sábado, 19 de março de 2016

Se o golpe sair do armário, camisa vermelha vai para a clandestinidade. Para ler ouvindo Manu Chao... 'Soy una raya en el mar / Fantasma en la ciudad / Mi vida va prohibida / Dice la autoridad"

Para ouvir "Clandestino" clique AQUI 

Dias de trovão. Ontem, a rua em 25 estados e no DF foi dos manifestantes que denunciaram o golpe e defenderam a democracia.

Houve visíveis diferenças, digamos, operacionais, em relação aos protestos de domingo, além de um menor número de pessoas, embora bem mais volumoso do que se esperava de um ato com pouca divulgação. 

Em todas as capitais, foi expressivo o número de jovens. E o retrato da  multidão foi mais fiel à cara multicolorida do Brasil.

Quase todos os protestos de ontem reuniram oradores que puxaram palavras de ordem contra a conspiração para derrubar a presidente eleita Dilma Rousseff. O que chamou a atenção foi que muitos desses discursos relataram o que a população pode perder. Ou seja: mostraram conteúdo muito além das palavras de ordem. Não é segredo, ao contrário, tudo foi muito divulgado e veiculado, que muitos entre os apoiadores do golpe já se manifestaram ao longo dos últimos anos e se manifestam ainda, contra a CLT (querem "flexibilizar" as leis que protegem o trabalho), defendem a  reforma com privatização da Previdência, são contra as cotas raciais, advogam terceirização do ensino público, condenam a gratuidade nas universidades públicas, Bolsa Família e programas de habitação com o Minha Casa, Minha Vida são aberrações para eles, sonham com a privatização ou terceirização da saúde pública, querem acabar com a lei que obriga a correção do salários mínimo acima da inflação. É longa a lista. 

Os protestos do dia 13 querem o fim da corrupção. Os de ontem, também. Havia numerosas faixas denunciado corruptos. Com exceção dos políticos e empresários que a praticam até a torcida do Flamengo quer todos corruptos na cadeia. Se as investigações obtiverem provas consistentes, se forem legalmente conduzidas e não selecionarem suspeitos, quem vai ser contra? O problema é que o combate à corrupção está politizado, o que significa que a lei alcança uns e não enxerga outros. Os alvos estão divididos entre corruptos do "bem" e corruptos do "mal".
Vamos observar as manifestações de domingo: o que pretendem mesmo milhões de pessoas que foram às ruas no dia 13? Não querem Dilma, querem Lula preso e pregam a destruição do PT, pedem o fim da ameaça comunista. Na hipótese de alcançarem tudo isso, o que virá? Aí, o bicho pega. Muitos pedem a volta dos militares. Outros, exaltam Bolsonaro e tudo o que ele significa, seja lá o que for. Uns querem Aécio, outros o vaiam. Moro é uma espécie de unanimidade entre eles. Alkimin foi surpreendido com um empurra-empurra. Até um dos líderes de um dos movimentos que convocaram as passeatas foi hostilizado por ser considerado "muito moderado". 

Pesquisa do Data Folha mostrou que, pelo menos na avenida Paulista, boa parte dos manifestantes do dia 13 está com o bolso forrado. Mas é claro que, não só na Paulista como em todas as capitais, havia muita gente com menor poder aquisitivo. Nem todo mundo levou taça de champanhe para o asfalto. Muitos não sabem nem o que é ser um coxinha sociológico. A pergunta é a seguinte: essas pessoas refletiram sobre o que podem perder em um futuro governo neoliberal conduzido sabe-se lá por quem? Aposentados que lá estavam (falo dos aposentados do INSS, não as milionárias pensionistas de ex-funcionários da máquina estatal, dos três poderes da União, estados e municípios), sabem que uma reforma da previdência poderá meter a mão nos seus bolsos já furados? Que, além da queda de Dilma (volto a dizer, nada disso é segredo já que políticos, economistas e colunistas ligados aos golpistas alardeiam isso todos os dias), políticas sociais poderão sofrer duros golpes? 

Um fato que passa quase desapercebido é que algumas dessas ideias já estão no poder ou circulam nos corredores do Congresso na fila da votação em plenário. O enfraquecimento do governo Dilma levou os conservadores a atacarem a legislação que garantiu muitas conquistas sociais nos últimos anos. E eles já registram algumas vitórias, como se sabe.

Enquanto o pais dividido se debate, a caravana passa. Pode-se acusar a gestão de Eduardo Cunha (tido como um corrupto do "bem", já que faz o impeachment andar) na Câmara de muita coisa menos de paralisia. Com a ajuda da oposição, de parte da instável base do governo e até contando com a omissão de deputados tidos como progressistas mas que não mais aguentam Dilma, o bonde do atraso já dirige o país, no sentido de criar leis que regulam o dia a dia dos cidadãos. 

E muita coisa está na pauta, até mesmo uma surpreendente flexibilização da lei que combate trabalho escravo, projetos que reduzem o alcance do Código do Consumidor, toda a legislação de questões da família, códigos trabalhistas, fiscais e ambientais. 

