terça-feira, 26 de abril de 2016

Tardes cariocas...

É só seguir a mureta da Urca..

...nesses dias de céu azul...


...todos os caminhos levam ao...

...Bar Urca, onde o risoto de bacalhau virou bolinho e concorre ao Comida di Buteco 2016

"Jornal do Brasil - História e Memória": livro de Belisa Ribeiro será tema de debate no Estação Net, em Botafogo, no próximo sábado. Um documentário sobre o JB acompanha o bate-papo



Franquia de dados na internet vai criar no Brasil milhões de excluídos da rede

por Flávio Sépia
No momento em que o país está distraído com os desdobramentos do golpe, as empresas operadoras de telefonia e a Anatel tentaram implantar, de fininho, o sistema de franquia na internet fixa. Houve uma reação nas redes sociais e agência reguladora, depois de enquadrada pelo Ministério Público, suspendeu temporariamente a medida.

O debate prossegue. E há quem defenda agora a aprovação de leis que afastem essa ameaça à circulação de dados.

Há muitos interesses em jogo. Os Estados Unidos implantaram franquias em 2008. Isso foi amplamente citado por quem defende o controle de tráfego na rede. Obviamente, é omitida a informação de que mais de 70% dos países não limitam pacotes básico de banda larga. E também esqueceram de contar que lá é grande a reclamação e há pequenas operadoras que não adotaram o sistema. O meio concorrente é obviamente maior e menos cartelizado. Não revelaram, igualmente, que, em 2013, começou a ser implantado em muitas cidades americanas o Google Fiber, um serviço de banda larga criado pelo Google para expandir a oferta de Internet, com alta velocidade e sem limite de franquias. Talvez o Brasil deva abrir seu mercado para um competidor desse porte mais interessado em oferecer conteúdo do que obter lucros altíssimos com a exploração da rede física.

Nos poucos países que impõem um tipo de limite, há casos em que este não atinge quase 90% dos consumidores e estipula tarifas mais altas apenas para os mega-mega usuários de dados. O alvo das operadoras e dos interesses que atuam na sombra  é, na verdade, o serviço de streaming. Operadoras - é o caso também dos Estados Unidos - têm TV paga e o streaming, por exemplo, de uma Netflix e assemelhados, impacta tais serviços. Há um conflito nesse ponto do imbroglio. Há dúvidas também sobre a precisão da medição do consumo de dados. O consumidor não tem condições de saber se, de fato, gastará acima da franquia. O que fazer? Caso a franquia seja imposta, instalar um medidor na casa de cada freguês?
Uns detalhezinhos: Internet também é serviço público, importante para segurança, educação, pesquisa, cultura, comércio, lazer etc. Além da privatização a preços camaradas, o governo tem, desde então, financiado via renúncia fiscal a expansão das redes de fibra ótima, incluindo forte apoio do BNDES através de empréstimos a juros subsidiados. E aí, o que a sociedade vai levar com isso? E a finalidade social? Qual o retorno do dinheiro público aplicado na expansão da rede?

Segundo a Proteste Associação de Consumidores, a adoção de franquias viola o Marco Civil da Internet, que garante a qualidade contratada, impede o bloqueio (a não ser se o usuário estiver em débito com a operadora) e defende a universalização (com a franquia, as pessoas de menor renda e que não podem contratar mais velocidade serão excluídas da rede).

Chernobil, 30 anos, hoje

Chernobil: os danos da explosão do reator em 26 de abril de 1986. Foto URSS


Pripyat, hoje

Algumas ruas estão tomadas por árvores.


Sob algumas condições, é possível visitar Pripyat, a pouco mais de 100km de Kiev. Turistas devem obter permissão, assinar um contrato eximindo o governo e agências de qualquer responsabilidade e usar um traje especial. Crianças e mulheres grávidas são proibidas de entrar nas áreas contaminadas. A visita não deve durar mais do que seis horas, o roteiro é por áreas de menores doses de radiação, é proibido fumar, sair do itinerário, pegar objetos ou pedras do local, beber álcool e acender fogo. Mas há grupos que fazem incursões clandestinas à região e que não obedecem a essas regras.

