quarta-feira, 18 de março de 2015

Elis Regina, 70 anos, ontem. Relembre a cantora neste texto de Renato Sérgio: "A última vez que vi Elis"

POR RENATO SÉRGIO 
(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" - Desiderata)

Foto: Reprodução Fatos & Fotos
-“Olha só, Renato, como a minha linha da vida é longa”!
Graças à MANCHETE, eu estava revendo Elis, um ano, cinco meses e sete dias antes daquela triste manhã de 19 de janeiro de 1982, quando ela pediu a nota, mandou fechar a conta e partiu para o outro lado do mistério.
A gente não se esbarrava por aí há 17 anos. Um vacilo mútuo, de parte a parte, por conta de equívocos gerados por um desentendimento profissional e artístico ocorrido em agosto de 1964, quando aconteceu o primeiro show noturno, profissional, da vida dela, num barzinho chamado Bottles, no histórico Beco das Garrafas, berço esplêndido da bossa-nova, numa ruela da Rua Duvivier, em Copacabana.
(Eu era o autor do roteiro e um dos dois produtores-diretores da encenação, embora conste, até em livros, que foram Miele e Bôscoli. Não foram.  Eles fizeram o segundo, não o primeiro, no vizinho Little Club).
Nunca mais nos falamos, nunca mais tinha nem sequer visto Elis. Pois, tanto tempo depois, já estrelíssima, naquele apartamento alugado com móveis e utensílios na Rua Francisco Otaviano, Posto Seis de Copacabana, pousada improvisada durante a temporada do show ‘Saudades do Brasil’ no Canecão, ela reatava nosso papo com toda tranqüilidade, como se não tivesse havido nada além do que um pequeno malentendido que já havia ficado pra trás, na poeira do caminho. E, meio indecifravelmente para quem iria morrer da forma que morreu, dizia-se “uma pessoa que adorava viver”. Foi a última vez que vi e ouvi Elis. Confessando acreditar em todas as coisas naturais e garantindo que a quiromancia sempre foi uma coisa natural. Espalmava a mão, apontava com o dedo indicador da outra e chamava minha atenção:
-“Olha só, Renato, como a minha linha da vida é longa”!
As linhas da mão dela eram umas ignorantes, não sabiam de nada, Elis não chegou nem à pressentida esclerose aos 56, parou nos 36.  Personificação de uma contradição,.pouco depois ela virava as costas e ia embora sem nem dizer adeus. Dos quatro coveiros que fizeram o enterro, Domingos José da Silva, 31 anos, salário-mínimo, nunca teve um disco dela. Quando desceu o esquife ao túmulo número 2.199 da quadra 7 do setor 5 do cemitério do Morumbi, em São Paulo, ele apenas sepultava mais um corpo. Mas calava um canto. E botava um ponto final na carreira turbulenta, porém marcante, de um dos maiores mitos da música popular brasileira.
Era o inesperado fim de um furacão desfeito em pó.
Estava encerrada uma dura caminhada que começou quando ela chegou ao Rio, cantora ainda meio amadora, os aplausos como pagamento, com uma carta de apresentação do PTB gaúcho na mão, pleiteando emprego na Cibrazem. Entre essa carta e o atestado de óbito, uma guerra nada santa, cantando como uma diva, batalhando como um dragão. Deusa e diaba na terra do som. Ficou a voz, em algumas (poucas) gravações. A fala, os ventos levaram.
-“Não preciso de muletas, tenho prazer em me danar e me recompor sozinha”!
 Precisava, sim. Tanto que uma delas a derrotou.
Ela não me parecia a mesma que eu conhecia, naquela horinha meio indefinida em que a tarde começa a  entrelaçar-se  com  a  noite.  João Marcelo em  cambalhotas no sofá da sala ensolarada, o menino Pedro em um braço, a pequena Maria Rita, (de óculos redondos, enormes, para estrabismo), reclamando de qualquer coisa no corredor.  E Elis, impaciente:
- “Ritáaa ... páaara de gritar ... mas que saaaaco!”
Naquele autêntico quadro de família, uma típica dona-de-casa comum, de classe média, em seu cotidiano. Nada a ver com o que se esperava de uma das maiores cantoras populares que este país já teve. Elis tinha razão, quando dizia:
-“É bem mais provável me encontrarem na frente do fogão fazendo a comida dos meus filhos, do que recostada numa ‘chaise-longue’ fazendo caras e bocas de Barbra Streissand em ‘A star is born’ ...”
Nossa longa conversa seria publicada na MANCHETE daquela semana:
“Sei lá, aconteceu tanta coisa em função dessa conquista toda, tanta coisa boa e tanta coisa ruim ao mesmo tempo! E eu tinha uma tremenda insegurança. Agora menos, tanto que já não tenho mais problema de admitir -e de dizer- que a coisa mais importante pra mim é a minha casa. Às vezes você fica com vergonha de assumir uma porção de verdades que, no entanto, têm tudo a ver com nossas vísceras mesmo. Certos tipos de valores que foram importantes pra gente e hoje em dia andam esquecidos. Porque a selvageria está solta, então a competição nos obriga a sermos os melhores e a gente perde muita coisa, mesmo que ganhe essa briga. (...) Comecei a trabalhar com 14 anos de idade, por isso perdi, por exemplo, reunião-dançante. Então, eu já tinha 16 anos e fui correndo comprar uma boneca, quando recebi o primeiro dinheiro, do primeiro disco, ‘Viva a Brotolândia’. Era um boneco grandão chamado Paulinho, de mais de um metro de altura, que dormia comigo toda noite, na cama. Começar cedo a luta tinha me arrancado dos brinquedos. Eu ainda era criança, mas tinha de ser adulta. (...) Só que não tive um avô plantador de azeitonas e uma avó pastora de ovelhas, por parte de mãe, nem dois avós índios, por parte de pai, à toa. E passei minha infância e pré-adolescência morando na periferia de Porto Alegre, onde havia muito verde e tinha cavalo pastando em frente de casa. Eu não me ligo nesse negócio de mar, não, meu referencial é outro, lagoa, rio, mato. Tenho muito a ver com verde, muito mesmo, demais, então quando dizem que eu me escondi na Serra da Cantareira, respondo que estou é me encontrando. Não estou fugindo de ninguém, nem de nada, estou é buscando a mim mesma. Porque, de repente, tive cortados meus primeiros 20 anos de vida sem o ‘degradée’ do desligamento daquilo para uma vida mais urbana e perdi o prumo buscando coisas que não eram tão importantes assim. (...) Por exemplo, cantar é importante, mas implica numa série de situações paralelas que não têm nada a ver com nada!. (...) O importante é estar bem na jogada, tirar o máximo de você mesmo, mas sem que isso tenha que necessariamente nos obrigar a lidar com o paetê, a lantejoula e a tietagem. Melhor é ir deixando o supérfluo na beira da estrada, dali pra diante é só simplificar tudo, sempre. (...) E tem mais: em cena, a gente não canta a mesma coisa exatamente igual, todos os dias, não. Tem o clima geral, eu, os músicos, a platéia, o que aconteceu com cada um de nós, e até o que deixou de acontecer, tem a rapaziada ao redor, os circundantes e os circunstantes, tem tudo que faz  com  que  a  coisa  em  si  se  diversifique.
Do contrário, não haveria quem agüentasse. Tem dia que você faz bem, tem dia que você faz melhor, tem dia que você faz maravilhosamente, e tem dia que você quer se matar de ódio por ter feito uma bela porcaria. Quem está sentadão lá na frente acha  que toda noite é a mesma coisa, sempre. E não é. Nada é tão mecânico quanto parece ser ...”          
(O relógio de parede bate oito horas).  
“Ihhhh, o papo tá bom, mas daqui a pouco tenho de estar no Canecão ... (bocejando) ... tem dias que eu gostaria de ficar em casa, sossegada, emburrecendo diante da televisão ... (risadinha) ... eu não consigo ver mais do que 10 minutos, ficam aquelas figurinhas passando, meu olho vai amolecendo, amolecendo e fim de papo, já estou nos braços do nosso amigo Morfeu. Televisão é ótima, pra dormir! Mas, ligo a máquina de fazer doido no camarim, pra ouvir o som da novela. É que sou do tempo do rádio, tevê só pintou em minha vida quando eu tinha 16 ou 17 anos, os hábitos já estavam consolidados, tricô, crochê ... (irônica) ... trata-se de uma pessoa antiga, sou moça prendada, faço tapetinho de retalho, planto chuchu ...”

