domingo, 6 de novembro de 2016

Memórias da redação: quando o clique e o zummmm de motor da câmera da Manchete vazaram no Jornal Nacional, ao vivo.

(do Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou - 2 (versão virtual)

Em entrevista a Amaury Jr., Cid Moreira revelou que até hoje tem pesadelos com falhas técnicas do Jornal Nacional.

Pois a Manchete foi responsável por uma dessas falhas.

Nos distantes anos 70, uma dupla da revista foi ao estúdio do JN na sede da TV Globo, no Jardim Botânico, para fazer uma matéria com Cid e Sérgio Chapelin.

A entrevista já havia sido feita, mas o editor queria fotos dos dois apresentadores na bancada. Uma das fotos, em ângulo lateral, deveria mostrar ambos de corpo inteiro: uma brincadeira para desmentir que Cid e Chapelin apresentavam o JN de bermudas. Naquele noite, pelo menos, usavam paletó, gravata e jeans.

Os tempos eram outros, o prestígio da Manchete pesava e fotógrafo e repórter foram admitidos no estúdio poucos antes do JN entrar no ar. Hoje tal concessão é inimaginável.

Uns dois minutos antes, o diretor pede silêncio absoluto e ainda alerta pelo sistema de som que as fotos só poderão ser feitas nos intervalos. Óbvio, o som do disparador e do motor da câmera vazariam na transmissão ao vivo.

Infelizmente, a audição do fotógrafo - um grande e querido fotógrafo, por sinal - que se posicionou no lado oposto ao do repórter, não captou o aviso. Não deu outra. Logo no primeiro bloco, ele acionou a câmera. O clique e o zummmmm do motor, com um agudo no final, foram ouvidos no estúdio e, claro, em rede nacional. Mais de uma vez.

Não havia muito a fazer, não dava para interromper. Olhares furiosos miraram a dupla da Manchete.

No primeiro intervalo, a bronca do diretor explodiu no sistema de som e fotógrafo e repórter foram não muito gentilmente convidados a se retirarem do recinto.

Deve ter sido o pesadelo, ao vivo, do âncora Cid Moreira.

sábado, 5 de novembro de 2016

Mídia: a atual ofensiva contra Mossul é a guerra da rede social, do smartphone e da Go Pro. Com um clique você entra no campo de batalha. Basta digitar Mossul, no You Tube...




Durante a Segunda Guerra, apesar da precariedade das radiofotos, imagens dos combates eram vistas em jornais um dia ou dois depois do fato, dependendo do tempo gasto em revelação, deslocamento e transmissão.

Já as revistas ilustradas, como a Life e a Look, perdiam em atualidade para os jornais mas eram favorecidas ao receber material de melhor definição, via postal, a ainda pela boa qualidade do papel e da impressão. Também com um delay, os cinemas exibiam cinejornais dos campos de batalha. E lotavam salas. Os filmes eram oficiais, ufanistas, claro, mas atraiam multidões.

A Guerra do Vietnã foi a da TV, essencialmente, embora tenha produzido clássicas e dramáticas fotografias. Ao levar cenas de combates à mesa de jantar dos americanos, a TV influenciou a opinião pública e, embora não fosse a intenção das corporações da mídia, ajudou a fortalecer o movimento pacifista. A cobertura da TV não era ainda ao vivo, mas quase isso: as primeiras redes de satélites aceleravam a veiculação do material.

No Vietnã, a imprensa trabalhou sem maiores restrições, a não ser aquelas decorrentes dos riscos nas batalhas. O enorme impacto que tal cobertura provocou nos corações e mente da opinião pública parece ter servido de lição para os militares americanos.

E, na oportunidade seguinte, a da primeira guerra do Iraque, um pacote de restrições e controle foi imposto aos repórteres, fotógrafos e câmeras. Surgiu a figura do jornalista embeeded. A TV cobria batalhas ao vivo mas com os profissionais incorporados às tropas, sem autonomia para sair da rota. Em troca do acesso, a mídia submeteu-se a uma extensa lista de vetos e filtros.

Bem ao contrário da Guerra do Vietnã, as campanhas no Iraque foram editadas. O espetáculo - quem não se lembra das bombas caindo sobre Bagdá e da artilharia antiaérea rasgando os céus da cidade? Ou das imagens das bombas guiadas a laser atingindo seus alvos? - foi privilegiado. Foi uma guerra vista mais pela grande angular e menos pelos detalhes humanos que pudessem chocar ou assustar a opinião pública, com risco de comprometer o apoio popular à Tempestade no Deserto.

Nesse momento, tropas do Iraque, milícias xiitas e combatentes pershmergas curdos avançam sobre Mossul, última cidadela do Daesh, o autodenominado e terrorista Estado Islâmico.

Do ponto de vista da comunicação, essa é a guerra das câmeras GoPro e dos smartphones. Além da cobertura profissional, os próprios soldados, agora com a mídia social à disposição, especialmente o You Tube, estão compartilhando on line cenas impressionantes da ofensiva.

Muitas vezes, com a crueza da guerra, sem censura nem photoshop.

Com direito a curtidas e seguidores.

Não está fácil pra ninguém. É treino livre! Atletas posam para calendário pra pagar dívidas de time de rugby



Fotos: Reproduções/Divulgação
por Omelete
De no Mail on Line. A equipe de rugby feminina do Hitchin Ladies, de Hertfordshire, na Inglaterra, anda precisando de grana para a temporada do ano que vem.
Uniformes, passagens, departamento médico, tudo isso ajuda a levar a contas para o vermelho.
Daí, as jogadoras tiveram um ideia nada original mas que tem tirado alguns clubes da zona de rebaixamento financeira.
Sem photoshop e sem experiência em posar, elas fizeram um treino especial, nuas, para ilustrar um calendário para 2017, com renda para o clube. Uma delas confessou que o time estava tímido, no início, mas aos poucos foi se soltando.
"Nós certamente não somos supermodelos, mas nos divertimos e espero que possamos ganhar algum dinheiro e ajudar ao rugby feminino". O calendário está à venda no site do clube por 10 libras (em torno de 40 reais).

José Serra: petição no Avaaz pede afastamento do ministro do Exterior após denúncia de "tiro-liro-ló' de 23 milhões de reais em conta secreta na Suíça


Serra canta para governante português e...


é alvo de petição bota-fora no site Avaaz


por Ed Sá

Assim como no filme "O Ditador", o general Shabazz Aladeen, interpretado por Sacha Baron Cohen, transforma um regime de ficção em piada, José Serra concorre para ser a comédia do governo que se apossou do Planalto. Há pouco, ele foi visto durante uma entrevista participando de um hilário "soletrando" ao tentar decifrar o que diabos significa a sigla Brics.

Um colunista ligado a Temer - o que, no caso deve lhe dar alguma credibilidade - contou que, na ONU, durante encontros com mandatários de vários países, Serra cochichava seguidamente no ouvido de Temer querendo saber quantos habitantes tinha cada país. Talvez, quem sabe, por achar que se tivesse menos gente do que a cifra que ele tinha lá sob a careca não valia nem a pena perder tempo conversando com aqueles sujeitos desimportantes.

Hoje, o Globo registra que em jantar com o primeiro-ministro português António Costa, Serra deu-se a cantar musiquinhas como se fosse um concorrente do The Voice. E os jornais portugueses, como li ontem, achando que o seu governante havia se despencado da Terrinha para conversar sobre importantes acordos comerciais. Serra, diz a nota, quis lembrar o ditador Salazar, que morreu há 46 anos, e o seu próprio tempo de UNE, que foi há 56 anos. Relevantíssimo. Aliás, após o jantar, Serra teria levado jornalistas ao seu gabinete para conhecer uma das suas providências à frente do Itamaraty: mandou botar uma cama, pijama e chilenos em uma sala ao lado do seu gabinete para cochilos restauradores após bater um cansaço.

Um gaiato saiu dizendo que o "puxadinho" deve ser até agora sua maior realização à frente do Ministério do Exterior.

O que não é piada é o abaixo-assinado que corre no Avaaz pedindo o afastamento de José Serra após a denúncia de que teria recebido um tiro-liro-ló de 23 milhões de reais em uma conta não declarada na Suíça.