Nesse sentido, o movimento conservador que foi às ruas no dia 13 já exerce efetivamente um poder formal. E alguns "decretos" informais já estão em vigor. Já não é recomendável usar camisa vermelha. O risco de agressão é quase certo, como numerosos casos registrados. Listas de subversivos já circulam na internet, carimbando adversários, estimuladas por um colunista da grande mídia "caçador de comunistas" e que se diz o McCarthy brasileiro. Ler revista de esquerda em avião pode resultar em intimidação, que o diga o incauto que lia uma revista Carta Capital em um voo para Porto Alegre. Ontem, na saída da manifestação contra o golpe, em São Paulo, pelo menos um jovem de camisa vermelha foi ferido ao se encaminhar ao metrô após o ato. Foi agredido por um pelotão de coxinhas no pior estilo da juventude hitlerista.

E se ou quando o golpe sair do armário?

O avanço social que se registrou desde o fim da ditadura vai para a clandestinidade. 


São Paulo. Foto Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Brasíila. Foto agência Brasil

Brasília. Foto Agência Brasil

Brasília. Foto Agência Brasil
  
Pipoca democrática. No Rio. Foto agência Brasil
Ato em defesa da Democracia. Faculdade de Direito da USP. Foto Roberto Parizotti/CUT

Escritor e jornalista Fernando Morais em ato contra o golpe. PUC, SP/ Foto Robert Pariotti/CUT

Ato na PUC/SP. Foto Roberto Parizotti/CUT

sexta-feira, 18 de março de 2016

Exposição "O vale dos reis", no Centro Cultural Justiça Federal, reúne ensaios de Alex Ferro, fotojornalista que fez parte da equipe da revista Manchete

Foto Alex Ferro


O fotógrafo Alex Ferro, que atuou na Manchete, produz desde 2013 uma série de ensaios sobre as cerimônias de Candomblé. 

O cenário das imagens é o Ilé Asé Atará Magbá Iyá Omindarewá, em Santa Cruz da Serra (RJ). 

O resultado desse trabalho está no Centro Cultural Justiça Federal, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo.  
A exposição "O vale do reis" pode ser vista até o dia 24 de abril. De terça a domingo, das 12h às 19h - Avenida Rio Branco, 241, Centro - Rio de Janeiro

Na mídia internacional a palavra é... golpe













Snowden diz que Dilma deu mole


(do Portal Imprensa)
Edward Snowden, ex-agente da Agência de Segurança Nacional (NSA) e autor das revelações sobre espionagem digital de diversas autoridades, usou seu perfil no Twitter para comentar o grampo telefônico envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.

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A incrível história da liminar que saiu dos porões da Justiça


É MUITO PIOR DO QUE SE IMAGINAVA

por Tutmés Airan de Albuquerque Melo  (do site O Cafezinho)

O cidadão Enio Merecalli Junior ingressou, na data de 17 de março, com uma ação popular em face da Exma. Sra. Presidenta da República, tendo por objetivo impedir a nomeação do Sr. Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de Ministro de Estado.

A referida ação popular foi proposta na Justiça Federal do Distrito Federal e distribuída à 4ª Vara, tendo por juiz o Senhor Itagiba Catta Preta Neto.

No mesmo dia em que recebeu o processo, o magistrado deferiu o pedido liminar, isto é, determinou a suspensão do ato de nomeação do Ex-Presidente para o cargo de Ministro de Estado Chefe da Casa Civil.

O site “Tijolaço”, em matéria assinada por Fernando Brito, revela um detalhe assombroso e, no mínimo, suspeito: o juiz teria proferido sua decisão contra o Ex-Presidente no tempo recorde de 28 (vinte e oito) segundos!

Esse teria sido o tempo transcorrido entre o instante em que o processo foi remetido ao juiz para dar a decisão e o instante em que a decisão liminar foi deferida.

Há, porém, um fato de gravidade ainda maior.

Para compreendê-lo, é preciso detalhar o passo a passo do trâmite processual eletrônico do Judiciário.

No sistema de consulta processual disponível no site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ao se digitar o número do processo no campo de pesquisa e se clicar na aba “Movimentação”, é possível verificar que a ação popular foi peticionada eletronicamente e encaminhada para distribuição automática às 09:27:24 (EVENTO 1 – Cod. 2):

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Isso significa que logo após o autor da ação popular ter realizado seu peticionamento, o processo deve ser distribuído pelo próprio sistema por sorteio a uma das Varas da Justiça Federal do DF. A distribuição automática é uma forma de garantir o princípio do juiz natural e de impedir que as ações sejam direcionadas a determinado magistrado, evitando-se a um só tempo qualquer tentativa de beneficiar ou de prejudicar as partes do processo.