Em cada frase uma lição
Se a voz de Elis transmitiu tudo (ou quase tudo) que podia (e deu tempo) de cantar e de repente se calou numa overdose etílico-alcalóide, nada mais a fazer senão recortar pedaços de tanta coisa maravilhosa que ela disse, pipocando, aqui e ali. Em cada frase, acima de tudo, uma lição. 
(Psiu ... silêncio ... Elis vai falar. Ouça).
“As coisas andam tão esquisitas hoje em dia que a gente fica ressabiada de dizer que gosta das pessoas, então inventamos desculpas, compromissos,   só que de repente a gente se toca que não há mais nada a ser feito e que é tarde paca.” * “Tem lances desvirtuados do ser humano que realmente me assustam. Não entendo e talvez morra sem entender as pessoas.” * “O que me abriu os olhos foi o lance do Vinícius. O sorriso dele, morto, me deu a sensação de alguém que estava plenamente satisfeito, porque havia feito tudo o que podia, tinha vontade e capacidade de fazer. E eu daqui a pouco tenho um infarto e danço desta vida sem fazer nada do que gostaria de ter feito!” * “Quando comecei a me gostar, tudo começou a dar certo”  * “Alguma alegria é fundamental. É preciso pelo menos conservar o bom humor, senão a gente se flagra comprando um 22 e dando um teco na cabeça.” * “Os seres criativos são solitários, mesmo se rodeados pelo resto da Humanidade.” * “Tenho pânico de solidão, tanto que já estou aprendendo a jogar paciência comigo mesma” * “Olha, ninguém é imutável, tá? Também faço minhas besteiras, sim. É que, aos 36 anos, de vez em quando me sinto como duas de 18.” * “Estou mais cínica. E perder a ingenuidade é muito ruim. Ainda bem que na hora em que abro a boca fica tudo diferente.” * “Eu sou músico, com letra ‘o’. E não aceito discriminação: meu instrumento é a voz aliada à palavra.” * “Cantar é sacerdócio. Nem ter filho é mais importante do que cantar.” * “Medo? Só de câncer, de avião, de diabetes e de morrer afogada.” * “A gente chega a um ponto da carreira que tem de tomar muito cuidado com o que faz. E com o que diz.” * “Sou mais petulante e impertinente do que eles todos.” * “Por que exigem de mim tanta coisa? Sou boa cantora e  ainda  tenho  de  ser  bem-educada,  pô?”  *  “Estava completamente desequipada para a  vida  e  levei  o  maior  susto.  Não  sabia  que  tinha  tanta sujeira por baixo dos panos, então me  veio  uma  espécie  de  amargura, de ceticismo.” * “Prefiro jogar no ataque, baixinha e folgada. Já se foi o  tempo  em que era escoteira, sempre alerta. Melhor ser Macunaíma.” * “Quero ver o circo pegar fogo, eu de lira na mão, morrendo de dar  risada.  Num  sistema  desses, cheio de contradições, eu é que vou pagar o pato? Só porque Freud achou eu também tenho de achar? Aqui, ó!” * “Não dá pra ficar acomodada, contesto todos os valores que me foram impostos. E não estou aqui pra semear ventos, prefiro que os outros colham tempestades.” * “Já transei análise, mas não quero mais mexer nessas feridas. Não tenho nem estrutura, nem saco. E, depois, quem procura a análise nega a proposta da vida em grupo.”  * “Difícil é descasar, porque, além de tudo, a Justiça é machista.” * “Se seguisse o rumo natural da minha vida, eu seria uma operária têxtil, mas carrego uma anomalia, a de ser boa cantora numa terra em que poucos cantam bem.” * “Pode escrever aí: Elis Regina é uma mulher atenta.“ * “Desde a velha Rádio Nacional que somos um ‘bye-bye Brazil’ sem fim, na base da ‘caravana rolidêi’. Minha idéia era sair num ‘trailer’ por aí, antes que tudo vire Estados Unidos.” * “Sou apenas o meu tipo inesquecível. Apesar de que às vezes me ache uma bela porcaria!” * “Como alguém com um metro e 55 de altura pode se achar bonita? Eu apenas me esforço!” * “Minha cara não está mais quadrada, tipo cara de cavalo. Depois que tive a Maria Rita meus traços deram uma arredondada. Deve ser o equilíbrio da energia.” * “Há cinco anos só uso homeopatia, alimentação natural e acupuntura.” * “Rita Lee é a pessoa mais parecida comigo que eu já encontrei. Mas quem mexeu com as minhas entranhas, balançou meu coreto, foi Caetano.” * “Não consigo mais passar despercebida na multidão e isso é um peso.” * “Aprendi que na ponta da faca não se consegue nada. Tem mais é que ser malandro, chiando o menos possível.” * “As pessoas jamais perdoaram meu sucesso.” * “Não tenho de pedir desculpas. Simplesmente fui passando por certos troços e ficando diferente. Mas não é porque sou notícia que o pessoal pode empastelar minha vida.” * “Não pisem no meu calo, que eu saio dando patada! Sou guerreira, pego metralhadora pra sair atrás de quem me enche a paciência.” * “Isso que está aí não aceito. Não faço parte dessa roda” * “A gente era pobre mas achava muito mais graça na vida” * “Não perdi a esperança, mas tenho certeza de que não vou mudar o mundo. Muita gente mais importante do que eu, uma simples cantora popular, já tentou e não conseguiu.” * “Continuo rindo igual, é verdade, só que mais de vez em quando.” * “A vida não pode ser só isso aqui, senão não teria o menor sentido. Isto é apenas uma passagem. Mas, de qualquer forma, é triste as pessoas só saberem que a gente gosta delas depois que elas se foram.” * “Vou deixar testamento, não sei é se vão respeitar.” * “E através dos meus discos é que vão me julgar. Eles são o meu maior legado para a posteridade.” * “No mais, bicho, o que não dá pra explicar é que dizem que sou a maior cantora, mas quem vende disco é a bunda da Gretchen ...”

