Gadda da Vida do Iron Butterfly, 17 minutos, ocupando todo um lado do vinil, 

https://www.youtube.com/results?search_query=IRON+BUTTERFLY+-+IN+A+GADDA+DA+VIDA+-+1968+(ORIGINAL+FULL+VERSION)+CD+SOUND+%26+3D+VIDEO+-+YouTubeçam AQUI

Entrei o ano de 1972 em Nova York, numa visita a Ricky e Tânia, que moravam no Village, na Christopher Street, onde ficava o pub Stonewall Inn, local da primeira confrontação entre gays e policiais, em 1969, que se tornou um ícone da cultura LGBTQ+. O tempo e nossos novos casamentos nos separaram. A Manchete acabou, meus encontros com João Luiz rarearam e também com Ricky, que partiu para Araras e se enfurnou na Serra até hoje. 

Foi Janis Joplin quem nos reuniu 53 aos depois da formação do trio. (Janis que teria hoje 80 anos, já imaginaram?) A produção do longa documental Janis: Amores de Carnaval, dirigido por Ana Isabel, programou com esses “três cavaleiros do Após-calipso” – ou quixotescos “da triste figura” – uma jornada de entrevistas na tarde morta da sexta-feira, 30 de junho, último dia da metade do ano, no Salão Assírio do Theatro Municipal, não podia haver décor mais surreal. Piadistas visuais, João Luiz e eu reencenamos uma foto feita durante o Free Jazz de 1986, com Ricky ocupando o lugar do saudoso Renato Sérgio. E vamos em frente, remando contra corrente...



Fotomemória da redação: JK em Roma, 1963, com Rosselini, De Sica e Alberto Sordi. O fotógrafo Jáder Neves, de Manchete, registrou

Rosselini era o anfitrião, mas nessa foto parece mais interessado na atriz bengali Sonali das Gupta, com quem teve um affair enquanto era casado com Ingrid Bergman 

Alberto Sordi e JK - Fotos de Jáder Neves/Manchete

Jáder Neves e Vittorio de Sica

por José Esmeraldo Gonçalves
Em 1963, sem desconfiar que tempos de chumbo estavam em adiantada gestação, Juscelino Kubitschek, então senador, visitou Roma. Jáder Neves, de Manchete o acompanhou. Vittorio De Sica - de quem o fotógrafo ouviu elogios à qualidade gráfica da revista - participou de um jantar promovido pelo diretor Roberto Rosselini em homenagem a JK. A viagem internacional era parte do palco político do lançamento da sua campanha como pré-candidato a presidente nas eleições marcadas para 1965. Em pouco mais de seis meses após essa viagem, o Brasil foi tomado por uma ditadura dos gorilas. JK, embora inicialmente tenha apoiado o general Castelo Branco, um dos lideres do planeta dos gorilas - foi cassado sob acusações forjadas de corrupção e de ser "apoiado pelos comunistas". As eleições foram canceladas. O Brasil entrou em um longo ciclo de prisões, tortura e assassinatos políticos e, adivinhe, a corrupção fardada ocupou espaços e, encoberta pelo controle dos meios de comunicação, só viria a público décadas depois com a revelação dos sucessivos escândalos financeiros do período e da participação de empresas brasileiras e multinacionais no financimento de centros de torturas e assassinatos em troca de benesses do governo. 

E o jantar oferecido por Roberto Rosselini deve ter sido o último momento de descontração de JK antes da tempestade autoritária. Ameaçado dee morte, ele logo seria obrigado a deixar o Brasil, refugiando-se nos Estados Unidos e, depois, em Portugal. JK voltou ao país em 1967, tentou articular um movimento de oposição - a chamada Frente ampla - e foi preso em 1968. Solto após curto período foi acolhido por Adolpho Bloch, que lhe ofereceu um escritório no prédio da editora na Rua do Russel, onde permaneceu até sua morte em acidente suspeito na Via Dutra, em 1976.             