Às 11:22:27 (EVENTO 2 – Cod. 218) o processo foi recebido na Secretaria da 4ª Vara. Em tese, a distribuição automática do sistema de peticionamento remeteu a ação ao Juízo da 4ª Vara, que se tornou responsável por julgá-la:

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Às 11:22:49 (EVENTO 3 – Cod. 137) o processo saiu da Secretaria da 4ª Vara e foi enviado ao magistrado. Como se trata de processo virtual, a remessa dos autos ocorre via sistema. Em tese, o juiz somente poderia ter acesso ao inteiro teor do processo depois que a Secretaria o encaminha concluso para decisão. É a partir desse instante que o juiz conseguirá acessar o sistema para ler os autos e redigir a decisão.

O primeiro fato impressionante é que, às 11:23:17 (EVENTO 4 – Cod. 153), foi registrada no sistema a movimentação indicando a devolução do processo à Secretaria com a decisão liminar proferida. Isso significa que em 28 (vinte e oito) segundos – das 11:22:49 às 11:23:17 – a Secretaria da Vara remeteu o processo ao magistrado, ele analisou os autos, construiu a decisão e enviou de volta os autos à Secretaria.

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Pois bem. Essas informações, embora não com o nível de detalhamento aqui explanado, já estão sendo divulgadas nas redes sociais e nas mídias virtuais.

Todavia, como dito acima, existe uma outra informação que não tem sido noticiada e é muito mais grave do que a suspeitíssima velocidade com que o juiz decidiu suspender a nomeação do Ex-Presidente.

Vamos a ela.

O fato aparente de o juiz ter decidido o caso em 28 (vinte e oito) segundos provoca, apenas por si, uma razoável dúvida sobre a real possibilidade de que ele tenha tomado ciência do processo, analisado os argumentos da parte e, por fim, construído a decisão em tão brevíssimos instantes. Essa dúvida – plenamente justificável – dá margem a inúmeras especulações, mas indica de modo objetivo a existência de uma ilegalidade flagrante.

O que se dirá agora, no entanto, é a prova de que uma grave inconstitucionalidade foi cometida.

Os eventos narrados até aqui podem ser consultados na aba “Movimentação” da pesquisa processual. Cabe registrar que o sistema de acompanhamento processual permite consulta a outras 6 (seis) abas, dentre as quais está a de “Inteiro Teor”. É nela que se encontra informação aterradora: a decisão liminar foi incluída no sistema às 11:18:30 (EVENTO 6), 4min19s (QUATRO MINUTOS E DEZENOVE SEGUNDOS) ANTES de o processo ter sido encaminhado concluso para o juiz decidir!

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Como é possível que a DECISÃO JÁ PRONTA tivesse sido incluída no sistema ANTES da Secretaria da 4ª Vara receber o processo e ANTES do juiz recebê-lo para decidir?

Do ponto de vista estritamente legal, é impossível!

Confira-se a sequência dos atos processuais para que se entenda melhor o caso:

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A crise é um 'transformer'. Ninguém é capaz de dizer qual será o seu formato final...

A crise entrou no modo aloprado.

Provavelmente, a corda esticada no últimos meses chegou a um ponto de tensão próximo da capacidade máxima.

A Lava Jato ultrapassa limites e entra definitivamente na arena política, sob o escudo do combate parcial da corrupção.

Se fosse possível uma selfie da crise, a imagem mostraria os protagonistas à beira de um ataque de nervos.

O Judiciário atropela a Constituição, força interpretações, adapta jurisprudências e mostra que tudo pode, menos contrariar a mídia e parte da chamada opinião pública ou melindrar líderes da oposição curiosamente também citados nas delações;

O Ministério Público e a PF politizam publicamente as investigações, como se lê em entrevistas, palestras, comentários nas redes sociais pessoais e até em participações de agentes públicos em manifestações e protestos.

A presidente Dilma parece paralisada, em parte pela forte pressão que congela seus atos administrativos e políticos, em parte pela visão limitada do espectro da crise e pela erosão de apoios no Congresso.

Lula, que resistia, no início, acabou cedendo aos apelos para assumir um ministério com os danos políticos consequentes.

Se foi um erro estratégico ou não, não mais importa.

A crise ganhou vida própria, está caminhando sozinha.

Divulgação de gravações ilegais, a própria presidente da República como alvo de escuta, liminares são analisadas em segundos, Bolsonaro carregado nos braços do povo, Moro celebrado em passeatas, comissão de análise do impeachment montada por um investigado...

O octógono do MMA institucional está aberto para os mais violentos embates.

Quem vai montar no cavalo que corre encilhado?

"Os sinais de excesso que partem do Judiciário"


Protagonismo perigoso

(Editorial da Folha de São Paulo, hoje)

"Em momentos de crispação nas ruas como estes que o Brasil conhece, nada mais importante que dispor de instituições sólidas e equilibradas, capazes de moderar o natural ímpeto das manifestações e oferecer respostas seguras dentro de um quadro de legalidade.

Preocupam, por isso, os sinais de excesso que nos últimos dias partem do Judiciário, precisamente o Poder do qual se esperam as atitudes mais serenas e ponderadas.

Não se trata de relativizar o peso das notícias acerca da Operação Lava Jato, ou de minimizar o efeito político e jurídico das gravações telefônicas divulgadas nesta semana.