ATUALIZAÇÃO EM 20/3/2015

* Chega às livrarias uma nova biografia de Elis Regina. O autor, Julio Maria, entrevistou 130 pessoas, durante quatro anos, para narrar a vida da cantora desde a infância pobre em Porto Alegre até o fim trágico, aos 38 anos. "Elis Regina - Nada Será Como Antes" (Master Books) cita, em vários trechos, os caminhos cruzados de Elis com Renato Sérgio, ex-redator da Manchete, autor do texto principal deste post. 

terça-feira, 17 de março de 2015

Falou e disse: o recado da cantora Pitty no twitter

"Pressionar qualquer governo por melhorias sim, marchar ao lado de extremistas de direita, fanáticos religiosos e saudosos da ditadura jamé". 
A cantora Pitty criticou no twitter as manifestações de domingo. Foi o que bastou para receber um "jorro de ódio", como definiu, dos ativistas da direita prende-e-arrebenta. Ela escreveu:
"Uau. Se vocês vissem nas minhas mentions o jorro de ódio irracional desde ontem… Diálogo zero, só ofensas preconceituosas. Olha que nem defendo o PT!".  
Uma das fãs dos coturnos do Bolsonaro, mandou que ela voltasse pra cozinha.


segunda-feira, 16 de março de 2015

Duas imagens, duas épocas

 O tempo passa, o tempo voa e tem sempre alguma autoridade tentando explicar ao povo o inexplicável.  O procurador Deltan Dallagnoll está na TV agora demostrando os números do pagamento de propinas por empresários a políticos de vários partidos dentro dos desvios operados por ex-funcionários da Petrobras. O procurador parece não ter muita intimidade com o projetor de power point. Boas intenções à parte, ele se postou diante do feixe de luz, eclipsou as informações - não conseguia ouvir os apelos dos fotógrafos e repórteres presentes-  e criou na tela uma sombra sinistra que deve ser ameaçadora para os acusados. Nesses dias em que há quem peça a volta da ditadura vem à lembrança outra cena oficial, essa de 1981, quando um coronel do Exército (Job Lorena) era o encarregado de demonstrar em mirabolante projeção que os militares que carregavam bombas para o atentado do Riocentro eram, na verdade, vítimas de bombas armadas por militantes de esquerda. A história mostrou que eram terroristas da linha dura do regime. Obviamente, os dois casos não têm relação a não ser visual, guardadas as diferenças tecnológicas de cada época. Que o procurador cumpra sua missão. O coronel, na época, não cumpriu a dele.

