segunda-feira, 21 de março de 2016

Kim Kardashian provoca febre de nudes nos muros da Austrália

por Clara S. Britto
Grafiteiros pintaram nos muros de Sidney e Melbourne, na Austrália, murais copiados de uma das recentes selfies de Kim Kardashian, o  nude que quebrou a web há algumas semanas.  As paredes estão fazendo o maior sucesso. É que a galera passou a posar pelada diante dos murais. Virou febre no país. Mas tem o outro lado: alguns murais foram pichados com a palavrinha de quatro letras: "puta". As fotos das australianas clonando a Kardashian estão bombando no Instagram.
Foto Instagram

 
A pose das australianas diante do poster de Kim Kardashian. O grafite foi pichado com a palavra slut,
que pode ser dublada para "cadela" ou "cachorra". Foto Instagram

Festival de Cinema de Cannes 2016 divulga cartaz inspirado em cena de filme de Godard ambientada na famosa casa do escritor Curzio Malaparte, em Capri


Um fotograma do filme "Desprezo" ("Le Mépris"), de Jean-Luc Godard, é o tema do cartaz do 69° Festival de Cannes, que acontecerá de 11 a 22 de maio. Os designers Hervé Chigioni e  Gilles Frappier criaram o poster. 

Em 1962, ao filmar "Desprezo", que foi lançado um ano depois, Godard escolheu como cenário a famosa casa do escritor Curzio Malaparte construída sobre um penhasco em Cabo Marsullo, na ilha de Capri. Um arquiteto (Adalberto Libera) teria feito o esboço da obra que foi alterado e redesenhado pelo próprio Malaparte. 

A escada piramidal é parte do teto da casa e leva a um terraço de onde se tem uma deslumbrante vista para o Mediterrâneo. 

Membro do Partido Nacional Fascista, o controvertido escritor teve, contudo, um livro proibido pelo regime de Mussolini e, por isso, foi desfiliado do partido e preso. Mas teria sido por intervenção do genro do ditador, seu amigo Galeazzo Ciano, que Malaparte obteve o terreno e a licença para a construção, em 1937. 

Com a morte do escritor, em 1957, a casa foi abandonada. Estava depredada e era alvo de vandalismo quando Godard a usou como set, como se vê no filme. Foi restaurada posteriormente e hoje pertence a uma fundação cultural. 

Símbolo da arquitetura moderna, está aberta à visitação para quem se dispõe a navegar por cerca de 50 minutos a partir de Nápoles e, principalmente, subir 99 degraus. Com um detalhe: a escada não tem corrimão e a ilha, às vezes, é batida por ventos fortes. 

Observe que um precavido Malaparte construiu no terraço uma parede estilosa e modernista, como abrigo. A ideia do escritor era curtir a vista com tranquilidade e não ser arremessado ao Mediterrâneo.   



No elenco de Le Mépris estavam Brigitte Bardot, Jack Palance e Michel Piccoli. Acima, Bardot caminha sobre o terraço da casa. Veja o vídeo em versão com legendas em espanhol, clique AQUI
A casa de Curzio Malaparte, restaurada, virou atração turística.

Família Obama carrega seus próprios guarda-chuvas. Já celebridades brasileiras gostam de recorrer a "personal guarda-chuvator"... Lembra disso?

Obama chega a Cuba. Foto: Ismael Francisco/Cuba Debate

Incrível, fantástico! Pessoas normais seguram seus próprios guarda-chuvas. Foto Reprodução/Granma
por Clara S. Britto
Ontem, Barack Obama, Michelle e as filhas Malia e Sasha desembarcaram em Cuba para a visita histórica do presidente americano à ilha. Mas minha praia não é política internacional, o foco aqui é outro.

Quando a família desceu do avião, no momento em que chovia em Havana, me chamou a atenção Obama e as filhas carregando seus próprios guarda-chuvas.

Foi impossível não lembrar de uma global saindo do set de gravação externa devidamente ao lado de uma pessoa que a protegia do sol com uma sombrinha. Na época, a foto rodou por aí. Parecia uma cena colonial da  "princesa" e sua "mucama". Outra participa de um comercial onde contracena com a própria e uniformizada babá dos seus filhos, a quem trata como amiga. Amiga usa fardamento?

O caso das babás uniformizadas também vai nessa linha. Mulheres jovens, aparentemente em boa forma física, parecem incapazes de conduzir carrinho de bebê e cuidar dos próprios filhos (mesmo em um domingo quando não trabalham fora e, se trabalham, há a opção das boas creches privadas) e acabam oferecendo a cena feudal da comitiva fardada.
Vendo a família do homem mais poderoso do mundo (que pode recorrer a quantos assessores quiser), mostrando sua própria capacidade de se proteger da chuva, fico pensando na breguice colonial da operadora particular de sombrinha e guarda-chuva ou das patroas de babás fardadas e suas formas de marcarem a "diferença" de classes. Tá pensando o que... são chiques.
Cena "colonial" brasileira: "personal guarda-chuvator" é o oposto do comportamento da família Obama. Reprodução You Tube.

Impunidade favorece racismo no futebol

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Racismo em jogo no Uruguai. Torcedor do Nacional, de Montevidéu (de camisa vermelha) imita um macaco diante do jogador do jovem jogador do Palmeiras. Gabriel Jesus.  Reprodução
por Flávio Sépia
O Palmeiras foi jogar no Uruguai e um dos seus jogadores, Gabriel Jesus, foi vítima de manifestação claramente racista. Fotos e vídeos mostram um torcedor do Nacional imitando um macaco na frente do atacante brasileiro. O Palmeiras denunciou a agressão.

O presidente do Tribunal de Disciplina da Conmenbol é o brasileiro Caio Cesar Vieira, que também é presidente do Superior tribunal de Justiça Desportiva. Mesmo sem ver as imagens, ele declarou à imprensa que o clube uruguaio não perderá os pontos. Segundo ele, a punição deverá sr uma multa ou um jogo de portões fechados para a torcida uruguaia.