A nova cobertura da usina de Chernobil/ Reprodução

por Jean-Paul Lagarride
Há 30 anos, no dia 26 de abril de 1986, a tragédia da usina nuclear de Chernobil, na Ucrânia, assustava o mundo. Uma explosão que expôs o núcleo de um dos reatores e o incêndio que se seguiu espalharam uma nuvem radioativa que chegou ao Leste europeu, à Europa ocidental, à Rússia e Biolerússia. 

As causas jamais foram totalmente esclarecidas nem pela antiga União Soviética, da qual a Ucrânia fazia parte, na época, nem por investigadores internacionais. Tudo indicaria erro humano associado a falha técnica ou de projeto. À custa de vidas, o reator foi isolado - em um trabalho insano que durou meses - por um "sarcófago" de cimento e aço. Helicópteros fizeram cerca de 2 mil voos lançando uma mistura de cimento e chumbo sobre o reator destruído. Durante o acidente, morreram 47 trabalhadores. E seria impossível contabilizar as mortes posteriores por câncer em consequência da contaminação (a ONU estima que esse número poderá chegar a até 4 mil pessoas)

O vazamento foi contido mas a região já estava seriamente contaminada. Os outros três reatores da usina continuaram fornecendo energia à Ucrânia até o ano 2000, com os operadores reduzidos ao mínimo e trabalhando sob proteção extra, quando Chernobil foi inteiramente desativada. 

A previsão é de que o lugar permaneça inabitável por centenas, talvez milhares de anos. Mas não inacessível. Atualmente, grupos de turista visitam Pripyat, a 110km de Kiev. Há tours organizados rumo aos prédios, parques, ruas e praças abandonados às pressas em 1986. Os turistas ficam apenas algumas horas na região e são acompanhados por guias que aferem a radiatividade o tempo todo com contadores Geiger. São orientados a não tocar em objetos e muito menos a recolher souvenires. 

Cerca de 50 pessoas voltaram clandestinamente às suas casas em várias vilas, a maioria, idosos. Antigos moradores também visitam suas casas, eventualmente, outros voltam às igrejas locais, dependendo do nível de contaminação da área, para rezar. Nem todas essas viagens são autorizadas. A vegetação toma conta dos prédios e há animais, cachorros principalmente, nas ruas. 

Chernobil e Fukushima, no Japão, são os dois únicos acidentes nucleares da história que atingiram o nível 7, o mais alto. Há uma diferença, contudo: a antiga URSS empenhou-se em conter o vazamento que a ameaçava diretamente e à Europa. Empregou cerca de 500 mil trabalhadores, no total, e gastou em torno de 18 bilhões de rublos. O "sarcófago", que já esgotou sua vida útil, foi substituído por uma nova cobertura prevista para durar 100 anos, agora financiado pela União Europeia. Já no caso de Fukushima, o governo japonês e a empresa privada proprietária da usina ainda não controlaram inteiramente o acidente, que também tornou parte da região inabitável e continua a contaminar o Pacífico cinco anos depois do desastre. Ambientalistas acusam autoridades e empresários de irresponsabilidade social e técnica ao não dedicar todos os recursos para resolver o problema. 

E outra risco surge na região de Chernobil. Uma reportagem recente do New York Times levanta uma denúncia de uma alegada "vista grossa" do governo da Ucrânia favorecendo empresas que estão derrubando árvores em áreas contaminadas para vender madeira radioativa. O jornal aponta a suspeita de corrupção no esquema.   

Viaturas, militares, tanques, helicópteros, caminhões e carros que foram usados nos primeiros dias da operação de contenção do vazamento foram abandonados em Chernobil por acumularem altos níveis de radiação. Mas uma.... 
...foto recente captada por um satélite russo mostrou que a maioria sumiu. Suspeita-se que muitos veículos militares tenham sido recuperados,  "descontaminados", e incorporados às forças da Ucrânia, já em meio aos atuais conflitos com rebeldes e ao rompimento de relações com a Rússia. 
Fotos: Reproduções Internet  

Milena Santos: fotos de mulher do ministro do Turismo viralizam na rede... Indignada com a repercussão, ela apaga o post

Milena Santos: o post que viralizou na rede e que ela retirou, em seguida. ..

