sexta-feira, 13 de maio de 2016

Logotipo do governo pós-golpe de Temer vira piada

Logotipo oficial do governo depois do golpe. 

Miley Cyrus, ordem e progresso, agora vai...

A grávida de Taubaté 

Risos com lágrimas

Chaves acredita
Casseta e Planeta aposta


A Globo também. Reproduções Facebook

Sex Factor: reality show proibido para maiores vai pagar 1 milhão de dólares ao vencedor


por Ed Sá 
A indústria pornô vive uma crise séria - como resultado da explosão de sites de vídeos gratuitos na web, principalmente postados por amadores ou produtores caseiros -, mas não perde o tesão.
Com a queda de vendas dos DVDs, não inteiramente compensada pelo volume de vendas do pay-per-view, a grande esperança do mercado XXX é a realidade virtual, que está apenas começando a ser explorada. Com óculos Samsung Gear VR, Mora HTC e outros já disponíveis para as primeiras produções do gênero, o usuário poderá ver uma cena de sexo como se estivesse ao lado dos protagonistas. A indústria espera faturar bilhões de dólares à medida em que essa tecnologia se expandir.
Enquanto isso não acontece, haja criatividade. A revista italiana L'Espresso publica uma reportagem sobre um reality show pornô que reúne oito homens e oito mulheres que jamais foram filmados em cenas de sexo. O vencedor vai levar 1 milhão de dólares para casa, além de um contrato de trabalho. Chama-se Sex Factor. O show terá 10 episódios que poderão ser vistos on-line até o dia 19 de maio e poderão ser baixados em serviços pagos de streaming.

SE PREFERIR, VEJA A MATÉRIA DA L'ESPRESSO, CLIQUE AQUI 

Os bastidores da primeira reunião ministerial do governo pós-golpe

Reunião do MSM (Ministério Sem Mulheres). Foto de José Cruz/Agência Brasil
por Omelete
A foto da primeira reunião dos ministros do Michel Temer lembrou clube do Bolinha. As mulheres não foram convidadas para trabalhar na Esplanada e, portanto, não ganharam crachá para entrar no Planalto. São do recato e do lar. Ou, talvez, estivessem ocupadas: ontem foi dia de faxina para apagar vestígios de Dilma na casa. Muito louça pra lavar, móveis para tirar poeira, precisou comprar muito Silvo ou Kaol pra prataria, botar almofada de sofá e tapetes no sol e ver se ainda tinha pó de café, tubaína, pão e mortadela pro lanche.

O assunto principal foi a bicicleta esquecida de Dilma. Hoje ela foi vista andando a pé. Não ficou resolvido se a bike será mandada para o Alvorada ou se será doada ao Ministério Público de Curitiba.

O pessoal do contra também criticou a ausência de negros. Esse pentelhos politicamente corretos argumentam que Temer até extinguiu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Extinguiu, mas isso não quer dizer nada.

Quadro de Djanira.
Foto Roberto Stuckert Filho/PR
Há afro brasileiros no Planalto como se pode ver no quadro de Djanira na sala de espera.

Operário também não apareceu por lá. Dá para entender: depois de 13 anos aturando o primeiro operário e a primeira mulher presidentes, Temer deve estar de saco cheio das duas categorias.

Havia a possibilidade de a reunião ser aberta com uma palestra sobre criacionismo e outra sobre cura gay. Mas isso não se confirmou.

O governo pretende cortar 4 mil cargos de confiança. Parece que não há gente confiável para preenchê-los. Já o pessoal da desconfiança não vai ser mexido, dizem.

Retratos de Dilma serão mantidos, por enqanto, em todos os ministérios. Mas funcionário que quiser receberá um kit de dardos para exercitar a pontaria nas horas vagas.

Temer proibiu falar de crise. Os ministros se viraram para tocar no assunto sem ofender o governo pós-golpe. Vicissitudes, adversidades, perrengue, transtorno, zuera, rolo, confusão e putaria foram as expressões mais ouvidas.

Enquanto a reunião acontecia, vazou na web material do WikiLeaks mostrando que Temer foi X9 da embaixada americana. Ficou decidido que Temer dirá que não se tratava de relatório mas de uma carta extraviada que ele escreveu para o seu amigo Joe Biden, aquele ex-vice-presidente dos States que veio ao Brasil e foi recebido por Dilma que não convidou Temer para um chopinho no Planalto junto com o americano.

Tecnicamente, Temer deve ser chamado de "presidente interino" e Dilma de "presidente afastada". O interino não está feliz com essa terminologia. Pensa em importar do Vaticano a liturgia católica. Lá há dois papas, Bento e Francisco. Só que Francisco é chamado de papa, e não se fala mais nisso, e Bento de papa emérito.

Os novos marqueteiros do governo vão tentar convencer a mídia a tratar Temer como "presidente" e Dilma como "presidente afastada" mas incluindo a hastag que será atualizada diariamente #tchauqueridafaltam178dias.

Deu no DCM: jornalista é demitido depois de criticar post da mulher do presidente da Abril sobre o Nordeste

por Kiko Nogueira (para o Diário do Centro do Mundo)

Conheci Gil Felisberto na Viagem e Turismo, revista que dirigi. Talentoso, bem humorado, competente, Gil estava trabalhando na revista Exame.

Um dia depois de criticar, em seu Facebook, a postura racista da mulher do presidente de Abril, Cristina Partel, Gil foi demitido.

Cristina, caso você não saiba, escreveu o seguinte a uma amiga: “O Nordeste colocou Dilma no Planalto, agora um nordestino não quer deixa-la sair. Depois dizem que somos preconceituosos, será mesmo?”





Gilvan fez o comentário abaixo.




Eis a carta aberta de Gil, dirigida a Walter Longo. 

 Caro Walter Longo,

Venho por meio desta carta aberta informar que hoje (12/05/2016) eu, Gilvan Felisberto da Silva Filho, nordestino e filho de nordestinos, fui demitido da editora Abril. Lá ocupava o cargo de editor de arte I do núcleo digital da revista Exame. Mas na verdade meu trabalho era de designer mesmo, pois fazia de tudo, layouts de matéria da revista impressa, dos especiais e suas versões para tablets e smartphones.

Sempre respeitei a postura política da empresa. Embora afirmem que esta seja imparcial, quem está lá dentro sabe de fato como as coisas funcionam.

Voltando ao assunto da minha demissão. Um dia após publicar um questionamento a um post no Facebook no qual sua esposa criticava a postura de um nordestino em relação à manutenção da presidenta Dilma Vana Rousseff em seu cargo, me pediram para chegar mais cedo. E assim fui informado da demissão. O pretexto foi reestruturação.

O que me causou extrema estranheza foi estarmos prestes a começar a maior edição de um título da Exame, o Maiores e Melhores, que tem cerca de 400 páginas (em média), com uma equipe extremamente reduzida. Fora isso, ainda tínhamos de cuidar da edição periódica da revista Exame. Estavam sendo procurados freelancers para ajudar nesta demanda.
Gil Felisberto

Aceito qualquer que tenha sido o motivo real da minha demissão, honestamente. O que não posso aceitar é que uma pessoa, esposa de um presidente de uma empresa como a editora Abril, use sua rede social para denegrir e/ou ofender um povo que sempre lutou pelo país.