O governo Dilma e o fantasma da Besta

por Luis Nassif (para GGN)
Para não se perder em digressões sobre a natureza das manifestações, o primeiro passo é aceitar os protestos como um fenômeno amplo e disseminado, pegando todas as classes sociais e todas as regiões. O sentimento anti-Dilma, anti-PT, anti-anti é generalizado. Hoje, o país está dividido em dois grupos: a esquerda militante, sozinha em um canto, com uma visão muito mais legalista do que pró-Dilma; e todo o restante do país no outro.
O segundo é separar os processos centrais que impulsionam os protestos, da ação dos grupos oportunistas que surfam na onda.
O ponto central que explica esse explosão está presente na história em todos grandes períodos de inclusão. Foi assim primeira revolução industrial, na urbanização europeia dos anos 1920, trazendo consigo o integralismo italiano, o nazismo alemão e seus arremedos em várias partes do mundo; na explosão do mercado de massa norte-americano, nos idos de 1850; na primeira consolidação da onda migratória brasileira, nos anos 1920; no avanço da classe operária industrial brasileira nos anos 1950 e 1960, no macarthismo norte-americano e na KKK nos anos 1960.
A expansão econômica abre espaço para a urbanização e para a criação de uma nova classe operária ou de incluídos. Nessa fase, o crescimento permite repartir os frutos por todos os setores, amainando os conflitos de classe e contendo os preconceitos. Quando à frente do processo estão políticos de fôlego – Mandela ou Lula – a fase de inclusão se dá com menos conflitos.
Quando esgota-se o ciclo de crescimento, frustram-se as expectativas de melhoria individual e afloram todos os preconceitos e frustrações, tanto dos velhos quanto dos novos incluídos, ambos irmanados na falta de perspectivas.
Por exemplo, a nova geração dos metalúrgicos do ABC era filha do "milagre econômico”.  Em dez anos sua vida mudou radicalmente, como o próprio Lula admite.  Os comícios da Vila Euclides só aconteceram quando a crise econômica se impôs e abortou os sonhos de ascensão continuada. Sua vida estava melhor do que dez anos atrás; mas pior que no ano anterior.
No século 21, o fenômeno da inclusão ocorreu, nos emergentes, com a ascensão social das classes D e E; nos países centrais com o fluxos migratórios; em todos eles, incluindo Oriente Médio e outras regiões, no rastro da implosão dos sistemas convencionais de controle da informação (por governos ou grupos de mídia), com o advento das redes sociais.
No caso brasileiro, sobre esse caldeirão fumegante veio o circo de horrores da Lava Jato, pela primeira vez expondo em sua plenitude as vísceras dos sistemas de financiamento de campanha e da corrupção política, o presidencialismo de coalisão em estado de putrefação. E, na sequencia, as restrições de uma política fiscal dura, enfiada a seco goela abaixo do eleitor, para corrigir os excessos do período anterior.
E aí tem-se o terreno adubado para aparecer a besta, o sentimento irracional e generalizado que comanda as grandes manifestações de massa, sem liderança, sem controle, tendo em comum apenas o ódio contra qualquer alvo móvel, o afloramento de insatisfações pessoais, profissionais, políticas de cada um, embora comportando-se como massa.
Nessa geleia geral, cabe de tudo, da classe média séria, cumpridora dos seus deveres, à malandragem mais ostensiva, dos cidadãos desinformados aos direitistas mais empedernidos.
Mas há  pontos em comum que definem a natureza dessas explosões.
A explosão é fruto do isolamento trazido pela falta de rumo. Sem os partidos e instituições como agentes agregadores, a massa procura formas mais primárias de coesão, na antipolítica.
Uma dessas formas são  os ataques aos "diferentes", sejam ímpios que professem outro partido ou minorias. É o princípio ancestral do bode expiatório e dos grandes linchamentos dos quais nem Cristo escapou.
Outro é a ânsia por "ordem", qualquer coisa que mostre um rumo, que organize os fatos, que enquadre essa desordem difusa. Pode ser uma mensagem forte de esperança, ou um estímulo adicional à intolerância.
Mesmo assim, não se reduzam as manifestações a manobras conspiratórias ou planejadas. Existem, sim, mas dentro de um espectro muito maior e menos controlável.
O fenômeno do parasitismo político
Na biologia estuda-se o fenômeno do parasitismo. Segundo a definição, parasitas são organismos que vivem em associação com outro, dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro.
Na política, o parasitismo é similar. Em cima do sentimento maior pululam as manobras oportunistas, de grupos parasitários.
Um deles são os grupos de mídia, que atuaram como agentes estimuladores das tendências de revolta. Ontem, na Paulista, um dos poucos slogans que não era anti-Dilma foi o conhecido “o povo não é bobo, abaixo a rede Globo”.
Outros, políticos querendo tirar sua casquinha. Bolsonaro foi vaiado, Martha Suplicy execrada por petistas e antipetistas, e FHC, Serra e Aécio – que já conhecem a Besta desde o governo tucano – preferiram colocar lenha na fogueira e prudentemente ficar longe do fogaréu.
Um terceiro grupo são malandros de toda espécie vendendo camisetas, ou vendendo apoio a golpistas etc.
Em junho de 2013, quem quis tirar casquinha, levou na cabeça. Nenhum grupo parasita logrou cavalgar a Besta.
O que acontece quando a besta aparece
Quando a besta sai às ruas, não bastam mais os mecanismos convencionais de prevenção de crise. É uma boiada estourando, sem comando, com uma corrida dos grupos oportunistas para tentar cavalgar o boi guia.