E a resposta. Reproduções Facebook

por Niko Bolontrin
Brasília vai surpreender muitos nos próximos dias e meses. Uma nova era se anuncia. Com a política perdendo gás e as expectativas em ponto morto quanto ao tamanho do passo atrás que o Brasil dará, surgem alternativas ao noticiário modorrento. De um lado, belas e recatadas, de outro poderosas e provocantes. E foi assim que Milena Santos, ex-miss Bumbum Estados Unidos 2013, ocupou a mídia e a web. Mulher do novo ministro do Turismo Alessandro Teixeira, Milena divulgou fotos feitas no gabinete do marido. "Compartilhando com meus amigos meu primeiro dia de primeira dama do Ministério do Turismo do Brasil. Eu te amo, meu amor. Juntos somos mais fortes!", escreveu no Face. Diante da repercussão, ela apagou o post com a imagens que fez durante a visita nessa semana ao gabinete do marido e escreveu outro onde reclamou da falta de ética "das pessoas" e da mídia que publicou fotos suas antigas, de biquini, feitas em 2013 na Esplanada dos Ministérios, como se fossem novas. "Então não precisam pegar fotos e falas que fiz no meu passo (passado) e apresentar como se fossem algo atual porque não são!",

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Flamengo despreza pequenos torcedores e se recusa a entrar em campo com a meninada uniformizada de Manaus. É o moderno marketing do futebol?

Reprodução Internet

Reprodução Internet

Reprodução Internet

por Omelete

O Flamengo alardeia que é dirigido por "homens do mercado". Está entregue a "executivos" e "marqueteiros" que aparentemente entendem de tudo menos de futebol.

O time não ganha nada, só o Vasco já o eliminou de umas três competições. Até do torneio da Liga, do qual o carrasco Vasco não participou, o time dançou.

O Flamengo é um dos poucos times brasileiros que não pode reclamar de calendário ou excesso de jogos: os caras nem vão até o fim das competições...

Ontem, em Manaus, os marqueteiros do Flamengo aprontaram uma grosseria. Quiseram provavelmente atingir o Vasco e agrediram apenas seus próprios torcedores que estavam no estádio.

O Vasco entrou em campo, os jogadores levando crianças locais, pequenos torcedores, como muitos clubes fazem. Os cruzmaltinos, juizes e auxiliares se perfilaram, aguardando o adversário. E o Flamengo entra em desabalada carreira rumo ao centro do campo.  Eu, hein!.

Meninos e meninas uniformizados viram, decepcionados, os jogadores rubro-negros passarem batido. A meninada flamenguista foi largada lá. Parte da torcida vaiou. Certamente orientados pelos marqueteiros, o jogadores rubro-negros fincaram uma bandeira no centro do gramado. Palhaçada, apenas. Quiseram dizer que o estádio era deles? Tomaram na tarraqueta por 2x0. E foram despachados do Campeonato Carioca.

Hoje, na internet, circulam memes trolando a Flamengo. Já virou moda. E bomba um vídeo mostrando a estupidez que os caras fizeram com as crianças de Manaus. Os próprios torcedores do clube estão reclamando disso na web.

Tudo em nome do moderno marketing dos tecnocratas do futebol que mais parece coisa de perebas que jamais viram uma bola na vida. E nem a boa educação esportiva. Vai ver nem gostam de futebol. E devem achar que torcida é essa gente diferenciada que atrapalha e enche o saco.

Veja na reprodução da Internet. O Flamengo fez o marketing da palhaçada. Correu para fincar uma bandeira no campo e largou os pequenos torcedores que esperavam entrar em campo com o time. Abaixo, o vídeo da vergonha. As imagens não são muito nítidas mas dá para ver que as crianças levam um chega-pra-lá e são impedidas de entrar com o time, bem ao contrário do que fez o Vasco.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI 


domingo, 24 de abril de 2016

Sexo em tramitação no banheiro da Câmara dos Deputados



A visitante usava um crachá de livre acesso à Câmara dos Deputados. Reprodução

por Ed Sá

Política e sexo são ingredientes que, juntos, esquentam o noticiário. Na atual campanha americana ainda não surgiu um escândalo de cama, sem mesa, capaz de virar o assunto do dia. Mas bem que os repórteres tentam - e os staffs dos pré-candidatos também - encontrar alguma coisa. Por enquanto, tentam atingir Hillary Clinton requentando o caso Monica Lewinski.