A Nova República Policial brasileira em ação. Invasão a mão armada repercute no mundo

VEJA O VÍDEO


O mundo contra a criminalização do MST 
e o Estado de Exceção


(do Jornal GGN)

Renomados acadêmicos, pesquisadores, figuras políticas, sociólogos, magistrados, procuradores e cadedráticos do Brasil e do mundo manifestaram-se em repúdio à violenta ação da polícia contra lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nesta sexta-feira. Acompanhe alguns relatos:

"A invasão policial, sem mandado judicial, da Escola Florestan Fernandes, do MST, constitui não só um dos mais graves dos muitos episódios recentes tendentes à instauração  de um regime de exceção, como a evidente tentativa de criminalizar os movimentos sociais e todos os segmentos que não concordam com os rumos autoritários que vem tomando conta do nosso país." (Ricardo Lodi Ribeiro, professor adjunto de Direito Financeiro da UERJ).



"Se havia alguma dúvida, agora na há mais: já estamos vivendo sob o estado policial" (Wadih Damous, Deputado Federal).

"É exceção a pleno vapor, exibindo as suas garras, depois da forte agressão à soberania popular no golpe contra Dilma" (Tarso Genro).

"O avanço do estado policial como consequência do golpe vem atropelando os direitos e garantias fundamentais a serviço do Estado de exceção" (Leonardo Isaac Yarochewsky).

"Esta manhã, a polícia atacou uma escola do @MST_Oficial no Brasil. Desde a BCN, condenamos a violência e exigimos respeito aos Direitos Humanos" (Gerardo Pisarello, Coprefeito de Barcelona-ES).

"Estamos vendo o nascimento de uma ditadura. O golpe vai se consolidando como um Estado de Exceção que enterrou a Constituição democrática e não respeita os direitos fundamentais." (João Ricardo Wanderley Dornelles, Professor de Direito da PUC-Rio).

"Maquiavel fez escola. Toda a maldade de uma Vez. Estado aparelhado. População com medo. O cotidiano militarizado. Resistir até o fim." (Alexandre Morais da Rosa, Juiz de Direito e Professor da UFSC).

"A ilegal invasão da Escola Florestan Fernandes em Guararema-SP, de forma irresponsável e com munição letal, mergulha ainda mais o Brasil nas sombras do Estado Policial, onde a seletividade e ilegalidade determinadas ações (tanto policiais como judiciais) voltaram a ser a regra, bem ao estilo das ditaduras latinoamericanas chefiadas por Washington." (Ricardo Franco, advogado junto ao Tribunal Penal internacional).

"O assalto armado policial à Escola Florestan Fernandes é mais um assalto a nossa jovem democracia, que vem sofrendo rápido processo de degeneração. O ameganhamento da política e das instituições constitui um assustador sinal do avanço do fascismo no Brasil. Fiquemos alertas." (Eugênio de Aragão, Professor da UnB, Subprocurador-geral da República e ex-Ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff).

"Essa é a sua maneira de assentar as bases do autoritarismo antidemocrático, criminalizando os conflitos socieconômicos, tornando questões de ordem pública e manipulando um medo induzido aos cidadãos" (Maria José Fariñas Dulce, Catedratica de la Universidad Carlos III - Madrid Y Miembro del Tribunal Internacional por lá Democracia en Brasil).

"O poder político e o poder econômico agem sem limites. Os direitos fundamentais são afastados sem pudor. Vive-se a era pós-democrática" (Rubens Casara, Juiz de Direito).

"Se havia alguma dúvida quanto ao golpe, estamos agora vivendo o que sempre ocorre pós-golpe: tudo é possível em nome da manutenção da ordem estabelecida pela força." (Rômulo de Andrade Moreira, Procurador de Justiça /BA e Professor de Direito Processual Penal da Faculdade de Direito da Universidade Salvador - UNIFACS).

"Contra as ideias da força, a força das ideias! (FLORESTAN FERNANDES)

"O Brasil obscurece e estarrece o mundo com o injustificável e ilegal abuso de autoridade contra a Escola Nacional Florestan Fernandes, já não faltam motivos para a sociedade se levantar contra o Golpe fragrante e sistemático que viola a Constituição e todas as Cartas de Direitos Humanos" (Carol Proner, Professora de Direito Internacional da UFRJ).

"Voltamos aos velhos tempos do Estado policial." (Adílson Rodrigues Pires, Professor Adjunto de Direito Financeiro da UERJ),

"A democracia derrete rapidamente no Brasil Agora, as vitimas das medidas de exceção são os movimentos sociais. Toda solidariedade ao MST " (Pedro Estevam Serrano - Professor da PUC/SP),

"O Golpe de Estado evidencia seu caráter antipopular por meio de sua agenda econômica associada ao rentismo parasitário e por meio da escalada criminalizadora dos movimentos sociais. O Estado de Exceção confirma a regra histórica do autoritarismo das classes dominantes no Brasil. O ataque à Escola Nacional Florestan Fernandes atinge a todos que lutam por um país mais justo e igualitário. Resistir às arbitrariedades é a mais importante tarefa dos defensores do Estado de Direito." (Gabriel Sampaio, ex-secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, no Governo Dilma Rousseff, advogado e membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária).

"O ataque à Escola Nacional Florestan Fernandes coroa um processo crescente de criminalização dos movimentos sociais. A cada dia nos distanciamos dos parâmetros que devem reger uma democracia constitucional. Nenhum democrata pode ficar calado." (Gustavo Ferreira Santos, Prof. de Direito Constitucional da Unicap e da Ufpe).

"A invasão da Escola Florestan Fernandes é ilegal e autoritária, unicamente cabível em regimes de exceção. A naturalização de atos de violência ao arrepio da lei e da Constituição é grave risco para a democracia." (João Paulo Allain Teixeira, Professor de Direito UNICAP / UFPE).

"É não apenas direito de todo cidadão brasileiro, mas também seu dever, defender a Constituição de toda forma de usurpação e desconstrução.  A violência que se pratica sobre nossos jovens que, corajosamente, defendem a Constituição de 88 contra tentativas de desconstitucionalização, pela via da erosão dos direitos sociais, é uma das consequências do Golpe de 2016. Em defesa da sociedade e da Constituição pedimos: parem o Golpe!" (Juliana Neuenschwander Magalhães, Professora da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ).

"Quando membros do MP e do Judiciário começam a ostentar publicamente um discurso punitivista ao arrepio da lei e das garantias constitucionais, assistimos a ações arbitrárias como a que lamentavelmente ocorreu no dia de hoje, 04/11/2016, com a invasão violenta e ilegal de uma Escola, a Escola Nacional Florestan Fernandes, exemplo internacional de educação para a cidadania. São práticas típicas de Estado de Exceção. Perseguição política e criminalização de movimentos sociais em estado puro." (José Carlos Moreira da Silva Filho - Professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais e na Graduação em Direito da PUCRS / Ex-Conselheiro e Vice-Presidente da Comissão de Anistia).

"A PM de SP, ao invadir sem mandado judicial a Escola Florestan Fernandes, deu sinais claros de que vivemos um regime de exceção, em que as garantias individuais estão sendo violadas por um estado policialesco." (Nasser Ahmad Allan. Doutor em Direito pela UFPR, advogado em Curitiba).

"A truculenta e descabida invasão policial à escola Florestan Fernandes, sem mandado judicial e com uso efetivo de armas letais, é um dos mais graves episódios da escalada de violência e autoritarismo pela qual vem passando o Brasil desde o golpe de abril de 2016. A maioria da sociedade brasileira não pode mais ficar assistindo impassível a esse tipo de acontecimento." (Ronaldo Campos e Silva, Presidente da Comissão de Advocacia Pública da OAB/RJ e Professor de Direito do Ibmec-Rio).

"Impossível que em um dito Estado Democrático de Direito ainda ocorram violências e ações desmedidas contra manifestações, sejam de estudantes ou de trabalhadores. Qual a vergonhosa lição de democracia e de justiça que deixarão após estes tempos terríveis?" (Flávio Martins, Diretor da Faculdade Nacional de Direito - FND-UFRJ).

"A invasão da Escola Florestan Fernandes é mais um episódio que traduz a escalada da violência do estado de exceção que se instalou no Brasil com o golpe parlamentar de abril de 2016". (Gisele Cittadino PUC-Rio).

"Criminalizar os movimentos sociais e impor medo às pessoas que pretendem resistir. São esses os objetivos da invasão ilegal à Escola Florestan Fernandes. Esquecem, porém, que todos(as) que ali estamos, fisicamente ou não, fomos formados(as) na luta." (André  Carneiro Leão, Defensor Público Federal)

"O MST não é organização criminosa. Muito pelo contrário, é um movimento que luta pela democratização do acesso a terra, o que deve ser considerado elogiável e salutar para a ordem democrática e constitucional do nosso país" (Cezar Britto* e Paulo Freire**, da Página do MST).

