domingo, 5 de julho de 2015

Chile em festa e o abatimento dos argentinos...




Festa chilena. O título inédito do Chile chegou com uma geração privilegiada de jogadores como Vidal, Vargas, Sanchez e Valdívia. Fotos Comembol


Desolação de Mascherano, que já perdeu quatro decisões pela seleção argentina. Foto AFP/Fifa
A reação de Messi ao final da série de pênaltis. O super craque, aos 28 anos, ainda está devendo um título à seleção principal do seu país. É a segunda Copa América em que é vice. Perdeu a Copa do Mundo na decisão com a Alemanha e jamais foi a uma Copa das Confederações. Era reserva mas entrou em três partidas na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Na África do Sul, 2010, fez uma Copa do Mundo sofrível, não marcou nenhum gol. Mas, fora da seleção principal, ganhou o Mundial sub-20 em 2005 e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2010. Em 2018, para a Copa do Mundo de Moscou, Messi terá 31 anos, ainda a tempo de virar o jogo em matéria de currículo em Copas. Mas o fato é que uma brilhante geração de craques argentinos que reúne, além do Messi, Mascherano, DiMaria, Aguero, Pastore... acumula derrotas em finais. Foto EFE/Comembol

por Flávio Sépia
As fotos acima deveriam ilustrar as paredes da Granja Comary. Há muito o que a seleção brasileira aprender com esses dois momentos da Copa América 2015. Não só a seleção deve repensar seus rumos. Ontem, a vibração do Chile e a tristeza dos argentinos deu o que pensar. Colunistas esportivos brasileiros escreveram, com essas palavras, que "Copa América não vale nada". A final, ontem, reuniu muitos jogadores que, como tantos brasileiros, atuam na Europa, estão cheios da grana, realizados profissionalmente, pelo menos a maioria, e, no entanto, deram sangue e suor ao torneio de futebol mais antigo do mundo: a "Copa América que não vale nada" e que comemorará em edição especial ano que vem, nos Estados Unidos, 100 anos de bola rolando. Não é pouca coisa.
E como uma "copa que não vale nada" proporciona aquela festa emocionante para mais de 50 mil torcedores?
Chilenos, merecidamente campeões, e argentinos, um time de craques, engrandeceram o futebol naqueles 120 minutos, de lance a lance, e até na dramática disputa de pênaltis. Os dois times não deixaram dúvidas de que a seleção brasileira, com a bolinha que jogou, não merecia mesmo estar na final. Vendo Chile e Argentina ou mesmo, um degrau abaixo, Paraguai, Colômbia e Peru fica difícil aceitar a apatia demostrada por muitos jogadores brasileiros nos últimos anos. Posso estar errado, mas acho que poucos, nas últimas convocações, passam a impressão de que gostam de vestir a camisa da seleção. Parece um peso. Uma missão desagradável. Nem vou falar aqui de esquemas táticos, se estão a anos-luz ou a meses-luz de um Barcelona, um Chelsea, um Bayern de Munique. Falo só de empenho e vontade. Viu o abatimento dos jogadores argentinos? O Brasil mostrou algo parecido ao ser eliminado? Acho que não. Ou será que assimilou a frase do colunista de que a "Copa América não vale nada"? As Eliminatórias serão briga de cachorro grande. Para não entrar para a história como a primeira geração de jogadores que não leva o Brasil a uma Copa do Mundo, a seleção precisa resolver muitos problemas. Mas acredito que o principal é cada jogador se perguntar se vestir aquela camisa significa alguma coisa para eles e se vale a pena correr por ela. Argentinos, chilenos, colombianos. peruanos e paraguaios, para citar alguns adversários, mostraram na Copa América 2015 que não têm qualquer dúvida sobre isso.

A frustração argentina nas primeiras páginas... "otra vez"...





E A EUFORIA DOS JORNAIS CHILENOS...






Ágatha e Bárbara Seixas, campeãs do mundo

Lições para o futebol. Ontem, as meninas do vôlei de praia não deixaram espaço no pódio do Campeonato Mundial disputado em Haia, na Holanda, para nenhuma outro país. Ouro para Ágatha e Bárbara Seixas, campeãs do mundo ao baterem as também brasileiras Fernanda Berti e Taianapor (prata). Um dia antes Juliana e Maria Elisa venceram as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler, por 2 sets a 1, com parciais de 23/25, 21/18 e 15/9, na decisão do terceiro lugar (bronze). Veja a festa das garotas.

Pódio inteiramente brasileiro no Mundial de vôlei de praia. Foto CBV

A festa de Bárbara e Ágatha. Foto CBV

A vibração da campeão Bárbara Seixas. Foto CBV

Ágatha comemora. Foto CBV



Ativistas do PETA protestam contra a barbárie e a covardia das touradas...

Neste fim de semana, em Pamplona, ativistas do Peta protestam contra a crueldade das touradas e das corridas de touros, como a que acontece neste fim de semana, em Pamplona, durante a festa de San Fermin. Foto de Roland Bos Lupion/AnimaNaturalis

Foto de Roland Bos Lupion/AnimaNaturalis

Foto de Roland Bos Lupion/AnimaNaturalis
por Flávio Sépia
Hemingway que me desculpe mas as touradas são o espetáculo mais idiota a que já assisti. E toureiros estão mais para símbolos de covardia do que de coragem. O que mobiliza seguidores do bizarro show é o sangue como êxtase final de um suposto balé que muitos consideram arte, em clara ofensa à... arte. Nem que fosse "arte" primitiva, como é o espetáculo nas arenas. Dizem que é da cultura humana. Na Roma Antiga, os embates mortais entre gladiadores levavam multidões aos estádios. Hoje, o sangrento MMA faz o mesmo. A diferença é que os gladiadores eram escravos obrigados a lutar e morrer, os lutadores do MMA são maiores de idade e não são obrigados a levar pancada, então, danem-se, e os touros são apenas vítimas do sadismo como entretenimento. Nem esporte é, já que um dos contendores, o touro, é colocado em desvantagem. Antes de o matador, a estrela maior, executar o animal, este é covardemente exaurido, espetado e torturado por seus comparsas. Acidentalmente, o touro acerta o matador. Geralmente, por justa causa e defesa própria. Tem a minha torcida. Em tempo: este texto não ofende a Espanha. Em um bar, em Toledo, antes de, por mera curiosidade jornalística, assistir a uma tourada, um garçom a quem pedi informações sobre a localização da arena, tentou me demover da ideia. Para ele e para muitos espanhóis, aquilo lá é apenas uma macabra e doentia sessão de tortura e morte. Crescem na opinião pública da Espanha os movimentos para o fim das touradas, que atualmente atraem principalmente as gerações mais velhas e turistas curiosos.
No Brasil, felizmente, a legislação contra maus tratos aos animais avançou desde a proibição de brigas de galo, o controle sobre a venda de animais silvestres, o veto a animais em circo, entre outros pontos. Nos tempos coloniais, a Família Real promoveu touradas no Rio por ocasião de festividades reais. Mas não colou no gosto da população e ainda contou com a oposição do Marquês de Lavradio, hoje nome da simpática rua na Lapa. De formação iluminista, Lavradio detestou a tourada. Na época, Portugal, que chegou a proibir a tourada em 1777, admitia o espetáculo desde que não se matasse o touro.
Nesse ponto, a Espanha se apega ao atraso.
Quanto ao MMA, deixa rolar... A julgar pelas fotos dos sujeitos arrebentados após as lutas (às vezes não dá nem para distinguir vencedor e vencido), eles já são suficientemente esculachados.