Meu Chá das 5 na Twinings • Por Roberto Muggiati

 

• O frontão ornamentado pela estátua de um leão dourado e pelas figuras
de dois chineses lembra as origens da bebida. 

• A loja do Strand 216 continua aberta ao público, 317 anos depois.


• A loja da Twinings disponibiliza concorridos cursos
de provador de chá.

• Monsieur Hercule Poirot não abre mão da sua tisana.
Fotos: Divulgação

Entre agosto de 1962 e junho de 1965 trabalhei no Serviço Brasileiro da BBC em Londres. Ficava na Bush House, um prédio que ocupava todo um quarteirão em forma de semicírculo. A parte curva era o Aldwych, a reta era o Strand. Na sua inauguração, em 1929 foi chamado “o edifício mais caro do mundo.” No número 216 do Strand ficava a primeira casa de chá da Grã-Bretanha, a Twinings, aberta em 1706 e ainda em funcionamento. Seu fundador, Thomas Twining, já trabalhava aos nove anos como aprendiz de tecelão; depois de um período na East India Company, tornou-se comerciante de chá por conta própria. (O logotipo da firma, criado em 1787, é também o mais antigo do mundo em uso continuo.)

A proximidade da casa de chá da Twinings, uma caminhada de duzentos metros, nos ensejava uma “tea break” diária por volta das quatro horas da tarde. Era para nós, funcionários da BBC, uma rotina banal. Não nos dávamos conta de que tomávamos o melhor chá do mundo na casa de chá mais antiga do mundo, então no vigor dos seus 256 anos.

Voltando ao Brasil, fiquei mais de 50 anos sem tomar chá. Na minha recente recuperação da fratura do fêmur, descobri a série Poirot (1989-2013) da ITV britânica e virei espectador compulsivo do detetive belga de Agatha Christie, magistralmente interpretado por David Suchet, com um elenco incluindo pesos pesados como Sarah Miles, Barbara Hershey, Elizabeth McGovern, Elliot Gould, Edward Fox e Michael Fassbender. O cinema é um deflagrador de apetites e as cenas em que o chá era servido em close com bules e xícaras de porcelana mexeram com minhas papilas gustativas. Surpreendentemente, encontrei no meu plebeu (apesar do nome) Mercado Princesa uma modesta oferta de saquinhos da Twinings, comprei uma caixa no sabor Limão com Gengibre, de um gosto instigante. (Meus favoritos em Londres eram os tradicionais Earl Grey, Prince of Wales e o English Breakfast Tea).

Dos 70 episódios da série Poirot só me restam ver onze. É “adieu, Hercule, mon ami.” Talvez volte à série do Sherlock com Jeremy Brett, ou à do comissário Maigret, com Bruno Cremer. Mas o hábito retomado do chá deve continuar, pelo menos enquanto durar o inverno.


Deu no Globo: Zé Gotinha vai virar Zé Seringa


 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Mundo corporativo: Você já colou a plaquinha "quinta série" na sua cadeira? É a nova onda nos escritórios

 


Plaquinhas "quinta série".
Reprodução Instagram
por O.V.Pochê 

As redes sociais usam um termo para classificar o humor e as brincadeiras de quem repete piadas toscas e rudimentares ou faz pegadinhas idiotas. Esses vacilões são chamados de "quinta série". Pois a onda corporativa dos coachs - atualmente tem coach para tudo, inclusive aqueles que engabam os otários - chegou aos escritórios em forma de linguagem. O portal G1 publica hoje uma matéria sobre o método que gente esquisita usa para "manter o foco" no trabalho.  É "quinta série" na veia. Consiste em colar na cadeira um cartaz com chavões típicos do coaches e mentores, aqueles sujeitos que se dão bem cobrando para "ensinar"aos  desocupados supostos caminhos para alcançar o sucesso profissional. Esse tipo de workshops muitas vezes picareta pode facilmente se confundir com um culto evangélico. Os mentores e coachs costumam berrar na sala como se estivessem possuídos ou operando milgares e "livramentos", como dizem na indústria religiosa. O G1 mostra que as frases ostentadas nos cartazes são banais. Dizeres comumente vistos em parachoques de caminhões são bem mais criativos. Se você pretende aderir à onda das plaquinhas, cuidado. Evite dizer ao chefe o que vocês está realmente pensando dele. Todo escritório tem a "bruxa do segundo andar". Não a agrida, geralmente é amiga do gerente. Nada de assédio através do cartaz. Fazer fofoca usando a plaquinha pode pegar mal para a "cultura organizacinal". Usar a sigla VTC pode, principalmente se for para colar na cadeira de quem inventou isso.           

