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domingo, 4 de junho de 2023

O dia em que O Cruzeiro sequestrou a seleção brasileira de futebol e deixou JK, no Catete, esperando horas para homenagear os craques

 


1958: Brasil vence a Copa do Mundo, na Suécia, e revela um jogador de 17 anos que viria a ser, logo depois, considerado Rei de Futebol. Edson Arantes do Nascimento, ou melhor, Pelé, fazia sua estreia no mundo. 

por J.A. Barros 

Naquele ano,1958, eu trabalhava no Departamento de Arte da revista O Cruzeiro. A seleção, na Suécia, acabava de conquistar a Copa do Mundo e, ao voltar ao Brasil, desembarcou no aeroporto do Galeão. Os campeões, a bordo de um carro de bombeiros, desfilaram pela cidade até o Palácio do Catete, onde o presidente Juscelino Kubitschek os homenageou. 

Pois bem, diante desse fato, a direção de O Cruzeiro, também resolveu receber os jogadores no salão da sua sede, projetada por Oscar Niemeyer, na Rua do Livramento, Gamboa, no Centro do Rio de Janeiro. No espaço nobre, no oitavo andar, decorado com 12 obras em grandes formatos assinadas por Portinari (em cada quadro, um aspecto histórico do Brasil era contado pelo pincel desse grande artista). No salão, montaram mesas de finos salgados, champanhe, de batatas fritas a caviar, enfim, um bufê servido pela Confeitaria Colombo. Mas o problema era como conseguir sequestrar a Seleção, desviando o comboio do seu trajeto e conduzindo-o para o prédio da revista. Estava previsto que o cortejo passaria na Av. Rodrigues Alves, nas proximidades da Livramento. Rodolfo Brandt, que fazia parte do grupo de jornalistas da revista Cruzeiro, pilotava uma motocicleta. Assim que a comitiva saiu do Galeão, Rodolfo se posicionou à frente do carro dos bombeiros e passou a liderar a comitiva. O jornalista entrou na Rodrigues Alves e, na rua onde arqueólogos descobriram antigo cais do porto de desembarque dos escravizados, conduziu a moto em direção à sede da revista. Atrás dele vieram os bombeiros e os craques em caminhão aberto. Daí em diante foi fácil. Rodolfo pegou a Sacadura Cabral e, em seguida, a Rua do Livramento. Em  poucos minutos, a seleção entrou no salão de O Cruzeiro. Em princípio, o grupo de jogadores não entendeu muito o que estava acontecendo, mas resolveu relaxar e aproveitar o momento.  Nós, do Departamento de Arte, que estávamos trabalhando, corremos para o salão para conhecer os campeões Garricha, Newton Santos, Vavá, Orlando e todos os outros jogadores. Mas nos detivemos em um garoto que, um pouco tímido, passou a conversar com a gente e contou os gols que fez na Copa e lembrou das lindas moças de cabelos louros e olhos azuis. O garoto modesto nos disse o seu nome. Pelé. Ora, mal sabíamos que aquele menino seria o melhor jogador de futebol do Brasil e do Mundo. A seguir, a seleção retomou seu roteiro, afinal, um Presidente da República estava aguardando os campeões do mundo havia algumas horas. 

O "sequestro" não resultou apenas em comemorações: repórteres e fotógrafos da revista fizeram matérias exclusivas com os heróis do primeiro título mundial da seleção brasileira. Além disso, fomos os primeiros a ver de perto a Taça Jules Rimet. Em certo momento, o goleiro Gilmar foi para a rua e posou beijando a taça com a sede de O Cruzeiro ao fundo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

O dia em que O Cruzeiro sequestrou a seleção campeã de 1958 e eu conversei com Pelé - Por J.A. Barros

O gol de Pelé que deu a vitória ao Brasil, por 1x0, contra País de Gales. O jogador beijou a bola no fundo das redes. Foto Jáder Neves-Manchete

. Reprodução
Pelé posou para O Cruzeiro. Reprodução

O goleiro Gilmar beija a Jules Rimet em frente à sede de O Cruzeiro

1958: Brasil vence a Copa do Mundo, na Suécia, e revela um jogador de 17 anos que viria a ser, logo depois, considerado Rei de Futebol. Edson Arantes do Nascimento, ou melhor, Pelé, fazia sua estreia no mundo. 