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sábado, 4 de julho de 2015

Memórias da redação: o dia em que Hebe Camargo viu a coisa ruça na Manchete

(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")
O então presidente Sarney preparava-se para ir à União Soviética e a Bloch viu na visita uma oportunidade de lançar uma edição promocional da Manchete, em russo, mostrando as capitais, a indústria, o potencial econômico, a Amazônia, o agronegócio, enfim, o Brasil desenvolvido. Um exemplar da revista - que repercutiu pelo inusitado, foi o primeiro veículo da imprensa brasileiro a lançar uma edição em russo - foi entregue a Hebe Camargo para que ela fizesse uma referência no seu programa semanal. Hebe exultou com a ideia. Abriu o programa com a Manchete na mão, chamando a atenção de todos para a mensagem do presidente Sarney, escrita em russo. O país atravessava uma fase conturbada com as medidas econômicas adotadas em duas versões do Plano Cruzado, Plano Verão, Plano Bresser, que resultaram em congelamento de salários e preços, sumiço de produtos das prateleiras, badernaço etc. A inflação galopava em picos altíssimos. "Que pena!", foram as primeiras palavras da apresentadora ao folhear a revista. "Não estou entendendo a mensagem do nosso presidente. Está escrita em russo. O que será que ele está dizendo aos soviéticos? Porque pra nós, brasileiros, mesmo ele falando português não está dando para entender nada". O auditório caiu na gargalhada.

O espião que continua sabendo demais: o momento em que Dilma percebe que Obama está usando uma câmera na lapela


por Omelete
Por alguns momentos, Dilma acreditou que os Estados Unidos estavam curados do vício de espionar todo mundo. Tanto que declarou algo assim: "Vô falá proceis, tenho pra mim que a Casa Branca não espia mais nós. Num tem mais aquele trem de entrar nos emails e no celular, uai". Mas a verdade é que a presidente percebeu lá mesmo que a coisa não é bem assim. E até olhou para a câmera oculta de Obama e posou pra uma selfie.

Não é bem assim...

por Flávio Sépia
* Essa discussão sobre a redução da maioridade chega atrasada: há muito tempo os traficantes já usam meninos de 12 e 13 anos na linha de frente. Para eles, se o "soldado" puder carregar um fuzil já é "dimaior". Aliás, o projeto que reduz a maioridade para 16 anos que foi derrotado na Câmara e reapareceu na madrugada seguinte para ser votado de novo e foi vitorioso de maneira inconstitucional, segundo juristas, tem modificações no mínimo curiosas. Uma delas beneficia indiretamente as facções armadas das favela ao excluir tráfico e roubo qualificado da lista de crimes pelos quais adolescentes de 16 anos poderão responder. Menores entre 12 e 16 são mão de obra importante nas tropas de choque dos traficantes.
* Nos últimos dias, o golpe ganhou asas. Os conspiradores perderam qualquer pudor. Bolsonaro é fichinha diante das últimas declarações dos líderes do PSDB. Vários intelectuais também já consideram a derrubada da presidente eleita. Os conspiradores só não estão de acordo, ainda, no que virá depois de Dilma. Há que aceite o vice Michel Temer no Planalto e fala-se que o PMDB busca o apoio dos tucanos para essa modalidade do golpe; e é forte a corrente que sonha com o afastamento de Dilma e Temer e com a presidência caindo no colo de Eduardo Cunha. Embora haja quem delire com a via militar não há sinais visíveis da participação dos quarteis nesse imbróglio, a não ser nos redutos mais senis da reserva, longe das tropas. Para os tucanos, a prioridade é a queda de Dilma, para isso aceitariam até o Cunha. Mas vão batalhar mesmo pela convocação de novas eleições. Imaginam que seria o "tapetão voador" que aterrissaria no Planalto com Aécio a bordo.
* De uma âncora de um telejornal, ontem, sobre o referendo na Grécia: "E o pior é que o primeiro-ministro grego fez um comício defendendo o não". Bom, o primeiro-ministro propôs o referendo e tem feito campanha pelo não. Segundo, pior porque cara-pálida? Em um referendo, ambas as posições são legítimas e estão ali para serem indicadas pelo povo. O povo vai decidir logicamente o que achar melhor. É assim que funciona. O mesmo telejornal mostrou pesquisa na qual os gregos se mostram a favor da permanência do país na União Europeia. De novo: o referendo não discute isso mas apenas indaga se o povo aceita ou não as condições para a renegociação da dívida da Grécia. E o primeiro-ministro defende a permanência do pais na UE.
* O Brasil está em crise mas exporta um modelo ultrapassado que chama atenção lá fora; as babás vestidas de branco pajeando pimpolhos e pimpolhas . Deu no jornal que a imigração francesa barrou outro dia a babá de uma celebridade. E hoje, no paddock de Silverstone, ao fim dos treinos de Fórmula 1, chamava atenção o filho de um piloto brasileiro devidamente escoltado por uma babá de branco imaculado e perfeitamente colonial. Um trecho da crônica, hoje, no jornal O Dia, do

colunista Moacyr Luz, merece registro: "O trânsito está lento na saída do Túnel Rebouças, sentido Lagoa. Na verdade, muitos carros naquele nó de acessos a Copacabana, Humaitá e arredores. Reparo, em frente, uma grande aglomeração com pessoas vestidas de branco. Época de justas manifestações contra o preconceito racial, redução da maioridade penal e a intolerância religiosa, peço ao motorista que contorne a Epitácio Pessoa pra eu entender melhor a situação. Nem precisou torcer o volante, identifiquei a tempo a ocorrência: “Eram babás e seus uniformes, quarando os bebês no brando sol das manhãs cariocas”.
* No mesmo jornal O Dia, veja a mensagem que a funkeira MC Tati Zaqui, do sucesso "Parara Tibum", e que está na Playboy, postou no Instagram ao mostrar aos seus fás a capa da edição de julho da revista: "Quem diria a mina do funk agora na capa da Playboy ‪#‎Julho‬. Opinião sua, realidade minha! Disse a magrela, avatar, feia e zoada Tati Zaqui. Falador passa mal, hoje Santo André acordou chovendo! É o choro do "s inimigos! Beijos pro RECALQUE!". 
* Se fosse hoje e dependesse de empresas privadas, Brasília não teria sido construída e a Sulacap, a empresa que tirou do chão a nova capital, não teria existido. Desde Collor, o governo foi perdendo seus braços operacionais. Um a um, os departamentos de obras do governo federal, aqueles setores que dispunham de máquinas e técnicos para meter a mão na massa, foram sendo extintos. Eram úteis exatamente para fazer as obras essenciais, aquelas que não interessavam à iniciativa privada fosse por serem desafiadoras demais ou por não compensarem em termos de lucros. Tudo isso acabou. Hoje, se o governo quiser passar uma mão de tinta em uma parede tem que contratar uma empreiteira. E isso, não significou redução de custos, ao contrário, aumentou a fatura e a superfatura. Com FHC, o processo de desmonte aumentou e vieram as agências. O Estado que já tinha perdido a capacidade de fazer, perdeu a condição de fiscalizar. Hoje, nem engenheiros tem para avaliar e entender projetos. Tem que confiar nas empreiteiras e entubar os tais aditivos, sem falar no campo fértil para a corrupção.Essas ligações perigosas estão, aliás, na raiz de todos os escândalos dos últimos 30 anos, desde os Sivam da vida, lembram? Pois bem, o país precisa resolver problemas de infraestrutura, certo? Mas não é fácil. Veja um exemplo: nessa semana, a Aneel (uma dessas agências de (des) regulamentação criada pelo neoliberalismo) promoveu um leilão para contratar energia gerada por termelétricas a gás. Nenhuma empresa privada se interessou. Por três motivos: acharam curto o prazo para construção das usinas; temem que o BNDES não lhes repasse o dinheirinho amigo que permitia altos ganhos nesses projetos; e vão faturar muito mais dinheiro vendendo e comprando energia que não precisam produzir no mercado especulatório, uma espécie de novo "over night', onde um garotão com uma sala e um telefone na Rio Branco ou na Avenida Paulista ganha milhões sem gerar um só KW. E esse mercado acaba impactando a sua conta de luz desde que os tucanos decidiram que energia não tem valor social e é commoditie, pague quem puder. Esse é, aliás, o desastrado modelo herdado de FHC e que Lula e Dilma não mexeram, sendo que esta última até piorou o que estava ruim. Então, é isso; se as empresas privadas não se interessam em construir as usinas, o governo só tem duas saídas; transfere mais dinheiro público para os concessionários privados e aí, quem sabe, alguém vai topar, ou esquece os projetos já que não tem mais equpamemtos públicos nem para pregar um prego no banheiro do Alvorada. Caso semelhante acontece no Rio de Janeiro, onde o estado fez uma licitação para a construção de um grande sede para o Bope e outra unidades policiais e não apareceram interessados. Agora, o governo fará nova tentativa. Quando construtoras privadas não querem construir, mesmo reclamando do mercado imobiliário atual, algo há, como dizia Brizola. Ou querem lucros astronômicos ou não querem entrar com capital próprio e preferem o financiamento a preço de banana e ainda gordo faturamento. Ou, ainda, com a alta dos juros da dupla Levy-Dilma, muitos preferem trocar atividade fim pela especulação no mercado financeiro.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Brasileiro venceu concurso de fotos por drones...