Mídia: As musas que a Playboy perdeu...

Maiara, da seleção brasileira de vôlei e... 



...Rosamaria, também integrante do time de Zé Roberto,
estariam na mira da Playboy. Fotos Instagram  


A tenista Bia Haddad Maia, atualmente competindo em Winbledon é uma
das atletas que receberia um convite da Playboy. Foto Instagram  

por Ed Sá 

Um dia, em uma galáxia muito distante, existiu a edição brasileira do Playboy. A publicação mensal da Editora Abril costumava quebrar recordes de venda em bancas acima de um milhão de exemplares. Modelos, atrizes e até "musas" de escândalos faturavam altos cachês. Entre os alvos da Playboy estavam atletas que se destacavam pela beleza, além dos méritos esportivos.  
A internet sepultou a maioria das revistas impressas e levou junto as chamadas publicações masculinas. Pelo menos três atletas que brilham atualmente nas quadras de vôlei e tênis teriam sido, certamente, escolhidas pela Playboy em troca de contratos milionários que, em alguns casos, envolviam até participação nas vendas e em anúncios da revista. 

A Playboy é passado, mas, em ensaios comportados, as próprias musas postam no Instagram fotos reveladoras. Algumas monetizam suas páginas e faturam alguns cachês, embora nada que se compare ainda aos milhões que Playboy pagava. Para modelos fotográficas - e pelo menos uma ex-atleta de volei - a alternativa é o OnlyFans, site pago de fotos sensuais que remunera cliques da turma mais desinibida, mas sem  o charme indiscreto e a sofisticação da revistas das coelhinhas.              

As novas regras de Wimbledon

Dos figurinos recatados da Belle Époque... 

Tem novidade no tradicional torneio de tênis com roupas imaculadamente brancas sobre a grama mais verde do mundo. (O segredo inglês: “É só plantar e esperar 500 anos”.) Pela primeira vez na história do Grand Slam, Wimbledon permite às atletas o uso de short colorido por baixo dos saiotes brancos. A organização adotou a medida atendendo a um pedido das próprias jogadoras, para evitar que problemas de ansiedade durante o período menstrual interferissem com seu desempenho atlético.A britânica Heather Watson abriu o jogo: “Em 2015,no Australian Open, tomei pílula para não sangrar porque éramos obrigadas a usar short branco e não queria passar por nenhum constrangimento. Este ano, sabia que meu período ocorreria durante o torneio, mas o short de cor escura veio eliminar o problema.”

ao short colorido de Arna Sabalenka em 2023. Foto AELTEC
(All England Lawn Tennis Club)

O campeonato de tênis mais antigo do mundo foi criado em 1877, com 22 participantes. As duplas masculinas entraram em quadra a partir de 1879, a categoria de simples feminina teve início em 1884. Os uniformes amplos e recatados foram modernizados e encurtados com a passagem do tempo, mas o branco persiste até hoje, como uma marca de tradição e qualidade. R.M.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Mídia - G1 e o resumo infame da trajetória de Zé Celso


Ao informar sobre o incêndio que atingiu o apartamento do diretor Zé Celso, o G1 destacou da obra do diretor, na terça-feira, "principalmente", o uso de "atores nus". Ou foi um seguidor do "bispo Macedo" que escreveu isso ou foi um moralista doentio. 
 