Uma pessoa que casa com um presidente de uma empresa como a editora Abril não pode ignorar, nem deve (até porque ela deve ter estudado história na escola), que o Nordeste carregou o Brasil por séculos nas costas. Mas tudo bem, digamos que ninguém seja obrigado a saber disso. Mesmo assim ela, volto a repetir, esposa do presidente de uma empresa como a editora Abril, tem que saber que o povo nordestino é quem também garante o salário do seu marido.

Até me sinto um pouco envergonhado por eu — um mero designer, que não tem nada no meu nome, nenhum imóvel, carro — precisar dizer que cada ser humano que existe no nosso planeta tem o direito de ser respeitado, independentemente de raça, credo, cor, origem e por aí vai.

Pois, meu caro Longo, deixo aqui registrada a minha indignação. Embora não faça mais parte do quadro de funcionários da editora Abril, quero cobrar (por mim e pelo meu povo) qual a postura da empresa em relação ao comentário de sua mulher. Quero também saber até que ponto isso se reflete na política da Abril, levando-se em consideração que existem muitos nordestinos que ainda trabalham nesta empresa.

O que o senhor falaria para eles agora, depois de tudo isso?

Muito obrigado e sucesso!

Gilvan Felisberto da Silva Filho


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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Memórias da redação: Eli Halfoun, por ele mesmo...

por Eli Halfoun (*)

 “Minha relação profissional com a Bloch Editores começou quando a empresa ainda funcionava na Rua Frei Caneca. Eu era repórter do jornal "Última Hora" e fui levado para a redação da Fatos&Fotos para fazer  frilas na revista em que o Arnaldo Niskier era o chefe de reportagem. Depois de algumas matérias, me afastei. Alguns anos depois, eu já era editor do segundo caderno da UH e também colunista no jornal e voltei à Bloch convidado pelo Genilson Gonzaga para ser o editor de textos da revista Amiga, que estava começando, e era dirigida pelo Moysés Weltman. Depois de ter sido contratado e já trabalhando, percebi que o editor de textos na Amiga acabava sendo mesmo uma espécie de editor-geral. Ocupei o cargo durante muitos anos, até ser promovido a diretor da revista, função que exerci também por longo tempo.

Esse tempo todo na Manchete – a casa e não a revista – teve e tem até hoje um grande significado para mim. Em primeiro lugar, e isso é válido não só no meu caso, mas  para todos os que por lá passaram, a Bloch representou uma garantia de um emprego sólido (naquela época, a empresa pagava rigorosamente em dia). Foi também uma boa escola onde aprendi muitas coisas e principalmente o que não se deve fazer em qualquer revista, mas que, estranhamente, fazíamos lá na Bloch e mesmo assim dava certo. 

É preciso destacar que, na história da editora, a revista Manchete foi a protagonista, o que fazia com que todas as outras publicações, que foram surgindo aos poucos, fossem apenas coadjuvantes, mesmo que muitas vezes funcionassem como grandes astros. Mas tudo o que acontecia de bom era atribuído à  Manchete, que sempre foi inegavelmente o carro-chefe de Bloch Editores. 

Em todos esses momentos, muitas pessoas foram particularmente marcantes para mim. Mas o Adolpho Bloch foi, sem dúvida, a de maior destaque, porque era uma figura humana inusitada, seu comportamento era sempre uma surpresa e quase todas as suas atitudes ou decisões entraram para o folclore da Manchete e do jornalismo. Folclore que, acredito, cada um de nós costuma contar em rodas de amigos. Assim, tenho a impressão que qualquer um de nós, que ficamos anos naquela loucura, terá sempre como episódio marcante daquele tempo alguma  história em que o Adolpho Bloch foi a  figura central. 

Lembro, por exemplo, da ousadia do velho em meio a uma agitada greve de funcionários que gritavam na porta da empresa. Adolpho resolveu deixar sua sala, no oitavo andar, e descer para conversar com os grevistas. Fiquei olhando da janela – a Amiga também funcionava no oitavo andar - e mesmo não sabendo bem o que ele disse, em meio à agitação, percebi claramente quando puxou o bolso da calça e mostrou que estava vazio: ele também não tinha um tostão. Só faltou os funcionários, com salário bastante atrasado, se cotizarem em uma vaquinha para o "pobre" do Adolpho. O fato é que ele falou, falou,  conseguiu diminuir o entusiasmo dos grevistas e pôs fim a greve.

Lembranças impagáveis

Muitas outras histórias interessantes cercaram nossa vida como  profissionais da Bloch. Lembro, por exemplo, quando a Amiga conseguiu uma entrevista exclusiva com o Guilherme de Pádua, preso pelo assassinato da atriz Daniela Perez. Não tive dúvidas e usei uma foto do Pádua para a capa. Quando a capa impressa chegou às mãos do Adolpho, ele me chamou nervoso e reclamou: “Tá maluco? Quem é esse homem que ninguém conhece na capa da revista?” Expliquei, mas nem assim ele ficou convencido. Mas no dia seguinte me chamou outra vez e deu os parabéns porque a edição tinha esgotado a tiragem. Estava tão satisfeito que até mandou pagar um extra para cada um dos repórteres da revista. Dias depois, fui convocado outra vez e aí dei de cara com o Raul Gazolla ( viúvo da Daniela) que reclamava da entrevista feita pela repórter Cláudia Lopes. Ele queria a gravação com as declarações do Guilherme de  Pádua. Tentei enrolar, mas o Adolpho exigiu a fita e a entregou ao Gazolla. 



Ainda sobre o  caso Daniela Perez fiz, logo após a notícia de seu assassinato, uma edição extra e como, naquela altura, as informações ainda eram muito desencontradas, optei por publicar todas as versões que enchiam a cidade de boatos, além é claro de usar fotos das novelas e da atriz de uma maneira geral. Foi, apesar de todas as dificuldades e da pressa um bom trabalho que também mereceu o reconhecimento da empresa, mas dessa vez sem pagamento de extra. Durante uma semana recebi muitos elogios e houve até quem dissesse que aquela edição da Amiga estava garantindo o pagamento dos salários daquele mês.

Em relação a outras capas da revista, recordo da novela Pantanal, que era o maior sucesso na época, e recebi diretamente do Adolpho ordem de escolher como capa os atores da novela, especialmente a Cristiana de Oliveira. Fiz isso repetidas vezes, até que a venda da Amiga começou a cair. O Adolpho me chamou na sala dele, mandou que me sentasse ao seu lado, colocou a mão na minha perna e perguntou: “Quem foi o filho da puta que mandou você dar tantas capas de Pantanal?”. Respondi sem titubear: “Foi o senhor”. O Adolpho sorriu e disse baixinho para que ninguém mais ouvisse: “Não é sempre que tem que fazer tudo o que eu mandar”. Mas tinha que fazer, sim.

Uma decisão que também me colocou diante do Adolpho, para explicações, foi quando a revista completou, se não me engano, 18 anos. Escolhi para capa uma foto do Claudio Marzo com a Regina Duarte e na janela (fotinho menor enquadrada na capa), a mesma dupla na tinha sido a primeira capa da Amiga. Até eu explicar minha intenção jornalística e festiva, o Adolpho só faltou me comer vivo porque considerava aquilo uma loucura. Como deu certo, não mais se falou no assunto.