por Clara S. Britto
A propósito do post publicado neste blog sobre o avanço dos drones como ferramenta para fotógrafos, vale registrar que a rede social Dronestagram em parceria com a National Geographic promoveu um concurso de fotos captadas por drones. Foram premiadas três categorias: Lugares, Natureza, e Dronies (selfies tiradas com drones). O primeiro prêmio, na versão para fotos de 2015, ficou com o brasileiro Ricardo Matiello, cujo drone voou acima do nevoeiro de Maringá (PR) para focalizar o topo da catedral. Veja que linda foto:
Catedral de Maringá. Foto Ricardo Matiello/Divulgação

Fora da lei

O agente da Polícia Federal Dalmey Fernando Werlang revelou à CPI da Petrobras que escutas ilegais foram colocadas em cela com preso da Operação Lava Jato. A ordem para a instalação dos microfones teria sido dada pelo superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, e pelos delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo. Ele ainda confirmou que as escutas fizeram gravações e foram repassadas a Anselmo e uma delegada. Havia microfones também no fumódromo. Os grampos não tinham autorização judicial.

Tocha Olímpica Rio 2016: Comitê Olímpico do Brasil apresenta o símbolo dos Jogos

Divulgação
Inspirada em símbolos cariocas, como  o Calçadão de Copacabana, a Tocha Olímpica Rio 2016 foi apresentada oficialmente, hoje. Ela será conduzida por 12 mil pessoas, passará por centenas de cidades em 26 estados e percorrerá 20 mil quilômetros até chegar ao Maracanã, no dia 5 de agosto de 2016, quando será acesa a pira olímpica. A jornada no Brasil deverá ser iniciada entre abril e maio de 2016 e irá durar cerca de 90 a 100 dias. A tocha foi criada pela agência de design Chelles & Hayashi, após concurso que contou com 76 participantes. Feita em alumínio reciclado, a peça revela o céu, o mar, as montanhas da cidade-sede dos Jogos. A tocha Rio 2016 traz, ainda, uma inovação: no momento em que encosta na outra, na passagem do revezamento, ela ganha cores e movimento, um recurso inédito.
Divulgação

Jornalista é vítima de racismo

Foto Divulgação/TV Globo
A jornalista Maria Julia Coutinho, que apresenta o quadro de meteorologia no Jornal Nacional, foi mais um vítima do racismo que se expande no Brasil. O crime foi cometido por internautas que fizeram comentários na página oficial do JN no Facebook. "Só conseguiu emprego no Jornal Nacional por causa das cotas. Preta imunda";  "Alguém poderia jogar um biscoito para ela, logo?", era esse o teor das agressões. Muitos outros internautas saíram em defesa da jornalista. Autoridades podem facilmente identificar os autores das ofensas. E isso tem sido feito inúmeras vezes. O problema é que quando o caso chega à Justiça, o desfecho é sempre amigável e "educativo". Quando condenados, se o são, os racistas recebem penas alternativas risíveis. Passar a mão na cabeça dos racistas não está funcionando. Recentemente, houve um caso de racismo na ginástica olímpica, repercutiu inicialmente, caiu no esquecimento, depois, e um dos agressores acabou até premiado com a convocação para os Jogos Panamericanos que serão realizados, nos próximos dias, no Canadá.
O resultado é que a impunidade, como nos casos de intolerância religiosa que já registram assassinatos e agressões físicas ou de violência contra animais, leva à multiplicação das ocorrências. Se as leis não forem efetivamente aplicadas, as instituições do país, em vez de combater, estarão dando aval ao racismo.
ATUALIZAÇÃO EM 4/7/2015 - Segundo a coluna da jornalista Monica Bérgamo, da Folha, o Ministério Público de São Paulo vai investigar os ataques racistas feitos na internet à jornalista Maju Coutinho, do Jornal Nacional. O promotor de Justiça responsável pelo caso, Christiano Jorge Santos, da 1ª Promotoria de Justiça Criminal da capital garante que o MP vai "rastrear de onde vêm os xingamentos e identificar os autores". Vamos ver se dessa vez esses elementos vão puxar uma cadeia.


Novo clipe de Rihanna é coisa de cinema...


por Omelete
O novo clipe da cantora Rihanna, "Bitch better have my money", é um minifilme, com começo, meio e fim recheado de violência e nudez. A direção, com toques que lembram Sam Peckinpah ou Quentin Tarantino e uma trama de vingança, é da própria Rihanna em parceria com a Megaforce, um coletivo de diretores que reúne cineastas e designers. Para assistir à versão integral do clipe é necessário ser maior de idade.
VEJA O CLIPE, CLIQUE AQUI



Grécia: o outro lado

Os jornais brasileiros devem ter uma espécie de supra-copy desk encastelado em uma torre secreta cuja única função é unificar opiniões. É impressionante como a coreografia de "análises" é perfeitamente ensaiada e executada. As interpretações da crise da Grécia, por exemplo, são monotonamente iguais. "Tios" e "tias" colunistas escrevem "relatórios" que o FMI e o Banco Central europeu podiam perfeitamente assinar embaixo. Para se obter uma visão honesta da situação faz-se necessário garimpar artigos de jornalistas independentes e economistas brasileiros que levam alguma dignidade ao teclado do computador. Ou recorrer a uma leitura diversificada em jornais europeus e americanos. São grandes veículos, de DNA capitalista, defendem suas posições, mas abrigam matérias e artigos que contemplam os vários lados da questão, sem sectarismo. E passam longe do cinismo midiático inteiramente rendido ao mercado financeiro como se vê por estas bandas com uma mídia bem postada à direita do acostamento para a qual o resto do mundo é "bolivariano". Uma análise que você não lerá na mídia nacional de mercado, por exemplo, é a que relata a posição de renomados economistas, como Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, segundo a qual os credores internacionais e as instituições multilaterais estão colocando exigências exageradas sobre a Grécia, país que sofre há anos uma política de austeridade, que foi implantada na crise de 2008. A deterioração da situação econômica vem dessa pressão descabida dos especuladores, que resultou em graves danos sociais e um índice de cerca de 35% da população em situação de pobreza. Segundo Stiglitz, a aposta na depressão tem consequência catastróficas que favorecem apenas à especulação financeira.  Stiglizt diz ainda que os credores internacionais têm imposto modelos defeituosos ao mundo e que a Grécia é apenas o exemplo mais recente. "A disparidade entre o que a troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) pensou que iria acontecer e o que emergiu foi impressionante - e não porque a Grécia não fez o que era suposto, mas porque ele fez, e os modelos eram muito, muito falhos", disse Stiglitz ao The World Post. Analistas afirmam que nem a Alemanha, nem qualquer outro governo europeu apresentou um argumento plausível e capaz de demonstrar que mais austeridade, cortes de benefícios, cortes salariais e demissões vão instigar o crescimento. Mesmo economistas liberais, como Ken Rogoff, de Harvard, colocam bom senso na discussão. Ele argumenta que nem todos os programas de reforma estrutural são ruins, critica os economistas de esquerda por demonizá-los, mas diz que, no caso da Grécia, podem não ser a melhor resposta. Outros economistas apontam que a Grécia está presa em um ciclo vicioso de dívida. Os empréstimos que recebeu não chegaram ao país e foram destinados aos especuladores privados em vez de ir para os cofres do governo. Jared Bernstein, um ex-assessor econômico do presidente Barack Obama, defende que a Europa poderia ter ajudado a economia grega de uma forma mais inteligente e sustentável. Enquanto a prodigalidade grega foi parcialmente responsável, as políticas dos credores também têm sido desastrosas".
LEIA ARTIGO SOBRE O ASSUNTO, COM ESTATÍSTICAS, EM THE WORLD POST. CLIQUE AQUI