O imperioso combate à corrupção, entretanto, não pode avançar à revelia das garantias individuais e das leis em vigor no país. Tal lembrança deveria ser desnecessária num Estado democrático de Direito, mas ela se torna relevante diante de recentes atitudes do juiz federal Sergio Moro, em geral cioso de seus deveres e limites.

Talvez contaminado pela popularidade adquirida entre os que protestam contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Moro despiu-se da toga e fez o povo brasileiro saber que se sentia "tocado pelo apoio às investigações".

Ocorre que as investigações não são conduzidas pelo magistrado. A este compete julgar os fatos que lhe forem apresentados, manifestando-se nos autos com a imparcialidade que o cargo exige.

Demonstrando temerária incursão pelo cálculo político, resolveu assumir de vez o protagonismo na crise ao levantar o sigilo de conversas telefônicas de Lula (PT) bem no momento em que o ex-presidente se preparava para assumir a Casa Civil.

Por repulsiva que seja a estratégia petista de esconder o ex-presidente na Esplanada, não cabe a um magistrado ignorar ritos legais a fim de interromper o que sem dúvida representa um mal maior. Pois foi o que fez Moro ao franquear a todos o acesso às interceptações e transcrições que, como regra, devem ser preservadas sob sigilo.

Ao justificar a decisão, Moro argumenta de maneira contraditória. Sustenta que o caso, por envolver autoridades com foro privilegiado, deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal, mas tira da corte a possibilidade de deliberar sobre o sigilo das interceptações.

Pior, a lei que regula o tema é clara: "A gravação que não interessar à prova será inutilizada". Quem ouviu as conversas de Lula pôde perceber que muitas delas eram absolutamente irrelevantes para qualquer acusação criminal. Por que, então, foram divulgadas?

Ademais, a conversa entre Lula e Dilma ocorreu depois que o próprio Moro havia mandado ser interrompida a escuta. Acerca disso o juiz a princípio não se pronuncia.

É sem dúvida importante que a população saiba o que se passa nas sombras do poder. Daí não decorre, obviamente, que os juízes possam dar de ombros para as leis. Mais do que nunca, o exemplo deve partir do Poder Judiciário –sua eventual desmoralização é o pior que pode acontecer."

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quinta-feira, 17 de março de 2016

ABIR anuncia que não direcionará mais publicidade a crianças

As 51 empresas da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas farão parte desse compromisso

(da EBC/Rádio Nacional de Brasília)
A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR) anunciou que não fará mais publicidade direcionada para crianças. A Associação é composta por 51 empresas que farão parte desse processo de autorregulamentação. O entendimento da ABIR é que a responsabilidade sobre o que o filho deve consumir deve ser dos pais e não das crianças.

O programa Cotidiano conversou com o Dr. Pedro Hartung, advogado do Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que investe em projetos que beneficiam a infância. Um desses  projetos é o Criança e Consumo que busca divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças.

Pedro explica que essa é uma conquista muito importante. O Instituto Alana atua nesse tema há 10 e pede às empresas que façam uma comunicação mercadológica de forma mais ética e justa, que respeite os direitos da criança. A publicidade que fala diretamente com a criança é abusiva, antiética e ilegal, porque se aproveita da vulnerabilidade da criança para vender um produto ou serviço. No caso de refrigerantes e produtos alimentícios com alto teor de sal, gordura e açúcar ainda é preciso considerar as consequências para o aumento das taxas de obesidade.

A adoção dessa política significa um maior respeito pelos direitos da criança e essa manifestação pública estabelece um novo paradigma. A nota a imprensa publicada pela ABIR também propõe que se pare de vender refrigerantes dentro das escolas, outro passo importante para combater o aumento nas taxas de obesidade no Brasil.

Para conferir mais informações sobre esse e outros avanços nos direitos da criança no que diz respeito a publicidade, escute a entrevista de Luiza Inez Vilela no programa Cotidiano da Rádio Nacional de Brasília.
(Fonte: EBC)

Lá, como cá, a política partidária pauta o jornalismo...

por Flávio Sépia 
O New York Times está sob bombardeio dos leitores por ter alterado substancialmente, depois que foi posto no ar, na versão digital, um artigo sobre o pré-candidato democrata Bernie Sanders.

Na primeira versão, a desempenho de Sanders no Senado era avaliada como positiva e destacava algumas vitórias suas apesar de ser um parlamentar com atuação independente, sem ter bancadas a sustentá-lo na defesa de projetos sociais.

Na segunda versão, foram adicionados dois parágrafos que classificavam sua atuação no Senado como "modesta".

Os leitores querem saber porque o jornal mudou de ideia sobre Bernie Sanders. Alguns alegam que o artigo foi reescrito porque o NYT apoia a postulante democrata  Hillary Clinton.

Na primeira matéria, o título falava que Bernie havia marcado "vítórias" no Senado. Na versão reeditada, o título passou a classificar as "vitórias" "modestas".

Foi mal, NYT.

Falou mais alto o jornalismo político-partidário.