Há poucas semanas, a ex-estagiária da Casa Branca deu uma entrevista com muitos detalhes do affair que manteve com Bill Clinton, dos encontros no Salão Oval com direito a sexo oral. Donald Trump tem dado algumas estocadas em Hillary criticando seu comportamento na época daquele escândalo.Há poucos dias, arrumaram uma sósia de Ted Cruz, ela conseguiu aparecer no noticiário, e recebeu propostas de sites pornôs para protagonizar um versão do pré-candidato republicano.

Nesse ponto, Brasília está mais quente. Conforme o portal R7 divulgou, vazaram fotos de uma modelo em um dos banheiros da Câmara dos Deputados com cenas explícitas entre a visitante e um sujeito de terno preto. Mais do que a votação do golpe, as fotos, algumas impublicáveis, foram o assunto da semana nos grupos de Whatsapp de suas excelências. Vê-se uma mão teclando voto, há defesa oral de projeto e outros trâmites. Suspeita-se que o agraciado seja um político. Terá ele votado sim ou não na sessão do golpe?
No banheiro, aparentemente, ele disse sim a tudo, sim, sim, sim!

Tocha Olímpica a caminho da Rio 2016


Como manda a tradição, a Tocha Olímpica da Rio 2016 foi acesa na Grécia, na cidade de Olímpia.


A chama sagrada de Zeus percorrerá 31 cidades da Grécia. 

A atleta grega Stela Koumpli, duas vezes campeã mundial de remo, veste a camisa da Rio 2016.
A atleta olímpica Alexandra Tsiavou

A "escolta" da tocha na Grécia. Na próxima quarta-feira, 27, a chama será oficialmente entregue ao Brasil e seguirá para o Museu Olímpico, em Genebra. No dia 1° de maio chegará a Brasília. A partir da Capital Federal, 12 mil condutores se revezarão nas ruas de 327 cidades até a chegada ao Maracanã, para a Cerimônia de Abertura dos Jogos, no dia 5 de agosto. Fotos Roberto Castro/ME


Ratinho dá um bico em caixa de papelão e constrange assistente de palco



Ninguém pode negar que a TV brasileira, embora seja uma concessão pública, é terra de ninguém, sem lei e nem ordem. Além dos programas policiais que abertamente instigam a violência e o preconceito, agora exibe cenas explícitas de humilhação de assistentes de palco. As imagens do apresentador Ratinho, do SBT, chutando uma caixa sob a qual trabalhava a atriz Miline Pavorô falam por sí. Nas redes sociais, foram milhares os comentários de internautas chocados com a violência, o constrangimento e as lágrimas da atriz.
Na história do SBT caixas de papelão já tiveram papel mais digno: dizem que o dono do canal, quando era um humilde camelô, alugava caixas na Av. Rio Branco, no Rio, para a galera que não podia ir para as arquibancadas poder ver melhor os desfiles das escolas de samba.
E ninguém chutava o pessoal.
Veja o video, clique AQUI

Memórias da redação: o dia em que JK chorou...

por Alberto Carvalho (do livro "Eu, Tura")

"Um dos maiores prazeres da minha vida, quando trabalhava na Manchete, foi fazer uma projeção de fotos no apartamento do Presidente Juscelino Kubistchek, na Av. Atlântica, no Rio, assim que ele voltou do exílio. As fotos eram de Brasília, feitas especialmente a pedido do Sr. Adolpho Bloch, para ele assistir, junto da esposa, dona Sarah. 
Por determinação do governo militar, JK estava proibido de pisar na Capital Federal. Como passou muitos anos no exílio, ele não acompanhou o desenvolvimento da cidade que construiu. O ex-presidente não sabia daquela projeção. Era uma surpresa que o 'seu' Adolpho havia preparado pra ele.
A cada foto projetada, eu sentia que a emoção tomava conta do seu coração.
Catetinho, Brasília.
Mas a foto que mais comoveu o Presidente foi a do Catetinho, a primeira construção do Planalto feita para ele e seus assessores se reunirem quando de visitas às monumentais obras da futura Capital. E, no final, de pé ao meu lado, as lágrimas correndo pelos seus olhos, caindo sobre o meu ombro, JK me abraçou, emocionado. Dona Sarah, também chorava. Naquela noite, eu não conseguia dormir pensando no que aquela cena simbolizava. Acho que ele, também não."