“Recebemos com enorme preocupação as notícias vindas do Brasil. Esse comportamento da polícia de São Paulo é típico de ditadura e de governos autoritários. Se o Brasil é de fato uma democracia tem que estar à altura. O que pode estar havendo no Brasil é um desmantelamento do Estado Democrático de Direito". (Juan Carlos Monedero, fundador do Podemos, na Espanha).

"A invasão da Escola Florestan Fernandes pela polícia militar de SP foi a prova de que estamos em um Estado de Exceção, uma ditadura. As instituições devem repelir a agressão e devemos repensar o papel da polícia militar na sociedade". (André Tredinnick Juiz de Direito, Coordenador da AJD Rio).

"A invasão policial da escola Florestan Fernandes é exatamente o motivo pelo qual os estudantes devem continuar a ocupação de todas as escolas possíveis para denunciar o fascismo que avança sobre o país". (Marcio Tenenbaum - advogado).

"Os mecanismos de exceção que incendeiam e se espraiam nos mais variados campos, são centelhas de algo verdadeiramente abjeto que assola o cotidiano das populações mais afetadas pela anencefalia do poder. As sombras das injustiças, a segregação espacial dessas populações ou mesmo a autorização judicial para o uso de tortura contra pessoas apeadas de seus direitos, é a pedra angular de algo mais grave e dramático. É o encontro da imoralidade, travestida pelo bem comum, com a desonestidade escondida pela carcaça carcomida da legalidade imposta pela elite fascistas brasileira. A invasão da Escola Florestan Fernandes é a fratura exposta da ditadura que ainda não nos desvencilhamos." (Sergio Graziano, advogado e professor da Universidade de Caxias do Sul).

"A ação violenta e ilegal da polícia contra a escola Florestan Fernandes arremata o golpe na nossa democracia e revela sua faceta mais perversa: a desconsideração institucionalizada dos direitos fundamentais e a manifesta intenção de criminalizar os movimentos sociais! O Estado se posicionando como inimigo do povo e a serviço dos interesses oligárquicos numa reprise deplorável dos anos de chumbo que vivemos tão recentemente!" (Simone Nacif - Juíza de Direito).

"Pagar os juros da dívida para com o mercado financeiro é o valor supremo do sistema capitalista, sobretudo em sua versão neoliberal, há décadas mundialmente hegemônica. Se o custo disso for a falência de Estados, a supressão dos direitos trabalhistas e previdenciários, o sucateamento da saúde e da educação, a multiplicação da exclusão e da miséria, nada disso tem importância perante o imperativo de 'honrar' o pagamento da dívida. Quando os milhões de prejudicados começam a insurgir-se contra isso, criminalizam-se os atos de protesto, suspendem-se garantias constitucionais, põe-se em vigor um estado de exceção não declarado expressamente como tal. Para dar efetividade a tudo isso, o Executivo impõe seu poder de polícia, o Legislativo, acuado, aprova o que lhe exigem e o Judiciário dá a benção final. É nesse mundo que vivemos". (Agostinho Ramalho Marques Neto, Psicanalista e Professor de Filosofia do Direito).

"O fascismo testa os nossos limites todos os dias, e a tática é sempre dar um passo mais adiante para ver se a linha que separa o lícito e o ilícito se dissolve. Quando a polícia, sem mandado, invade a tiros uma escola onde há jovens e crianças e não sofre as consequência de seus atos, é porque essa linha já não existe mais. Já não há mais direito, se é que ainda há estado". (Thomas Bustamante, Professor de Filosofia do Direito da UFMG).

"A invasão à escola Florestan Fernandes é o sinal de que querem matar o último suspiro da democracia: a consciência crítica." Frederico Riani (Prof. Associado II UFJF. mestre e doutor em direito do estado pela PUC-SP).

"O Estado Democrático de Direito,  consagrado no texto constitucional de 1988, foi enterrado.  Vivemos num Estado de Exceção com a participação, infelizmente,  de setores do Poder Judiciário e do Ministério Público." (Sérgio Sant'Anna, Professor da UCAM, Procurador Federal e Conselheiro da OAB-RJ).

"O Estado policial, a serviço de uma ditadura ideológica de cunho fascista, decretou com a proposta de Emenda constitucional de congelamento dos investimentos na educação, saúde e assistência social, por vinte anos, o fim do Homo sapiens no Brasil" (Xico Celso Calmon, advogado).

"Resta-nos pouco a dizer e muito a fazer quando um Estado 'em armas' invade uma escola, exercendo indiscriminadamente o poder de polícia. Toda nossa solidariedade à Escola Nacional Florestan Fernandes. (Renata Nóbrega Juíza do Trabalho e membra da AJD).

"Invadir uma escola sem mandado judicial é uma marca dos regimes de exceção . Esse retrocesso não passará impune . Não aceitaremos a tentativa de criminalizar os movimentos sociais !" (Roberto Cupolillo professor e vereador pelo PT de Juiz de Fora).

"Reivindicar direitos e um mundo mais justo não é crime.Toda solidariedade ao MST." (Juanito Alexandre Vieira, Professor de História do CA João XXIII/UFJF).

"A Escola Nacional Florestan Fernandes é um patrimônio da classe trabalhadora, espaço de luta e de esperança, de formação política e de aprendizado dos valores da solidariedade socialista.  Ali me formei como militante,  como professora,  como educanda,  mas principalmente como lutadora.  A ação da Polícia hoje foi algo arbitrário e desmedido.  Aos companheiros e companheiras que constroem a ENFF,  toda nossa vida de resistência." (Cristina Simões Bezerra, professora da Faculdade de Serviço Social da UFJF,  coordenadora da parceria entre a UFJF e a ENFF).

"Resta-nos pouco a dizer e muito a fazer quando um Estado 'em armas' invade uma escola, exercendo indiscriminadamente o poder de polícia. Toda nossa solidariedade à Escola Nacional Florestan Fernandes. (Renata Nóbrega Juíza do Trabalho e membra da AJD).

"A ilegal, autoritária e grave invasão policial da Escola  Florestan Fernandes, sem mandato judicial, simboliza o retorno do autoritarismo que se pretendia extirpado da nossa História. Criminalizar os que lutam por Reforma Agrária atenta contra a democracia e traz de volta o repulsivo Estado Policial." (A Frente Brasil de Juristas para Democracia presta sua solidariedade ao MST, vítima da violência e do preconceito estatal).

"Não há democracia sem luta social. Invadir a sede um dos maiores movimentos sociais da América Latina é, antes de tudo, uma ofensiva autoritária que merece ser duramente reprimida." (Manuela Abath,  Professora, UNICAP/UFPE).

"Criminalizar os movimentos sociais e impor medo às pessoas que pretendem resistir. São esses os objetivos da invasão ilegal à Escola Florestan Fernandes. Esquecem, porém, que todos(as) que ali estamos, fisicamente ou não, fomos formados(as) na luta." (André  Carneiro Leão, Defensor Público Federal).

"A invasão policial sem mandado da Escola Florestan Fernandes do MST é um deplorável exemplo dos métodos de governança que as oligarquias econômicas e financeiras internacionais estão impondo em estados formalmente democráticos, criminalizando a manifestação e tornando vulnerável a soberania popular. Avançar nos processos de crescente desigualdade e de concentração da riqueza e o poder em poucas mãos, que organizam as regras do jogo em seu próprio benefício, requer democracias de baixa intensidade, impondo um estado penal sobre o estado social. Eles querem tudo e estão dispostos a fazer qualquer coisa, para que tenham a garantia de uma cidadania submissa, assustada e colaborativa com o seu modelo explorador e predatório." (Lina Galvez Catedratica de Historia e Instituciones Economicas Y co-directora del master de DDHH de la Universidad Pablo de Olavide).

LEIA NO GGN, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

25 anos depois de Demi Moore...


Vinte e cinco anos depois da  Vanity Fair, que fez uma célebre capa com Demi Moore grávida e nua fotografada por Annie Leibovitz, uma revista das Filipinas, a Metro, provoca polêmica no país ao destacar a atriz e VJ britânica-filipina Georgina Wilson celebrando a maternidade, com fotos de BJ Pascual. (CSB)

Site americano elogia capa da Elle brasileira com modelo transgênero


por Clara S. Britto 
O site Adweek elogiou a capa da revista brasileira da Elle de outubro. Fotografada por Gui Paganini, a modelo transgênero Valentina Sampaio ilustra a edição. O Adweek lembra que em 2011 a Elle brasileira também mostrou sua visão moderna ao fazer um ensaio de capa com outra famosa transgênero, Lea T.