Esses estouros de boiada podem levar a um Hitler, a um Berlusconi ou a um Roosevelt, dependendo de quem conseguir dirigir os instintos da boiada. A mensagem unificadora pode ser um discurso de esperança e solidariedade; ou o exercício da intolerância e da busca do inimigo para ser liquidado.
Quando se tem uma imprensa irresponsável, uma oposição rasa, pensando apenas em seus interesses comerciais e políticos, e um governo medíocre, é mais combustível na fogueira da intolerância.
Mesmo para um governo mais ativo, o desafio seria enorme, conforme atestam os exemplos históricos. Dilma montou em um burro xucro que já derrubou políticos bem mais experientes. E nem sei se Lula saberia cavalga-lo com sucesso.
Mas a situação se agrava quando se ignoram os sinais. Os trabalhos preventivos são eficazes antes da besta acordar. Depois, que Deus nos ajude e o Diabo não atrapalhe.
Por isso mesmo, as manifestações de junho de 2013 foram um presente para o governo Dilma e o PT, uma sinalização para começar a agir e reduzir os pontos de desgaste.
Nada foi feito. Demorou muito para entenderem o fenômeno e até hoje não aprenderam como tratá-lo. Ambos - partido e Dilma – decidiram recorrer a truques do estoque político tradicional – criar o factoide da Constituição exclusiva para desviar a atenção da mídia, esperando com isso desviar o assunto. Ou, como fez José Eduardo Cardozo ontem, o discurso convencional sobre a democracia, a tolerância. Vale para o dia da malhação de Judas. Mas e a estratégia maior para o dia seguinte?
Apesar dos alertas altissonantes das manifestações de junho de 2013, das provas claras de que a besta estava solta, que o país ingressava em novo tempo político, não se mudou em nada o estilo de governo, não se abriu nem o Estado nem o partido às demandas dos novos grupos ou à participação da sociedade civil, não se buscou a participação dos diversos setores sociais e econômicos na definição das políticas públicas.
Pelo contrário, Dilma radicalizou ainda mais seu voluntarismo de baixo discernimento até o limite da crise fiscal e social. E, quando veio a Lava Jato, deixou que o tema fosse cavalgado pela mídia montada em vazamentos seletivos.
Alguém comparou ao ato de tirar doce de criança. Errado. As crianças reagem, nem que seja chorando.
O cenário futuro
O que se tem agora são os seguintes personagens e/ou eventos.
O efeito das manifestações
Manifestações duram um dia, deixam ecos e podem se repetir. Mas não comandam a política.
Só surtem efeito quando os governantes perdem totalmente a condição de governabilidade. Aí servem de álibi para o jogo político, como ocorreu com Fernando Collor. Quem o derrubou não foram os “caras pintadas”. Foi sua falta de jogo de cintura para atender às demandas dos políticos e dos grupos de mídia.
As manifestações não levarão ao impeachment de Dilma, a não ser que continue a errar reiteradamente – aliás, não é impossível.
O poder do eleitor só se manifesta no período eleitoral.
Nesse sentido, as manifestações marcam o fim do ciclo petista no poder. Dificilmente o partido – e o governo Dilma – se recuperarão até 2018, menos ainda até 2016.
O próximo período
Quem comandará o próximo período?
O PSDB virou um grupelho radical. Internamente, em vez de levantar novos nomes, intelectuais, políticos com pensamento renovado, limitou-se a ir a reboque da mídia e da besta. Com isso passou a ter a cara disforme do senador Aloyzio Nunes, com um ódio tão visceral de dar engulhos, pelo primarismo e pela violência. É ele, Serra, FHC, Aécio que representarão o novo almejado pelas multidões?
Nesse lusco-fusco político, qualquer aposta é temerária. Em 1989 emergiu Fernando Collor, cavalgando as ideias de Margareth Tachter e do sentimento anti-Brasilia, correndo ao largo dos partidos políticos e do próprio sistema Globo – que só aderiu à sua candidatura quando percebeu que os candidatos preferenciais, Mário Covas e Guilherme Afif, estavam fora do páreo.
E agora?
As estratégias até 2018
O grande desafio de Dilma será levar o país inteiro até 2018. Será a maior contribuição que seu governo poderá dar ao sistema democrático e ao projeto que ela em tese representa.
As frentes de batalha serão as seguintes:
1.    Recompor a base de apoio político. Aparentemente começou a trabalhar com um conselho mais profissional.
2.    Recompor sua base de apoio social. Só conseguirá isso se der um corte radical no seu estilo de governo e abrir-se para as demandas sociais e econômicas, revigorando os conselhos empresariais e sociais. Tudo isso amparada em uma estratégia de comunicação
3.    Redefinir os eixos do desenvolvimento. No Ministério Dilma há um Ministro com visão mais ampla de desenvolvimento: Nelson Barbosa. A nova base política exigirá um Ministério novo. Dilma deveria aproveitar  para juntar a visão sistêmica de Barbosa com a imaginação luxuriante de Roberto Mangabeira Unger, e definir linhas centrais de atuação de cada Ministério, para uma ação minimamente articulada.
O desafio de Dilma será se preparar para 2016. 2015 está morto, será o ano de juntar os cacos. Dependendo do trabalho que for feito, poderá se reabilitar em parte no próximo ano. Ou afundar de vez.
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Virou gozação na rede...











Deu no Sensacionalista: só rindo...







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Manifestações repercutem na mídia internacional. Sinais da crise: matérias registram apelos pela volta da ditadura...





"Exército. Marinha e Força Aérea, por favor nos salvem mais uma vez do comunismo". 