Será que essa manipulação dos fatos lembra a mídia de algum país e seus velhos pecados do lado de baixo do equador?

Revista de fitness põe na capa "gente normal"


por Clara S. Britto
Essa capa da Women's Running rende comentários na rede. A maioria elogia a revista por destacar alguém que parece com as pessoas que são vistas nas ruas e que quase nunca aparecem em capas de revistas, ainda mais em publicação fitness. Nadia Aboulhosn é uma designer de moda que faz corridas de três a quatro vezes por semana e tem sido convidada para alguns trabalhos como modelo.

Repórter se assusta com tiroteio mas continua narrando cerco a terroristas


Repórter da VTM, canal de televisão da Bélgica, cobria operação policial contra terroristas, ontem, em Bruxelas, quando começou uma troca de tiros entre os agentes e os criminosos. Ela se assusta - o que é normal - e continua a narrar a cena, o que profissional. Nada a ver com a reação de uma repórter brasileira  em situação semelhante por ocasião dos atentados de Paris, no ano passado, quando as cenas de pânico explícito da jornalistas especializada em amenidades e que foi deslocada para cobertura de cerco a terroristas viralizaram na web. Um terrorista foi morto e três policiais ficaram feridos na operação que caçava suspeitos de participação no ataque em Paris.

VEJA O VÍDEO DO CERCO EM BRUXELAS, CLIQUE AQUI

Polícia prende autores de mensagens racistas contra Taís Araújo

Em operação em várias regiões do Brasil, a polícia prendeu quatro suspeitos de criar e divulgar mensagens racistas contra a atriz Taís Araújo.

Foram expedidos mandados de apreensão em sete estados. Crimes de racismo, no Brasil, geralmente dão em nada, apesar da lei. Há centenas de casos até hoje impunes. Por isso, é uma excelente notícia a prisão desses elementos. Tratava-se de uma quadrilha que atuava na internet. Nas próximas semanas, outros suspeitos devem entrar na chave.

Em declarações à imprensa, a atriz disse esperar que crimes contra negros não fiquem mais impunes. E nisso se incluem as agressões a qualquer um, não apenas a punição às demonstrações de racismo contra pessoas conhecidas, com repercussão na mídia.

Se praticam um crime - o de racismo, e com tanta desenvoltura - as mentes deturpadas desses sujeitos podem facilmente incorrer em outra artigos do Código Penal igualmente graves. E não deu outra: no computador de um dos suspeitos foram encontradas imagens de pedofilia.

Os suspeitos criavam perfis falsos e, com isso, imaginavam tornar impossíveis suas identificações.

Quebraram a cara. Que essa exceção se torne, a partir desse caso, uma regra. E que a Polícia e a Justiça façam valer a Lei.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Vladimir Palmeira lança tese de eleições gerais. Ele defende que é hora de o povo resolver a crise no voto

Eleições gerais já

Para momentos excepcionais, saídas excepcionais. É necessário chamar imediatamente o povo brasileiro a democraticamente eleger novas lideranças
 

POR VLADIMIR PALMEIRA (Artigo publicado em O Globo, link abaixo)

O Brasil vive uma crise de hegemonia. A presidente Dilma desmoralizou-se com o estelionato eleitoral que praticou. Na campanha, para ela, não havia necessidade de ajuste fiscal. Vitoriosa, implementou um ajuste sob a batuta de um representante do Bradesco. Mas, como tudo o que ela faz, sem rumo, fez pela metade. Há uma enorme crise de confiança.

Dilma não governa. Mas, de outro lado, a oposição também comete estelionato eleitoral. Aécio e sua banda de música votaram no Congresso contra o ajuste fiscal que defendiam na campanha.

Dois partidos desmoralizados. Mas não só isso: divididos. A bancada do PT rachou quase ao meio na hora de saber se votaria a favor ou contra Cunha. Nomes importantes do PSDB, como FH, criticaram as posições de Aécio.

No meio de tudo isso, o tradicional PMDB, que sempre está e esteve no poder. Dividido também, entre Cunha e Renan, entre Renan e Temer, entre sair do governo e nele ficar.

Ninguém dirige o país. Executivo e parlamento se desintegram. Governo e oposição se dividem. O país fica sem rumo.

A crise é agravada pelo desnudamento do enorme esquema de corrupção patrocinado pelas empreiteiras, realizado pela Operação Lava-a-Jato. Dizem os jornais que Renan Calheiros teria dito a interlocutores: “A qualquer hora posso ser preso”.

A economia não andou com as meias-solas feitas pela presidente. Os trabalhadores perdem renda e emprego. A recessão domina o cenário.

Neste quadro, as saídas são poucas. O impeachment de Dilma trará Temer, que praticou o mesmo estelionato eleitoral, governando quatro anos com Dilma e dela não dizendo um ai. Além do que, o atual vice-presidente pode cair pela rejeição das contas de campanha. Ou pelas investigações da Lava-Jato, na qual já foi citado. A crise continuará e, quem sabe, se agravará.