Previsível. Nem a Conmenbol nem a CBF dão muita bola para as agressões racistas em estádios de futebol. No Brasil, o Grêmio chegou a ser afastado de uma Copa do Brasil, mas recorreu e a punição virou um simples multa.

A Confederação Sul-Americana de Futebol tem um histórico ainda mais tolerante e jamais puniu um clube cujo torcedor tem praticado ofensas racistas.

O Palmeiras divulgou uma nota:  “A Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público para repudiar os atos racistas cometidos contra o atleta Gabriel Jesus na noite da última quinta, em Montevidéu. O clube reitera que condena quaisquer práticas que discriminem seres humanos por sua raça, cor, etnia, religião, gênero ou procedência nacional. Informamos que, por meio do delegado da partida, encaminhamos as imagens para a Confederação Sul-Americana de Futebol a fim de que se tome as providências cabíveis''. 

Caio Cesar informou aos jornalistas que por ser brasileiro e o caso envolver um conterrâneo, ele não participará do caso, assim como o vice-presidente do tribunal, um uruguaio. Se virar um processo a questão será julgada por um boliviano, um chileno e um colombiano.

Contra o racismo, a CBF, a Fifa, a Conmebol, a Uefa (entidades envolvidas em graves denúncias de corrupção e propinas) e demais confederações se limitam a fazer campanhas que já demonstraram ineficácia. Os casos de racismo em estádios são crescentes.

Enquanto não houver uma legislação que permita a punição imediada (como obrigação de câmeras de vigilância em todos os estádios que obriguem o delegado da partida e o juiz a paralisar o jogo até que o (s) racista(s) sejam retirados e que seja entregue às autoridades sem prejuízo de punições esportivas aos clubes que fazem vista grossa a tais elementos, nada vai mudar nessa vergonhosa mancha no futebol.

A crise como ela é: "boletim de ocorrência" revela comédia do cotidiano...

por Omelete
Por engano, a polícia abordou há poucos minutos uma van que se dirigia alegadamente a um bunker de um manifestante. Trecho do B.O, segundo relatado pela autoridade responsável.
"Ao parar em um sinal, a autoridade que estava a bordo de uma motocicleta de patrulha viu uma caixa de champanhe no banco do carona e identificou anormalidades no comportamento agitado do indivíduo, inclusive sinais de micção. Diante de um possível teor alcoólico do condutor com risco de direção perigosa e ameaça aos demais cidadãos, este servidor público deteve o veículo, pediu documentos e revistou uma mochila de posse do elemento. Repórteres da intitulada mídia alternativa que casualmente trabalhavam nas proximidades aproximaram-se da ocorrência a tempo de registrar o conteúdo da mochila do cidadão detido. O elemento se recusou a testar no bafômetro e foi conduzido à delegacia sem ter sofrido qualquer de agressão física ou moral onde foi feito o competente B.O, apreendida a habilitação e efetuada a multa determinada pela lei. Em seguida, o cidadão foi liberado ao chegar um parente habilitado a quem foi entregue o veículo que conduziu o indiciado a sua residência. O indiciado confessou ter ingerido quatro taças de champanhe mas solicitou à autoridade que registrasse no B.O. sua indignação pela detenção que classificou de "perseguição política do aparelho do Estado". Dou conta que a autoridade de plantão em nome da transparência do serviço público permitiu aos jornalistas presentes que registrassem o conteúdo da mochila antes que a mesma fosse devolvida ao imputado conforme protocolo emitido pelo escrivão de plantão. Foi feita esta lavratura do procedimento policial cabível na data abaixo indicada".
Anexo 1 do Boletim de Ocorrências. Av. Paulista: suposto ato das senhoras da sociedade

Anexo 2 do B.O. Jovens reunidos antes de alegada passeata. 

Anexo 3 do B.O. Registro de suposta 'cerimônia' de queima de livros de conhecido cantor e compositor.

Anexo 4 do B.O. Livro em poder do indiciado. 

Anexo 5 do B.O. Depoente afirma que imagem registra cúpula
da organização revolucionária à qual pertence que seria denominada
Ação Neo-Integralista, segundo o depoimento do cidadão detido por embriaguez ao volante.

Anexo 6 do B.O. Segundo oitiva do indiciado, a foto acima é de uma das manifestações
da organização à qual pertence


domingo, 20 de março de 2016

Janio de Freitas: "Talvez sem volta"

por Janio de Freitas (da Folha de São Paulo - link abaixo)

"Se fosse preciso, para o combate à corrupção disseminada no Brasil, aceitar nos Poderes algumas ilegalidades, prepotência e discriminações, seria preferível a permanência tolerada da corrupção. Os regimes autoritários são piores do que as ditaduras, ao manterem aparências cínicas e falsos bons propósitos sociais e nacionais, que dificultam a união de forças para destituí-los.

A corrupção é um crime, como é um crime o tráfico de drogas, como o contrabando de armas é crime, como criminoso é -embora falte a coragem de dizê-lo- o sistema carcerário permitido e mantido pelo Judiciário e pelos Executivos estaduais. Mas ninguém apoiaria a adoção de um regime autoritário para tentar a eliminação de qualquer desses crimes paralelos à corrupção.

A única perspectiva que o Brasil tem de encontrar-se com um futuro razoavelmente civilizado, mais organizado e mais justo, considerado entre as nações respeitáveis do mundo, é entregar-se sem concessões à consolidação das suas instituições democráticas como descritas, palavra por palavra, pela Constituição. Talvez estejamos vivendo a oportunidade final dessa perspectiva, tamanhas são a profundidade e a extensão mal percebidas mas já atingidas pela atual crise.

Apesar desse risco, mais do que admiti-las ou apoiá-las, estão sendo até louvadas ilegalidades, arbitrariedades e atos de abuso, inclusive em meios de comunicação, crescentes em número e gravidade. Os excessos do juiz Sergio Moro, apontados no sensato editorial "Protagonismo perigoso" da Folha (18.mar), e os da Lava Jato devem-se, em grande parte, à irresponsabilidade de uns e à má informação da maioria que incentivam prepotência e ódio porque não podem pedir sangue e morte, que é o seu desejo.