Deu no GGN: "Como o presidente da Mercedes errou e culpou o Brasil"

por Luis Nassif (para o GGN - Jornal de todos os Brasis) 
Observador atento e experiente do universo industrial, o economista Antônio Correa de Lacerda sustenta que o Brasil não perdeu atratividade do ponto de vista do investimento produtivo. Sua análise foi desenvolvida em palestra no 60o Forum Brasilianas, sobre a indústria.
 O fluxo de investimento direto estrangeiro continua muito forte, entre US$ 60 a US$ 65 bi a cada ano. O Brasil permanece um dos cinco maiores absorvedores de investimento.

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 "A questão é: o que esses caras estão vendo que nós não vemos?", indaga ele.
 O último relatório da UNCTAD sobre investimentos globais mostra o Brasil em quarto lugar. Não se trata do passado, mas do futuro. Na pesquisa prospectiva - sobre os países que as multinacionais irão investir nos próximos anos - o Brasil continua em 4o lugar.
 Para Lacerda, parte dessa visão distorcida se deve à cobertura da imprensa, que reflete muito mais torcida que análise.

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 Outra questão é que alguns executivos debitam ao país a responsabilidade por eles que eles próprios cometeram.
 Recentemente, a Folha publicou entrevista com o presidente da Mercedes do Brasil, Phillip Schiemer. Segundo o jornal, ele "não mede palavras para falar da sua desilusão com o governo Dilma". "
 "O país perdeu a previsibilidade com as mudanças nas premissas da política econômica. Voltamos uns 20 anos no tempo", disse Schiemer à Folha. "O PSDB vota contra suas crenças e o PT também. Você acha que alguém vai se arriscar a investir?".

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 Lacerda considerou uma "barbaridade" o crédito que se deu às palavras do executivo. "Lendo a matéria, percebe-se que ele não entende nada de Brasil. Cometeu vãrios erros estratégicos e bota a culpa no país", diz ele. Desenvolveu modelos de veículos cujas especificações não cabiam nos financiamentos do Finame, por exemplo.
 No dia seguinte, um advogado conhecido cita o executivo com pompa e circunstância no jornal Valor Econômico e diz que a bola da vez é o México.
 Lacerda analisou os dados do México, e não havia termos de comparação. Em termos de investimento produtivo, o Brasil recebe três vezes mais que o México.

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 Cometemos erros sérios estratégicos de deixar defasar demais a indústria, aumentar a vulnerabilidade externa, perder espaço na indústria de transformação. Mas o Brasil permanece com o maior parque industrial da América Latina, fazendo parte de redes globais importantes, tendo por aqui as maiores empresas do mundo com executivos altamente qualificados.

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 Lacerda acha que há um pessimismo exacerbado até em relação à inflação. Há um momento de subida, agora, pela correção de preços defasados - câmbio e tarifas públicas. Mas até 2014, a inflação de 6% ao ano era desconfortável, mas estava em linha com países com economias em transição e porte semelhante: no ano passado a Índia bateu em 5,9%, a África do Sul em 5,3% e a Rússia com 11,4%.
 A transição provoca mudança populacional, urbanização, mudança na estrutura de alimentos, nos preços dos serviços, na estrutura de mercados oligopolizados. O Brasil tem a jabuticaba do resto de indexação que ainda não foi extirpado. Tirando isso, diz Lacerda, todas as demais pressóes são de fatores de longo prazo, inerentes a esse estágio de inclusão.

LEIA NO GGN EM LUIS NASSIF ON LINE, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O "lado A" de Kim Kardashian está na capa da Rolling Stone deste mês

por Omelete
A socialite americana que se tornou um fenômeno de mídia é famosa pelo seu poderoso "lado B", uma preferência internacional de proporções respeitáveis e que virou uma espécie de lugar-comum em matéria de capa de revistas que já mostraram a citada região latifundiária de perfil, de cima para baixo, de baixo para cima, em 3D, com photoshop e sem photoshop. Daí, Rolling Stone deste mês preferiu destacar outa zona de convergência de Kim Kardashian igualmente bem dotada de proteína e lipídeos. Na entrevista, ela reclama que a midia a retrata menos inteligente do que ela realmente é. DE fato, não se tem notícia de coleguinhas jornalistas procurando saber a opinião da socialite sobre o Bóson de Higgs, o tratado nuclear com o Irã nem o código do DNA dos javalis. A Kardashian também não tem muita oportunidade de exercitar a inteligência em casa: ela é casada com o rapper Kanye West, autor da chamada "melô da malhação". Saca a profundidade da letra: "Trabalhe duro, melhore, faça mais rápido, faça mais forte, mais do que nunca, hora após hora..."

Turma da Mônica e Adam Sandler apresentam Pac Man, Donkey Kong e Space Invaders

A turma mais querida do Brasil em sua versão pixelada se prepara para receber no próximo dia 23 um dos filmes mais esperados do ano: PIXELS. Confira no link abaixo a estrela do longa Adam Sandler explicando para a Mônica todos os detalhes dessa aventura que junta as estrelas dos games "Pac Man", "Donkey Kong" e "Space Invaders"!
 Sinopse: Em Pixels, quando seres intergalácticos interpretam um arquivo em vídeo com imagens de jogos de arcade clássicos como uma declaração de guerra contra eles, eles atacam a Terra usando esses jogos como modelos para suas várias ofensivas. O presidente Will Cooper (Kevin James) busca ajuda de seu melhor amigo de infância Sam Brenner (Adam Sandler), um campeão de competições de vídeo-games nos anos 80 - e agora um instalador de home theater - para liderar uma equipe de jogadores veteranos (Peter Dinklage e Josh Gad), derrotar os alienígenas e salvar o planeta. Eles ainda vão contar com a ajuda da tenente-coronel Violet Van Patten (Michelle Monaghan), uma especialista em tecnologia que irá fornecer aos arcaders as armas exclusivas para lutar contra os aliens. PIXELS é dirigido por Chris Columbus e produzido por Adam Sandler, Chris Columbus, Mark Radcliffe, e Allen Covert.

Fonte: Sony Pictures Entertainment

VEJA O VÍDEO "ADAM SANDLER ENCONTRA A TURMA DA MONICA. CLIQUE AQUI

VEJA O TRAILER DE SPACE INVADERS, CLIQUE AQUI

Depois dos repórteres-fotográficos, artistas descobrem a fotografia feita a partir de drones...