Renan e Serra tentam um golpe parlamentarista sem Forças Armadas. Não dá. Imaginem o país ser dirigido por um Congresso que alça à direção das casas legislativas figuras como Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Um Congresso que tem uma centena de parlamentares à espera de julgamento pelo STF. O que os senadores podem trazer são as Forças Armadas sem parlamentarismo. Aliás, os militares começaram a dar declarações. Mesmo quando apaziguadoras, são perigosas. Muita gente já vê uma certa animação nos quartéis.


Impeachment, parlamentarismo e intervenção militar são rupturas conservadoras, forjadas em gabinetes, para tirar Dilma sem mexer nas estruturas corrompidas de poder. A elas, devemos responder com uma ruptura democrática: a convocação imediata pelo STF de eleições gerais para a Presidência da República e para o Congresso Nacional.

Para momentos excepcionais, saídas excepcionais. É necessário chamar imediatamente o povo brasileiro a democraticamente eleger novas lideranças para o Executivo e o Legislativo, com novas ideias, desta vez discutidas com a sociedade, sem estelionato eleitoral, para tirar o país da crise. Só o voto legitima, disse um dia a presidente. É nisto que acredito. Vamos resolver pelo voto.

Vladimir Palmeira é professor universitário e foi deputado federal (PT-RJ)

LEIA EM O GLOBO, CLIQUE AQUI



terça-feira, 15 de março de 2016

Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores informa: na próxima sexta-feira, dia 18 de março de 2016, haverá nova assembleia no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Na pauta, a discussão de impasses junto à Massa Falida. A CEEBE ressalta que é importantíssima a presença de todos


ASSEMBLÉIA DOS TRABALHADORES HABILITADOS À MASSA FALIDA DA BLOCH EDITORES, NESTA SEXTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2016, 11 HORAS, NO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, RUA EVARISTO DA VEIGA, 16/ 17º ANDAR, CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ.

EM PAUTA, ATUALIZAÇÃO SOBRE A GESTÃO DA MASSA FALIDA E UMA IMPORTANTE DISCUSSÃO SOBRE IMPASSES EM RELAÇÃO ÀS REIVINDICAÇÕES DOS CREDORES TRABALHISTAS JUNTO À MF.

O COMPARECIMENTO DE TODOS É ESSENCIAL. SÓ A MOBILIZAÇÃO DOS EX-FUNCIONÁRIOS TORNARÁ POSSÍVEL O ALCANCE DOS OBJETIVOS COMUNS.

Há 70 anos, o jogo era proibido no Brasil. O Congresso deve votar em breve projeto que legaliza cassinos. Curiosamente, em um país que costuma demolir a memória, antigos prédios que abrigaram roletas, mesas de dados e cartas, além de grandes shows, sobreviveram à especulação imobiliária...

No dia 30 de abril de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra mandou fechar todos os cassinos do Brasil. Foi há 70 anos. Na verdade, o decreto de Dutra, inspirado pela Igreja Católica e setores conservadores, proibia todos os jogos de azar.

Mas apenas os grandes cassinos legalizados sumiram do mapa. Loterias, jogo do bicho, bingo (sob o rótulo de "beneficente", esse tipo de jogo de azar continuou a ser realizado em quermesses promovidas pela própria Igreja Católica) não saíram da cultura popular.

Mesmo a roleta continuou a girar, embora clandestina, em mansões alugadas, sem os grandes shows que animavam os jogadores, em bairros mais remotos das grandes capitais. Muitos clubes elegantes, onde a polícia pensava duas vezes antes de entrar, fizeram de salões discretos um cassino para figuras ilustres e selecionadas. Diz-se que essa prática resiste até hoje.

O Brasil tinha perto de 100 cassinos, na época, que empregavam mais de 40 mil trabalhadores fixos, além de cantores e bailarinos contratados para shows.

Há vários projetos no Congresso pela legalização dos cassinos. Pelo menos um deles está em fase final de tramitação e deve ser votado em breve.

Assim como há um lobby pela aprovação, há setores que ainda se apegam ao moralismo hipócrita da década de 1940 e atuam para barrar a iniciativa. É uma discussão ultrapassada, já resolvida nos países desenvolvidos ou naqueles que vivem do turismo. A ilha do atraso é o Brasil.

O país perde significativa soma de recursos e exporta empregos já que muitos brasileiros viajam ao países vizinhos, como Uruguai, ou embarcam em cruzeiros que oferecem roletas, dados, bacará e afins. Isso, sem falar nos cassinos on line sediados lá fora e acessado por milhares de internautas brasileiros.

Proibir o jogo no Brasil, hoje, é burrice ou pressão corporativista de quem acha que poderá ter interesses eventualmente contrariados na área de entretenimento. A esses grupos se juntam alguns pastores e padres que acham que o pixuleco sagrado dos fiéis que os sustentam pode ir parar no pano verde.

Durante muitos anos, empresários que administravam cassinos no Brasil fizeram manutenção nos equipamentos e preservaram móveis e imóveis por julgarem que, em pouco tempo, o decreto seria suspenso. Governos se sucederam mas a proibição não foi levantada.