Moro e seus apoiadores alegam que as gravações clandestinas foram legais porque cobertas por (sua) ordem judicial, válida até 11h12 da quinta 17. Dilma e Lula foram gravados às 13h32. Esta gravação sem cobertura judicial foi jogada para culpa da telefônica. Mas quem a anexou como legal a um inquérito foi a PF, em absoluta ilegalidade. E quem divulgou a gravação feita sem cobertura judicial foi o juiz Sergio Moro, cerca de 16h20.

Na sua explicação que seguiu a divulgação, porém, Moro deixou a evidência que desmonta seu alegado e inocentador desconhecimento daquele "excedente" gravado. Ao pretender justificá-lo como informação aos governados sobre "o que fazem os governantes" mesmo se "protegidos pelas sombras", comprovou que sabia da gravação sem cobertura ilegal, de quem estava nela e do seu teor. E tornou-a pública, contra a proibição explícita da lei.

A ilegalidade foi ampliada com a divulgação, em meio às gravações, dos telefones particulares e das conversas meramente pessoais, que Moro ouviu/leu e, por lei, devia manter em reserva, como intimidades protegidas pela Constituição. E jornais em que a publicação de pornografia e obscenidades está liberada, para pasmo da memória de Roberto Marinho, atacam a "falta de decoro" das conversas pessoais.

O STF decidiu desconectar as ações sobre contas externas de Eduardo Cunha e de Cláudia Cruz: a dela foi entregue a Moro. No mensalão, em 38 julgados no STF só três tinham foro privilegiado. Os demais foram considerados conexos. Há duas semanas, o STF manteve em seu âmbito, como conexos, os processos do senador Delcídio e o do seu advogado. Por que a decisão diferente para Cruz? A incoerência não pode impedir suposições de influência da opinião pública, por se tratar de Cunha e sua mulher.

Ainda no Supremo, Gilmar Mendes, a meio da semana, interrompeu uma votação para mais um dos seus costumeiros e irados discursos contra Dilma, o governo, Lula e o PT. Seja qual for a sua capacidade de isenção, se existe, Mendes fez uma definição pessoal que o incompatibilizaria, em condições normais, para julgar as ações. Assim era.

Muitos sustentam, como o advogado Ives Gandra, que "a gravação [a ilegal] torna evidente que o intuito da nomeação [como ministro] foi proteger Lula", o que justificaria o impeachment. Foi o mesmo intuito da medida provisória de FHC que deu ao advogado-geral da União título de ministro para proteger Mendes, com foro especial, contra ações judiciais em primeira instância. Uns poucos exemplos já mostram a dimensão do que se está arruinando no Brasil, talvez sem volta".

LEIA NA FOLHA DE SÃO PAULO, CLIQUE AQUI

Em BH: Ator e diretor de musical Claudio Botelho xinga Dilma e briga com público durante musical de Chico Buarque.

O barraco aconteceu durante a apresentação de "Todos os Musicais de Chico Buarque", ontem, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, segundo o site Brasil 247. Claudio Botelho atacou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A plateia reagiu aos gritos de "Não Vai Ter Golpe!!". O espetáculo não chegou ao fim. E o diretor lançou xingamentos para todos os gostos.
É isso: sábado à noite, você sai de casa para assistir um musical, paga ingresso e um sujeito alterado resolve fazer do palco um palanque a favor do golpe. E ainda dá um show de intolerância.


Ouça no site Brasil 247 o aúdio do destempero. (Link cancelado após o ator e diretor declarar que a gravação feita no camarim foi clandestina)

E veja vídeo postado pelo Midia Ninja sobre a confusão. CLIQUE AQUI

ATUALIZAÇÃO: Em 23/3, o diretor e ator publicou no Globo um pedido de desculpas (veja na reprodução abaixo, clique para ampliar). Ele comenta o episódio e admite que errou. A atriz Soraya Ravenle também escreveu sobre a sua intervenção no incidente. Na publicação acima, o blog incluiu um link para uma gravação feita no camarim, após a confusão. No texto do Globo, o diretor afirma que a gravação foi clandestina. Soraya diz não saber quem gravou e também critica o fato de a conversa ter sido registrada. Em vista disso, o blog cancela o link para o controvertido áudio não autorizado e retira do título referências sobre frases gravadas sem conhecimento do ator e diretor. 


Reprodução/O Globo

sábado, 19 de março de 2016

Se o golpe sair do armário, camisa vermelha vai para a clandestinidade. Para ler ouvindo Manu Chao... 'Soy una raya en el mar / Fantasma en la ciudad / Mi vida va prohibida / Dice la autoridad"

Para ouvir "Clandestino" clique AQUI 

Dias de trovão. Ontem, a rua em 25 estados e no DF foi dos manifestantes que denunciaram o golpe e defenderam a democracia.

Houve visíveis diferenças, digamos, operacionais, em relação aos protestos de domingo, além de um menor número de pessoas, embora bem mais volumoso do que se esperava de um ato com pouca divulgação. 

Em todas as capitais, foi expressivo o número de jovens. E o retrato da  multidão foi mais fiel à cara multicolorida do Brasil.

Quase todos os protestos de ontem reuniram oradores que puxaram palavras de ordem contra a conspiração para derrubar a presidente eleita Dilma Rousseff. O que chamou a atenção foi que muitos desses discursos relataram o que a população pode perder. Ou seja: mostraram conteúdo muito além das palavras de ordem. Não é segredo, ao contrário, tudo foi muito divulgado e veiculado, que muitos entre os apoiadores do golpe já se manifestaram ao longo dos últimos anos e se manifestam ainda, contra a CLT (querem "flexibilizar" as leis que protegem o trabalho), defendem a  reforma com privatização da Previdência, são contra as cotas raciais, advogam terceirização do ensino público, condenam a gratuidade nas universidades públicas, Bolsa Família e programas de habitação com o Minha Casa, Minha Vida são aberrações para eles, sonham com a privatização ou terceirização da saúde pública, querem acabar com a lei que obriga a correção do salários mínimo acima da inflação. É longa a lista. 