 

Obsessão das viúvas de Micheque...

 


sexta-feira, 30 de junho de 2023

FRASE DO ÚLTIMO DIA DA PRIMEIRA METADE DO ANO DO ENGANO:

Fala-se tanto em Inteligência Artificial que vou adotar a sugestãoo soprada para mim aqui numa esquina do Baixo Glicério pelo velho Nélson Rodrigues: 

O mundo seria perfeito se adotássemos a Burrice Artificial. A natural já impera...”

(Roberto Muggiati)


segunda-feira, 26 de junho de 2023

Carlos Heitor Cony será tema de documentário

O diretor de Arte J.A.Barros, que trabalhou com Carlos Heitor Cony na Fatos& Fotos, na Fatos e na Manchete, compartilha uma informação divulgada na coluna Lauro Jardim, do Globo. Segundo a nota, Cony será tema de um documentário a ser lançado em 2026, que marcará o seu centenário de nascimento. A produção trará depoimentos de amigos e familiares, como a viúva Beatriz Latja e os filhos Verônica e André e o escritor Ruy Castro. A direção é de Helena Lara Resende e Marcos Ribeiro. 

Já ouviu falar em cybercondria?

por Clara S. Britto

A culpa é do Google. Cada vez mais pessoas pesquisam na internet sintomas de doenças. De dor de ouvido a explicações para náusea sem razão aparente, de perturbação visual dor na planta do pé, tem se tornado comum e ao primeiro sinal consultas sobre doenças. Pior: quando o internauta completa seu "diagnóstico" passa a procurar um medicamento no site de buscas. Ou seja: vai da cybercondria para a automedicação. Médicos alertam que esse modo de hipocondria por algoritmo é perigoso.

domingo, 25 de junho de 2023

O ócio é nosso • Por Roberto Muggiati

Lula e Domenico De Masi, em Roma. Foto de Ricardo Stuckert

Ao chegar a Roma, antes de visitar o Papa, o Presidente Lula caiu nos braços do sociólogo Domenico De Masi, 85 anos, autor de O Ócio Criativo (Sextante, 2000), livro em que sintetizou seu conceito polêmico segundo o qual “o homem que trabalha perde tempo precioso. ” De Masi visitou Lula em 2019, quando o petista estava preso em Curitiba e disse na época: “O fato de estar mantido aqui como preso político não mudou em nada o prestígio dele lá fora. Lula continua sendo uma grande liderança do mundo, talvez a maior de todas. ” 

Não, o Brasil não está interessado em importar ócio, nesse quesito o país de Macunaíma sempre foi pródigo. Lula e Domenico conversaram sobre o cenário internacional e as perspectivas de restabelecer a paz.

Entrevistadora de De Masi em O Ócio Criativo, Maria Serena Palieri resume assim a teoria do sociólogo: “O futuro pertence a quem souber libertar-se da ideia tradicional do trabalho como obrigação e for capaz de apostar numa mistura de atividades, onde o trabalho se confundirá com o tempo livre e o estudo. ” 

A ideia não é tão nova como parece. Em 1880, o franco-cubano Paul Lafargue (1842-1911), genro de Karl Marx, publicava o panfleto O direito à preguiça (Editora Unesp/Hucitec, 1999). Iniciava parafraseando o Manifesto Comunista, de Marx e Engels: “Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias das nações onde impera a civilização capitalista. Esta loucura tem como consequência as misérias individuais e sociais que, há dois séculos, torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitais do indivíduo e sua prole. ”

Na introdução à edição brasileira do texto de Lafargue, a filósofa Marilena Chaui destaca a atualidade do direito ao ócio e afirma que, inspirados nele, os operários “lutarão, não mais, pelo direito ao trabalho, e sim pela distribuição social da riqueza e pelo direito de fruir de todos os seus bens e prazeres. ”

Eu ia esquecendo, mas “o Pregador” do Eclesiastes (circa VI a.C.) já fazia uma crítica contundente em A vaidade do trabalho:

“ 18 Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. 19 E quem pode dizer se será sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isso é vaidade. 20Então, me empenhei por que o coração se desesperasse de todo trabalho com que me afadigara debaixo do sol. 21Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isso é vaidade e grande mal. 22Pois que tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? 23Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isso é vaidade.”