Outras recordações marcantes têm para mim um forte cunho emocional, como foi o caso da morte de Elis Regina. Eu estava almoçando no restaurante do terceiro andar e mal tinha dado a primeira garfada quando um garçom se aproximou e disse: “Eli, seu Adolpho tá chamando. Pediu para você subir já”. Fui logo e  só quando cheguei à sala do Adolpho fiquei sabendo que a Elis Regina tinha morrido. Foi um choque: eu a conhecia desde os tempos do início de carreira no Beco das Garrafas, no Rio, e fiquei sem reação. O Adolpho então pediu que eu fizesse uma edição especial da Amiga para sair no dia seguinte. Lembro que a equipe toda e eu trabalhamos um dia inteiro, varando noite e madrugada.  Foi uma edição dolorida, mas em compensação, é uma das que coloco entre as melhores que editei em minha carreira. Vendeu muito e algumas páginas foram transformadas, clandestinamente, em posters que até hoje podem ser encontrados em algumas lojas ou camelôs. 

Lembro também que eu estava, numa tarde de sábado, na "Última Hora", quando um telefonema urgente do Jaquito me convocou para ir até a Bloch fazer uma edição sobre a morte do ator Sérgio Cardoso. Mal tinha começado a selecionar o material fotográfico,  quando o Jaquito perguntou: “essa revista vai vender? Quanto você acha que a gente deve rodar?”. Respondi com um número qualquer e bem exagerado. A edição especial vendeu mais do que eu havia sugerido. 

Emocionalmente ainda foi muito marcante para mim, ter convocado o Tim Lopes, que na época atuava como contínuo, e sugerido a ele, que parecia levar jeito, que fizesse algumas matérias para Amiga. Eu estava convencido de que ele poderia ser um bom repórter, não me enganei. Publicamos algumas de suas reportagens na Amiga. Ele que se  formou em Jornalismo, veio a ser um dos maiores repórteres investigativos que esse país já conheceu até ser brutalmente assassinado.  

Da glória à garra 

Acredito que as grandes coberturas da Bloch tenham sido as do carnaval. As fotos em cores, numa época em que a televisão era P&B, ou ainda engatinhava no sistema novo, eram tão sensacionais que a Manchete acabou virando uma espécie de enredo oficial do carnaval e todo mundo esperava ansioso a chegada da revista às bancas no quarta-feira de cinzas. Nunca se viu isso com qualquer outra revista e agora se vê muito menos. 

De outras grandes coberturas da Manchete, lembro da  missa que o Papa João Paulo II rezou no Aterro. A revista que bateu recordes de tiragem (chegou a 800 mil exemplares, se não me engano), incluiu uma medalhinha como brinde com a imagem do Papa de um lado, e a de Jesus Cristo do outro. O Adolpho me chamou para colocar a medalhinha também na Amiga e um de seus comentários me chamou atenção: “a grande burrice dos judeus foi terem perdido Jesus Cristo”. É que o Papa, naquele momento era garantia de venda da revista Manchete, um grande negócio e uma enorme fonte de lucro. 

Ainda hoje me pergunto sobre as possibilidades de sobrevivência da Bloch. Estou convencido de que o grande erro da casa foi o de nunca ter deixado de ser uma empresa familiar: muitas vezes, as coisas por lá funcionavam de uma forma um tanto amadora, meio de brincadeira, como uma grande festa familiar, às vezes tão engraçada quanto A Grande Família, na televisão. Havia também a preocupação de satisfazer, especialmente por motivos emocionais, a muita gente, o que muitas vezes prejudicava o desempenho jornalístico das revistas e, em consequência, o bom funcionamento da Bloch como empresa.

Mas se, de um lado, a Bloch se perdeu na sua própria grandeza, acho que o principal  vilão dessa história foi a TV, a Rede Manchete. A Bloch não estava preparada e nem tinha respaldo para fazer televisão> Por falta de estrutura empresarial, misturou a televisão com as revistas, fez um bolo infernal e acabou prejudicando  financeiramente toda a sua estrutura. Ao contrário das empresas Globo, em que sempre se soube dividir bem o jornal, as revistas, as emissoras de rádio e a televisão, que funcionam de forma independente, a Bloch misturou tudo e acabou afetando também até as bem-sucedidas revistas que afundaram junto com a televisão, especialmente na área financeira. Um indicador disso: depois da criação da Rede Manchete de Televisão, a Bloch nunca mais pode se  orgulhar de, pelo menos, pagar em dia.”

(*) Durante longos anos, o jornalista Eli Halfoun foi olhos e ouvidos dos chamados VIPs da televisão. Não era só a programação de TV que ocupava as páginas da revista Amiga, mas todo o universo da telinha, com suas histórias, fofocas e revelações surpreendentes. Um inegável pioneirismo do jornalismo de celebridades que hoje domina grandes segmentos do mercado impresso e digital. Todas as semanas nas bancas, Amiga contava para seu imenso público leitor, como se fosse uma vizinha bem informada, as novidades que todo mundo queria saber. Levar às leitoras a intimidade de astros e estrelas foi a fórmula da Amiga. 
Em 2008, Eli Halfoun deu o depoimento acima para a coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". Na caso, o foco era sua trajetória na Amiga, mas a sua carreira foi muito além. Eli foi um dos mais destacados profissionais do "Última Hora", quando o jornal de Samuel Weiner deu um impulso inovador ao jornalismo. Como colunista, editor e repórter, deixou sua marca em um período de muito dinamismo na imprensa brasileira. Profissional respeitadíssimo, foi jurado dos Festivais da Canção, no auge do formato, e do tradicional Troféu Imprensa, do SBT. Nos últimos anos, manteve o blog Ensaio Geral, sempre antenado em todas as áreas, e também foi colaborador atuante neste Panis Cum Ovum.  
Eli Halfoun faleceu hoje, no Rio. Leva a admiração das gerações de colegas que trabalharam ao seu lado e deixa uma longa história e sua marca indelével no jornalismo carioca.    
                                                       
Página do Última Hora editada por Eli Halfoun, em 1962. Antes de Stanislaw Ponte Preta tornar famosa as Certinhas do Lalau, Eli já fazia o Escrete Tudo Azul: as "enxutas" do teatro rebolado. 

Ministro puxa elástico da calcinha de jornalista

por Niko Bolontrin
O ministro das Finanças da França Michel Sapin está preocupado com a crise econômica mas não pensa só nisso. O caso aconteceu em 2015, foi denunciado por um grupo de mulheres, mas não resultou em qualquer consequência mais séria para o político. Na semana passada, ele divulgou uma nota se explicando, já que a questão voltou à tona. Durante o Forum Econômico de Davo, no ano passado, uma jornalista se abaixou para pegar uma caneta. Ela usava uma calça de cós baixo e, ao curvar-se, ouviu do ministro Sapin, que vinha logo atrás. "O que você está me mostrando ! - empolgou-se ele, referindo-se ao "cofrinho". Em seguida, a autoridade puxou o elástico aparente da calcinha da jornalista.
Da série "Girls in the undies vs Zombies",
de John Masse. Reprodução
O caso Sapin voltou à mídia no embalo de outro episódio político-sexual. Há poucos dias, Denis Baupin, vice-presidente da Assembléia Nacional francesa, foi obrigado a renunciar depois de ser acusado de mandar sms apimentados para colaboradoras e funcionárias, além de fazer tentativas menos virtuais de beijos e carícias não autorizadas. As mulheres não apresentaram queixas por temer demissões, mas grupos feministas estão apoiando as vítimas.
Ambos negam as acusações. Baupin deixou o cargo e Sapin divulgou a nota onde disse que fez um comentário sobre a roupa da repórter e "pousou" a mão nas suas costas. Admitiu que o gesto foi impróprio mas não agressivo e que se desculpou com a repórter, cujo nome não foi revelado.