Os protestos do dia 13 querem o fim da corrupção. Os de ontem, também. Havia numerosas faixas denunciado corruptos. Com exceção dos políticos e empresários que a praticam até a torcida do Flamengo quer todos corruptos na cadeia. Se as investigações obtiverem provas consistentes, se forem legalmente conduzidas e não selecionarem suspeitos, quem vai ser contra? O problema é que o combate à corrupção está politizado, o que significa que a lei alcança uns e não enxerga outros. Os alvos estão divididos entre corruptos do "bem" e corruptos do "mal".
Vamos observar as manifestações de domingo: o que pretendem mesmo milhões de pessoas que foram às ruas no dia 13? Não querem Dilma, querem Lula preso e pregam a destruição do PT, pedem o fim da ameaça comunista. Na hipótese de alcançarem tudo isso, o que virá? Aí, o bicho pega. Muitos pedem a volta dos militares. Outros, exaltam Bolsonaro e tudo o que ele significa, seja lá o que for. Uns querem Aécio, outros o vaiam. Moro é uma espécie de unanimidade entre eles. Alkimin foi surpreendido com um empurra-empurra. Até um dos líderes de um dos movimentos que convocaram as passeatas foi hostilizado por ser considerado "muito moderado". 

Pesquisa do Data Folha mostrou que, pelo menos na avenida Paulista, boa parte dos manifestantes do dia 13 está com o bolso forrado. Mas é claro que, não só na Paulista como em todas as capitais, havia muita gente com menor poder aquisitivo. Nem todo mundo levou taça de champanhe para o asfalto. Muitos não sabem nem o que é ser um coxinha sociológico. A pergunta é a seguinte: essas pessoas refletiram sobre o que podem perder em um futuro governo neoliberal conduzido sabe-se lá por quem? Aposentados que lá estavam (falo dos aposentados do INSS, não as milionárias pensionistas de ex-funcionários da máquina estatal, dos três poderes da União, estados e municípios), sabem que uma reforma da previdência poderá meter a mão nos seus bolsos já furados? Que, além da queda de Dilma (volto a dizer, nada disso é segredo já que políticos, economistas e colunistas ligados aos golpistas alardeiam isso todos os dias), políticas sociais poderão sofrer duros golpes? 

Um fato que passa quase desapercebido é que algumas dessas ideias já estão no poder ou circulam nos corredores do Congresso na fila da votação em plenário. O enfraquecimento do governo Dilma levou os conservadores a atacarem a legislação que garantiu muitas conquistas sociais nos últimos anos. E eles já registram algumas vitórias, como se sabe.

Enquanto o pais dividido se debate, a caravana passa. Pode-se acusar a gestão de Eduardo Cunha (tido como um corrupto do "bem", já que faz o impeachment andar) na Câmara de muita coisa menos de paralisia. Com a ajuda da oposição, de parte da instável base do governo e até contando com a omissão de deputados tidos como progressistas mas que não mais aguentam Dilma, o bonde do atraso já dirige o país, no sentido de criar leis que regulam o dia a dia dos cidadãos. 

E muita coisa está na pauta, até mesmo uma surpreendente flexibilização da lei que combate trabalho escravo, projetos que reduzem o alcance do Código do Consumidor, toda a legislação de questões da família, códigos trabalhistas, fiscais e ambientais. 

Nesse sentido, o movimento conservador que foi às ruas no dia 13 já exerce efetivamente um poder formal. E alguns "decretos" informais já estão em vigor. Já não é recomendável usar camisa vermelha. O risco de agressão é quase certo, como numerosos casos registrados. Listas de subversivos já circulam na internet, carimbando adversários, estimuladas por um colunista da grande mídia "caçador de comunistas" e que se diz o McCarthy brasileiro. Ler revista de esquerda em avião pode resultar em intimidação, que o diga o incauto que lia uma revista Carta Capital em um voo para Porto Alegre. Ontem, na saída da manifestação contra o golpe, em São Paulo, pelo menos um jovem de camisa vermelha foi ferido ao se encaminhar ao metrô após o ato. Foi agredido por um pelotão de coxinhas no pior estilo da juventude hitlerista.

E se ou quando o golpe sair do armário?

O avanço social que se registrou desde o fim da ditadura vai para a clandestinidade. 


São Paulo. Foto Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Brasíila. Foto agência Brasil

Brasília. Foto Agência Brasil

Brasília. Foto Agência Brasil
  
Pipoca democrática. No Rio. Foto agência Brasil
Ato em defesa da Democracia. Faculdade de Direito da USP. Foto Roberto Parizotti/CUT

Escritor e jornalista Fernando Morais em ato contra o golpe. PUC, SP/ Foto Robert Pariotti/CUT

Ato na PUC/SP. Foto Roberto Parizotti/CUT

sexta-feira, 18 de março de 2016

Exposição "O vale dos reis", no Centro Cultural Justiça Federal, reúne ensaios de Alex Ferro, fotojornalista que fez parte da equipe da revista Manchete

Foto Alex Ferro


O fotógrafo Alex Ferro, que atuou na Manchete, produz desde 2013 uma série de ensaios sobre as cerimônias de Candomblé. 

O cenário das imagens é o Ilé Asé Atará Magbá Iyá Omindarewá, em Santa Cruz da Serra (RJ). 

O resultado desse trabalho está no Centro Cultural Justiça Federal, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo.  
A exposição "O vale do reis" pode ser vista até o dia 24 de abril. De terça a domingo, das 12h às 19h - Avenida Rio Branco, 241, Centro - Rio de Janeiro

Na mídia internacional a palavra é... golpe













Snowden diz que Dilma deu mole


(do Portal Imprensa)
Edward Snowden, ex-agente da Agência de Segurança Nacional (NSA) e autor das revelações sobre espionagem digital de diversas autoridades, usou seu perfil no Twitter para comentar o grampo telefônico envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.

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A incrível história da liminar que saiu dos porões da Justiça


É MUITO PIOR DO QUE SE IMAGINAVA

por Tutmés Airan de Albuquerque Melo  (do site O Cafezinho)

O cidadão Enio Merecalli Junior ingressou, na data de 17 de março, com uma ação popular em face da Exma. Sra. Presidenta da República, tendo por objetivo impedir a nomeação do Sr. Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de Ministro de Estado.