PS •  O YouTube exibe na próxima terça-feira uma palestra com De Masi no link AULA MAGNA: O ÓCIO CRIATIVO COM DOMENICO DE MASI - 27/JUNHO ÀS 20H - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=P7bu1PyOqto

Ipanema, 1960: os reis do pedaço antes da bossa nova

 



Clique nas imagens para ampliar e ler a matéria


A bossa nova nasceu em Copacabana e cresceu em Ipanema. Antes do bairro se associar a Vinícius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescals, Garota de Ipanema é Ronaldo Boscoli, entre outros, aquela faixa entre o Atlântico e a Lagoa Rodrigo de Freitas era dominada por escritores e políticos. Em 1960, Manchete registrou as personalidades famosas de Ipanema. Fotos de Gil Pinheiro e reportagem de Gasperino Damata.

Do Sensacionalista: passagem grátis para bolsonaristas em passeio de submarino


 

sábado, 24 de junho de 2023

Pra não esquecer quem ajudou a jogar o Brasil na armadilha da ultra direita

Reprodução 

Em 2018, há quase cinco anos, Ronaldinho Gaúcho postou essa foto de campanha pelo 17, o famigerado Bolsonaro. O ex-jogador estava tão equivocado que pedia votos para o meliante sob a alegação de apoiar "alguém que nos devolva a alegria". Seu voto trouxe o ódio, a morte de 700 mil pessoas com a negação da Covid e da vacina, conspiração antidemocrática, tentativas de atentados, corrupção, operação para contrabandear e se apropriar de jóias da Presidência, intolerância, facilitação de armas para assassinos e para o crime organizado. Era o que Ronaldinh queria ao teclar 17? Pois quatro anos depois  o Brasil consciente está resgatando a democracia, a economia, a solidariedade e as políticas sociais. A preferência de Ronaldinho ficou para o capítulo podre da história.

O contador de Bolsonaro no BC se confessa

Reprodução Twitter 

 

Vai um passeio de submarino?

Reprodução Twitter 

 

sexta-feira, 23 de junho de 2023

A implosão do Titan - Quando milionários pagam para morrer em hiper aventuras

O Titan implodiu nas profundezas do Atlântico Norte. 

por Ed Sá

Empresas de lazer, como qualquer outra, buscam lucros. É a essência secular do capitalismo. Se uma custosa operação pode ser feita com menos investimentos, é isso que acontecerá. 

Em todo o mundo, parques de diversões matam por falta de manutenção, passeios de barcos acabam em tragédias, pessoas morrem em piscinas vítimas da sucção por bombas defeituosas, escaladas conduzidas por guias não preparados, boates pegam fogo, mergulhos coletivos em áreas de tubarões dão errado e mostram que são muitos e frequentes os eventos em que a negligência cobra preço em vidas. 

A tecnologia botou o turismo de hiper aventura lá em cima, no caso dos passeios espaciais, ou lá embaixo, tratando-se de excursões como essa do submarino que se perdeu no Atlântico Norte rumo ao túmulo do Titanic.

No últimos dias, o Titan dominou a mídia e as redes sociais. Equipes de busca tentavam localizar o submersível que levava um grupo de cinco pessoas: o piloto e idealizador do veículo, Stockton Rush, diretor-executivo da OceanGate, a empresa que vendia pacotes do passeio ao Titanic, o milionário empresário paquistanês Shahzada Dawwood, seu filho adolescente Suleman, o bilionário britânico Hamish Harding e Paul-Henry Nergeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e especialista no naufrágio do Titanic. 