Mídia brasileira estigmatiza luta de estudantes


(do site Midia Ninja) 
Em artigo publicado pela revista francesa Basta! com a manchete "Milhares de escolas e universidades ocupadas, no Brasil, contra as políticas de austeridade", jornalista afirma que quando o mainstream da mídia fala, é para estigmatizar os estudantes.

No último dia 3 de outubro, em São José dos Pinhais, no Estado brasileiro do Paraná (sul do Brasil), um grupo de secundaristas decidiu ocupar sua escola. Eles contestam as políticas do governo de direita de Michel Temer. O movimento ganhou força rapidamente. Em todo o Brasil, cerca de 1.200 escolas públicas estão atualmente ocupadas por alunos, e também uma centena de universidades. A maioria está no Estado do Paraná onde ocupam a metade das escolas, cerca de 800 colégios.

Os alunos e os estudantes se opõem ao projeto de reforma da educação pensado pelo atual governo de direita, mas também à reforma constitucional que prevê o congelamento dos gastos públicos por vinte anos, incluindo os da educação e da saúde (ver artigo do BastaMag 14/10). Este novo movimento estudantil também desafia o projeto dito da "Escola Sem Partido" iniciado pelos conservadores, que visa eliminar todas as formas de pensamento crítico, rotulados de esquerda, na educação.

Uma escola sem um partido é uma escola sem senso crítico, é uma escola racista, é uma escola homofóbica (…) Estamos aqui por ideais falou corajosamente uma estudante de 16 anos, Ana Júlia Ribeiro, no dia 31 de outubro. Ela falava na frente dos deputados do Paraná para explicar as razões do movimento.

Nas escolas ocupadas, jovens trabalham em comissões e fazem assembleias para decidir de suas ações. No dia 26 de outubro, representantes de cerca de 600 escolas ocupadas no Paraná, se reuniram em assembleia geral conjunta para decidir sobre a continuidade do movimento pela "educação pública gratuita e de qualidade", como o defende a União Brasileira Estudantes. O movimento se afirma com forte independência a qualquer partido político, mesmo que seja oposição ao governo de Michel Temer. Ele escapa até agora das tentativas de recuperação pelos sindicatos e os partidos da esquerda institucional.

Os estudantes brasileiros já se mobilizaram massivamente no ano passado, especialmente no Estado de São Paulo. Centenas de escolas públicas foram ocupadas por seus alunos, dia e noite durante várias semanas, em oposição ao projeto do governador de fechar vários estabelecimentos de ensino.

"Marcado pela espontaneidade e pelo seu caráter essencialmente horizontal, sem hierarquia, esse movimento está na vanguarda da luta contra o governo federal, do conservadorismo das camadas superiores e da nova onda de políticas de austeridade”, analisa de Glauber Aquiles Sezerino, sociólogo, administrador da associação Autres Brésils. “Em junho de 2013 durante protestos contra o aumento da tarifa do transporte, ou os "rolêzinhos" esses "passeios" de jovens da periferia em centros comerciais destinados às camadas mais privilegiadas, já eram movimentos espontâneos e autônomos. Mas, até então, os protestos se focalizaram numa reivindicação limitada, como a tarifa do transporte, a repartição das escolas ou o acesso a lazeres. Agora, as palavras de ordem são mais amplas, e visam diretamente as políticas de austeridade econômica e a falta de diálogo do governo federal."

Diante dessa nova dinâmica, o governo federal, os governos estaduais e vários partidos de direita estão pouco abertos ao diálogo. As autoridades não hesitam em chamar a polícia militar para reprimir violentamente as ocupações, como na semana passada no Estado de Santa Catarina (Sul), onde a polícia apontou armas para os alunos. Em São Paulo, a polícia evacuou pelo uso da força as ocupações que apenas começavam, como no dia 25 de outubro, no norte da capital econômica do país. Apesar da importância do movimento, a grande imprensa mainstream levou semanas para se interessar. Na maioria das vezes, para estigmatizar estes estudantes.

LEIA NO SITE MIDIA NINJA, CLIQUE AQUI

Normal. Saiu da balada, entrou no carro, botou pra tocar a música "Loquita", fez top less e bombou na web...



por Omelete
Dá para entender. A argentina saiu da balada, dia claro, sozinha, nada pra fazer enquanto dirigia. Botou pra tocar a música 'Loquita", da banda Marama e, sem blitz de Lei Seca à frente - a Argentina também tem - resolveu fazer um topless básico. E gravou o vídeo viraliza na internet.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Quem bate? É a crise... Versão impressa do The Wall Street Journal faz lipoaspiração jornalística para se tornar mais "digestível".

por Niko Bolontrin

O Wall Street Journal muda de formato na edição impressa. Com a queda das vendas, os jornais tentam medidas desesperadas para sobreviver.

Essa é mais uma.

Não está fácil. Mudar formato equivale ao caso do folclórico corno que surpreende a mulher com o Ricardão no sofá e e parte para um completo reposicionamento: tira o sofá da sala.

Tanto que a reforma, a julgar pelas declarações do editor do WSJ, claramente vai tornar o produto bem pior: seções serão fundidas, diminui o número de páginas, será reduzida a cobertura de cultura, notícias locais etc.

Ou seja: menos conteúdo.

Quando reformas são impostas por falta de dinheiro e não pela busca da excelência jornalística, o leitor sai perdendo.

O mais incrível nessa crise de identidade é que os anunciantes ainda parecem apostar mais no meio impresso do que as próprias editoras de jornais e revistas. Muitos jornais estão investindo em eventos como maneira de faturar verbas privadas e públicas. Só que a contrapartida é a publicação de páginas e páginas sobre o tal evento, que nem sempre será de interesse do leitor. O branded content, uma espécie de nova e pernóstica vestimenta da matéria paga, o jabá, também contamina o editorial.

Muitas marcas não abrem mão de ver suas mensagens em páginas duplas vistosas em vez de circular apenas no "mercado persa" da internet. É o que está sustentando ainda o impresso, mais do que as trôpegas soluções editoriais. É o caso de perguntar: a crise é do meio impresso? Do modelo? Do jornalismo? A indefinição e a busca enlouquecida de alternativas que levam a situações equivocadas como essa do WSJ, a de piorar para sobreviver, estão acelerando ainda mais a fuga dos anunciantes para o mundo digital.

Diz o editor do WSJ que o leitor quer hoje jornais mais "digestíveis".

Se é para fazer "digestível", melhor engarrafar limoncello amalfitano.

Quando o impresso de torna igual ao site, melhor eliminar o intermediário e ir de vez para o digital.

Ou para o limoncello.


Nem toda instância é imperial. Conheça o site "Juízes para a Democracia"




VISITE O SITE DA ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Corporações da mídia brasileira vão contra a Constituição e o Marco Civil da Internet e ameaçam tirar do ar versões nacionais de sites jornalísticos estrangeiros. É o AI-5 ressuscitado como um zumbi do monopólio...

O baronato da mídia conservadora gosta de falar em globalização e livre mercado, mas pratica uma absurda concentração de meios e parece detestar concorrência. E não hesita em usar todas as suas armas, especialmente após o golpe que patrocinou, para tentar barrar qualquer obstáculo ao monopólio jornalístico que impõe ao Brasil.

A notícia abaixo é simplesmente espantosa. É o AI-5 ressuscitado como um zumbi a atacar de uma só vez a liberdade de imprensa, o direito à informação, o Marco Civil da Internet e a própria Constituição.

Como se fosse um regime autoritário - do tipo que a Turquia põe em prática para controlar a Internet ou à maneira das ditaduras islâmicas, incluindo o intolerante e violento Estado Islâmico que amordaça a comunicação - grandes corporações da mídia querem tirar do ar versões nacionais de sites jornalísticos que atuam livremente em todos os países democráticos.
Imaginem se a ação que a ANJ (Associação Nacional de Jornais) patrocina fosse assinada pelo governo Maduro, da Venezuela, diariamente combatido pela rede de publicações representadas? Nem mesmo Maduro, em meio ao clima de conflagração no seu país, ousou tanto.

A ANJ e a mídia dominante vão acabar pedindo a volta da lei que vigorou até a ditadura militar e que obrigava todas as publicações a obterem um registro no DPF (Departamento da Polícia Federal) e DCDP (Divisão de Censura e Diversões Públicas). Era isso ou não podia ir para as bancas.