A referida ação popular foi proposta na Justiça Federal do Distrito Federal e distribuída à 4ª Vara, tendo por juiz o Senhor Itagiba Catta Preta Neto.

No mesmo dia em que recebeu o processo, o magistrado deferiu o pedido liminar, isto é, determinou a suspensão do ato de nomeação do Ex-Presidente para o cargo de Ministro de Estado Chefe da Casa Civil.

O site “Tijolaço”, em matéria assinada por Fernando Brito, revela um detalhe assombroso e, no mínimo, suspeito: o juiz teria proferido sua decisão contra o Ex-Presidente no tempo recorde de 28 (vinte e oito) segundos!

Esse teria sido o tempo transcorrido entre o instante em que o processo foi remetido ao juiz para dar a decisão e o instante em que a decisão liminar foi deferida.

Há, porém, um fato de gravidade ainda maior.

Para compreendê-lo, é preciso detalhar o passo a passo do trâmite processual eletrônico do Judiciário.

No sistema de consulta processual disponível no site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ao se digitar o número do processo no campo de pesquisa e se clicar na aba “Movimentação”, é possível verificar que a ação popular foi peticionada eletronicamente e encaminhada para distribuição automática às 09:27:24 (EVENTO 1 – Cod. 2):

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Isso significa que logo após o autor da ação popular ter realizado seu peticionamento, o processo deve ser distribuído pelo próprio sistema por sorteio a uma das Varas da Justiça Federal do DF. A distribuição automática é uma forma de garantir o princípio do juiz natural e de impedir que as ações sejam direcionadas a determinado magistrado, evitando-se a um só tempo qualquer tentativa de beneficiar ou de prejudicar as partes do processo.

Às 11:22:27 (EVENTO 2 – Cod. 218) o processo foi recebido na Secretaria da 4ª Vara. Em tese, a distribuição automática do sistema de peticionamento remeteu a ação ao Juízo da 4ª Vara, que se tornou responsável por julgá-la:

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Às 11:22:49 (EVENTO 3 – Cod. 137) o processo saiu da Secretaria da 4ª Vara e foi enviado ao magistrado. Como se trata de processo virtual, a remessa dos autos ocorre via sistema. Em tese, o juiz somente poderia ter acesso ao inteiro teor do processo depois que a Secretaria o encaminha concluso para decisão. É a partir desse instante que o juiz conseguirá acessar o sistema para ler os autos e redigir a decisão.

O primeiro fato impressionante é que, às 11:23:17 (EVENTO 4 – Cod. 153), foi registrada no sistema a movimentação indicando a devolução do processo à Secretaria com a decisão liminar proferida. Isso significa que em 28 (vinte e oito) segundos – das 11:22:49 às 11:23:17 – a Secretaria da Vara remeteu o processo ao magistrado, ele analisou os autos, construiu a decisão e enviou de volta os autos à Secretaria.

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Pois bem. Essas informações, embora não com o nível de detalhamento aqui explanado, já estão sendo divulgadas nas redes sociais e nas mídias virtuais.

Todavia, como dito acima, existe uma outra informação que não tem sido noticiada e é muito mais grave do que a suspeitíssima velocidade com que o juiz decidiu suspender a nomeação do Ex-Presidente.

Vamos a ela.

O fato aparente de o juiz ter decidido o caso em 28 (vinte e oito) segundos provoca, apenas por si, uma razoável dúvida sobre a real possibilidade de que ele tenha tomado ciência do processo, analisado os argumentos da parte e, por fim, construído a decisão em tão brevíssimos instantes. Essa dúvida – plenamente justificável – dá margem a inúmeras especulações, mas indica de modo objetivo a existência de uma ilegalidade flagrante.

O que se dirá agora, no entanto, é a prova de que uma grave inconstitucionalidade foi cometida.

Os eventos narrados até aqui podem ser consultados na aba “Movimentação” da pesquisa processual. Cabe registrar que o sistema de acompanhamento processual permite consulta a outras 6 (seis) abas, dentre as quais está a de “Inteiro Teor”. É nela que se encontra informação aterradora: a decisão liminar foi incluída no sistema às 11:18:30 (EVENTO 6), 4min19s (QUATRO MINUTOS E DEZENOVE SEGUNDOS) ANTES de o processo ter sido encaminhado concluso para o juiz decidir!

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Como é possível que a DECISÃO JÁ PRONTA tivesse sido incluída no sistema ANTES da Secretaria da 4ª Vara receber o processo e ANTES do juiz recebê-lo para decidir?

Do ponto de vista estritamente legal, é impossível!

Confira-se a sequência dos atos processuais para que se entenda melhor o caso:

CLIQUE AQUI

A crise é um 'transformer'. Ninguém é capaz de dizer qual será o seu formato final...

A crise entrou no modo aloprado.

Provavelmente, a corda esticada no últimos meses chegou a um ponto de tensão próximo da capacidade máxima.

A Lava Jato ultrapassa limites e entra definitivamente na arena política, sob o escudo do combate parcial da corrupção.

Se fosse possível uma selfie da crise, a imagem mostraria os protagonistas à beira de um ataque de nervos.

O Judiciário atropela a Constituição, força interpretações, adapta jurisprudências e mostra que tudo pode, menos contrariar a mídia e parte da chamada opinião pública ou melindrar líderes da oposição curiosamente também citados nas delações;

O Ministério Público e a PF politizam publicamente as investigações, como se lê em entrevistas, palestras, comentários nas redes sociais pessoais e até em participações de agentes públicos em manifestações e protestos.

A presidente Dilma parece paralisada, em parte pela forte pressão que congela seus atos administrativos e políticos, em parte pela visão limitada do espectro da crise e pela erosão de apoios no Congresso.

Lula, que resistia, no início, acabou cedendo aos apelos para assumir um ministério com os danos políticos consequentes.

Se foi um erro estratégico ou não, não mais importa.

A crise ganhou vida própria, está caminhando sozinha.