Talvez esteja nessa expectativa que jamais se realizou a explicação para um curioso fenômeno arquitetônico.

Em um país que não costuma respeitar muito a memória e demole facilmente prédios que contam a história das cidades, é surpreendente constatar que muitos edifícios que abrigaram o jogo permanecem em pé e sobreviveram à especulação imobiliária. Há vários desses antigos cassinos em capitais ou no interior, como no circuito das águas, em Minas, e cidades paulistas, incluindo Santos. Veja nas reproduções abaixo alguns desses prédios que abrigam atualmente instituições públicas ou privadas mas que durante décadas aguardaram, em vão, a roleta voltar a girar.

Cassino da Urca hoje abriga uma escola de desenho industrial

Cassino Icaraí, atualmente da Universidade Federal Fluminense.

Hotel Copacabana Palace operava um luxuoso cassino. Hoje, o Golden Room
e o salão principal onde ficavam as roletas recebem eventos. 

Hotel-Cassino Quitandinha, em Petrópolis, é, atualmente, um condomínio.

Cassino do Lago, em Lambarí, MG

Cassino da Pampulha, em BH, hoje é um museu.

Cassino Americano, Recife. Hoje é uma churrascaria.

Como exemplo de que os cassino não eram atrações apenas nos grandes centros,
 este é o Cassino Sul-Americano, em Crato, interior do Ceará. O prédio é até hoje preservado. 

Não faça bagunça: Airbnb vai lançar ferramenta para receber reclamações dos vizinhos sobre locatários eventualmente encrenqueiros...

Em vez de depender das leis locais ou de transformar reclamações em barraco policial, a Airbnb, o aplicativo que disponibiliza casas e apartamentos para aluguel temporário em todo o mundo, vai acoplar ao seu site uma ferramenta para que vizinhos incomodados com hóspedes encrenqueiros possa remeter suas queixas diretamente para o Airbnb. É o que um porta-voz da empresa revelou ao site Mashable. Ns últimos dois anos, aconteceram vários incidentes motivados por festas barulhentas e até orgias. Nas próximas semanas, o Airbnb passará a monitorar tais incidentes.

Cindy Crawford, 50 anos, 500 capas...


Capas comemorativas dos 50 anos da ex-modelo Cindy Crawford: com a filha e exibindo as linhas atuais. 
Aos 50 anos, a ex-modelo Cindy Crawford é capa, nas últimas semanas, de várias publicações internacionais. Nas décadas de 1980 e 1990, ela fez parte do grupo denominado supermodels. Ao longo da carreira estampou cerca de 500 capas, atuou em sete filmes e, em 1995, foi apontada pela Forbes como a modelo que mais faturou naquele ano. Duas das capas que fez chamaram atenção especial: a da Playboy, em 1988, quando tornou-se a primeira modelo de prestígio a posar para a revista e a famosa capa da Vanity Fair, em 1993, que provocou a ira dos conservadores: ela posou ao lado da cantora lésbica K.D.Lang em cena provocativa. Seus 40 anos foram celebrados em dezenas de capas, o que faz supor que os 60 ainda renderão ensaios internacionais.
Na Vogue Paris dessa semana, Cindy Crawford aparece ao lado da filha, Gerber, 14 anos, que dá os primeiros passos como modelo. A foto é de Mario Testino.

A capa que chocou os conservadores: com a cantora lésbica K.D.Lang

Cindy Crawford foi a primeira supermodelo a posar para a Playboy: um desafio às agências que previam prejuízos à carreira nas passarelas. 

Cindy Crawford não escapou do lugar-comum de foto grávida...


Aos 40 anos, na Vanity Fair


Na Manchete, em 1995.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Para ler ao som de Adoniram Barbosa: "SE VOCÊS PENSA QUE NOIS FUMOS EMBORA NÓIS ENGANEMOS VOCÊS FINGIMOS QUE FUMOS E VORTEMOS OI NÓIS AQUI TRAVEIS"



45 anos depois da Copa de 70, política e camisa da seleção voltam a jogar juntas. O uniforme da CBF foi
o preferido dos manifestantes que pedem o golpe. Foto Andre Tambucci/Fotos Públicas



Numa semana em que o verde e amarelo predominou, a Polícia Rodoviária Federal aprendeu ontem em SP  drogas "patrióticas".  A PRF não informou mas os jornalistas trabalham com várias hipóteses: os traficantes achavam, quem sabe, que assim seria mais fácil escapar das barreiras policiais dizendo que eram pacotes de camisetas para a manifestação; a polícia pintou a carga como uma forma de marcar sua posição no protesto; ou é apenas a reedição de um marketing que o tráfico utilizou na época da Copa quando o verde e amarelo indicava droga "padrão Fifa". Foto PRF.

por Flávio Sépia
Esse mar de gente de verde e amarelo pedindo a volta dos militares me dá pesadelo.

Golpe, segundo os velhos comentaristas políticos, é coisa que a gente sabe como começa mas ninguém sabe como acaba.