Reprodução Facebook SkyCam Algeria

Reprodução FacebookSkyCam Algeria
por Emerson 
Após a onda de ações espetaculares com a "novidade", os drones começam a ocupar um lugar mais técnico, digamos, na fotografia. E não apenas como meio de captura de imagens jornalísticas. Depois dos repórteres-fotográficos, artistas popularizam os drones como ferramentas úteis para ensaios ou produção de imagens de longo alcance.
VEJA NO HUFF POST VÍDEO E ÁLBUM DE FOTOS SOBRE O TEMA, CLIQUE AQUI


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Adesivo do golpe: as forças que querem derrubar Dilma Rousseff acabam de ganhar um símbolo. O logotipo da "gloriosa Revolução Coxinha" já está nas ruas.

por Flávio Sépia
Entre as chamadas classes mais endinheiradas, Dilma Rousseff nunca teve tanto apoio, mesmo quando a sua popularidade alcançou melhores índices. Quanto mais perto do topo da pirâmide, mais ódio a primeira mulher presidente despertava. A crise econômica, política, administrativa e as denúncias de corrupção sempre expostas quando miram o governo e sempre escondidas quando atingem partidos de oposição (casos do metrô de SP, mensalão mineiro, caso Cachoeira, esquemas de sonegação e, mais recentemente, o escândalo que envolve um governo do PSDB, o de Beto Richa, no Paraná), tudo isso junto e misturado acossa o governo Dilma. Por outro lado, a presidente também se distanciou das organizações da sociedade, dos movimentos populares, únicas forças capazes de oferecer apoio a um governo que não pretenda paralisar programas sociais e levar o país a abrir mão de conquistas importantes para a população. A razão principal desse afastamento é a opção que o governo fez por um arrocho que atinge exata e prioritariamente os não-privilegiados.
Recém-eleita democraticamente, é claro que Dilma deve ter seu mandato respeitado. As instituições estão ativas, o Congresso está aí, para o bem e para o mal derrotando o governo sob o comando de dois políticos antes execrados e que, ao confrontarem Dilma, ganharam o apoio súbito e entusiasmado da oposição e da mídia. Viraram paladinos da República. Os tribunais superiores estão funcionando, com algumas instâncias até empenhadas em apertar o cerco à presidente. Onde isso vai dar? Não se sabe. Mas há sinais de que os caminhos que se abrem são perigosos. Não é mais segredo e nem os "conspiradores" falam em voz baixa - ao contrário, a ala mais à direita ainda do PSDB já assume abertamente que trabalha para derrubar Dilma Rousseff - que a "Revolução Coxinha" avança e, para isso, "meios legislativos e judiciais" (tal como no Paraguai, Honduras e Ucrânia, países que sofreram golpes com aparência "legal") são acionados, enquanto a mídia de mercado cuida do trabalho junto à opinião pública. Já há um clima de caça a quem não concorda com o pensamento dominante de "Delenda Dilma".
Campanha financiada: o adesivo que simula "penetração"
estava à venda em um site de eComércio.
Opositores de Dilma criam
a marca do golpe: "Revolução Coxinha" já tem logotipo.
Foto: Reprodução
Que o digam, Jô Soares, pela entrevista com Dilma, e Marieta Severo, por ousar apontar ações positivas dos governos do PT e por não concordar com o golpe; o passageiro agredido em uma avião por estar lendo a Carta Capital;  o jovem ameaçado na rua por usar camisa vermelha, o ex-ministro Guido Mantega, que foi alvo de xingamentos, palavrões e, por pouco não sofreu agressão física em um hospital e em um restaurante; o envio de "agentes" provocadores a congressos ou eventos ligados ao PT com o claro intuito de criar situação crítica e potencialmente arriscada. Tais casos apontam para uma escalada. E cada vez fica mais claro que há uma coordenação de atos e uma visível demonstração de que, nos próximos meses, os limites do bom senso serão ultrapassados.
Se faltava um logotipo à campanha organizada para o golpe contra Dilma, não falta mais.
O adesivo da "Revolução Coxinha", talvez o que melhor retrata o nível dos conspiradores, já está nas ruas.  

A PROPÓSITO, LEIA NA CARTA MAIOR, ARTIGO DE LÉA AARÃO REIS, CLIQUE AQUI

O cerco à Grécia

A Espanha está há quatro anos seguindo a mesma e dura receita de ajustes entubada pela Grécia e não saiu do atoleiro. Ao contrário, ganhou mais desemprego e estagnação. Portugal idem e permanece patinando. Mesmo Itália e França não têm o que festejar. O tema aqui é a Grécia mas vale o alerta: a dupla Dilma-Levy quer esse mesmo arrocho e está afinada com o mercado e seus porta-vozes da mídia sob aplausos dos especuladores. A meta é oferecer sangue e ranger de dentes, de um lado, e multiplicar lucros devidamente turbinados pela disparada da taxa de juros, de outro.
Na Europa, instituições que atuam segundo a lógica do mercado financeiro especulativo, como o FMI, o Conselho europeu, o Banco Central, a chamada troika, apertam o cerco sob o comando autoritário da Alemanha (quem diria, 70 anos depois do fim da Segunda Guerra, a Europa se rende à então derrotada Alemanha).
Pouco mais de meia-dúzia de especuladores presentearam o mundo com uma crise financeira que vem de 2008. Bancos, fundos, agências de risco, unidos, criaram o caos e a conta que até hoje é imposta a vários países e a mais de 1 bilhão de pessoas. Na época, houve um indignação e pressões para que uma legislação internacional impusesse mecanismos de controle ao mercado financeiro. Deu em nada. Os especuladores controlam instituições e facilmente condicionam governos. O ciclo não foi quebrado. O mercado permanece livre para lucrar, manipular e burlar. Nenhum grande banco privado terá prejuízos com o agravamento da crise grega. A conta já foi passada para instituições públicas e, por tabela, para os contribuintes. A Grécia é apenas a bola da vez.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Repórter da Globo News leva "toco" de Obama...

Deu no Portal Imprensa (leia a matéria no link, abaixo). O comentário que se segue é do blog. A jornalista brasileira fez uma pergunta a Dilma Rousseff durante a coletiva da presidente ao lado de Barack Obama. Mas antes da pergunta propriamente dita, a repórter faz uma afirmação. Ou seja: já parte garantido uma "verdade" antes da indagação. É muito comum e questionável esse método na mídia de brasileira e, no caso, mostrou que a repórter devia estar apenas cumprindo a orientação político-editorial do veículo e precisava tão somente que a entrevistada confirmasse a "tese": a de que os Estados Unidos - e a repórter não cita fonte ou circunstância em que tal "premissa" foi comprovada -  consideram o Brasil uma mera "potência regional". Se é fato ou mito não seria mais autêntico perguntar isso claramente, diretamente? Antes que Dima pudesse responder, Obama intervém rapidamente e coloca sua posição contrária ao que a repórter garantia no tal "enunciado" da sua pergunta. Depois do "toco", Obama discorre sobre o assunto e explica porque a Casa Branca não desvaloriza tão grosseiramente a posição brasileira em matéria de comércio, política internacional, meio ambiente, saúde global e estabelece a importância do país como aliado na luta contra o terrorismo. Resumindo: o Barack, que não é bobo, captou que a "tese", da forma como foi apresentada, parecia mais uma espécie de "manifestação político-jornalística" que ele considerou inadequada ao seu terreiro. Comentário de um usuário da ciclovia da Av. Paulista a caminho de uma redação que é uma "potência regional" da mídia: "Ficou faltando a tréplica da repórter, já que havia tanta certeza no enunciado da questão".
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Donald Trump, parceiro da Band, é demitido da NBC por fazer comentários racistas.... Como resposta às ofensas, México cancela participação em concurso de miss promovido pelo milionário. E a Band? Vai continuar com o racista?