Há algum tempo, o site Zombie Pop publicou trabalhos do artista gráfico John Masse intitulados "Girls in the undies vs Zombies". Algo como "Garotas em suas roupas de baixo versus Zumbis". Vai ver o ministro Sapin se inspirou no delírio nerd de Masse.

Quadro clássico inspira restaurante bem temperado: o menu é natural e a clientela pode tirar a roupa

"Almoço da Relva" - Edouard Manet. Reprodução

por Jean-Paul Lagarride
Dica turística. O site Business Insiders informa que foi aberto em Londres o restaurante The Bunyadi.
A casa já está com uma lista de espera de mais de 30 mil pessoas.

A especialidade está mais nos fregueses do que nos pratos. A ideia é oferecer uma experiência não convencional: todo mundo nu, embora um salão esteja reservado para quem não quiser tirar a roupa mas apenas apreciar o menu visual. Na área para os peladões, garçons e garçonetes também entram no clima, mas por questões de higiene cobrem os países baixos ao servirem às mesas. No cardápio, comida natural. Segundo o proprietário, Seb Lyall, os clientes terão a chance de liberação total: "Ofereceremos uma experiência de uma noite sem impurezas, sem aditivos químicos, sem corantes artificiais, sem eletricidade, sem celulares e, se quiserem, sem roupas".

Dizem que a inspiração veio do quadro "Almoço na Relva", do pintor impressionista Manet.

Temer já começa levando uma trolada. Atende a um telefonema de Macri e não era Macri, era um mico...


Hoje de manhã, Temer atendeu a um telefonema do presidente Macri, da Argentina, felicitando-o pelo sucesso do golpe. Emocionou-se, agradeceu e falando um portunhol miserável disse que visitará logo o parceiro. Não era Macri, era um mico. O locutor de uma rádio de Buenos Aires fingiu ser o presidente argentino e deu uma gozada no brasileiro. Ouça o áudio divulgado no Portal da Imprensa, CLIQUE AQUI

Dilma: "A Democracia é o lado certo"

Fotos Roberto Stuckert Filho/PR

(do Blog do Planalto)
A presidenta Dilma Rousseff garantiu, em pronunciamento à nação nesta quinta-feira (12), que continuará lutando por seu mandato e contra o que classifica como golpe contra a democracia, após a abertura do processo de impeachment pelo Senado Federal. Dilma reafirmou que não cometeu crime de responsabilidade e qualificou o processo em curso como uma “farsa política e jurídica”.

“O que está em jogo no processo de impeachment não é apenas o meu mandato, que pretendo defender e honrar até o último dia. O que está em jogo é o respeito às urnas, à vontade soberana do povo brasileiro e à Constituição”, disse Dilma, que destacou ter sido eleita por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.

“A história é feita de luta e sempre vale a pena lutar pela democracia. A democracia é o lado certo da história. Jamais desistirei de lutar”.

Afastada temporariamente do cargo, Dilma lembrou que ainda há uma árdua batalha a ser enfrentada nos próximos 180 dias, e convocou a população a defender o restabelecimento da ordem democrática. “Aos brasileiros que se opõem ao golpe, independentemente de posições partidárias, faço um convite: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta pela democracia não tem data para terminar: é luta permanente, que exige de nós dedicação constante”, disse.

No pronunciamento, Dilma voltou a alertar para o risco de retrocesso nos avanços sociais conquistados nos últimos 13 anos, em especial para as populações mais pobres e de classe média, citando especificamente a política de valorização do salário mínimo, a inclusão dos jovens no ensino superior, a ampliação do atendimento de saúde e a conquista da casa própria.

A presidenta advertiu que um governo ilegítimo, ungido por uma “eleição indireta” travestida de impeachment, será um “entrave às soluções que o País necessita” e “a grande razão para a continuidade da crise”. “O maior risco para o País nesse momento é ser dirigido por um governo sem voto, um governo que não foi eleito pela manifestação direta da população, não terá a legitimidade para propor e implementar soluções para os desafios que o País enfrenta”, afirmou

Sabotagem e injustiça

No depoimento ao País, Dilma reiterou que seu segundo governo foi alvo de “intensa e incessante sabotagem” por forças políticas que não aceitaram a derrota nas urnas em 2014. “Desde que fui eleita, parte da oposição, inconformada, pediu a recontagem dos votos, tentou anular as eleições e depois passou a conspirar abertamente pelo impeachment. Os derrotados mergulharam o País em um estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia com um único objetivo: de tomar a força o que não conquistaram nas urnas”, criticou.

A presidenta reforçou que não há razão para impeachment e que os questionamentos a decisões de política orçamentária são improcedentes e meros pretextos para tirar seu mandato. “Acusam-me de ter editado seis decretos de crédito suplementar e, ao fazê-lo, ter cometido crime contra a Lei Orçamentária. É falso, pois os decretos seguiram autorizações previstas na lei”, disse Dilma, negando também que tenham existido irregularidades na condução do Plano Safra.

“Não tenho contas no exterior, nunca recebi propinas, jamais compactuei com a corrupção”, acrescentou Dilma, que disse ser atacada por nunca ter aceitado chantagem. “Este é um processo frágil, juridicamente inconsistente, um processo injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. É a maior das brutalidades que pode ser cometida contra qualquer ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu”.
 PRONUNCIAMENTO COMPLETO DE DILMA ROUSSEFF. CLIQUE AQUI

Começa o governo dos cidadãos acima de qualquer suspeita...

O filme rebobinado de 1954 e 1964 entrou em cartaz. Dilma não caiu por ser Dilma, nem o governo foi derrubado por envolvimento em esquemas de corrupção que, aliás, citam a maioria dos partidos que sustentarão o novo governo.

Como o processo é golpista em todas as instâncias, não é crível que a presidente eleita volte, embora prometa lutar até o fim, após o afastamento de 180 dias.

A era que se encerrou ontem não chegou ao fim pelos seus defeitos e erros, muitos deles cometidos em consequência da falta de critério na busca de alianças em nome da "governabilidade".

Historicamente, as milícias oligárquicas atuam e movem suas tropas sempre que o Brasil tenta avançar alguns metros rumo a uma configuração social mais justa. Foi assim há 60 anos, há 50, foi assim 1937, após o sopro renovador da Revolução de 1930. Foi assim até mesmo em episódios pontuais, como o da brutal campanha midiática contra os Cieps, de Brizola e Darcy Ribeiro.

Nos últimos anos, programas e políticas como Bolsa Família, Prouni, Fies, cotas racias, atuação diplomática independente e pragmática, demarcação de terras indígenas, saúde pública, de habitação, de renda interna, de emprego e de alguma distribuição de renda foram combatidos e fustigados como graves "ameaças".

É famoso e tristemente simbólico o caso da colunista socialite que confessou já não ter vontade de ir a Paris porque até o porteiro dela já tinha dado um rolé na Torre Eiffel. A madame deve estar feliz.

Para a felicidade dos passageiros da "nova era" Temer-Moreira Franco-Roberto Jefferson etc, esses incômodos não se repetirão tão cedo.

Dilma distanciou-se dos movimentos sociais, continuou teimosamente abraçada ao PMDB, estendeu tapete para a fantasiosa "base aliada" e, quando tentou olhar para as ruas, já era tarde. Não apenas ela mas o país paga um preço alto por esses erros. A queda da presidente eleita é uma parte do desastre político.