Multidões pedem o impeachment de Dilma Rousseff. Mas alguém sabe o que ou quem virá depois?

No início da década de 1960, a grande mídia se engajou no golpe para derrubar João Goulart. Editoriais, denúncias, reportagens forjadas, a difusão da "ameaça" comunista, valia tudo para levar o povo às ruas.

Até que os militares ligaram os motores do tanques "em socorro ao clamor público".

Políticos e empresários que se engajaram na conspiração imaginavam voltar ao poder tão logo as baionetas fossem recolhidas. A revista Manchete, por exemplo, que tinha notórias ligações com o ex-presidente Juscelino Kubitschek, acreditava tão piamente que o poder voltaria aos políticos que, na edição de 4 de abril de 1964, exaltava JK como candidato natural à sucessão.

Um trecho de um texto naquela edição da Manchete: "O que ele já fez antes faz de novo agora, ao pleitear que o Brasil lhe seja entregue para a execução do trinômio "Paz, Desenvolvimento e Reformas".

"Ele" era JK.

E JK, como Manchete, quebraram a cara. Castelo Branco que, segundo a mídia em geral, abriria uma "nova e brilhante" fase da República, seria apenas o primeiro de uma fila de ditadores por inacreditáveis 21 anos.

Mas esse atual exibicionismo verde-amarelo é preocupante. Ainda mais quando imagens desse domingo mostraram caminhões enfeitados pedindo a volta dos militares.

Há 45 anos, a propaganda do regime aliada à publicidade privada também se valeu dessas cores. No embalo da Copa de 70, essa mesma camisa amarela que inundou as ruas, ontem, deu o mote para a AERP dos militares (Assessoria Especial de Relações Públicas) surfar no "patriotismo".

Na época, nos Estados Unidos, era popular o slogan "Love It or Live It", uma "sugestão" para negros, estudantes ou jovens que se recusavam a lutar no Vietnã. O Brasil de Garrastazu Médici logo importou o "Ame-o ou Deixe-o". O conceito de Brasil Grande lançado a partir do Planalto ganhou força em jornais, revistas, TV e na publicidade.

Nessa semana, uma grife, a Reserva, da qual é sócio o apresentador da Globo, Luciano Huck, que pertence ao clã de amigos de Aécio Neves, lançou uma camiseta que também me lembrou a estética daqueles tempos. Trata-se de uma camiseta-exaltação a Moro.

Isso me fez teclar os anos 70 na máquina do tempo e fazer uma viagem às mensagens da época.

Por nada.

Apenas pelo desprazer de rever essa monótona onipresença dos símbolos como instrumentos de propaganda política.

Não por acaso, cores e dizeres geralmente associados ao autoritarismo.

2016: Camiseta da grife Reserva à venda 
para a manifestação de ontem.


Anos 70: O slogan autoritário do país dividido, 

As marcas aderiam ao marketing da ditadura e...

...adotavam a terminologia da repressão.
Mas um dos piores anúncio dos tempos dos militares foi este, publicado na Veja, em novembro de 1969: uma referência explícita e cruel às sessões de  torturas que aconteciam nos porões da ditadura. Isso para sensibilizar as famílias que marcharam "com Deus pela Democracia" a comprar um novo aparelho de TV.

Monica Iozzi critica mídia... Em rede social, apresentadora da Globo mostra sua indignação com o "momento triste' que o país vive


Reprodução

Hillary Clinton e Bernie Sandres criticam violência dos apoiadores de Donald Trump


Trump se enfurece contra manifestantes. Reprodução

Hillary Clinton e Bernie Sanders denunciaram a agressividade da campanha de Donald Trump no fim de semana. Segundo os pré-candidatos democratas, o republicano está incitando à violência em seus comícios.
"Ele está fazendo uma campanha cínica, de ódio e medo e encoraja seus apoiadores a brigar com quem não concorda com eles", disse Hillary. "Trump deve dizer que a violência na política é inaceitável", completou Sanders.
Apoiadores de Trump não admitem protestos contra o candidato por ocasião dos seus comícios. Foi o que aconteceu em Chicago. Um vídeo que circula na web mostra um adepto de Trump dando um soco em um negro, que protestava contra o republicano.
No vídeo, o agressor afirma que da próxima vez irar matar manifestantes contrários a Trump. O republicano, por sua vez, pede que a polícia prenda todos os manifestantes. "Se passaram a prender, eles não vão protestar contra mais nada", enfureceu-se Trump.
VEJA O VÍDEO EM QUE UM "COWBOY" PROMETE MATAR QUE FOR CONTRA TRUMP. CLIQUE AQUI

Em Copacabana, manifestantes vigiavam repórteres

O repórter Leonardo Mendes conta no site DCM que foi intimidado por um homem com a camisa da seleção ao fazer a foto acima. "Fui agredido na manifestação em Copacabana, quando tirava a foto de uma vendedora de cerveja. O que me chamou a atenção para a foto foi o contraste da cor de pele da vendedora com a de todos os manifestantes que apareciam na imagem".