Pesquisa revela que mais da metade dos
americanos ouvidos considera a candidatura
de Trump à presidência um golpe publicitário. Já o
Daily News definiu, na capa, como palhaçada.
Pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump afirmou que imigrantes mexicanos que chegam aos Estados Unidos são estupradores e traficantes. O discurso racista fez com que as redes NBC, a Televisa e a Univision rompessem contratos com o milionário e fanático militante da direita patológica, que confirmou suas declarações. A NBC, onde ele apresentava o programa O Aprendiz, o demitiu imediatamente.  Em protesto, o México desistiu de participar do Miss Universo. Ocorre que Trump é detentor dos direitos do concurso. A Band, que é parceira de Trump no miss Universo, ao confirma que transmitirá o concurso normalmente, apesar das posições racista do milionário e da rejeição às ofensas racistas.
No começo do anos 1990, Trump ascendeu rápido como dono de corporações industriais. Foi à falência e se envolveu em dívidas. No final daquela década, mudou de ramo e passou a surfar nas boas ondas do mercado imobiliário, com ramificações em cassinos e hotéis. Costuma aparecer na mídia a bordo de declarações polêmicas como a de ser a favor da tortura. Ofereceu 5 milhões de dólares que quem lhe levasse a certidão de Barack Obama, que ele dizia não ser americano. Recentemente foram anunciados investimentos de Donald Trump em torres a serem construídas da região portuária do Rio. Mas, segundo publicou o site "Acorda Rio", o milionário não investiria um só dólar no badalado empreendimento. Ao contrário, receberia 10% dos lucros apenas para ceder sua marca. Seria apenas uma estratégia para atrair o mercado de luxo. Sem conhecer detalhes desse contrato, jornais e revistas teriam ajudado no oba-oba marqueteiro ao noticiar, sem comprovar, que Trump ergueria cinco torres no Rio. A pergunta que não quer calar? Mexicanos vão poder entrar nos prédios com a grife Trump no cais do porto carioca?
Quanto à Band, se continuar com o Miss Universo-Trump, perderá uma boa oportunidade de mostrar que jornalismo não é só vender publicidade. Seria um bom protesto e lhe custaria quase nada: o concurso está bem longe dos seus tempos áureos, é decadente e brega e não chega a ser um campeão de audiência. Não transmití-lo seria uma inestimável contribuição à qualidade da programação da TV brasileira.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

"Viva Las Vegas": Paola Oliveira em momento Marilyn Monroe... É o comercial da Skol

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Paulo Nogueira escreve: "Só um idiota para acreditar no "escândalo" da UTC"

por Paulo Nogueira (para o Diário do Centro do Mundo)
Somos todos idiotas. É, pelo menos, o que a grande mídia pensa. O ridículo estardalhaço em torno das alardeadas revelações do dono da UTC ultrapassa todos os limites do descaro, da hipocrisia e da desonestidade. Colunistas – os suspeitos de sempre –parecem fingir que acreditam nos disparates que escrevem. Mais uma, o coro é pelo impeachment de Dilma. Dia sim, dia não, aparecem supostas novidades que levam os colunistas das empresas de mídia a gritar, histéricos, pelo fim de um governo eleito há pouco tempo com 54 milhões de votos. O caso particular do UTC é icônico. Todos os holofotes vão, condenatórios, para Dilma e para o PT, pelo dinheiro dado para a campanha petista.
Foram, segundo cálculos de um site ligado à Transparência Brasil, 7,5 milhões de reais.
Não é doação: é achacamento, propina, roubo.
Ninguém diz que a campanha de Aécio levou ainda mais da UTC: 8,7 milhões.
Neste caso, não é propina, não é achaque, não é roubo. É demonstração de afeto e reconhecimento pelos dentes brancos do candidato Aécio. E eles querem que a sociedade acredite nesse tipo de embuste. A mídia presta mais um enorme desserviço ao Brasil com essa manipulação grosseira e farisaica. Você foge do real problema: o financiamento privado de campanhas, a forma como a plutocracia tomou de assalto a democracia. É um problema mundial, e não apenas brasileiro. Dezenas de países já trataram de evitar que doações de grandes empresas desvirtuem a voz rouca das ruas e das urnas. No Brasil, a mídia não trata desse assunto, em conluio com políticos atrasados e guiados pelo dinheiro, porque se beneficia da situação. Nem o mais rematado crédulo compra a história de que as doações empresariais são desinteressadas. A conta vem depois do resultado, na forma de obras ou leis que beneficiam os doadores. Veja os projetos de Eduardo Cunha, para ficar num caso clássico, e depois observe as companhias que o têm patrocinado.Em alguma publicação, li até uma lição de moral na forma como o PT teria abordado o dono da UTC para pedir dinheiro para a campanha de Dilma.
A abordagem não teria sido “elegante”. Imagina-se que quando o PSDB solicita dinheiro seja coisa de lorde inglês, pelo que pude entender: ninguém fala em dinheiro, ninguém toca em dinheiro. É como uma reunião social, entre amigos, em que o dinheiro é a última coisa que importa. Como disse Wellington, quem acredita nisso acredita em tudo. Outro crime jornalístico que é cometido é dar como verdadeiras quaisquer coisas ditas nas delações, como se elas estivessem acima de suspeita.
Quer dizer, esse tratamento só vale contra o PT. Quando se trata dos amigos da mídia, aí sim entram as ressalvas. Há que investigar, provar etc – coisas que absolutamente não valem para o PT.
Que a imprensa, movida pelo interesse de seus donos, aja assim, até que você pode entender.
O que não dá para aceitar é que a justiça faça a mesma coisa, e com ela a Polícia Federal.
Porque aí você subverte, por completo, o conceito de justiça, e retrocede aos tempos de João VI no Brasil.
Sua mulher, a rainha Carlota Joaquina, mandou matar uma rival no amor.
Dom João pediu investigação rigorosa.
Quando chegaram a ele os resultados do trabalho, com Carlota Joaquina comprovadamente culpada da morte, ele refletiu, refletiu – e queimou os documentos que a incriminavam.
Aquela era a justiça, e esta nossa não é muito diferente quando se trata da plutocracia.
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Mídia: o uso político da ficção...

A mídia de mercado brasileira usa e abusa das fonte anônimas. E demonstra, inclusive, não conhecer, pelo menos do ponto de vista ético, a função que a fonte não-identificada deve exercer em um jornalismo honesto, sem direção ideológica e corporativa (no caso da mídia brasileira, o proselitismo do neoliberalismo e da direita, acima de tudo, como tem demonstrado ao longo da história no apoio a ditaduras no Brasil e no exterior e na participação em conspirações). Trata-se de um recurso que deveria ser usado como "pista" e, em seguida, comprovado com os envolvidos ou em mais de uma fonte através de um trabalho de reportagem decente. Alguns colunistas ou editores, ao dar vazão à  notas "psicografadas" (e o meio digital exacerbou a tendência), devem se sentir os Bob Woodward e Carl Bernstein do pedaço, sem levar em conta que os jornalistas que desvendaram, com provas, o Caso Watergate, usaram a fonte não revelada - o famoso Deep Throat - como mapa da apuração e não como interlocutor conclusivo. E isso é óbvio: se o jornalista usa a fonte, sem confirmar o que esta lhe passa, arrisca-se, como acontece frequentemente aos colunistas brasileiros, a ser usado por interesses políticos, empresariais, corporativos, econômicos, esportivos e até sociais. Exemplos não faltam e diariamente. E não envolvem apenas políticos: artistas, jogadores, escritores, apresentadores, cantores e compositores, socialites, etc, são vítimas dessas "fontes anônimas" geralmente codificadas como "pessoas próximas", "interlocutor", "um frequentador do Planalto", um "ex-ministro", um "ex-diretor" etc. Um colunista já ousou escrever um "Lula está pensando", sem explicar como conseguiu a missão telepática de penetrar no cérebro do ex-presidente que, obviamente, desmentiu a nota. O jornalista, também obviamente, não contestou o desmentido, e nem podia.
O exemplo de jornalismo de ficção da semana é da Folha. E o próprio jornal admitiu. Leia nota do Portal Imprensa, abaixo.