Naquele ano, eu trabalhava no Departamento de Arte, da revista O Cruzeiro. Consagrada a vitória, a seleção chegaria ao aeroporto do Galeão e, em cima de um carro de bombeiros, desfilaría pela cidade até o Palácio do Catete, onde o presidente Juscelino Kubitschek iria homenagear os campeões. 

Pois bem, diante desse fato, a direção da revista O Cruzeiro também resolveu celebrar os jogadores no salão de recepção da sua sede projetada por Oscar Niemeyer, na Rua do Livramento, no Centro do Rio de Janeiro. No espaço, com obras em grandes formatos de Portinari, foram montadas mesas de finos salgados, champanhe, caviar, enfim, um bufê servido pela Confeitaria Colombo. Mas o problema era como conseguir sequestrar seleção, desviando o comboio do seu trajeto e conduzindo-o para o prédio da revista. Estava previsto que o cortejo passaria na Av. Rodrigues Alves, nas proximidades da  Livramento. Rodolfo Brandt, que fazia parte do grupo de jornalistas da Cruzeiro, era da Policía Especial e pilotava uma motocicleta.  Assim que a comitiva saiu do Galeão, Rodolfo se posicionou à frente do carro dos bombeiros e passou a liderar a comitiva. O jornalista-policial entrou na Rodrigues Alves, região onde arqueólogos descobriram o porto onde os escravizados desembarcavam, e atrás dele vieram os bombeiros e os craques em caminhão aberto. Daí em  diante foi fácil. Rodolfo pegou a Sacadura Cabral e, em seguida, a Rua do Livramento. Em poucos minutos, a seleção entrava no saguão de O Cruzeiro. Em principio,a comitiva não entendeu muito o que estava acontecendo, mas resolveu relaxar e aproveitar o momento. 

Nós, do Departamento de Arte, que estávamos trabalhando, corremos para o salão, conhecemos alguns jogadores e nos detivemos em um garoto que, um pouco tímido, passou a conversar com a gente. Pelé nos disse seria o melhor jogador de futebol do Brasil. Claro, não acreditamos muito. A seguir, a  seleção retomou seu roteiro, afinal, um Presidente da República do Brasil estava aguardando os campeões do mundo havia algumas horas. 

O "sequestro" não resultou apenas em comemorações: repórteres e fotógrafos da revista fizeram matérias exclusivas com os herois do primeiro título mndial da seleção brasileira. Além disso, fomos os primeiros a ver de perto a Taça Jules Rimet. Em certo momento, o goleiro Gilmar foi para a rua e posou beijando a taça com a sede de o Creuzeiro ao fundo.

Minha filha costuma dizer que Deus gostava muito de futebol, mas não sabia jogar, então deu a Pelé toda a inteligência e toda a arte de jogar bola. 

Pelé, na minha opinião, é o eterno milagre da vida


quinta-feira, 30 de junho de 2022

A influência da cueca samba-canção na história da República • Por Roberto Muggiati

 

Barreto Pinto em O Cruzeiro: o ato e o fato. Foto de Jean Manzon/Reprodução


Mais de 70 anos se passaram desde que aquela bisonha roupa de baixo masculina – a cueca samba-canção – protagonizou no noticiário político do país. Em 27 de maio de 1949, Edmundo Barreto Pinto (1900-72) tornou-se o primeiro deputado cassado por quebra de decoro parlamentar após ser fotografado vestido de fraque e cuecas para a revista O Cruzeiro, em 1946. As fotos foram publicadas na matéria "Barreto Pinto Sem Máscara", e o político alegou ter sido enganado pelo jornalista David Nasser, com quem havia acertado uma reportagem sobre sua pontificação na alta sociedade do Rio de Janeiro, achando que seria fotografado apenas com a parte superior do corpo.
Agora, o ex-presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, 51 anos, entre múltiplas denúncias de assédio sexual, foi acusado de convocar uma funcionária, durante uma viagem de trabalho, para levar um carregador de celular ao seu quarto de hotel, altas horas da noite, e a teria recebido vestindo apenas uma cueca samba-canção.
Vale ainda lembrar o episódio da época do Mensalão, em 2005, quando um deputado foi flagrado no aeroporto de Congonhas com 100 mil dólares escondidos num saco plástico na cueca (pela elevada quantia só podia ser uma samba-canção...)
E ainda, recentemente revistas de moda têm injetado sex-appeal em seus ensaios fotografando modelos femininas envergando cuecas samba-canção. No Bananão (apud Ivan Lessa) essa história promete continuar dando panos para manga...