Michel Temer, do PMDB, toma posse amanhã. Mas o seu partido, conduzido por Eduardo Cunha e sua base multipartidária, essa sim, aliada, governa desde o começo de 2015, quando teve início a intensa campanha para inviabilizar o segundo mandato de Dilma. Na época, o mote foi "fraude" na eleição, mas era tão fantasioso que não foi para a frente. Outros pretextos foram montados até o momento em que, como ontem, não foi mais necessário pretexto algum.

Enquanto parte do país vestia a camisa da CBF e aplaudia a conspiração em curso desde o dia 2 de janeiro do ano passado, um bonde conservador chamado BBB (que reúne bancadas de deputados e senadores do Boi, da Bala e da Bíblia) atropelava o Congresso. O bloco BBB chega agora, efetivamente, ao poder, mas, somado a setores do PSDB e DEM, já "governava" de fato há muitos meses, desde que, com apoio fortemente conservador e então festejado pela mídia, Cunha chegou à presidência da Câmara e passou a ditar ou paralisar a pauta. Alguns exemplos da bliztkrieg política que levou a propostas que apontam para um brutal retrocesso são os projetos que dificultam casos de abortos previstos em leis, que ampliam o poder das igrejas (como a permissão para contestar diretamente o STF), dispositivos homofóbicos, desconstrução da CLT, conceito religioso fundamentalista de família, projeto que derruba a política de demarcação de terras indígenas, projeto que reduz o alcance da legislação ambiental, diminuição da maioridade penal, ocultação do símbolo de transgênicos, desmonte do estatuto do desarmamento, desmonte do Marco Civil da Internet, etc. Alguma dessas propostas já se efetivaram, outras estão na fila que agora andará ainda mais rápido.

Os apoiadores do golpe sabem que não favoreceram apenas a derrubada de Dilma, mas levaram ao poder o combo político descrito acima e todas as suas consequências sociais e econômicas. Tanto sabem que, muitos, principalmente certos articulistas e "formadores de opinião", passaram a inserir nas suas análises alguns conceitos preventivos, como uma espécie de "hábeas corpus" diante da história, tentando aparentar  suposta e insustentável "imparcialidade", isso após meses de desenfreada militância golpista. Dá para entender. Tais figuras dividem o vagão com as reputações "ilibadas" da nova era. Não tem como desembarcar. O trem dos cidadãos acima de qualquer suspeita golpe já partiu e a maioria dos passageiros nem precisou mostrar a passagem. A xerox da folha corrida já dava direito à primeira classe.  

JORNAL DO BRASIL PUBLICA O LISTÃO DOS APOIADORES DO GOLPE. LEIAM, ABAIXO, MAS ANTES TIREM AS CRIANÇAS DA SALA.


65% dos senadores favoráveis ao impeachment respondem ou responderam a processos judiciais

Dos 34 que já enfrentaram problemas na Justiça, 11 foram condenados

Transcrito do Jornal do Brasil

Nesta quarta-feira (11), o Brasil parou para acompanhar a votação do Senado Federal sobre a admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao todo, 80 parlamentares tiveram direito a voto, destes, 55 se declararam favoráveis à abertura das investigações, e consequentemente ao afastamento de Dilma. Um levantamento feito pelo Jornal do Brasil mostra que, dos 55 senadores que declararam seus votos favoráveis ao processo, 34 respondem ou já responderam algum tipo de problemas judiciais.
Dos 55 senadores que votaram em prol do impeachment, 11 já tiveram seus casos encerrados e foram condenados nos processos. São eles: Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Dario Berger (PMDB-SC), Eduardo Amorim (PSC-CE), Ivo Cassol (PP-RO), Marta Suplicy (PMDB-SP), Paulo Bauer (PSDB-SC), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Zezé Perrella (PDT-MG).