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Ruivas naturais posam para calendário contra bulliyng. Elas aceitam o fetiche mas rejeitam apelidos de "Ferrugem", "Arroto de Fanta" e "Cenoura"...


por Omelete
O fotógrafo Thomas Knights se antecipa à onda de calendários 2016 e lança a "Red Hot", folhinha dedicada às ruivas naturais. Parte da renda obtida com a venda do calendário será destinada a campanhas contra o bulliyng em escolas, uma preocupação constante em algumas países.
Acredite, embora tenham cabelos vistos como um fetiche e a marca de muitas estrelas sedutoras do cinema, meninas ruivas (e meninos também, o fotógrafo Thomas Knights produziu uma versão masculina dos ensaios) são vítimas de bulliyng e costumam ganhar apelidos depreciativos. Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 2% da população é ruiva natural (no mundo, seriam 1%). Alguns cientistas defendem que os genes que induziram a despigmentação da pele e dos cabelos já estavam impressos nos povos primitivos da África que emigraram para a Europa. Ao longo de milênios, eles foram se adaptando geneticamente ao clima frio e à pouca exposição ao sol. Os mesmos genes africanos teriam gerado o albinismo. No Brasil, há ruivos, em pequeno percentual, no Sul, consequência da imigração, e até no Nordeste, herança da presença colonial de holandeses e franceses.
Alguns cientistas defendem que os genes que induziram a despigmentação da pele e dos cabelos já estavam impressos nos povos primitivos da África que emigraram para a Europa. Em milênios, eles foram se adaptando geneticamente ao clima frio e com pouco sol. Os mesmos genes africanos teriam gerado o albinismo. Nos colégios, os ruivos brasileiros são vítimas de apelidos como "Ferrugem" e "Arroto de Fanta". Em 2013, promoveram um encontro nacional no Rio de Janeiro. A "ameaça" mais divulgada a uma ruiva brasileira deu-se quando a Globo quis cortar os cabelos da atriz Marina Ruy Barbosa durante uma novela. A atriz se recusou, o caso virou polêmicas, mas o visual "C, para usar outro apelido comum aos ruivos, foi preservado.

Mídia: a pauta dominante da semana passada (e as charges do Alpino)


por Clara S. Britto
A morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo foi o tema principal na TV aberta, internet e rádio, principalmente, além da cobertura factual nos principais jornais do país. A música sertaneja, apesar de ampla exposição da TV, não é dominante nos grandes centros. É absoluta na Região Oeste do país e interior de SP e MG e alcança o interior do PR. Na Região Norte tem penetração um pouco menor e, em Belém, divide a preferência com os ritmos locais, como o carimbó, a toada. No Nordeste, acontece algo parecido, com a forte influência e concorrência do forró e do axé. Em capitais como o Rio de Janeiro e em bairros de classe A de São Paulo, Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba e Florianópolis (capital da música eletrônica), a musica sertaneja não mostra muita força em todas as classes, mas tem seu público e consegue atingir certos bolsões. No Rio, por exemplo, a maioria dos sertanejos que fazem shows com bons públicos na Barra da Tijuca, um universo carioca com gostos muito particulares, ou nas casas de espetáculos das cidades do Grande Rio são desconhecidos em Ipanema, Leblon, Lagoa, Gávea, Botafogo e no tradicional bairro da Tijuca, a "capital" carioca do samba. Funk, samba, chorinho, bossa nova, rock, pop, música eletrônica são concorrência forte para os cowboys do interior. Por isso, muita gente e surpreendeu com a repercussão da morte de Cristiano e da sua namorada Allana em acidente de carro. Até apresentadoras erraram o nome do cantor na TV: uma o chamou de "Cristiano Ronaldo", outra de "Leonardo". Claro que as circunstâncias, a idade das vítimas, tudo isso fez aumentar a comoção em torno do acidente e também motivou um interesse maior da mídia. Mas o fato é que grande parte do país não conhecia Cristiano Araújo, que tinha sucessos nas paradas desde 2011, e não via a maioria dos programas de TV nos quais ele era presença frequente. Por ser por preconceito ou por uma simples questão de gosto, mas o fato é que o cantor era
produto de um universo que tem sua importância e seu grande público, goste-se ou não, mas que fica à margem da parcela da maioria da população que aponta para a parte de cima da classe média.
Daí, charges como a de Alpino que bombou na internet. Aliás, Alpino tem a característica jornalística de estar sempre ligado nos fatos, com um lápis rápido no gatilho.
Veja outros exemplos, abaixo, e conheça o blog do cartunista.





 VEJA MAIS CHARGES DO ALPINO, CLIQUE AQUI

sábado, 27 de junho de 2015

Do GGN, o jornal de todos os Brasis: "O tempo político de Dilma está prestes a esgotar"

por Luís Nassif on line
O cenário político que se tem atualmente é o seguinte:
Estrangulamento gradativo de todas as ações de governo, ainda que à custa do comprometimento da economia. MPF (Ministério Público Federal) e Lava Jato se empenham em desmontar a cadeia produtiva de petróleo e gás. O TCU (Tribunal de Contas da União) mira suas armas nas hidrelétricas da Amazônia. O Congresso fuzila o ajuste fiscal. O torniquete continuará apertando enquanto o governo não recuperar legitimidade.
Polícia Federal e MPF impondo um cerco severo a todas as atividades do PT e de seus candidatos e o TCU ameaçando rejeitar as contas de Dilma. Esse cerco continuará aumentando.
Ampliação da recessão e do desemprego, agravados pela política monetária do Banco Central. Não há sinais de arrefecimento no horizonte. Vai piorar muito, antes de melhorar.
Incapacidade da presidente de articular um conjunto mínimo de propostas que se assemelhe a um programa de governo, de recriar algum sonho na opinião pública.

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No momento, o quadro é de dispersão ampla do conjunto de forças que, de alguma maneira, apoiaria Dilma.
Em entrevista ao Washington Post, Dilma endossou as ações da PF. Na planície, Lula começa a preparar estratégias de imagem que o descolem do governo Dilma e do PT. E o PT trata de reforçar seus princípios, distanciando-se do governo Dilma.

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Paradoxalmente, há um amplo espectro de forças disponível na sociedade, à procura de uma alternativa contra a frente heterogênea, confluência de ódio, preconceito e uma gana tão ampla de destruir empresas que alguém, no meu Blog, taxou a esse movimento de ofensiva do país improdutivo contra o país que produz.

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Em que pese a crise e a desesperança, há uma enorme energia pronta para vir à tona, quando se resolver o nó político. O país acumulou um enorme acervo de conceitos, organizações, empresas, estruturas.
Hoje em dia, há grupos organizados e conceitos claros sobre políticas industrial, de inovação, há uma experiência acumulada no mercado de capitais, nas parcerias público-privadas, nos programas de gestão, na organização de modelos de atendimentos às pequenas e micro empresas. As políticas sociais estão no estado da arte, tanto no setor público quanto nas organizações privadas, e a nova economia e nova sociedade estão formando uma nova geração de empreendedores e militantes digitais com um perfil totalmente distinto da geração de seus pais.
Nas universidades, acumula-se um conhecimento amplo sobre uma extensa variedade de temas de desenvolvimento, da geografia das médias cidades ao modelo urbano das metrópoles.
Tudo isso confere à crise atual sua verdadeira dimensão: é uma crise política.

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No Planalto se alimenta a esperança de que, passado o ajuste fiscal, possa avançar a agenda positiva, provavelmente sob a batuta do Ministro do Planejamento Nelson Barbosa.
Mas há um problema de “timing”.
Se a presidente não antecipar ações concretas de aproximação com os diversos segmentos sociais, econômicos, acadêmicos para começar a desenhar um plano de governo minimamente factível, não vai chegar até lá.
Seu tempo político encurtou drasticamente. Ou mostra agora alguma capacidade de iniciativa e começa a desenhar a fundo seu segundo governo agora, ou não chegará ao final do ano.

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Não é bem assim... o outro lado da notícia: terrorismo, reforma ou 'deforma' política brasileira, intolerância religiosa, frase de Dunga, UE sufoca Grécia...