Divulgação de gravações ilegais, a própria presidente da República como alvo de escuta, liminares são analisadas em segundos, Bolsonaro carregado nos braços do povo, Moro celebrado em passeatas, comissão de análise do impeachment montada por um investigado...

O octógono do MMA institucional está aberto para os mais violentos embates.

Quem vai montar no cavalo que corre encilhado?

"Os sinais de excesso que partem do Judiciário"


Protagonismo perigoso

(Editorial da Folha de São Paulo, hoje)

"Em momentos de crispação nas ruas como estes que o Brasil conhece, nada mais importante que dispor de instituições sólidas e equilibradas, capazes de moderar o natural ímpeto das manifestações e oferecer respostas seguras dentro de um quadro de legalidade.

Preocupam, por isso, os sinais de excesso que nos últimos dias partem do Judiciário, precisamente o Poder do qual se esperam as atitudes mais serenas e ponderadas.

Não se trata de relativizar o peso das notícias acerca da Operação Lava Jato, ou de minimizar o efeito político e jurídico das gravações telefônicas divulgadas nesta semana.

O imperioso combate à corrupção, entretanto, não pode avançar à revelia das garantias individuais e das leis em vigor no país. Tal lembrança deveria ser desnecessária num Estado democrático de Direito, mas ela se torna relevante diante de recentes atitudes do juiz federal Sergio Moro, em geral cioso de seus deveres e limites.

Talvez contaminado pela popularidade adquirida entre os que protestam contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Moro despiu-se da toga e fez o povo brasileiro saber que se sentia "tocado pelo apoio às investigações".

Ocorre que as investigações não são conduzidas pelo magistrado. A este compete julgar os fatos que lhe forem apresentados, manifestando-se nos autos com a imparcialidade que o cargo exige.

Demonstrando temerária incursão pelo cálculo político, resolveu assumir de vez o protagonismo na crise ao levantar o sigilo de conversas telefônicas de Lula (PT) bem no momento em que o ex-presidente se preparava para assumir a Casa Civil.

Por repulsiva que seja a estratégia petista de esconder o ex-presidente na Esplanada, não cabe a um magistrado ignorar ritos legais a fim de interromper o que sem dúvida representa um mal maior. Pois foi o que fez Moro ao franquear a todos o acesso às interceptações e transcrições que, como regra, devem ser preservadas sob sigilo.

Ao justificar a decisão, Moro argumenta de maneira contraditória. Sustenta que o caso, por envolver autoridades com foro privilegiado, deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal, mas tira da corte a possibilidade de deliberar sobre o sigilo das interceptações.

Pior, a lei que regula o tema é clara: "A gravação que não interessar à prova será inutilizada". Quem ouviu as conversas de Lula pôde perceber que muitas delas eram absolutamente irrelevantes para qualquer acusação criminal. Por que, então, foram divulgadas?

Ademais, a conversa entre Lula e Dilma ocorreu depois que o próprio Moro havia mandado ser interrompida a escuta. Acerca disso o juiz a princípio não se pronuncia.

É sem dúvida importante que a população saiba o que se passa nas sombras do poder. Daí não decorre, obviamente, que os juízes possam dar de ombros para as leis. Mais do que nunca, o exemplo deve partir do Poder Judiciário –sua eventual desmoralização é o pior que pode acontecer."

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quinta-feira, 17 de março de 2016

ABIR anuncia que não direcionará mais publicidade a crianças

As 51 empresas da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas farão parte desse compromisso

(da EBC/Rádio Nacional de Brasília)
A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR) anunciou que não fará mais publicidade direcionada para crianças. A Associação é composta por 51 empresas que farão parte desse processo de autorregulamentação. O entendimento da ABIR é que a responsabilidade sobre o que o filho deve consumir deve ser dos pais e não das crianças.

O programa Cotidiano conversou com o Dr. Pedro Hartung, advogado do Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que investe em projetos que beneficiam a infância. Um desses  projetos é o Criança e Consumo que busca divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças.

Pedro explica que essa é uma conquista muito importante. O Instituto Alana atua nesse tema há 10 e pede às empresas que façam uma comunicação mercadológica de forma mais ética e justa, que respeite os direitos da criança. A publicidade que fala diretamente com a criança é abusiva, antiética e ilegal, porque se aproveita da vulnerabilidade da criança para vender um produto ou serviço. No caso de refrigerantes e produtos alimentícios com alto teor de sal, gordura e açúcar ainda é preciso considerar as consequências para o aumento das taxas de obesidade.

A adoção dessa política significa um maior respeito pelos direitos da criança e essa manifestação pública estabelece um novo paradigma. A nota a imprensa publicada pela ABIR também propõe que se pare de vender refrigerantes dentro das escolas, outro passo importante para combater o aumento nas taxas de obesidade no Brasil.

Para conferir mais informações sobre esse e outros avanços nos direitos da criança no que diz respeito a publicidade, escute a entrevista de Luiza Inez Vilela no programa Cotidiano da Rádio Nacional de Brasília.
(Fonte: EBC)

Lá, como cá, a política partidária pauta o jornalismo...

por Flávio Sépia 
O New York Times está sob bombardeio dos leitores por ter alterado substancialmente, depois que foi posto no ar, na versão digital, um artigo sobre o pré-candidato democrata Bernie Sanders.

Na primeira versão, a desempenho de Sanders no Senado era avaliada como positiva e destacava algumas vitórias suas apesar de ser um parlamentar com atuação independente, sem ter bancadas a sustentá-lo na defesa de projetos sociais.

Na segunda versão, foram adicionados dois parágrafos que classificavam sua atuação no Senado como "modesta".

Os leitores querem saber porque o jornal mudou de ideia sobre Bernie Sanders. Alguns alegam que o artigo foi reescrito porque o NYT apoia a postulante democrata  Hillary Clinton.

Na primeira matéria, o título falava que Bernie havia marcado "vítórias" no Senado. Na versão reeditada, o título passou a classificar as "vitórias" "modestas".

Foi mal, NYT.

Falou mais alto o jornalismo político-partidário.