Leia a matéria abaixo publicada no site Pragmatismo Político 





(do site Pragmatismo Político)

Com medo de perder a hegemonia, mídia brasileira vai à Justiça para tirar do ar versões nacionais de sites estrangeiros como a BBC Brasil, o El País, o DW e o The Intercept

Sites estrangeiros com conteúdo nacional estão ameaçados

 O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou na última quinta-feira (27) que a Associação Nacional de Jornais (ANJ), representante das empresas do setor, entrou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.613, reivindicando que portais de notícias tenham de respeitar a mesma regra de limite de participação do capital estrangeiro – de até 30% – aplicada a jornais, revistas, rádios e televisões.

A medida pode colocar na ilegalidade a atuação de portais estrangeiros que atuam com equipes brasileiras produzindo conteúdo sobre o país, como a BBC Brasil, o El País, o DW e o The Intercept.

A Lei Federal 10.610, de 2002, define que “a participação de estrangeiros ou de brasileiros naturalizados há menos de dez anos no capital social de empresas jornalísticas e de radiodifusão não poderá exceder a trinta por cento do capital total” e só poderá ser realizada por “intermédio de pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede no país”.

A ANJ quer que o STF considere que a expressão “empresas jornalísticas” inclua os veículos de comunicação constituídos unicamente na internet.

“A internet tem um potencial multiplicador de informação muito maior do que os tradicionais meios de comunicação, porque todo conteúdo pode ser imediatamente compartilhado e replicado em blogs, redes sociais etc. e ser repercutido por dias ou meses, por meio de comentários, novos compartilhamentos e afins. Essa realidade justifica, com ainda maior razão, a preocupação de que as notícias dirigidas ao público brasileiro preservem os valores e a cultura nacional, respeitem a soberania nacional e possam ensejar a responsabilização da empresa e de seus responsáveis, nos casos de violação a direitos subjetivos”, argumentou a associação.

A entidade defende que o modelo de negócios de veículos de comunicação estrangeiros deve seguir o exemplo da parceria entre os jornais Valor Econômico, brasileiro, e The Wall Street Journal, dos Estados Unidos.

“O jornal brasileiro possui em seu portal eletrônico uma seção exclusiva com notícias do jornal estrangeiro, traduzidas para o Português e disponibilizadas para o público brasileiro. As notícias produzidas pelo jornal americano, disponibilizadas por meio da referida parceria, passam pelo crivo editorial da empresa jornalística brasileira, que decide se elas são relevantes, ou não, para o público brasileiro, sem interferir em seu conteúdo”, defendeu.

No entanto, o parágrafo 3º do artigo 222 da Constituição Federal, originado pela Emenda Constitucional 36/2002, definiu que os meios eletrônicos de comunicação social, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, devem ser regidos por lei específica, que observe os princípios enunciados no artigo 221 da Carta Magna.

Esse entendimento já foi reafirmado pelo Conselho Institucional Ministério Público Federal, em inquérito civil sobre o mesmo tema proposta pela ANJ na ação de inconstitucionalidade. O conselho decidiu que os portais de notícias não estariam sujeitos às regras do artigo 222 do texto constitucional.

A ADI ainda está em fase de instrução e tem como relator o ministro Celso de Mello.

CONHEÇA O SITE PRAGMATISMO POLÍTICO, CLIQUE AQUI

Do Observatório da Imprensa: "Publicidade em forma de jornalismo de serviço"


por Franthiesco Ballerini (para o Observatório da Imprensa)

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.” A frase de George Orwell parece não envelhecer nunca e deveria se tornar um mantra para os jornalistas culturais brasileiros. A escravidão da agenda cultural tomou conta de todos os grandes veículos de imprensa. Basta fazer uma ronda para se constatar não só matérias culturais muito semelhantes, como quase todas pautadas por algum press-release recebido das centenas de assessorias de imprensa existentes.

Tome-se como exemplo um jornal, uma revista e um grande portal visitados no mesmo dia. Na Folha, por exemplo, o destaque é um filme da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, seguido por uma resenha sobre uma peça inspirada em Tchékhov, duas críticas de outros filmes da Mostra, a coluna social e algumas notas de agenda. Nenhuma reportagem. Na Veja, três páginas para a nova temporada de Black Mirror, uma crítica para Nada Será como Antes (TV Globo), uma crítica para o novo filme de Ben Affleck e outro hollywoodiano de menor peso e a biografia de Rogéria. Nenhuma reportagem. No G1, os destaques eram os ingressos à venda do Rock in Rio, o novo membro da Academia Brasileira de Letras, a nova séria da Disney e o novo show do The Kooks. Nenhuma reportagem.

Lembro-me do colega Fabio Cypriano me dizer como foi criticado pela curadoria da 28ª Bienal de São Paulo por ter focado sua cobertura nos bastidores do evento, que à época eram mais notícia do que as obras. “O trabalho da Folha não foi por desmerecer o trabalho da curadoria, mas para exercer jornalismo. Se funcionários e artista não são pagos, isso é um fato jornalístico. A Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição pública e muitos dos escândalos que envolveram são só conhecidos porque o jornalismo foi de fato exercido”, disse-me Cypriano.

A tecnologia atual oferece uma facilidade imensa de acesso a obras de arte do mundo inteiro, trechos de filmes do outro lado do planeta, histórico teatral do dramaturgo em cartaz ou todas as músicas do cantor que agora lança o novo disco. No entanto, uma parte dos novos jornalistas culturais acha que isso é o suficiente para exercer jornalismo cultural, acomodando-se dentro da redação, debaixo do ar condicionado, à mercê das centenas de sugestões de pautas recebidas por e-mail.

Coberturas fora da agenda das assessorias

Que fundamental seria lermos semanalmente assuntos que “alguém não quer que se publique”. Uma reportagem de fôlego sobre a produção de filmes e séries brasileiras para o Netflix e seu necessário processo de regulamentação, como ocorreu com a TV paga. Uma reportagem sobre a situação das casas de teatro fora das capitais e seus meios de subsistência. Uma reportagem sobre os novos artistas plásticos brasileiros e as estratégias dos marchands para internacionalizá-los. Uma reportagem sobre a necessidade de agenda cheia de shows após o fim da era dos CD’s. Uma reportagem sobre quanto se paga para seu livro ter o espaço nobre de uma livraria de shopping center. Enfim, apenas alguns exemplos de assuntos que fogem da agenda, que certamente incomodariam alguns agentes culturais ou assessorias, mas que, certamente, seriam um serviço jornalístico de maior qualidade para o leitor, sem falar na reflexão cultural que os mesmos proporcionam.

O problema é que reportagem custa caro. Exige carro, viagens (que não sejam jabás), tempo de execução etc. E com a crise financeira do jornalismo tradicional e a pressa de leitura do jornalismo online, fica mais cômodo ficar na agenda cultural recebida no conforto do e-mail. Pois ele também é serviço, e pode ser feito dignamente, mas que não seja a totalidade do jornalismo cultural disponível.

É preciso, portanto, termos leitores culturais mais exigentes. Por que os leitores esperam uma investigação jornalística de peso sobre o novo alvo da Lava Jato, ou detalhes aprofundados sobre o novo pacote de estímulos econômicos e se contenta com tão pouco quando o assunto é jornalismo cultural? Não percebem que estão consumindo jornalismo político, jornalismo econômico, mas, em vez de jornalismo cultural, consomem publicidade em forma de jornalismo de serviço?

Subir o nível das reflexões culturais nas páginas de jornais e revistas, bem como nos grandes portais, é tirar a cultura do mero utensílio de consumo para um agente intelectual transformador do dia a dia, elevando também, pouco a pouco, nossas exigências de consumo de arte e entretenimento. É preciso publicar o que não querem que publiquemos.

***
Franthiesco Ballerini é jornalista, autor dos livros ‘Diário de Bollywood’, ‘Cinema Brasileiro no Século 21’ e ‘Jornalismo Cultural no Século 21’.

LEIA O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, CLIQUE AQUI

Da FENAJ: trabalho decente é um direito de todos

(do site da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ)

No Dia Internacional do Trabalho Decente, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifesta-se publicamente em defesa do trabalho e dos trabalhadores brasileiros, em especial, da categoria que representa. No Brasil, depois do registro de pequenos avanços na agenda de implementação do trabalho decente, registra-se atualmente uma real ameaça aos princípios e direitos fundamentais do trabalho.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência das Nações Unidas, define o trabalho decente como aquele “adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna”. A OIT também afirma que trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia de governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

Na contramão da implementação da agenda do trabalho decente, o Brasil está caminhando para o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a retirada de direitos trabalhistas, e das leis de proteção social. Também estão ameaçados os serviços públicos essenciais, como a educação e a saúde, assim como a previdência social.  Todas as ameaças, se concretizadas, vão penalizar os trabalhadores e aumentar as desigualdades sociais.