Acir Gurgacz (PDT-RO) - É réu em ação penal por falsificação de documentos, "lavagem" ou ocultação de bens e crimes de estelionato, obtenção de financiamento mediante fraude e aplicação de recursos oriundos de financiamento de instituição financeira para finalidades diferentes do que previa o contrato ou lei correspondente. O processo corre sob segredo de justiça.
Aécio Neves (PSDB-MG) – Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) - O parlamentar foi réu em Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal por ter recebido da União remuneração acima do teto constitucional. Foi condenado a devolver à União o montante indevidamente recebido, decorrente de cumulação do subsídio pago a congressistas com a pensão especial paga pelo Estado de Sergipe ao parlamentar na qualidade de ex-governador.
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) - Nas eleições de 2010, a construtora que pertence ao senador realizou doação acima do limite permitido para a campanha do ex-governador Siqueira Campos (PSDB). O parlamentar foi condenado em primeira e segunda instâncias e recorre no TSE, onde conseguiu efeito suspensivo em ação cautelar.
Benedito de Lira (PP-AL)  - É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
Blairo Maggi (PR-MT) - Como governador de Mato Grosso foi apontado por ambientalistas como um dos maiores promotores do desmatamento da Amazonia mas recuperou sua imagem através de programas de regularização fundiária e licenciamento ambiental que tinham o intuito de preservar matas ciliares e nascentes. É alvo de ação de improbidade administrativa (dano ao erário) movida pelo MPF.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - Teve o mandato de governador cassado em ação de investigação judicial por abusos de poder econômico e político, captação ilícita de sufrágio e conduta vedada a agente público. Foi também condenado a pagamento de multa. Recorreu, mas decisão foi mantida. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Ciro Nogueira (PP-PI) - O senador e sua mulher, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI), são alvos de inquérito que apura crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, tráfico de influência e formação de quadrilha ou bando. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Dalirio Beber (PSDB-SC) - Foi responsabilizado e multado por diversas irregularidades constatadas durante sua gestão na Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC).
Davi Alcolumbre (DEM-AP) - É alvo de investigação referente a abuso de poder econômico, político e de autoridade, bem como captação ilícita de sufrágio. O esquema envolvia a celebração de convênios milionários entre o Estado do Amapá e a Prefeitura de Macapá, para a realização de obras de asfaltamento, usadas para propaganda durante a campanha de candidatos, além do uso de veículos de comunicação custeados com recursos públicos. Também teria envolvido o constrangimento de servidores comissionados da prefeitura a apoiarem e votarem no parlamentar, sob pena de serem demitidos, e do Batalhão de Operações Especiais da PM/AP e o Corpo de Bombeiros Militar, que deveriam fazer o mesmo sob pena de transferência para outra unidade ou represálias. Em decisão liminar, a justiça determinou a retirada das menções aos acusados dos sítios oficiais do governo do Estado do Amapá e da Prefeitura de Macapá.
Dário Berger (PMDB-SC) - Condenado, em primeira instância, ao pagamento de multa por improbidade administrativa em contratação irregular, conseguiu reverter a condenação por improbidade, pois não foram comprovados má-fé e dolo. O Tribunal entendeu que o senador foi responsável apenas por irregularidades administrativas, mantendo assim a multa imputada.
Edison Lobão (PMDB-MA) - O Tribunal detectou irregularidades na aplicação dos recursos de um convênio entre o estado do Maranhão e a União, que visava melhorar condições de assistência básica de saúde na região. Parte dos recursos foram utilizados para pagar exame, consulta e tratamento médico domiciliar do senador, então governador do estado. É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
Eduardo Amorim (PSC-SE) - Foi condenado ao pagamento de multa de R$ 30 mil por se beneficiar ilegalmente de bem público usado para promover sua candidatura ao Governo de Sergipe em 2014. O prefeito de Itabaiana, Valmir dos Santos Costa (PR-SE), contratou empresa de publicidade para promover aliados às custas da Prefeitura.
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) - É alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. Por decisão do STF, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Fernando Collor (PRTB-AL)  - Foi alvo de inúmeras denúncias de corrupção durante sua inteira carreira política. Único presidente da história do Brasil a sofrer um processo de impeachment, em 1992. Teve indeferido o registro de candidatura a prefeito de São Paulo nas eleições de 2000. Seu nome também aparece na Lava Jato.
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - É alvo de inquérito que apura a prática de crimes contra a administração pública. De acordo com a acusação, o parlamentar participou de esquema de fraude em contratos entre o Governo do Estado do Pará e empresas para realização de obras, construção e serviços de engenharia, que desviou dinheiro público a fim de financiar campanhas eleitorais.
Gladson Cameli (PP-AC) - É alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
Ivo Cassol (PP-RO) - Foi condenado, por unanimidade no STF, em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por prática do crime de fraude a licitação. Ivo Cassol foi condenado a 4 anos de detenção em regime semiaberto e ao pagamento de multa. Caberá ao Congresso decidir sobre a perda de seu mandato. O TCU já havia condenado o parlamentar ao pagamento de multa e à inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança por cinco anos. Foi condenado por improbidade administrativa (violações aos princípios administrativos) a perda de cargo público. Condenado em ações civis de improbidade administrativa a ressarcir o erário e a pagamento de multa por fraudes em procedimentos licitatórios abertos para a realização de obras e serviços de engenharia pelo município de Rolim Moura (RO), quando era gestor do município. As empresas vencedoras dos certames pertenciam ao parlamentar. Foi condenado junto com o deputado federal Lindomar Garçom (PMDB) por abusos de poder político e econômico por utilização indevida de entidade de classe estudantil para participação em comício. A Justiça determinou sua inelegibilidade para as eleições subsequentes ao pleito de 2010 por três anos. Condenado em ação de investigação de abusos de poder político e econômico e uso indevido de meio de comunicação social. A Justiça determinou sua inelegibilidade para as eleições subsequentes ao pleito de 2010 por três anos. Recorre da decisão no TSE. Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2010. É réu em ação penal por captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral. É alvo de inquérito que apura oferecimento de propina a deputados estaduais. É alvo de inquérito que apura peculato e improbidade administrativa. De acordo com a denúncia, o parlamentar coagiu servidores públicos estaduais a depositar 3% da remuneração em favor do PP, do qual era presidente regional à época. É alvo de inquérito que apura crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica e corrupção ativa. É alvo de inquérito que apura crime contra a administração em geral e crime de lavagem de dinheiro. É alvo de inquérito que apura crimes contra a flora. É alvo de inquérito que apura peculato e lavagem de dinheiro. É réu e alvo de ações civis públicas, inclusive de improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público. É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual por ato de improbidade relacionado ao descumprimento das normas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente no interior da unidade de internação para jovens. É alvo de investigação por abuso de poder político e econômico.
José Agripino (DEM-RN) - Responde em inquérito aberto pelo STF para apurar o recebimento de propina da empreiteira OAS nas obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
José Maranhão (PMDB-PB) - É alvo de ação civil pública de improbidade administrativa com dano ao erário, movida pelo Ministério Público Estadual.
José Serra (PSDB-SP) - É alvo de ação civil pública de improbidade administrativa com violação aos princípios administrativos, ajuizada pelo Ministério Público Federal. O senador responde por envolvimento em irregularidades no uso de recursos do PROER em favor do Banco Econômico, quando exercia o cargo de ministro do Planejamento. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Lúcia Vania (PSB-GO) - Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2000.
Magno Malta (PR-ES) - Foram desaprovadas as contas anuais do diretório regional do PR-ES, relativas ao exercício de 2011, quando o parlamentar era o seu presidente. A Justiça Eleitoral determinou que não fossem repassadas ao diretório as cotas do fundo partidário pelo prazo de doze meses.
Marta Suplicy (PMDB-SP) - Foi condenada juntamente com José Américo (PT-SP) em ação civil pública por improbidade administrativa com dano ao erário a pagamento de multa. A Justiça considerou desproporcional os gastos de R$ 5,4 milhões com a divulgação dos CEUs pela Prefeitura de São Paulo durante a sua gestão. É alvo de ações civis de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Estadual.
Omar Aziz (PSD-AM) - É alvo de ações civis de improbidade administrativa, ajuizadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas.
Paulo Bauer (PSDB-SC) - Foi mantida a condenação por improbidade administrativa de ressarcimento de despesas efetuadas com verbas públicas em decorrência de gastos realizados com campanha publicitária contratada pela Secretaria Estadual das Educação, quando era o secretário responsável, a qual atribuíram escopo de promoção pessoal do administrador público.
Reguffe (Sem partido-DF) - Teve rejeitada prestação de contas referente às eleições de 2002.
Romero Jucá (PMDB-RR) - É alvo de inquérito que apura crimes de responsabilidade. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Sergio Petecão (PSD-AC) - É réu em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes eleitorais.
Simone Tebet (PMDB-MS) - É alvo de ação civil de improbidade administrativa com dano ao erário, ajuizada pelo Ministério Público Federal.
Valdir Raupp (PMDB-RO) - Foi condenado por improbidade administrativa em ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual e pelo estado de Rondônia. A Justiça determinou o ressarcimento ao erário, vedação de recebimento de benefícios fiscais ou creditícios e pagamento de multa.
Vicentinho Alves (PR-TO) - É alvo de inquérito que apura crimes na Lei de Licitações.
Wellington Fagundes (PR-MT) - É alvo de inquérito que apura peculato.
Zezé Perrella (PTB-MG) - O parlamentar foi condenado em ação de improbidade administrativa movida pelo MPF à suspensão dos direitos políticos por três anos e a pagamento de multa por ocupação ilegal de apartamentos funcionais, de propriedade da Câmara dos Deputados, na época em que era deputado federal. O senador recorreu da decisão na mesma instância, mas a decisão foi mantida. O parlamentar recorre em segunda instância.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Com projeto de livro e venda de fotos raras, fotógrafo inglês revela a Amy Winehouse antes da fama e do drama

Foto Charles Moriarty/Divulgação

Foto Charles Moriarty/Divulgação
Foto Charles Moriarty/Divulgação
por Ed Sá
O fotógrafo inglês Charles Moriarty fez uma série de fotos da cantora Amy Winehouse antes do lançamento do seu álbum de estreia, "Frank". A maioria das imagens revela um Amy jovial e confiante. Poucas fotos dessa série foram vistas antes. Moriarty, que está levantando fundos para a publicação de um livro, pôs a venda várias dessas imagens raras, com certificados de autenticidade. O seu objetivo é mostrar a cantora, de quem foi amigo, antes da fama e das pressões que vieram no rastro do sucesso.
O livro, que se chamará "Before Frank", será prefaciado por Asif Kapadia, diretor do documentário vencedor do Oscar "Amy".
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Campanha da Calvin Klein com a modelo Kendall Jenner tira o sono dos moralistas

por Clara S. Britto 
A nova campanha Primavera 2016 da Calvin Klein está dando o que falar. Nas imagens, a modelo Kendall Jenner mostra as qualidades do jeans, os sabores de um grapefruit e faz uma performance com a famosa cueca da griffe. Segundo a Maxim, "elegante, icônica e, mais do que nunca, sexual". Para as brigadas moralistas, um escândalo capaz de despertar suas libidos ressecadas.
(Foto: Harley Weir/Calvin Klein)

(Foto: Harley Weir/Calvin Klein)

(Foto: Harley Weir/Calvin Klein)

Mídia impressa leva uma invertida dos fatos. E a revista Esquire, da Espanha, dá uma boa ideia para capas em tempos fora de ordem...

por Omelete 

No Brasil, é o jornal que costuma atropelar a notícia. Hoje, a notícia atropelou o jornal.  