A volta da "redentora"? Veja os piores momentos dos protestos





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Em São Paulo, líderes da manifestação tentam jogar multidão contra jornalistas da Carta Capital. "Ei, Carta, vai tomar no c..."

A equipe da Carta Capital destacada para a cobertura da manifestação contra o governo, em São Paulo, foi hostilizada pelos manifestantes. Os repórteres não puderam trabalhar e foram "escoltados"
ao se retirarem. Um deles, sob empurrões de "camisas negras". Veja o vídeo da Carta Capital. Clique https://www.youtube.com/watch?v=Ap3-adoM8bc

Folha na cabeça ou a falha de São Paulo...

O drone da Folha, que "aterrissou" na cabeça de manifestantes. Foto; Facebook/Caraca Imagens
Durante a manifestação, ontem, em São Paulo, um drone da Folha de São Paulo despencou sobre a multidão. Os empresários João Carlos Pereira dos Santos e Viviane Quass foram os atingidos - ela, na cabeça e ele, no rosto e ombro -  e encaminhados ao Hospital Nove de Julho. Não foi divulgado se o drone tinha autorização da ANAC para voar sobre a multidão, o que é temerário, segundo especialistas, já que os drones são controlados por rádio e podem sofrer interferências. A aparelho pertence à empresa Caraca, contratada pelo jornal.

sábado, 14 de março de 2015

No site da revista Fotografe Melhor, vídeo com entrevista de Gervásio Baptista, 90 anos, o decano dos fotógrafos brasileiros que fez história na revista MANCHETE e continua trabalhando




GERVÁSIO BAPTISTA, UM DOS GRANDES FOTÓGRAFOS DA LENDÁRIA EQUIPE DA  MANCHETE, CONTA OS BASTIDORES DA ÚLTIMA E POLÊMICA FOTO DE TANCREDO NEVES, NO HOSPITAL, FEITA HÁ EXATOS 30 ANOS. 

Gervásio fotografou Tancredo Neves e os médicos do Hospital de Base, em Brasíila, no dia 25 de março de 1985. Tancredo tinha se submetido a duas cirurgias. Foto; Gervásio Baptista.

Em 1954, Gervásio fez outra foto histórica; Tancredo Neves chora a morte de Getúlio durante o enterro do ex-presidente em São Borja, Quando foi indicado pelo colégio eleitoral para a Presidência da República, em 1985, Tancredo o convidou, em visita à redação da revista Manchete, para ser seu fotógrafo oficial. Após a morte de Tancredo, José Sarney assumiu e manteve Gervásio com fotógrafo do Planalto. A foto acima foi reproduzida da revista Manchete.
(da revista Fotografe Melhor) 
O recém-criado canal de fotojornalismo no YouTube mostra histórias de dois monstros-sagrados da cobertura de política O programa Última Cortina, apresentado pelo repórter fotográfico Joedson Alves, tem como objetivo veicular vídeos feitos com depoimentos pontuais de grandes fotojornalistas que atuam na capital federal. Para a estreia, o convidado especial foi Gervásio Baptista que, do alto de seus 90 anos, é uma lenda viva do fotojornalismo de política.
Entre as tantas histórias que Baptista viveu, no vídeo ele fala sobre a polêmica última foto do ex-presidente Tancredo Neves vivo, da qual é o autor. Na época (1985), a veiculação da foto causou um certo alvoroço, pois surgiram teorias de que Tancredo estaria morto quando foi fotografado e que fora praticamente mumificado para posar diante da lente de Baptista, que trabalhava para a área de comunicação da presidência da república.
VEJA O VÍDEO DE GERVÁSIO BAPTISTA, CLIQUE AQUI


CONHEÇA O SITE DA REVISTA FOTOGRAFE MELHOR, CLIQUE AQUI

quarta-feira, 11 de março de 2015

Já viu o novo anúncio da cerveja Crystal? O marido que se dá bem falando a verdade. Ou, pelo menos, uma parte da verdade... O prêmio é Débora Nascimento,


VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Funcionária rouba paciente de endoscopia. Assim fica difícil... a pessoa se interna em um hospital particular, é dopada para um exame e entuba um prejuízo...

Pelo menos, um vídeo flagrou a ladra em ação. Se vai pra cadeia, não se sabe, a justiça é lenta, a lei e a interpretação da lei dão muita colher-de-chá e acaba rolando uma pena de entregar cesta básica em um lugar qualquer. Mas o vídeo já é uma boa arma do cidadão. Mostra a cara da ordinária confessa, ajuda para que você não deixe entrar na sua casa a 'elementa', que admitiu o crime. Foi em Curitiba. A câmera foi instalada pela direção do hospital que já desconfiava da roubalheira. A reportagem foi exibida no SBT. Veja o vídeo reproduzido na TV Uol. Clique AQUI

Política: pelada contra a corrupção...

Sem verbas de empreiteiras, Yolanda Morin, uma candidata a prefeita da cidade de Portugalete, na Espanha. mandou fazer um poster onde aparece pelada e com um slogan nada sutil: "Os políticos nos deixaram sem nada". "En pelotas" também significa, em espanhol, estar duro, Yolanda denuncia a corrupção na região e, no ano, passado, teve sua loja arrombada e com adesivos de organizações de direita colados nas paredes. Não deixa de ser uma ideia: se aderir à forma de protesto, a galera que vai às ruas contra Dilma pode até ganhar mais adeptos. O marketing Yolanda funcionou e repercutiu na mídia, dentro e fora da Espanha.


terça-feira, 10 de março de 2015

Revista feminina francesa faz sucesso. É distribuída gratuitamente até no metrô. Mas "gente diferenciada" não recebe...