Um verdadeiro mantra anunciando uma crise econômica sem precedentes foi recitado diariamente nos meios de comunicação para influenciar a opinião pública e naturalizar as violentas medidas que estão sendo propostas pelo governo. Apresentados como necessários, o chamado ajuste fiscal (PEC 241, que congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos) e demais reformas vão promover desemprego e pobreza.

É a consolidação do golpe contra a classe trabalhadora, que atinge também os jornalistas. É preciso lembrar que o incipiente sistema público de comunicação brasileiro também está sendo desmantelado. O que até pouco tempo era expectativa de mais diversidade e pluralidade na comunicação e de mais empregos, tornou-se ameaça de nova concentração e de desemprego para os trabalhadores do setor.

A FENAJ afirma sua indignação e seu inconformismo com os retrocessos históricos que estão ocorrendo no Brasil e reafirma sua disposição de resistir e lutar pelos direitos dos trabalhadores, em especial dos jornalistas, ao trabalho digno.

Não aos retrocessos!

Nenhum direito a menos!

Em defesa do trabalho digno!

Diretoria da FENAJ.

Jornalismo: gourmetizando a ralação...

Tempos mais incertos para os jovens jornalistas. O mercado mudou, nos últimos anos mais de 3 mil postos de trabalho foram extintos na mídia em todo o país, novos paradigmas e menos oportunidades para os profissionais dos meios impressos. Os veículos digitais crescem muito lentamente, ainda têm problemas de autossuficiência e de geração de recursos e, por suas características, criam menos empregos.

Ao mesmo tempo, o governa fala em "flexibilizar" a CLT, eliminando direitos trabalhistas.

Uma importante editora, em São Paulo, que aguarda com ansiedade o desmonte da lei, prega que só precisaria de dois dias úteis por semana para fazer determinadas revistas e, no entanto, diz um editor, a empresa é obrigada a remunerar os jornalistas por cinco dias úteis, pagando por cinco horas+duas horas extras contratuais diárias, e ainda dar folga à equipe caso a obrigue a trabalhar aos sábados, domingos e feriados. Sem falar nas férias anuais, no décimo-terceiro, etc.

Não por acaso, os patrões defendem com entusiasmo a terceirização. Aí será o paraíso. Já não se exige diploma de jornalista. A partir da terceirização cairá o contrato de trabalho

Ao lado da expectativa patronal por uma legislação mais favorável ao empregador, parece estar em curso uma certa gourmetização da atividade.

Depois de uma revista publicar os "dez mandamentos" ensinando às futuras repórteres que devem ficar felizes e privilegiadas por ralarem em um ambiente glamouroso  sem hora pra comer e dormir, um jornal, a propósito da equipe que cobrirá um evento gastronômico, diz que a rotina dos jornalistas no local será de pura festa. "Vai ser até difícil convencer os outros de que é trabalho", afirma o jornal.

Se bem que depois de destacar a parte "gostosa" da badalação jornalística, o texto lembra discreta e de passagem que a "turma vai ter trabalho".

Oi? E poderia ser diferente? Qualquer bom repórter sabe que cobertura de eventos exige apuração, entrevistas, texto, edição, checagem, fechamento, prazos e uma certa tensão para cumprir bem tudo isso. Para profissionais não deslumbrados nem tudo é "delícia" como diz o título que lembra o jogo do contente da clássica Pollyana da literatura cor-de-rosa.

O problema da "gourmetização" da função é induzir ao raciocínio de que é tão deliciosa a profissão, tão privilegiados os que a exercem, tudo é tão fofo, que se justifica uma dúvida: essa "delícia" precisa mesmo ser remunerada?

Houve uma época, bem lá atrás, em que escritores se ofereciam para trabalhar em jornais e alguns até dispensavam remuneração em troca de assinar textos, ganhar algum prestígio e virar assunto nos cafés cariocas da primeira metade do século passado.

Ou seja, a "gourmetização" não é novidade.

A terceirização também não é: já houve um tempo em que a maioria dos jornalistas recebia por "vales" ao fim de cada semana. Com um papelucho na mão, o sujeito entrava na fila do caixa e recolhia o tutu, erva, a gaita, como se dizia na época nem tão distante assim. E fazendo cara de feliz.


.

México, em sexto, e Brasil, em nono, estão na relação de países com maior impunidade em crimes contra jornalistas, segundo o Comitê para proteção dos Jornalistas (CPJ). Grupos radicais islâmicos da Somália, Iraque, Síria, Filipinas e Sudão lideram a lista

Capa do informe sobre o índice Global de Impunidade

por Silvia Higuera/ME (para o blog Jornalismo nas Américas)

Pelo segundo ano consecutivo, México e Brasil são os únicos países da América Latina que fazem parte do Índice Global de Impunidade do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), cuja edição de 2016 foi publicada em 27 de outubro.

Esse índice, que classifica os países onde os jornalistas são assassinados e “os responsáveis pelos crimes ficam impunes”, é publicado pelo CPJ todo ano no Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas que se celebra no dia 2 de novembro.

Para o índice, o CPJ conta o número de assassinatos não solucionados de jornalistas, em um período de dez anos, como uma porcentagem em relação à população do país.

Dos 13 países que fazem parte do índice este ano, o México ocupa o sexto lugar e o Brasil, o nono. Ambos os países subiram duas posições no índice, isto é, a situação nesses locais piorou.

“A violência que o crime organizado e funcionários locais perpetraram contra os jornalistas permitiu que a impunidade aumentasse na América Latina, e Brasil e México subiram duas posições no índice deste ano”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, ao Centro Knight. “Mas algumas das mais elevadas taxas de impunidade do assassinato de jornalistas [no mundo] podem ser atribuídas aos assassinatos perpetrados por grupos radicais islâmicos”.

Assim como explica Lauría, ainda que neste ano o CPJ tenha concluído que os índices mais altos de impunidade são de assassinatos cometidos por grupos radicais islâmicos, também descobriu que “funcionários e grupos criminosos locais assassinam com frequência os jornalistas, como represália por seu trabalho de informação, sem ter que enfrentar a justiça”, como ocorre no México, Brasil, Filipinas e Rússia.

A impunidade nos assassinatos de jornalistas incentiva potenciais assassinos e obriga os meios de comunicação a trabalharem em um clima de medo, que por sua vez restringe as informações disponíveis para o público", disse Elisabeth Witchel, autora do relatório e consultora do CPJ para a Campanha Global contra a Impunidade, em comunicado da organização. "Os Estados precisam resolver urgentemente esta situação com mecanismos robustos para proteger, investigar e reprimir quando jornalistas são ameaçados ou atacados."

De acordo com o CPJ, 21 jornalistas foram assassinados com “total impunidade” no México na última década. As vítimas eram jornalistas locais que cobriam temas relacionados com o crime organizado e a corrupção em estados dominados por grupos de narcotraficantes. Os responsáveis por esses crimes, segundo o CPJ, são os próprios grupos de criminosos.

O caso emblemático do México, para o CPJ, é o do fotógrafo Rubén Espinosa assassinado em agosto de 2015 na Cidade do México. Espinosa havia chegado à cidade fugindo do Estado de Veracruz após ter recebido ameaças. O fotógrafo foi encontrado morto em seu apartamento com outras quatro mulheres. Todos tinham um disparo na cabeça e marcas de tortura.

Ainda que o CPJ destaque como um avanço a prisão de três pessoas envolvidas no crime, também lembra que vários jornalistas questionaram a forma que a investigação foi realizada.

Além disso, considera como um retrocesso no México o fato de que, apesar das autoridades terem adotado em 2013 uma lei que dá maior jurisdição a autoridades federais para investigar crimes cometidos contra a liberdade de expressão, "ninguém foi processado por este mecanismo e pelo menos oito jornalistas foram assassinados por seu trabalho desde então”.

O México, assim como outros sete países do índice, estiveram presentes na lista todos os anos desde 2008, quando foi lançada, “o que indica quão arraigada está a impunidade em alguns países”.

No caso do Brasil,15 jornalistas foram assassinados na última década "com total impunidade”. Os responsáveis são funcionários dos governos e grupos criminosos, segundo o CPJ. As vítimas cobriam política e corrupção em cidades no interior do país.