Na Espanha, que também tem seus problemas, embora não tão inusitados e burlescos quanto o nosso vai-e-volta, a edição local da revista Esquire fez uma capa para simbolizar que tudo está de pernas pro ar.

Logotipo invertido na capa da Esquire: "El mundo del revés". 

No Brasil, o golpe ganha vida própria e surpreende a cada minuto. A presidente Dilma Rousseff deve ser derrubada amanhã, mas isso não significa que Michel Temer, citado na Lava Jato, vá governar sem crise, sem corruptos e sem vergonha. 

A reviravolta de ontem - a anulação do viciado processo de "impeachment" e, já de madrugada, a "desanulação"  - pegou a mídia impressa no contrapé. 

A capa da Esquire cairia bem nos jornais, hoje. Todos chegaram às bancas defasados. 

O que, no fundo, nem fez tanta diferença.



Seriados da TV por assinatura: quem renova e quem encerra temporada

por Clara S. Britto
Segundo o site Adweek, os executivos das redes norte-americanas estão decidindo quais as séries que vão emplacar novas temporadas, quais subiram no telhado e as já canceladas. Entre aquelas que são exibidas na TV paga, no Brasil, veja quais continuam no ar nos Estados Unidos. Claro que, aqui, muitas temporadas são exibidas com delay e é comum a permanência no ar de seriados que lá encerraram carreira há décadas, como Seinfeld, Friends etc. Seguem algumas decisões já conhecidas dos CEOs, que devem fechar a programação e resolver as pendências em até duas semanas.
- The Bachelor — renovada
- Grey's Anatomy — renovada
- How to Get Away With Murder — renovada
- Marvel's Agents of Shield — renovada
- The Middle — renovada
- Modern Family — renovada
- Nashville — subiu no telhado
- Code Black — subiu no telhado
- Criminal Minds - subiu no telhado
- Supergirl — subiu no telhado.
- The Big Bang Theory — renovada.
- Blue Bloods — renovada.
- Criminal Minds — renovada
- The Good Wife – encerrada.
- Hawaii Five-O — renovada.
- Mike & Molly — cancelada.
- Mom — renovada.
- NCIS — renovada.
- NCIS: Los Angeles — renovada.
- NCIS: New Orleans — renovada.
- 2 Broke Girls — renovada.
- Law & Order - renovada.
- Arrow — renovada.
- The Flash — renovada.

Amazon Prime Video: nova opção para videomakers

A Amazon acaba de revelar sua plataforma para competir no mercado de vídeos gerados por usuários e provedores. A nova opção não tem como alvo vídeos pessoais, como o You Tube, e focaliza criadores profissionais. Estão previstos royalties para os autores com base no número de horas acumuladas em acessos, desde que façam um up grade para o Amazon Prime Video, um serviço especial para parceiros no ambiente do novo canal. A notícia foi divulgada pelo site TechCrunch. Os vídeos poderão ser monetizados tanto por anúncios agregados quanto por aluguel ou venda. O novo serviço pode concorrer com o You Tube mas aproxima-se mais de um Vimeo, com mais recursos e modelos de faturamento.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO TECHCRUNCH, CLIQUE AQUI

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Livros para colorir vão voltar agora associados a técnicas de meditação

No ano passado, livros para colorir lideraram as vendas. O fenômeno perdeu alguma força mas, segundo o Adweek, está voltando.

Uma das razões para o sucesso da fórmula é que o ato de colorir paisagens ou composições geométricas é relaxante. Pois os livrinhos vão assumir de vez essa capacidade de desligar o usuário.

Os novos formatos incorporam recursos que estimulam a meditação.

Editores apostam que o  ato de descansar a mente e levá-la para um mundo longe da tecnologia vai atrair milhões de pessoas em todo o mundo.

Deu no Portal Imprensa: os Panama Papers respigam na mídia


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A conquista do Vasco e o espetáculo das torcidas nas finais dos Estaduais

Foto Ursula Nery/FERJ

Foto Ursula Nery/FERJ

Foto Ursula Nery/FERJ
Foto Ursula Nery/FERJ

Bicampeão carioca, invicto e incontestável, o Vasco escreve na faixa desse título uma história de superação. Foi bonita a festa, pá. O Maracanã viveu um dia inesquecível. Méritos para o técnico Jorginho, reconhecimento ao empenho e garra dos jogadores, dos veteranos, como Nenê e Rodrigo, ao goleiro Martin Silva e Luan, Rafael Vaz (o autor do gol do Vasco no empate de 1x1 que garantiu o título), Andrezinho, Riascos... que mal terão tempo para comemorar, com a Copa do Brasil em andamento e o início da campanha do Brasileirão Série B.

Mas a festa do futebol não foi apenas carioca. Ontem, 18 decisões atraíram, somadas, mais de um milhão de torcedores aos estádios brasileiros. Curiosamente, parte dos colunistas e comentaristas esportivos faz intensa e antiga campanha contra os Estaduais. Visivelmente na contramão da paixão da torcida. Certo que tal investida é mais forte do Rio e em São Paulo. Nas demais capitais, não há um desprezo tão acentuado pelos tradicionais campeonatos regionais.

No sábado, o jornalista Marcelo Barreto, no seu artigo no Globo, levantou uma questão interessante ao comparar realidades brasileira e europeia. Escreveu ele: "o melhor futebol que se pratica hoje, o que serve de referência para todo o mundo, é também o melhor que o dinheiro pode comprar". 
Verdade. Entre a grama e as chuteiras correm muitos milhões de euros. Barreto concluiu, referindo-se à final Vasco X Botafogo e, por analogia, às demais decisões estaduais: "quem olhar para a decisão de hoje em busca de boas propostas pode se divertir. Quem quiser imagens aéreas iluminadas pelo sol do verão europeu vai se decepcionar".  

O fato de a Europa ainda não estar no verão não reduz o impacto da frase: o sol da primavera é ainda mais luxuoso. A lição que daí se extrai é que o Brasil deve atualizar seu futebol, recolher soluções mas não apenas copiar modelos irreais. Quem detona os Estaduais parece desejar competições que reúnam apenas os grandes clubes. Os mesmos críticos dos campeonatos regionais não raro acham que o Brasileirão deveria ser enxugado.