Na área de revistas, a rotina dos editores é pensar em como não perder público e manter a capacidade de sobreviver e auferir algum lucro. No grande mercado, a situação é crítica. Mas em iniciativas com foco mais fechado - do tipo dirigidas ou customizadas - há projetos que estão dando certo. Na França, a Stylist (que tem como um dos parceiros a Marie Claire) firma-se como uma publicação distribuída gratuitamente, já tem anúncio de peso e roda 400 mil exemplares, bem acima dos atuais número de revistas tradicionais. Há versões recém-lançadas na Inglaterra e Emirados Árabes. Na pauta da Stylist, moda, design, estilo, luxo, personalidades vencedoras. A revista assume que inova também na distribuição. Além do mailing exclusivo e refinado, os editores promovem distribuição no metrô de Paris e em eventos de alto nível. Só que na distribuição de mão em mão, os promotores são treinados para fazer uma rápida seleção visual do (a) leitor (a) observando algumas características. Só entregam a revista a quem estiver bem vestido, sapatos apurados, de preferência de grife, relógios de marca, bolsa que traduza bom gosto, elegância de gestos e atitudes, Ou seja, "gente diferenciada", para usar a classificação da elite paulista, fica de fora. Embora a revista se defina como inovadora, transcultural, e prometa uma ruptura com as revistas conservadoras, esse modo de operação é nitidamente preconceituoso. Há reações que criticam esse tipo de marketing sob o argumento de que os editores não podem usar um espaço público, seja a rua ou o metrô, já que nem todo público é, na visão deles, merecedor da revista.  Stylist alega que, por ser gratuita, precisa de grandes anunciantes, de marcas relevantes e sofisticadas. E estes só virão, ou permanecerão, se visualizarem um público igualmente seletivo. Portanto, não é o leitor quem escolhe a Stylist é a Stylist quem escolhe seu público.
Como se fosse um Country Club; se você receber bola preta, não lerá apublicação. Se vai dar certo e ter vida longa, quem sabe? Mas é mais uma tentativa de desatolar o meio revista.

Especial para celebridades: roupa anti-paparazzo... É a Flashback Photobomber

Divulgação Betabrand

Divulgação Betabrand

Normalmente, a trajetória de muitas celebridades implica em fases. Na primeira, começo de carreira, buscam os flashes como mariposas procuram a luz, dão autógrafos, fazem fotos com os fãs; na segunda, ao ganhar alguma visibilidade, querem se tornar invisíveis aos paparazzi e afastam os admiradores. Reclamam que não têm mais direito à vida privada. Não contam, claro, as subcelebridades, pois estas jamais sairão da fase 1. Para resolver o problema dos famosos, uma grife americana acaba de desenvolver, a partir da ideia de um DJ amigo de astros e estrelas, um tecido anti-paparazzo. Mas a tecnologia só vale, por enquanto, para impedir fotos de paparazzi que usam flashes. Ternos e vestidos especiais para celebridades podem ser confeccionado com o pano reflexivo, que tem microlâmpadas embutidas, inteiramente invisíveis. No que o flash do fotógrafo bate na roupa, as microlâmpadas disparam e 'devolvem' a luz, detonando a imagem. Ir ao motel, pegar colega de novela no meio da rua, baixar na sauna, dar um rolê na zona, viajar pro Uruguai pra reabastecer o estoque de cannabis, tudo isso vai ser facilitado pelo figurino Flasback Photobomber. Mas nem só artistas, atletas e cantores podem ser clientes em potencial da nova roupa. Certos políticos vão se amarrar. Já podem ir eles mesmos buscar a propina direto com o empresário, sem precisar mandar intermediário e sem correr o risco de algum bisbilhoteiro registrar o flagra.

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segunda-feira, 9 de março de 2015

Escândalo: publicitários tiram a roupa em plena sala de trabalho...

Campanhas de rebranding devem carregar mensagens fortes. Diz-se que é mais difícil relançar do que lançar uma marca. Uma agência de Nova York, a Modo Design Group, quis avisar ao mercado que passaria a se chamar Viceroy Creative e se tornaria full-service. Para os diretores, a mensagem deveria a mais explícita possível. E foi. A cúpula da Viceroy posou peladona para dar o recado. A vida não está fácil pra ninguém.
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Prêmio Petrobras de Jornalismo tem mais de mil inscrições


Como na primeira vez, a segunda edição do Prêmio Petrobras de Jornalismo recebeu um grande número de inscrições consolidando-se como uma das mais importantes premiações do Brasil. Ao todo foram 1.104 trabalhos inscritos, de 6 de novembro de 2014 até 6 de março de 2015, contemplando todas as regiões do país.
Jornalistas, correspondentes estrangeiros e repórteres fotográficos de revistas, jornais, rádios, emissoras de televisão e portais de notícias estão concorrendo aos 36 prêmios no total de R$ 471,25 mil, para as melhores reportagens relacionadas a esporte, cultura, responsabilidade socioambiental, petróleo, gás e energia e fotojornalismo.
As premiações variam de R$ 7,6 mil a R$ 31,8 mil (valores brutos). Os 17 vencedores da categoria regional receberão R$ 7,6 mil (sete mil e seiscentos reais) cada. Os 17 ganhadores na categoria nacional serão premiados com R$ 18,25 mil (dezoito mil e duzentos cinquenta reais) cada. E o vencedor do Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo receberá R$ 31,8 mil (trinta e um mil e oitocentos reais).
O objetivo do prêmio é o reconhecimento e a importância dos meios de comunicação e, sobretudo, dos jornalistas e correspondentes estrangeiros que participam do processo de democratização e de disseminação de informações relevantes para a sociedade. A cerimônia de entrega da premiação está prevista para junho, no Rio de Janeiro.
Fonte: Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional/Petrobras

Bicho-carpinteiro: o dia em que Harrison Ford foi marceneiro de Sérgio Mendes...