sábado, 23 de abril de 2016

Exclusivo: o que pensa, o que veste, o recato, a beleza e o que usa a mulher brasileira pós-golpe segundo a revista Scenna Muda

por Omelete
Estou há uma semana tentado descobrir quem é aquela mulher que a Veja apontou como símbolo da mulher brasileira, exemplo perfeito de bela, recatada e do lar.

Esqueçam Pagu, Leila Diniz, Olga Benário, Anita Garibaldi, Iara Iavelberg, Maria da Penha, Maria Quitéria, Zilda Ars, Bertha Lutz, Nise da Silveira e tantas outras indisciplinadas e despudoradas que tentaram ir além do cafofo. Elas perderam suas batalhas.

De onde a Veja teria tirado esse novo padrão da mulher pós-golpe?

Rodando em sebos de revistas no Centro do Rio encontrei a prova que faltava e o livreiro nem precisou fazer delação premiada. A matéria da Veja é inspirada em uma edição da revista Scenna Muda, de 1922. As brasileiras "bellas", recatadas e do lar estão lá fotografadas e descritas. Até os anúncios da revista são dirigidos às mulheres perfeitas do começo do século passado.

Essa mesma imaculada que a Veja - com um texto caipirinha -  se orgulha de resgatar agora como espelho para suas leitoras.

As revistas atuais têm especialistas que fazem permanentes pesquisas sobre audiência para conhecer seus leitores. Não se enganem: se a Veja vendeu tanto a imagem da mulher ideal, a nova mulher brasileira pós-golpe, é porque suas leitoras assim se identificam e é o que esperam e o que vão imitar. A isso se dá o nome de formação de opinião. Coisa fina. Não desdenhe do perfil das vencedoras.

Como contribuição desinteressada, retiro da Scenna Muda algumas fotos das perfeitinhas de 1922. Figurinos, penteados, produtos que consumia, está tudo aí.
O pessoal vitorioso já pode tirar a camisa amarela: o figurino da Scenna Muda é a moda.

Sugestão para adereço ideal para cerimônias de posse.

A mulher pós-golpe não dá mole em rede social, usa diário e desabafa, quando o faz, em forma de sonetos. É o máximo que se permite de rebeldia chique. Ela e o marido adoram se comunicar por cartas.

Nada de decotes. Só um par de joelhos e nada de mostrar as coxinhas.

A mulher pós-golpe tem "criadas" e se orgulha disso. 


Vai um cházinho? A mulher pós-golpe é solícita e se antecipa aos desejos do "maridão". Entende que ele pode estar cansado de conspirar, de ir a manifestações e de receber ordens, de ouvir os pedidos, de ser chamado de traidor. "Coitado!, vivo pra ele" - ela escreve sempre no diário.  

O maridão precisa relaxar. A mulher pós-golpe entende isso, ela o distrai com seus dotes musicais e o incentiva a "libertar o galináceo" (era a expressão da época para "soltar a franga"). 

Mesmo quando leva um puxão de orelhas, ela sorri. É de brincadeirinha.
A harmonia conjugal permite tais folguedos. 

A mulher pós-golpe também se diverte: na foto, ela ensaia um minueto baseado nas músicas de Chiquinha Gonzaga, perdão pela comparação, vai aqui só como uma referência da juventude, que era uma Anitta da época. Mas tudo isso no recato dos jardins da mansão, longe de olhares indiscretos e de vazamentos para a imprensa. 
A mulher brasileira pós-golpe não compartilha nada do que vê e ouve em casa. Consciente do seu papel, ela orienta as amigas  e as "criadas" para não falar pra ninguém sobre os assuntos de trabalho do maridão,  política, programa de governo, inquéritos, essas coisas de homem. 

