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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Psiquiatras investigam a vida e o comportamento de Marilyn Monroe e lançam um livro em que revelam que a atriz era autista

Uma das fotos de Marilyn Monroe que serão leiloadas em Hollywood mostra a atriz em um intervalo no set do filme"The Misfits" ("Os Desajustados"), em 1960. É do fotógrafo Eve Arnold. Marilyn, às vezes, ficava distante, absorta, mesmo no ambiente agitado das filmagens. 
por Clara S. Britto
Um livro lançado na Itália - "L'Altra Marilyn" ("A Outra Marilyn") - apresenta uma nova tese sobre a personalidade de um dos maiores mitos do século passado. Os autores,  psiquiatras Lilliana Osso e Riccardo Dalle Luche, promoveram, com a ajuda de uma grande pesquisa, uma verdadeira "sessão de psicanálise" com Marilyn Monroe. Entre outras coisas, afirmam que ela era autista.

De acordo com essa teoria, a síndrome tanto contribuiu para levá-la tornar-se ícone do cinema como foi fator importante na sua queda. O livro vem com dezenas de fotos - algumas, dizem os divulgadores, rejeitadas pela atriz que, em vida, não permitiu que fossem publicadas - e tem capítulos extremamente técnicos sobre a sua psicopatologia auto-destrutiva, a múltipla personalidade, o perfeccionismo e os riscos psicológicos de todas essas forças em conflitos interiores.

Mas uma das atitudes que permitiu sua ascensão teria sido a pertinácia e o perfeccionismo, características coincidentemente apontadas no jogador do Barcelona, Messi, que seria portador de uma forma também branda de autismo. Autistas tendem a adotar um padrão e repeti-lo. Possuem grande memória. São obstinados, perseguem uma meta. No caso do jogador, isso ajudaria na repertório de dribles, em antever movimentos do adversário e na obstinação em busca do aperfeiçoamento.
Marilyn foi tema de quase 100 livros, biográficos ou não, mas esse é o primeiro que analisa sua estrutura psicológica. A estrela morreu aos 36 anos, em 1962, mas sua imagem e tudo o que se relaciona a ela ainda faturam cerca de 27 milhões de dólares por ano. A agência CMG Worldwide e Anna Strasberg, viúva de Lee Strasberg, professor de teatro de Marilyn, estariam entre os beneficiários já que atriz não deixou herdeiros naturais. Frequentemente são vendidos objetos da sua memorabilia. Ainda este ano, em Hollywood, acontecerá um grande leilão de joias, vestidos, móveis, fotos e até um piano e livros que pertenceram a ela. 

Curiosamente, Marilyn, que incorporou o estereótipo de loura inconsequente, tinha na sua estante obras como "A Queda",  de Albert Camus; "On the Road", de Jack Kerouac; "Ulysses", de James Joyce; "Adeus às Armas", de Ernest Hemingway; "As Aventuras de Huckleberry Finn", de Mark Twain; "Crime e Castigo", de Dostoevsky; "O Capital", de Karl Marx;  e "Madame Bovary", de Gustave Flaubert.
No auge do sucesso, em 1958, Marilyn foi capa da Manchete. A chamada: "Drama na Vida de Marilyn Monroe". Entre 1957 e 1958, ela sofreu dois abortos espontâneos causados por endometriose e surgiram os primeiros sinais de dependência às drogas.