No entanto, o CPJ cita como avanço que o Brasil condenou suspeitos em seis casos de homicídios de jornalistas nos últimos três anos, “mais do que nenhum outro país onde o CPJ tenha documentado” esses assassinatos. Acrescenta, no entanto, que somente em um deles foi alcançada a justiça plena.

Editor João Miranda do Carmo assassinado em Goiás: ele
denunciava tráfico de drogas e envolvimento de políticos
em esquemas de corrupção.
Reprodução Facebook 
O assassinato do editor João Miranda do Carmo, nos arredores da sua casa, em julho de 2016 foi escolhido como caso emblemático pelo CPJ. Carmo era conhecido pelas suas críticas a funcionários locais e tinha sido ameaçado em pelo menos em duas ocasiões – em uma delas, seu carro foi queimado. As ameaças foram denunciadas na polícia.

O CPJ afirmou que em mais da metade dos homicídios analisados no Brasil as vítimas tinham denunciado anteriormente ameaças que receberam.

Como um ponto positivo em geral, o CPJ ressalta que os países que aparecem no índice, com a exceção de três, participaram do mecanismo de prestação de contas sobre a impunidade da Unesco “que solicita informação sobre o estado das investigações dos assassinatos a jornalistas para o relatório bienal sobre segurança dos jornalistas da agência da ONU”.

Para a análise deste ano foram levados em conta os homicídios de jornalistas ocorridos entre 1 de setembro de 2006 e 31 de agosto de 2016. O relatório também inclui uma tabela com estatísticas e as classificações de cada país que faz parte do índice.


VEJA A MATÉRIA E O RELATÓRIO NO SITE DO KNIGHT CENTER, CLIQUE AQUI

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Memórias da redação: quando Manchete quis adiantar o relógio da vida...

De "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou"- 2  (versão virtual)

Lá pelo começo dos anos 80 ter mais de 70 ou 80 anos e estar na ativa ainda era algo raro, bem mais do que hoje. De lá pra cá, a expectativa de vida aumentou e os velhinhos estão aí, firmes, mesmo injustamente acusados de implodir as contas da Previdência.

Pois bem, impressionado com a longevidade de Sobral Pinto, Austregésilo de Athayde, Oscar Niemeyer, Barbosa Lima Sobrinho e outros que não vêm à memória, talvez o historiador Hélio Silva fizesse parte do grupo, um repórter da Manchete propôs em reunião de pauta uma matéria com esses bravos da época.

Justino Martins sugeriu que a foto de abertura da matéria fosse feita no portão do cemitério São João Batista.

Talvez fosse mero sarcasmo, sabe-se lá, Justino tinha no humor uma das suas características. Só que a reunião chegou ao fim com a matéria aprovada e a foto de abertura valendo.

O repórter foi a campo ligar para os personagens da reportagem.

Tudo ia bem até que um deles, que tinha acesso a Adolpho Bloch, comentou que a Manchete estava querendo vê-lo morto já que lhe fizera um bizarro convite para posar para uma foto no cemitério.

Aí quem morreu foi a pauta.

O repórter ficou frustrado, ainda mais porque três dos citados entraram no clima da matéria e toparam posar para a foto. Austragésilo, que não estava com pressa (morreu em 1993 aos 95 anos) declinou do convite. Sobral Pinto morreu muito depois, com 98 anos. Niemeyer e Barbosa Lima Sobrinho ultrapassaram a barreira dos 100 anos.

O repórter está vivo e, se quiser, pode se acusar ao ler essas linhas.

Alta ansiedade: quando a notícia não corresponde aos fatos

A New York chegou às bancas com a capa de Trump "Perdedor" no dia em que o republicano passou Hillary nas pesquisas de intenção de votos. 

Em 1948, o Chicago Tribune se precipitou ao anunciar a vitória de Thomas Dewey. Deu Harry Truman, que tirou um sarro do jornal. As circunstâncias são diferentes mas não impedem que 
Trump se prepare para reeditar a cena.  


Ironia midiática - Fofoca, você venceu! Quando conduzem talk shows ou entrevistas, celebridades aposentam o famoso "não falo da vida pessoal!"

por Ed Sá

A mídia de celebridades costumavam ter uma relação de amor e ódio com... as celebridades. Útil para divulgar shows, peças, eventos e exaltar as figuras do entretenimento em entrevistas, capas e perfis, tal mídia especializada era execrada ao expor a vida pessoal dos chamados famosos.

Essa equação mudou. 

Com a proliferação de talk shows, geralmente pilotados por celebridades e onde os entrevistados são igualmente famosos, o que não falta é pergunta sobre" vida pessoal". Mais comumente conhecida como "fofoca". Não parece haver constrangimento de ambas as partes, especialmente quando entrevistador e entrevistado fazem parte do cast da mesma emissora.

A fofoca, que dá audiência, está devidamente incorporada pelo mundo que a alimenta.

Fátima Bernardes: "Foi na minha frente o beijo, que não foi técnico, posso garantir"

Tatá Werneck: "É bom namorar, Fátima?"

Dê uma olhada no vídeo abaixo, do programa "Encontro com Fátima Bernardes", de ontem, e sinta o clima de um pequeno duelo de fofocas. De pergunta sobre namoro - Fátima, como se sabe, se separou recentemente de William Bonner - a testemunho de beijão que Tatá Werneck, a entrevistada, deu no cantor Tiago Iorc, durante o prêmio Multishow - e que foi divulgado como fake mas que teria sido real - , houve um bate-e-rebate do que pareceu uma gentil troca de farpas. 

As celebridades se rendem à mídia de fofoca, a audiência deve estar adorando e querendo mais. 

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

  

Como dizia o robô de "Perdidos no Espaço", perigo, perigo... Polícia federal, a deles, dá o impulso que faltava à candidatura Trump. Vazamento já ganhou o nome de FBIleaks...

por Niko Bolontrin

Guardadas as devidas proporções e sem querer comparar pangaré com quarto-de-milha, com Crivella no Rio, Dória em São Paulo, Trump nos Estados Unidos, Macri na Argentina, Michele Bachelet na corda-bamba, Maduro idem, Mariano Rajoy na Espanha, Marine Le Pen crescendo na França, a xenofobia e o racismo avançando no Leste Europeu, uma tempestade perfeita se forma na margem direita da história.

"Não saiam de casa sem guarda-chuva", como se dizia no tempo da ditadura para alertar contra operações dos órgãos de segurança em sindicatos e universidades.

Nos Estados Unidos, segundo as últimas pesquisas, Donald Trump virou o jogo sobre Hillary Clinton.

Melhor não sair de casa sem capa e capuz, além do guarda-chuva.

Nenhum analista define o que isso vai significar para o mundo, exatamente. Só que o reality show internacional nunca mais será o mesmo.

A Casa Branca já teve como inquilino um ator medíocre: Ronald Reagan. No set, ele ganhou fama mais como delator de colegas na ofensiva do macartismo fascista do que por seus filmes; na política, não foi menos pernicioso: apoiou o apartheid; "desregulamentou" o mercado financeiro como pretexto para injetar dinheiro público em bancos; armou e financiou os talibãs em guerra contra a então União Soviética e, como consequência, financiou e pariu o organograma inicial do atual terrorismo islâmico;  vendeu armas ilegais ao Irã e com o lucro não declarado financiou os Contras na América do Sul; com o mesmo objetivo de financiar o terrorismo de direita usou o tráfico de cocaína para gerar verbas secretas.

Esses escândalos, como se sabe, vieram à tona, geraram investigações, livros, filmes e algumas prisões de altos escalões do governo Reagan.

Depois do ator, pode vir aí o apresentador de reality show Donald Trump.

Há oito anos, a campanha de Barack Obama foi elogiada como a primeira a fazer uso inteligente da Internet para pesquisas, arrecadação de fundos, envio de mensagens para grupos específicos de eleitores, presença maciça nas redes sociais não apenas para divulgar seu programa como para desmentir falsas notícias plantadas na mídia ou na web. Tal estratégia foi considerada um marco na comunicação eleitoral.

Na atual campanha americana a internet também vai fazer diferença. Para pior. A rede social virou arma de guerra para divulgar incertezas, medo, dúvidas.

Emails hackeados, disseminação de mensagens sobre a intimidade do candidatos, Trump acusado de ter acesso a informações de servidores invadidos, Hillary às voltas com o vazamento de emails.