Os visitantes das profundezas do Atlântco Norte pagaram caro por uma aventura extremamente perigosa, O cineasta e explorador James Cameron, o diretor do filme Titanic, que fez 33 mergulhos ao local, admite que os risco justificam cuidados redobrandos no design e nos materiais empregados na construção de um submervsível capa de suportar as extraordinárias pressões a 3 mil metros de profundidade.

Cameron sabe o que diz. Ele participou do desenvolvimento de veículos exploradores do oceano. Um deles, o Deepsea Challenger, o levou a 11 mil metros de profundidade nas Fossas Marianas, no Pacífico.

Ontem, o cineasta contou que a Ocean Gate foi alertada sobre o uso de composição de materiais não adequados, como fibra de carbono e titânio, no Titan. 

Registre-se que, em entrevista,  Stockton chegou a minimizar os protocolos de segurança. 

- Em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício. Quero dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama, não entre no seu carro, não faça nada. Em algum momento, vai correr algum risco". 

O Titan correu o risco e implodiu no fundo do Atlântico. Seus destroços e, provavelmente, os corpos das vítimas, viraram "detritos" espahados a 500 metros dos restos do Tinanica, segundo a dura expressão da Guarda Costeira.   

A passagem para uma aventura como a do Titan é para ricos. Stockton Rush cobrava 250 mil dólares de cada passageiro. Não se sabe se o Titan oferecia lanches ou barras de cereal, mas levava uma reserva de oxigênio suficiante para 90 horas e que não chegou a ser consumida: antes da explosão, a pressão marítima, em questão de milésimos de segundos amassou o submarino, como uma lata de cerveja, ainda na descida. Os tripulantes provavelmente nem chegaram a perceber o que aconteceu.   

Ainda no campo das hiper aventuras, os vôos espaciais para turistas, também empreendidos por empresas privadas, estão na moda entre os super ricaços. Até agora não fizeram vítimas fatais, mas em lançamentos não tripulados vários foguetes desses empreendedores explodiram nas plataformas de lançamento ou algumas milhas acima.

Vai nessa?    

Mídia: CNN Brasil quer jornalistas submetidos ao "cercadinho" de Jair Bolsonaro

O jornalista Leandro Demori revelou a que a principal âncora da CNN Brasil, Daniela Lima, pediu demissão em função do veto da direção para pautas críticas sobre Bolsonaro, Arhur Lira, Lava Jato e outros assuntos correlatos.  A patrulha de extrema direita agora instalada na direção tem convocado outros jornalistas da emissora para confirmar a censura seletiva. 

Especula-se que essa postura tem a ver com as eleições para prefeito no ano que vem, em olhar mais próximo, e foco mais distante, mas não menos importante, na sucessão de Lula, sem falar no alinhamento com Romeu Zuma. Daniela, ex-Folha e TV Cultura, vai para o Conexão Globo News. 



  

"Muito prazer, Neymar, meu nome é bola"

por Niko Bolontrin

Vários sites brasileiros de futebol especulam há meses sobre o destino de Neymar. Segundo as fofocas sem fontes identificadas, o jogador iria para a Premier League, para o Barcelona, para a Arábia Saudita, para Miami ou para a Itália. A verdade é que não há proposta efetiva para a saída de Neymar do PSG. O time francês que se livrar do seu maior problema, mas não encontrou interessado ainda.

O motivo é simples e a mídia esportiva  o ignora. Não há informações confiáveis sobre o resultado da cirurgia no tornozelo a que Neymar se submeteu em fevereiro. Em abril ele teria iniciado a etapa de fisioterapia no PSG. Depois disso, não se falou mais no assunto e não há qualquer indício do seu estado, se chegou a fazer treino com bola ou corridas em campo, previsão para volta etc.

Há que tenha dúvidas se em algum momento a bola vai reconhecer Neymar e vice-versa.

O que se sabe é que ele tem ido a Grandes Prêmios de Fórmula 1 e, no momento, está no Brasil onde promove festa na sua mansão em Mangaratiba.

Talvez a presença em GPs atenda a interesses de patrocinadores e de exposição na mídia.