Na pirâmide de formação de talentos, são poucos os garotos que conseguem um teste em uma grande clube. A grande maioria alcança essa chance em times fora do eixo Rio-SP-RGS e Minas. Os campeonatos regionais, além de aprovados pelos torcedores em repetidas pesquisas, são uma grande escola. Há defeitos nessa estrutura? Claro. E muitos nem são exclusivos dos regionais. Uma profunda reforma que não deixasse de abordar todos os pontos seria bem-vinda. Alguns exemplos:

* O poder dos empresários, na maioria dos casos superior ao dos clubes, e a transformação do jogador em commoditie. Há jogadores cujos direitos federativos pertencem desde cedo a investidores, mais de um fundo ou pessoas físicas, que especulam com o mercado futuro e submetem os clubes aos seus interesses. Assim como, no passado, foi feita uma campanha para eliminar o passe que tornava o jogador uma mera propriedade do clube, sem direitos, é hora de dar um basta a esse mercado especulativo e predatório. Os direitos federativos devem equilibrar a relação direta entre jogador e clube, sem "atravessadores".
* O que deu certo na Europa pode ser adaptado para a realidade brasileira. Um planejamento de calendário anual, profissionalismo e transparência nas administrações, incentivos ao investimento em divisões de base dos próprios clubes. Claro que sempre haverá um abismo entre o poder econômico que tornou tudo isso possível lá e a notória penúria daqui. Mas a chave do desenvolvimento do futebol brasileiro é encontrar uma equação realista que elimine os gargalos sem que chovam euros de uma hora para outra.

* Vários clubes europeus não assinam contratos de longo prazo com redes de televisão. Taí uma coisa boa para imitar. Melhor do que isso, esses clubes geram suas próprias imagens e comercializam as transmissões para quem lhes oferecer condições lucrativas. Aqui, até os grandes ficam nas mãos da TV, presos aos "adiantamentos" de verbas e submetidos aos seus interesses tanto em horários de jogos quanto em tabelas, calendários etc.

* A mídia saudou a recente formação da Primeira Liga. Ok. Pode ser um oxigenação. Mas começa mal ao abandonar o critério esportivo em relação aos futuros participantes. E, assim, mais parece um cartel esportivo. Não há similar desse modelo no mundo. Corrijo: há. Nos Estados Unidos, onde já se estabeleceu uma confusão de ligas onde não dá para saber por critérios esportivos quem é primeira, quinta ou sexta divisões. Há mais ligas nos States do que partido político no Brasil.

* Os investidores seriam bem-vindos, por exemplo, se apoiassem a formação de ligas universitárias e colegiais de futebol. Jornalistas do passado, de Mário Filho a João Saldanha, viam celeiros nesses nichos. Saldanha também criticava governos por nada fazerem diante do avanço da urbanização que acabava com os campos de pelada onde muitos craques foram descobertos. É preciso um olhar institucional para a formação desses meninos que hoje caem desorientados nas mãos de empresários, de olho em um futuro contrato na China, Europa, Catar e outras latitudes. Fora do eixo Milão-Madri, Barcelona-Londres-Manchester-Munique-Paris-Mônaco, a grande maioria não vive exatamente fases paradisíacas.

E a culpa não é dos Estaduais que as torcidas aplaudem. Melhor tentar corrigir os defeitos do que simplesmente extinguir espetáculos como os de ontem na Maracanã, Beira Rio, Vila Belmiro, Mineirão, Fonte Nova, Castelão, entre outros palcos.

domingo, 8 de maio de 2016

Do site Nexo: Como Obama usou o mercado de entretenimento para construir sua imagem política

Participação em séries de TV, programas de auditório e humorísticos fizeram do presidente dos EUA o mais descolado do mundo



por Beatriz Montesanti (para o site Nexo)

Obama comemorou o 4 de maio, dia de Star Wars, ensaiando passinhos de dança ao lado de Michelle Obama, R2-D2 e Stormtroopers. Parece uma cena difícil de se imaginar com outros líderes mundiais, como Angela Merkel, David Cameron ou Dilma Rousseff - que, em uma de suas raras entrevistas para a mídia de entretenimento, deslocou o apresentador Jô Soares a Brasília. Mas para Obama, foi apenas mais uma aparição pitoresca entre as que ajudaram a moldar sua imagem de presidente descolado ao longo de oito anos na Casa Branca.

Desde a campanha de 2008, ele participa de programas de auditório como os de Oprah Winfrey e Ellen DeGeneres. O fato em si não é algo tão notório em um país em que jornalismo e entretenimento se misturam - o neologismo “infotainment” é usado para descrever atrações que aliam entretenimento e informação. Outros presidentes já fizeram o mesmo.

Mas Obama foi o primeiro a trazer a roupagem pop à Casa Branca, por meio da música, do esporte e da televisão, protagonizando cenas cômicas em programas de humor, webseries e talk shows.

A relação da política americana com o entretenimento#

O entretenimento nos EUA já influenciou os rumos da política nacional. Em 2008, a paródia protagonizada pela comediante Tina Fey da então candidata a vice-presidente republicana, Sarah Palin, pôs em xeque a campanha de John McCain. Não à toa, presidentes e políticos no geral participam de programas de televisão menos afeitos ao mundo político, algo pouco provável nas estratégias de mídia do Brasil, por exemplo.

John Kennedy foi o primeiro presidente a de fato usar a televisão para falar diretamente com o público americano. Até então, os pronunciamentos presidenciais eram todos gravados. As coletivas de imprensa transmitidas ao vivo foram apenas mais um dos aspectos que aproximaram Kennedy do público. Sua mulher, Jacqueline, também teve papel importante ao tornar-se ícone da moda.

A prática foi além: Gerald Ford participou de um quadro de “Saturday Night Life” durante sua gestão, Bill Clinton tocou Elvis Presley no saxofone em rede nacional, George W. Bush apareceu no game show  “Deal or No Deal”.

As estratégias de “soft media”

Nenhum desses presidentes, porém, ocupou o cargo na era dos virais da internet. “A abordagem viral de Obama na presidência é uma estratégia que mudará a forma como entendemos o cargo?”, questionou o “Huffington Post”.

Em 2012, a assessora de campanha de Obama, Stephanie Cutter, disse à CNN que as entrevistas feitas pelo presidente a revistas como “People Magazine” e a “Entertainment Tonight” eram tão importantes quanto as feitas pelo noticiário político.

Na ocasião, o presidente estava sendo criticado por sua estratégia de “soft media”. Ou seja, falar apenas com pequenos veículos ou veículos de variedade, como rádios e canais de esporte.

Após reeleito, a estratégia ganhou contornos ainda maiores, e o entretenimento tornou-se uma ferramenta importante para Obama atingir seus eleitores.

Como uma piada impulsionou o Obamacare

A mais notória das participações de Obama no entretenimento, em 2014, foi grande responsável pelo cadastro de pessoas no Obamacare - plano de saúde público americano. Após meses de batalha no Congresso para aprovar o projeto e problemas técnicos na plataforma de cadastro do plano, o governo estava tento dificuldade em convencer a população a aderir ao sistema, então desacreditado. Até sua entrevista com o comediante Zach Galifianakis viralizar na internet, em março de 2014.

O “Between Two Ferns” é um programa online de paródias de entrevistas, hospedado no site de humor Funny or Die. Nele, Galifianakis faz perguntas absurdas e constrangedoras a seu entrevistado, ambos sentados, literalmente, entre duas samambaias (nome em inglês do programa).

Os problemas técnicos do Obamacare foram motivos de piada na entrevista, o que serviu como gancho para o presidente incentivar a audiência jovem a se cadastrar no site, antes do término do prazo, dias depois. Missão cumprida. No Youtube, o vídeo tem mais de 14 milhões de visualizações.


Segundo disse o produtor executivo da atração, Mike Farah, à revista “Variety”, a tendência é que os sucessores de Obama sigam os passos do descolado presidente e se aproximem da cultura pop para atingir audiências que geralmente desligam o noticiário político.

VEJA NO SITE NEXO OS MELHORES MOMENTOS DE OBAMA NA INTERNET. CLIQUE AQUI