Será que essa manipulação dos fatos lembra a mídia de algum país e seus velhos pecados do lado de baixo do equador?

Revista de fitness põe na capa "gente normal"


por Clara S. Britto
Essa capa da Women's Running rende comentários na rede. A maioria elogia a revista por destacar alguém que parece com as pessoas que são vistas nas ruas e que quase nunca aparecem em capas de revistas, ainda mais em publicação fitness. Nadia Aboulhosn é uma designer de moda que faz corridas de três a quatro vezes por semana e tem sido convidada para alguns trabalhos como modelo.

Repórter se assusta com tiroteio mas continua narrando cerco a terroristas


Repórter da VTM, canal de televisão da Bélgica, cobria operação policial contra terroristas, ontem, em Bruxelas, quando começou uma troca de tiros entre os agentes e os criminosos. Ela se assusta - o que é normal - e continua a narrar a cena, o que profissional. Nada a ver com a reação de uma repórter brasileira  em situação semelhante por ocasião dos atentados de Paris, no ano passado, quando as cenas de pânico explícito da jornalistas especializada em amenidades e que foi deslocada para cobertura de cerco a terroristas viralizaram na web. Um terrorista foi morto e três policiais ficaram feridos na operação que caçava suspeitos de participação no ataque em Paris.

VEJA O VÍDEO DO CERCO EM BRUXELAS, CLIQUE AQUI

Polícia prende autores de mensagens racistas contra Taís Araújo

Em operação em várias regiões do Brasil, a polícia prendeu quatro suspeitos de criar e divulgar mensagens racistas contra a atriz Taís Araújo.

Foram expedidos mandados de apreensão em sete estados. Crimes de racismo, no Brasil, geralmente dão em nada, apesar da lei. Há centenas de casos até hoje impunes. Por isso, é uma excelente notícia a prisão desses elementos. Tratava-se de uma quadrilha que atuava na internet. Nas próximas semanas, outros suspeitos devem entrar na chave.

Em declarações à imprensa, a atriz disse esperar que crimes contra negros não fiquem mais impunes. E nisso se incluem as agressões a qualquer um, não apenas a punição às demonstrações de racismo contra pessoas conhecidas, com repercussão na mídia.

Se praticam um crime - o de racismo, e com tanta desenvoltura - as mentes deturpadas desses sujeitos podem facilmente incorrer em outra artigos do Código Penal igualmente graves. E não deu outra: no computador de um dos suspeitos foram encontradas imagens de pedofilia.

Os suspeitos criavam perfis falsos e, com isso, imaginavam tornar impossíveis suas identificações.

Quebraram a cara. Que essa exceção se torne, a partir desse caso, uma regra. E que a Polícia e a Justiça façam valer a Lei.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Vladimir Palmeira lança tese de eleições gerais. Ele defende que é hora de o povo resolver a crise no voto

Eleições gerais já

Para momentos excepcionais, saídas excepcionais. É necessário chamar imediatamente o povo brasileiro a democraticamente eleger novas lideranças
 

POR VLADIMIR PALMEIRA (Artigo publicado em O Globo, link abaixo)

O Brasil vive uma crise de hegemonia. A presidente Dilma desmoralizou-se com o estelionato eleitoral que praticou. Na campanha, para ela, não havia necessidade de ajuste fiscal. Vitoriosa, implementou um ajuste sob a batuta de um representante do Bradesco. Mas, como tudo o que ela faz, sem rumo, fez pela metade. Há uma enorme crise de confiança.

Dilma não governa. Mas, de outro lado, a oposição também comete estelionato eleitoral. Aécio e sua banda de música votaram no Congresso contra o ajuste fiscal que defendiam na campanha.

Dois partidos desmoralizados. Mas não só isso: divididos. A bancada do PT rachou quase ao meio na hora de saber se votaria a favor ou contra Cunha. Nomes importantes do PSDB, como FH, criticaram as posições de Aécio.

No meio de tudo isso, o tradicional PMDB, que sempre está e esteve no poder. Dividido também, entre Cunha e Renan, entre Renan e Temer, entre sair do governo e nele ficar.

Ninguém dirige o país. Executivo e parlamento se desintegram. Governo e oposição se dividem. O país fica sem rumo.

A crise é agravada pelo desnudamento do enorme esquema de corrupção patrocinado pelas empreiteiras, realizado pela Operação Lava-a-Jato. Dizem os jornais que Renan Calheiros teria dito a interlocutores: “A qualquer hora posso ser preso”.

A economia não andou com as meias-solas feitas pela presidente. Os trabalhadores perdem renda e emprego. A recessão domina o cenário.

Neste quadro, as saídas são poucas. O impeachment de Dilma trará Temer, que praticou o mesmo estelionato eleitoral, governando quatro anos com Dilma e dela não dizendo um ai. Além do que, o atual vice-presidente pode cair pela rejeição das contas de campanha. Ou pelas investigações da Lava-Jato, na qual já foi citado. A crise continuará e, quem sabe, se agravará.

Renan e Serra tentam um golpe parlamentarista sem Forças Armadas. Não dá. Imaginem o país ser dirigido por um Congresso que alça à direção das casas legislativas figuras como Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Um Congresso que tem uma centena de parlamentares à espera de julgamento pelo STF. O que os senadores podem trazer são as Forças Armadas sem parlamentarismo. Aliás, os militares começaram a dar declarações. Mesmo quando apaziguadoras, são perigosas. Muita gente já vê uma certa animação nos quartéis.


Impeachment, parlamentarismo e intervenção militar são rupturas conservadoras, forjadas em gabinetes, para tirar Dilma sem mexer nas estruturas corrompidas de poder. A elas, devemos responder com uma ruptura democrática: a convocação imediata pelo STF de eleições gerais para a Presidência da República e para o Congresso Nacional.

Para momentos excepcionais, saídas excepcionais. É necessário chamar imediatamente o povo brasileiro a democraticamente eleger novas lideranças para o Executivo e o Legislativo, com novas ideias, desta vez discutidas com a sociedade, sem estelionato eleitoral, para tirar o país da crise. Só o voto legitima, disse um dia a presidente. É nisto que acredito. Vamos resolver pelo voto.