Até isso está complicado porque as duas últimas notícias sobre ele não são exatamente favoráveis à sua imagem. 

Ontem, autoridades de Mangaratiba interditaram a construção de um lago artificial na mansão.  Neymar pai estava no local, revoltou-se e recebeu voz de prisão por desacato aos fiscais. Houve um deixa-disso e o empresário não foi detido, mas recebeu uma multa de 5 milhões de reais.

Nessa semana, em outro episódio de repercussão, Neymar admitiu ter traído a namorada, que está grávida. O fato agitou as redes sociais. 

Há poucas semanas, Messi declarou que o PSG era "depressivo". 

Se Neymar permanecer lá terá problemas de solidão. Messi se mandou, MBppé tirou o time, Sérgio Ramos também. Grande parte do elenco está encerrando contratos ou prazos de empréstimos. 

Quem vai apagar a luz do vestiário. 

Neymar?


quinta-feira, 22 de junho de 2023

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Todas as faces da atriz, jornalista, escritora e militante política Vera Gertel (1937-2023)

  
Vera Gertel na redação da Desfile. Foto Acervo Vera Gertel

Com o elenco da peça "Eram Todos Nossos Filhos".
Reprodução Revista Manchete

No espetáculo "Arena Conta Zumbi". 
Reprodução Revista Manchete

Com Jardel Filho na peça "O Sr. Puntilla e seu Criado Matti".
Reprodução Revista Manchete


A atriz, jornalista e escritora Vera Gertel viveu entre os anos 1950 e 2000 duas fases distintas na Manchete

Na primeira foi assunto jornalístico motivado pela sua atuação em teatro e cinema. A revista registrou seus momentos marcantes nos palcos e sets. Vera atuou em peças como "Eram Todos Meus Filhos", de Arthur Miller, em 1965, dirigida por Aurtimar Rocha; no mesmo ano, participou de "Arena Conta Zumbi", de Gianfrancewsco Guarnieri e Augusto Boal, ao lado de Nilton Gonçalves, Dina Sfat, Francisco Milani e Isabel Ribeiro; em 1968, foi a vez de "O Sr, Puntilla e Seu Criado Matti, de Bertold Brecht, quando contracenou com Jardel Filho. Ela atuou também na primeira montagem de "Eles Não Usam Black-tie", de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958.  

Na segunda e longa etapa na Bloch, firmou-se como uma das mais brilhantes jornalistas da editora. Em plena ditadura, quando a censura e os militares hostilizavam a cultura e o teatro sofria um cerco financeiro e ideológico, Vera Gertel viu no jornalismo uma opção de sobrevivência. 

Talvez, naquele momento, começo dos anos 1970, não imaginasse que permaneceria na Bloch até o fim da editora, em 2000. Na Desfile, Manchete e como editora do suplemento Manchete Saúde, ela mostrou sua versatilidade. Tanto entrevistou personalidades como Darcy Ribeiro, Ruth Cardoso, Dina Sfat e Dias Gomes como cobriu desfiles de moda em Paris. Nos anos 1990, editou um elogiado e inovador suplemento que, em torno do tema saúde, abordava bem-estar, arte, celebridades e literatura. Na revista Desfile, ela deixou sua marca ao provar que uma publicação voltada para o público feminino podia ser um instrumento para valorização da mulher, discutir suas causas e  combater chavões, bordões e lugares-comuns daquele segmento jornalístico.

Outro importante capítulo da sua vida foi a militância política e artística que a levou a ser presa durante a ditadura. Sua trajetória de atriz e a inseparável luta política estão contadas na autobriografia "Um Gosto Amargo de Bala" (Record). 

Vetra Gertel faleceu na última segunda-feira, no Rio de Janeiro. Faria 86 anos em outubro. Ela deixa um filho, o roteirista Vinicius Vianna, do seu casamento com Oduvaldo Vianna Filho, e o marido e jornalista Jânio de Freitas.