 
Sérgio Mendes e, no canto direito da foto, Harrison Ford, que antes da fama fazia uns bicos como carpinteiro e trabalhou no acabamento do estúdio que o brasileiro montou na sua casa em Encino, distrito de Los Angeles, na Califórnia. Foto: Arquivo Pessoal
Por ROBERTO MUGGIATI
   A primeira vez que vi Sérgio Mendes tocar foi num apartamento de Copacabana, podia ser o da Nara Leão, não lembro bem – uma névoa etílica ofuscava aquela noite. De repente, no meio de um solo à Horace Silver, o rapaz aborta o improviso e se manda. Tinha de pegar a última barca para Niterói. Isso foi por volta de 1960. Seis anos depois, Sérgio Mendes nadava em dinheiro na Califórnia. Deu-se ao luxo de construir um estúdio particular de gravação na sua casa em Encino. Recomendaram-lhe um carpinteiro jovem, barbudo com ares de hippie, e Sérgio ficou satisfeito com o trabalho – fez até uma foto com ele no final dos trabalhos. Seu nome era Harrison Ford. Nascido em Chicago em 1942, trabalhando em teatro amador, foi tentar a sorte em Hollywood. Conseguiu algumas pontas, até um papel sem fala no filme cult de Antonioni Zabriskie Point. Com mulher e dois filhos pequenos para sustentar, Harrison, carpinteiro autodidata, começou a fazer uns bicos para a comunidade afluente de Los Angeles.
Construiu um deck para a piscina da louraça Sally Kellerman (a Hot Lips de M*A*S*H), o estúdio de Sérgio Mendes e armários para a casa do diretor George Lucas, que o escalou como ator para o filme American Graffiti (1973), sua porta de entrada para o cinema. Daí para Guerra nas Estrelas, do mesmo Lucas, foi um passo; e então, para o papel que nasceu para fazer: Indiana Jones. A essa altura, era Harrison Ford quem podia contratar Sérgio Mendes como seu carpinteiro.
Ford brilharia ainda em filmes menos popularescos, como Apocalypse Now de Coppola; o cult neo-noir Blade Runnner; O fugitivo, baseado na série de TV; e Frantic, de Roman Polanski. Com brevê para pilotar aviões e helicópteros, Harrison Ford deixou Indiana Jones vexado ao cair num campo de golfe de Venice, Califórnia, com o seu monoplano da 2ª Guerra. Vamos torcer para que ele não se arrisque tanto e nos brinde com novos filmes cheios do seu charme aventureiro.
 
Reprodução CNN


Mundo comemora o fim da Segunda Guerra Mundial. No Rio, haverá cerimônia no Monumento aos Pracinhas, no Dia da Vitória (8 de maio). Russos residentes no Brasil pedem que a bandeira da Federação Russa também seja hasteada no local, ao lado dos pavilhões do Brasil, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha. E lembram que em nenhum lugar do mundo, a participação da Rússia na luta contra o nazismo é esquecida



Em maio deste ano, o mundo vai comemorar o final da Segunda Guerra Mundial. De acordo com a tradição, em frente ao Monumento aos Pracinhas, no Rio de Janeiro, vão desfilar junto com os destacamentos das Forças Armadas os veteranos brasileiros de guerra, os heroicos pracinhas – aqueles que sacrificaram sua juventude na batalha contra o fascismo.
E, também como manda a tradição, serão hasteadas as bandeiras dos países que tiveram grande participação naquele conflito, vencendo em conjunto o inimigo mortal da humanidade.
Mas até hoje, em todos os desfiles que comemoraram essa data, observamos um fato pouco compreensível para quem conhece e lembra a História Universal. Junto com as bandeiras de Brasil, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, nunca, até agora, foi hasteada a da Federação Russa.
Como se sabe, a Federação da Rússia assumiu todos os direitos e deveres internacionais da União Soviética, e nada mais do que justo será ver-se a bandeira do grande vencedor da Segunda Guerra Mundial, que sacrificou no altar da vitória mais de 25 milhões de vidas de seus filhos.
A maioria das grandes batalhas que entraram para a História Universal – tais como Moscou, Leningrado, Stalingrado, Kursk, Sebastopol – é formada por aquelas que quebraram as forças militares nazifascistas que até 1941 não tinham conhecido o sabor da derrota.
A Rússia virou esse quadro em definitivo.
Justamente por essas razões, em lugar algum do mundo nunca pôde ser esquecida a memória daquele feito grandioso. E justamente por essa razão deve haver um lugar para a bandeira da Federação Russa no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, o Monumento aos Pracinhas no Rio de Janeiro.
Com esta mensagem ao público brasileiro, a Rádio Sputnik está dando continuidade à campanha visando a corrigir o lamentável equívoco e fazer justiça à Rússia e a seus filhos, que, junto com os povos dos outros países, tiveram grande participação na vitória na Segunda Guerra Mundial.
Nessa empreitada, a Rádio Sputnik está pedindo apoio aos veteranos de guerra, militares, políticos, governantes, representantes da sociedade civil, leitores e ouvintes e público em geral.
Faltam poucos dias para a comemoração. Esperamos que a bandeira da Federação Russa venha a ser hasteada junto com as bandeiras das Forças Aliadas.
Contamos com o apoio de todos. 
Fonte: Redação da Rádio Sputnik


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