Vladimir Palmeira é professor universitário e foi deputado federal (PT-RJ)

LEIA EM O GLOBO, CLIQUE AQUI



terça-feira, 15 de março de 2016

Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores informa: na próxima sexta-feira, dia 18 de março de 2016, haverá nova assembleia no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Na pauta, a discussão de impasses junto à Massa Falida. A CEEBE ressalta que é importantíssima a presença de todos


ASSEMBLÉIA DOS TRABALHADORES HABILITADOS À MASSA FALIDA DA BLOCH EDITORES, NESTA SEXTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2016, 11 HORAS, NO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, RUA EVARISTO DA VEIGA, 16/ 17º ANDAR, CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ.

EM PAUTA, ATUALIZAÇÃO SOBRE A GESTÃO DA MASSA FALIDA E UMA IMPORTANTE DISCUSSÃO SOBRE IMPASSES EM RELAÇÃO ÀS REIVINDICAÇÕES DOS CREDORES TRABALHISTAS JUNTO À MF.

O COMPARECIMENTO DE TODOS É ESSENCIAL. SÓ A MOBILIZAÇÃO DOS EX-FUNCIONÁRIOS TORNARÁ POSSÍVEL O ALCANCE DOS OBJETIVOS COMUNS.

Há 70 anos, o jogo era proibido no Brasil. O Congresso deve votar em breve projeto que legaliza cassinos. Curiosamente, em um país que costuma demolir a memória, antigos prédios que abrigaram roletas, mesas de dados e cartas, além de grandes shows, sobreviveram à especulação imobiliária...

No dia 30 de abril de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra mandou fechar todos os cassinos do Brasil. Foi há 70 anos. Na verdade, o decreto de Dutra, inspirado pela Igreja Católica e setores conservadores, proibia todos os jogos de azar.

Mas apenas os grandes cassinos legalizados sumiram do mapa. Loterias, jogo do bicho, bingo (sob o rótulo de "beneficente", esse tipo de jogo de azar continuou a ser realizado em quermesses promovidas pela própria Igreja Católica) não saíram da cultura popular.

Mesmo a roleta continuou a girar, embora clandestina, em mansões alugadas, sem os grandes shows que animavam os jogadores, em bairros mais remotos das grandes capitais. Muitos clubes elegantes, onde a polícia pensava duas vezes antes de entrar, fizeram de salões discretos um cassino para figuras ilustres e selecionadas. Diz-se que essa prática resiste até hoje.

O Brasil tinha perto de 100 cassinos, na época, que empregavam mais de 40 mil trabalhadores fixos, além de cantores e bailarinos contratados para shows.

Há vários projetos no Congresso pela legalização dos cassinos. Pelo menos um deles está em fase final de tramitação e deve ser votado em breve.

Assim como há um lobby pela aprovação, há setores que ainda se apegam ao moralismo hipócrita da década de 1940 e atuam para barrar a iniciativa. É uma discussão ultrapassada, já resolvida nos países desenvolvidos ou naqueles que vivem do turismo. A ilha do atraso é o Brasil.

O país perde significativa soma de recursos e exporta empregos já que muitos brasileiros viajam ao países vizinhos, como Uruguai, ou embarcam em cruzeiros que oferecem roletas, dados, bacará e afins. Isso, sem falar nos cassinos on line sediados lá fora e acessado por milhares de internautas brasileiros.

Proibir o jogo no Brasil, hoje, é burrice ou pressão corporativista de quem acha que poderá ter interesses eventualmente contrariados na área de entretenimento. A esses grupos se juntam alguns pastores e padres que acham que o pixuleco sagrado dos fiéis que os sustentam pode ir parar no pano verde.

Durante muitos anos, empresários que administravam cassinos no Brasil fizeram manutenção nos equipamentos e preservaram móveis e imóveis por julgarem que, em pouco tempo, o decreto seria suspenso. Governos se sucederam mas a proibição não foi levantada.

Talvez esteja nessa expectativa que jamais se realizou a explicação para um curioso fenômeno arquitetônico.

Em um país que não costuma respeitar muito a memória e demole facilmente prédios que contam a história das cidades, é surpreendente constatar que muitos edifícios que abrigaram o jogo permanecem em pé e sobreviveram à especulação imobiliária. Há vários desses antigos cassinos em capitais ou no interior, como no circuito das águas, em Minas, e cidades paulistas, incluindo Santos. Veja nas reproduções abaixo alguns desses prédios que abrigam atualmente instituições públicas ou privadas mas que durante décadas aguardaram, em vão, a roleta voltar a girar.

Cassino da Urca hoje abriga uma escola de desenho industrial

Cassino Icaraí, atualmente da Universidade Federal Fluminense.

Hotel Copacabana Palace operava um luxuoso cassino. Hoje, o Golden Room
e o salão principal onde ficavam as roletas recebem eventos. 

Hotel-Cassino Quitandinha, em Petrópolis, é, atualmente, um condomínio.

Cassino do Lago, em Lambarí, MG

Cassino da Pampulha, em BH, hoje é um museu.

Cassino Americano, Recife. Hoje é uma churrascaria.

Como exemplo de que os cassino não eram atrações apenas nos grandes centros,
 este é o Cassino Sul-Americano, em Crato, interior do Ceará. O prédio é até hoje preservado. 

Não faça bagunça: Airbnb vai lançar ferramenta para receber reclamações dos vizinhos sobre locatários eventualmente encrenqueiros...

Em vez de depender das leis locais ou de transformar reclamações em barraco policial, a Airbnb, o aplicativo que disponibiliza casas e apartamentos para aluguel temporário em todo o mundo, vai acoplar ao seu site uma ferramenta para que vizinhos incomodados com hóspedes encrenqueiros possa remeter suas queixas diretamente para o Airbnb. É o que um porta-voz da empresa revelou ao site Mashable. Ns últimos dois anos, aconteceram vários incidentes motivados por festas barulhentas e até orgias. Nas próximas semanas, o Airbnb passará a monitorar tais incidentes.