* Religiosos brasileiros - e não foram poucos - justificaram publicamente em entrevistas e disseram "entender" o atentado ao Charlie Hebdo alegando que as charges do jornal ofendiam crenças. O terrorista islâmico que degolou um funcionário de uma empresa de transporte, agora, na França, não precisou de um motivo que não fosse o seu fanatismo patológico. Pelo que se sabe, o funcionário não era chargista. Deve-se "entender", aí sim, que religiões focam o céu mas são sistemas de poder terreno e é essa ambição por conquistar, aliciar, faturar e dominar que pode transformar fanáticos, como a história e a atualidade contam, em estopins de conflitos, guerra e terror. Não tem nada a ver com suposta fé. Como forças políticas - e, no caso do Brasil - estão aí as "bancadas" que já impõem leis que interferem na vida e na liberdade de cidadãos que não professam sua respectiva crença, apesar de teoricamente ainda vivermos em um Estado constitucionalmente laico - podem e devem ter suas ações seculares criticadas e questionadas.
* A propósito da nota acima: os cemitérios do Rio foram privatizados - os defuntos, por enquanto, ainda não - e ontem uma empresa que administra um desses cemitérios proibiu que parentes e amigos da falecida promovessem um ritual de candomblé nas dependências do local, que deve prestar um serviço público. Seu administrador não pode impôr suas convicções fundamentalistas às famílias que se despedem dos seus entes e liberar apenas determinadas manifestações religiosas. As autoridades (estarão baseadas em seus próprios princípios? Já temos os nossos aiatolás?), fazem vista grossa para a escalada de ataques a pessoas e instituições  (aqui mesmo no Brasil não em um país distante), que não praticam as crenças dominantes.
* A União Europeia - para defender especuladores - sufoca o povo grego. O primeiro-ministro Alexis Tsipras se recusa a ceder ao que chama de chantagem e decidiu convocar um referendo para que a população se manifeste quanto a aceitar ou não as exigências da UE. Há dois aspectos a comentar; primeiro, o uso democrático do referendo, instrumento que a Constituição brasileira prevê mas que os nossos congressistas resistem a usar temendo que a população contrarie seus interesses pessoais.
* A atual reforma política, mais conhecida com a deforma política, em vias de aprovação, mostra que não se pode subestimar a capacidade de deputados e senadores em mudar regras e leis para pior. No financiamento privado não vão mexer porque é a razão de ser de muitos deles; vão aumentar a duração dos mandatos; o pula-pula de suas senhorias de um partido para outro em função de convicções pessoais vai ser mantido (o político terá 30 dias para decidir se muda de partido, parece até a piada da mulher que reclama do assediador ao lado e diz que ele tem meia-hora para "tirar a mão daí"); o fundo partidário que, segundo denúncias, sustenta alguns "donos" de "partidos", quase inexistentes, e seus parentes vai receber apenas uma maquiagem; será mantida a ultrapassada obrigatoriedade do voto já que os "currais" eleitorais são uma instituição defendida pelos chamados "coronéis" do voto. Propostas encaminhadas pela sociedade civil foram ignoradas. Referendo, nem pensar. E depois ainda reclamam das pesquisas que constatam que apenas 5% dos brasileiros confiam em um sujeito do tipo que tem o rótulo de "político" profissional colado na testa.
* Método "jornalístico" de apuração: a Folha ouviu de um senador que Lula havia entrado com um pedido de "habeas-corpus preventivo". O jornalão "esqueceu" a regra básica da boa apuração - confirmar o pedido junto ao TRF (de Porto Alegre, local que recebeu a petição, ou ligar para o STF, ou, ainda, ouvir o Lula ou o Instituto Lula. Simplesmente publicou a "notícia", o que levou outros grandes jornais a replicarem, também sem apurar, a "informação". Até que a Justiça revelou que o pedido era de um cidadão, por iniciativa própria (aliás um recordista em pedidos de habeas corpus aleatórios, é o hobby do sujeito). Restou o mico provocado pela ansiedade político-partidária e a triste oportunidade de mostrar como funciona, na maioria dos casos, o jornalismo da mídia de mercado por essas bandas.
* Anote aí porque você vai ler muito sobre isso nas próximas semanas ou meses. O governo corta gastos, certo? É uma das medidas defendidas por muitos setores, incluindo aí os colunistas de economia e afins. Os cortes são aprovados, mas depende... Já aparece na mídia a insatisfação de um poderoso setor contra as medidas de "austeridade". Algumas editoras reclamam que o governo ainda não anunciou as volumosas e milionárias compras de livros didáticos. Esse lobby vai crescer e,desse, nenhum colunista vai reclamar. Pode crer. No fim, o arrocho vai sobrar para assalariados, aposentados, saúde pública, programas sociais etc. O que os conservadores e o mercado financeiro querem hoje, e a dona Dilma entuba, é que o Brasil seja a Grécia de amanhã. Os especuladores vão se amarrar.
* Inaugurada em São Paulo mais uma etapa do Rodoanel. A obra é uma parceria do Governo Federal com o Governo Estadual. Há várias outras em andamento, incluindo a ampliação do sistema de abastecimento de água. Se é estratégia ou não, o fato é que, focado nos problemas de São Paulo, Geraldo Alkmin não aposta no "fim do mundo",  se afasta cada vez mais da cúpula incendiária do PSDB e ganha pontos junto à população do Estado na corrida eleitoral para 2018. Os dois outros presidenciáveis tucanos, sem obras no currículo, a não ser a da "demolição" política, vão ter que rebolar até na Venezuela para mostrar serviço.
* Dunga errou. Foi infeliz ao declarar que se acha afrodescendente de "tanto que apanhou". Pediu desculpas depois pelo surto racista. Mas não estaria longe dos fatos se tivesse incluído um adjetivo e alterado o tempo do verbo para "acho que sou afrodescendente americano de tanto que apanho". Infelizmente, são recorrentes os casos nos Estados Unidos. É só perguntar pros policiais brancos que fazem tiro ao alvo nos jovens negros.
* Racismo na ginástica olímpica. Lembra do caso dos atletas que promoveram um bullying racista contra um colega negro, isso em viagem de treinamento e com vídeo exibido as lamentáveis cenas? Deu em nada. A única punição foi uma breve suspensão preventiva sem direito a receber bolsas. O Superior Tribunal de Justiça Desportivas encerrou uma investigação, também rápida, e não apresentou denúncia contra os atletas. A chance de impunidade, como ocorre em todos os casos de racismo no Brasil, é grande, apesar de a entidade Educafro ter anunciado processo na Justiça exigindo punição para crime previsto em lei.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mandou um email detonando o chefe e se arrependeu? Novo recurso lhe dará 30 segundos para cancelar mensagens enviadas

por Clara S. Britto
O Gmail desenvolveu um recurso para permitir que usuários cancelem emails enviados. A ferramenta vinha sendo testada e finalmente poderá ser usada. Para isso, será preciso ativar o "cancelador" nas configurações do Gmail. Mas é bom lembrar a mensagem só pode ser desfeita em até 30 segundos. São comuns os casos de mensagens emocionais, digamos. A pessoa acaba de levar uma bronca do chefe e, logo em seguida, vai pro computador e descarrega a raiva em mensagens devastadoras. Mas arrepende-se ao teclar o "envia". Mandou um email elogiando as pernas da colega de trabalho e convidando para um chope altas horas e só depois percebeu que isso aí é prova de assédio? É só cancelar. Criticou o fulano em mensagens coletivas e só depois percebeu que o próprio estava copiado no endereçamento? Os 30 segundos parecem pouco mas são suficientes para as situações descritas. Geralmente, o arrependimento é quase imediato. O cancelador será útil para situações menos conflituosas também, casos de erros gramaticais que poderão pegar mal e só são percebidos após enviados, informações erradas etc. Geralmente, o arrependimento é quase imediato. Em breve, os usuários do Gmail receberão instruções sobre os procedimentos para ativar o recurso, que era, aliás, uma reivindicação antiga da galera.