A Veja ainda não divulgou se fará uma eleição da "Mais Recatada de 2016", mas, em 1922, a "Revista da Semana" anunciava  na Scenna Muda o seu concurso da "A Mais Bella Mulher do Brasil ".  Era, dizia a revista, para escolher "a joia mais perfeita da nossa raça". 

A mulher pós-golpe usa pó-de-arroz em doses hospitalares: parecer sempre mais branca é essencial
Finalmente, por entender que a mulher brasileira pós-golpe viveu momentos de tensão na Av. Paulista
e em Copacabana, a Scenna Muda recomenda o Amargo Sulfuroso do Dr. Kauffmanns. Cura nervosismo, fraqueza, urina turva, "venenos mineraes que permanecem em vosso organismo" e  até eliminam "botões desgraciosos
no rosto". 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Psiquiatras investigam a vida e o comportamento de Marilyn Monroe e lançam um livro em que revelam que a atriz era autista

Uma das fotos de Marilyn Monroe que serão leiloadas em Hollywood mostra a atriz em um intervalo no set do filme"The Misfits" ("Os Desajustados"), em 1960. É do fotógrafo Eve Arnold. Marilyn, às vezes, ficava distante, absorta, mesmo no ambiente agitado das filmagens. 
por Clara S. Britto
Um livro lançado na Itália - "L'Altra Marilyn" ("A Outra Marilyn") - apresenta uma nova tese sobre a personalidade de um dos maiores mitos do século passado. Os autores,  psiquiatras Lilliana Osso e Riccardo Dalle Luche, promoveram, com a ajuda de uma grande pesquisa, uma verdadeira "sessão de psicanálise" com Marilyn Monroe. Entre outras coisas, afirmam que ela era autista.

De acordo com essa teoria, a síndrome tanto contribuiu para levá-la tornar-se ícone do cinema como foi fator importante na sua queda. O livro vem com dezenas de fotos - algumas, dizem os divulgadores, rejeitadas pela atriz que, em vida, não permitiu que fossem publicadas - e tem capítulos extremamente técnicos sobre a sua psicopatologia auto-destrutiva, a múltipla personalidade, o perfeccionismo e os riscos psicológicos de todas essas forças em conflitos interiores.

Mas uma das atitudes que permitiu sua ascensão teria sido a pertinácia e o perfeccionismo, características coincidentemente apontadas no jogador do Barcelona, Messi, que seria portador de uma forma também branda de autismo. Autistas tendem a adotar um padrão e repeti-lo. Possuem grande memória. São obstinados, perseguem uma meta. No caso do jogador, isso ajudaria na repertório de dribles, em antever movimentos do adversário e na obstinação em busca do aperfeiçoamento.
Marilyn foi tema de quase 100 livros, biográficos ou não, mas esse é o primeiro que analisa sua estrutura psicológica. A estrela morreu aos 36 anos, em 1962, mas sua imagem e tudo o que se relaciona a ela ainda faturam cerca de 27 milhões de dólares por ano. A agência CMG Worldwide e Anna Strasberg, viúva de Lee Strasberg, professor de teatro de Marilyn, estariam entre os beneficiários já que atriz não deixou herdeiros naturais. Frequentemente são vendidos objetos da sua memorabilia. Ainda este ano, em Hollywood, acontecerá um grande leilão de joias, vestidos, móveis, fotos e até um piano e livros que pertenceram a ela. 

Curiosamente, Marilyn, que incorporou o estereótipo de loura inconsequente, tinha na sua estante obras como "A Queda",  de Albert Camus; "On the Road", de Jack Kerouac; "Ulysses", de James Joyce; "Adeus às Armas", de Ernest Hemingway; "As Aventuras de Huckleberry Finn", de Mark Twain; "Crime e Castigo", de Dostoevsky; "O Capital", de Karl Marx;  e "Madame Bovary", de Gustave Flaubert.
No auge do sucesso, em 1958, Marilyn foi capa da Manchete. A chamada: "Drama na Vida de Marilyn Monroe". Entre 1957 e 1958, ela sofreu dois abortos espontâneos causados por endometriose e surgiram os primeiros sinais de dependência às drogas. 

A trágica queda da ciclovia, no costão da Niemeyer, no Rio, pode ser tudo, menos acidente...