O caso dos emails de Hillary é o mais surpreendente. A antiga denúncia sobre o uso que a então Secretária de Defesa fez de um servidor pessoal para enviar emails oficiais já havia sido arquivada.

Hillary foi inocentada, nada havia feito de ilegal, não havia mensagens comprometedoras nem ela vazou informações oficiais. No máximo, ter usado um servidor pessoal teoricamente mais vulnerável foi visto como imprudência.

Na reta final da campanha, estranhamente, o FBI reabre o caso sob a alegação de que um ex-auxiliar de Hillary teve seus emails investigados por suposto envolvimento em um caso de pedofilia. Com esse pretexto, a policia federal americana repôs os emails na panela de pressão da campanha. Qual o objetivo? Parece claro. A reabertura, mesmo por caminho torto, já causou dano à campanha da democrata. Hillary pediu ao FBI que esclareça o mais rápido possível o que ela tem a ver com o suposto conteúdo do suposto email do suposto pedófilo. O FBI calou-se. Hillary ficou no prejuízo e mais ainda ficará se a polícia não for mais transparente a tempo de recolocar a verdade antes das urnas.

Há um odor de fraude no ar. Não seria a primeira mutreta das eleições americanas. É conhecida a fraude que beneficiou Bush, em 2000. Al Gore teve maior número de votos populares no país. Na Flórida, estado governado por seu irmão, Jeb Bush, George W. Bush obteve 500 votos populares a mais. Como houve denúncias de manipulação do sistema eleitoral e irregularidades em assinaturas, Gore pediu recontagem, como previsto na Constituição. A Corte Suprema, com maioria republicana, não permitiu a revisão dos votos. Bush tornou-se presidente no tapetão mesmo sem ter os votos da maioria do eleitorado.

Ao deixar claro que não interfere em investigações, o presidente Obama não deixou de criticar o que chamou de FBIleaks. Ele condena o fato de a polícia fazer insinuações e não esclarecer a motivação da investigação. "A norma" - disse o presidente ao USA Today - "é não operar informações incompletas e não fazer vazamentos".

No final das contas, a poucos dias das eleições, a interferência do FBI no processo político pode levar Trump ao poder.

Tudo indica que o futuro não vai deixar saudades.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Deu no Le Monde: O alemão Klose, o maior artilheiro das Copas, anuncia aposentadoria. Sim, ele deixou o seu gol no fatídico 7 X 1...



Klose se despede da carreira e...



da taça que conquistou no Brasil.


por Jean-Paul Lagarride

Autor de 16 gols em quatro Copas do Mundo, superando em 2014 o até então artilheiro Ronaldo, o alemão Miroslav Klose, 38, pendura as chuteiras para se tornar assistente técnico da seleção alemã.

Seu último clube foi o Lázio, até junho, quando ele já sinalizando sua decisão optou por não renovar contrato.

Como auxiliar do treinador Joachim Löw, Klose vai estrear já no dia 11 de novembro contra San Marino em jogo pelas Eliminatórias da Copa da Rússia 2018.

Klose esteve em campo em 2002, quando a Alemanha perdeu para o Brasil na Copa Japão-Coréia do Sul.

E deu o troco em 2014 na tragédia do Mineirão. Ele fez o segundo gol da sua seleção após o goleiro Julio Cesar rebater uma bola. Foi precisamente aquele o seu 16° em Copas.

E foi após aquele gol que a seleção brasileira entrou em  estado de catatonia aguda e tomou a mais vergonhosa e humilhante goleada da história das Copas. E talvez da história do futebol desde que os chineses inventaram o jogo usando cabeças de inimigos como bola e portões da Grande Muralha como trave.

VEJA UM VÍDEO DE KLOSE EM ÚLTIMA VISITA AO MUSEU DA FIFA. CLIQUE AQUI

Viu isso? Dr. Cuca Beludo dá uma trolada em Maria Beltrão, da Globo News, ao vivo, sem depilação...


VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Bombando na web. A âncora Maria Beltrão foi depilada, no sentido figurado, na Globo News. A interação com os telespectadores envolve riscos. Ao ler mensagens dos telespectadores, ao vivo, ela acabou levando uma trolada antológica. O autor? Dr. Cuca Beludo. E a mensagem é válida: até o doutor desprovido de cabelo mas com bom senso recomenda não misturar política com religião.

Atualização 1 - 2/11- Aparentemente por questões de direitos autorais, o vídeo da Globo News foi retirado da rede. Permanece no You Tube outro vídeo com matéria informativa sobre o assunto. Clique AQUI

Atualização 2 - Veja o anúncio abaixo. Mandou bem! O Dr. Cuca virou garoto-propaganda...


Sebastião Salgado: "“A fotografia está acabando porque o que vemos no celular não é a fotografia. A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada..."



(do site Uai) 

Sebastião Salgado apareceu mancando e de muletas. O fotógrafo brasileiro rompeu o menisco em sua última viagem à Amazônia, onde retrata comunidades indígenas há três anos. Mas, vestido de gala para receber um prêmio, senta-se e dispara: “A fotografia está acabando”.

Aos 72 anos, um dos melhores fotógrafos dos séculos 20 e 21 se sente tão desconectado da tecnologia, dos celulares e aplicativos tipo Instagram quanto as tribos que está imortalizando nos últimos meses. “Eu não sei nem ligar um computador”, confessa, com um sorriso.

O homem que imortalizou a pobreza e a natureza selvagem em todo o mundo continua trabalhando como fazia antes: com negativos e impressões, que revê e toca. Mas agora produz suas fotos com uma câmera digital. “Eu me adaptei um pouco, como os dinossauros antes de morrer”, brinca, diante de um pequeno grupo de jornalistas na entrega do Prêmio Personalidade da Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio de Janeiro.

Mas Sebastião Salgado não tem Instagram nem “nada” disso. “Eu não gosto. Sei que os jovens gostam, mas eu não consigo”, confessa. Às vezes, explica ele com sua voz arrastada, olha o celular de seus sobrinhos e fica horrorizado ao ver como os aplicativos para compartilhar fotos acabam servindo para “exibir toda a sua vida, para que todos a vejam”.

“Olha, às vezes tem fotos interessantes, mas para fotografar você tem que ter uma boa câmera com uma lente adaptada, tem que ter uma série de condições, a luz... não pode ser um processo automatizado”, explica.

Autor de livros antológicos, como Trabalhadores (1996), Outras Américas (1999), Êxodos (2000) ou Gênesis (2013), Salgado acredita que a fotografia tem que passar pelo papel. “A fotografia está acabamos porque o que vemos no celular não é a fotografia. A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada, como quando os pais faziam antes com os álbuns de fotos de seus filhos”, afirma. “Estamos em um processo de eliminação da fotografia. Hoje temos imagens, mas não fotografias”, insiste.


LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE UAI, CLIQUE AQUI

Mais sexy da VIP: Marina Ruy Barbosa vence eleição sem votos nulos ou abstenções...



Fotos de Yuri Sardenberg e Aninha Monteiro/ VIP/Instagram/Divulgação
por Clara S. Britto

Segundo a VIP, Marina Ruy Barbosa foi eleita em primeiro lugar na lista das mulheres mais deslumbrantes do mundo, com 217.612 votos. Mais do que os votos válidos obtidos por muitos prefeitos nesse ano em que o Brasil preferiu dizer não e abster-se nas urnas.

A jovem ruiva Marina, 21 anos, desbancou Juliana Paes, Paolla Oliveira, Bruna Marquezine, entre outras rivais.

E não apenas pela beleza: a atriz se destacou na TV ao viver a personagem Isabela, da minissérie "Justiça", quando superou o desafio de interpretar cenas fortes e inéditas na sua carreira. Antes, brilhou como a protagonista Eliza da novela "Totalmente Demais".

O ensaio da VIP é assinado por Yuri Sardenberg e Aninha Monteiro

Com 15 milhões de seguidores nas redes sociais, Marina Ruy Barbosa lidera neste 2016 outro importante ranking: é a garota-propaganda com maior número de aparições na TV aberta.

Apenas no primeiro semestre apareceu em quase cinco mil inserções em campanhas da Pantene, Asepxia e Globo Play. Os números do segundo semestre ainda não foram divulgados mas sua performance deverá se manter.

Nessa lista dos dez mais da publicidade na TV, ela bateu, na sequência, do segundo ao décimo lugares, Claudia Leitte, Aline Riscado, Marília Gabriela, Gisele Bundchen, Ivete Sangalo, Neymar, Fátima Bernardes, Zezé di Camargo & Luciano, e Marcos Veras (Casas Bahia).