Fotos Fernando Frazão/Agência Brasil

Em tempo em que urubu voa de costas, não se pode comemorar nada. O Rio recebeu há apenas três meses a Ciclovia Tim Maia, que passa pelo costão do Niemeyer.

Uma obra bem-vinda não apenas por abrir um caminho para as bicicletas rumo a São Conrado e, em seguida, Barra, como por proporcionar aos passantes uma vista deslumbrante. Ontem, a cidade foi abalada por uma tragédia, no local, com vítimas fatais. Desabou um seção da pista, com duas mortes confirmadas. Nesse momento, os bombeiros buscam outras três supostas vítimas. A prefeitura do Rio contratará um perícia independente para analisar o acidente.

Infelizmente, convive-se no Brasil com frequentes desastres ou exemplos de obras precárias que falham logo após inauguradas. O arco que sustentava a cobertura do Engenhão entrou em ameaça de colapso e passa por obras de reforço. Uma das possibilidades teria sido um erro de projeto, segundo a prefeitura. A empresa responsável se defende na Justiça. Enquanto isso, o estádio que sediará os Jogos 2016 ficou interditado por cerca de dois anos. Em 2014, um viaduto desabou em Belo Horizonte. Haveria menos ferro do que o necessário. A barragem da Samarco, em Mariana (MG), desaba e provoca o maior acidente ecológico da história do Brasil. A lista seria grande: desabamentos, calçadão que afunda, ponte que a água leva na primeira enchente, estrada inaugurada e logo fechada para reforma, conjunto habitacional interditado antes do habite-se, elevatória instalada e que não funciona por erro de projeto etc.

Um experiente engenheiro apontou duas causas para esses desastres, que, segundo ele, podem ser tudo menos acidentes. Uma delas: a formação profissional negligenciada em muitas universidades. Em segundo lugar - ele dá um peso maior a esse ponto - o chamado desmonte do Estado. Se há setores que, de fato, o Estado deve deixar por conta da iniciativa privada, há outros em que sua ausência é catastrófica. O governo - dizia ele - já não dispõe mais de corpo técnico capaz de avaliar todos os detalhes de um projeto que encomenda. No caso das estradas, com a implosão do antigo DNER, que tinha distritos com pessoal capaz de projetar, construir e fiscalizar efetivamente grandes e pequenas obras, faz-se a licitação, empresas privadas elaboram projetos e executam a obra. Se o projeto é correto, se os materiais são adequados ou suficientes, tudo isso fica a depender do contratado, que, obviamente, tem como parâmetro principal do seu negócio o lucro. Caberia ao corpo técnico do contratante, equipado em quantidade e qualidade de material humano, vigiar rigorosamente todas as fases da obra. Mas, cadê? Isso vale para todos os níveis de governo, o federal, o estadual e o municipal. O poder público - desmontado desde que foram impostos os interesses privados que pregam o Estado mínimo e faturam às custas da falência dos braços técnico e de fiscalização -, só depois dos desastres vai descobrir que pagou gato por lebre.

Não vale pôr a culpa nas ondas que batem no costão. Até Estácio de Sá sabia disso, tanto que foi desembarcar bem longe dali, em uma praia tranquila e favorável entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão.

Quer uma prova da incompetência?

Veja, na reprodução abaixo, os três arcos de pedra construídos exatamente no ponto onde desabou a seção da ciclovia. Sabe o que é aquilo? É a Gruta da Imprensa, inaugurada em 1916. Faria parte da sustentação de uma linha férrea que ligaria Botafogo a Angra dos Reis. Os trilhos jamais foram montados, mas os arcos estão lá até hoje. Firmes. Apesar das ondas.

Reprodução Globo News
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As ondas não levaram a Gruta da Imprensa, construída há 100 anos. O local ganhou esse nome porque os jornalistas esportivos que cobriam a corrida automobilística "Circuito da Gávea se posicionavam na mureta do viaduto. Foto:Reprodução

Atualização: em reforço às consequências do desmonte do Estado, assinale-se que os jornais de hoje informam que a própria empresa que projetou e construiu a ciclovia era responsável pela "fiscalização". Isso equivale a pedir ao dono da boca-de-fumo para reprimir a venda de droga no reduto dele.