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Fotomemória dos arquivos de J.A.Barros: flashes de lembranças do O Cruzeiro

J.A. Barros no Cruzeiro no anos 50: equipamento moderno para visualização de fotos coloridas.
Foto Arquivo Pessoal

J.A. Barros, diretor de Arte que trabalhou no Cruzeiro e na Manchete, abre os seus arquivos. Na foto acima, ele aparece na sala de Ed Keffel, fotógrafo alemão da revista dos Diários Associados. Era o tempo em que jornalistas trabalhavam becados: paletó, gravata, calça com bainha dobrada. Keffel tinha na mesa ummoderníssimo visor de fotos coloridas também usado na diagramação das reportagens.  

OVNI na Barra da Tijuca. Matéria polêmica do Cruzeiro.
Reprodução O Cruzeiro
 
Barros recorda que Ed Keffel, ao lado do repórter João Martins, foi responsável por uma das fotos mais polêmicas da imprensa brasileira. Em 1952, o repórter se deparou com um andarilho na Barra da Tijuca, região então deserta. A "figura estranha" chamou atenção da dupla, Na época, jornalistas brasileiros e argentinos tinham uma fixação: encontrar Adolf Hitler, que estaria vivo e dava pinta na América do Sul. João Martins, que anos depois transferiu-se para a Manchete, achou o sujeito muito parecido com o "führer". Como Keffel falava alemão, o repórter sugeriu que fossem checar e fotografar o andarilho. Deu em nada: o rapaz eraapenas um pesquisador holandês de botânica. 

Ao retornarem para a redação, Keffel e Martins viram no céu sem nuvens, acima da Pedra da Gávea, um objeto de formato estranho, grande, circular, deslocando-se em silêncio. Keffel fez uma sequência do voo. O Cruzeiro publicou os flagrantes do que seria um disco voador. Para o ovnistas foi a comprovação das presença de naves extraterrestres no Brasil; para muitos outros leitores, era uma fraude. Para os Diários Associados foi uma festa: o Cruzeiro esgotou-se na bancas. 

Página dupla de uma das matérias da série que Ed Keffel fez com exclusividade no Vaticano.
Reprodução O Cruzeiro


Ed Keffel em ação no Vaticano, Reprodução o Cruzeiro

Ed Keffel foi também o autor de fotos incontestáveis. Foi o primeiro fotógrafo a registrar em cores para uma série de reportagens no Cruzeiro, em 1956, todas as obras de arte do Vaticano. Barros ouviu de Keffel que para fotografar telas de oito a dez metros teve de montar enormes andaimes, não podia tocar nos quadros nem utilizar muita luz e a equipe responsável pelo Museu do Vaticano observava cada movimento seu e não tirava o olho das obras. 

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Fotomemória de O Cruzeiro - Veja o time de diagramadores e auxiliares da revista dos Diários Associados nos anos 1950. Três deles, inclusive J.A.Barros, foram depois contratados pela Manchete

J.A.Barros à frente da equipe de diagramação do Cruzeiro. A foto foi feita na redação
 da revista na Rua do Livramento, no Rio de Janeiro. Arquivo Pessoal

por José Esmeraldo Gonçalves
A foto está reticulada mas vale muito como memória. Aí estão profissionais da diagramação de O Cruzeiro nos áureos tempos da revista nos anos 1950. No centro da imagem  - onde a maioria está engravatada - aparece J.A.Barros. À esquerda, sentado na mesa, Pedro Guimarães, o Pedrão; Nelson Gonçalves, em pé, ao lado de Barros. Os três foram depois contratados pela Manchete e assim tiveram a oportunidade de trabalhar nas duas maiores revistas ilustradas do Brasil. Nesse segmento O Cruzeiro não só fez história como foi a líder absoluta durante décadas. Só na virada dos anos 1960, reformada e modernizada pelo diretor Justino Martins, a Manchete se impõs e gradativamente passou a dominar o mercado. Em meados da década tornou-se a revista de maior circulação do país. 

Barros, com quem trabalhei nas revistas Fatos & Fotos, Fatos e Manchete aponta diferenças nos métodos de diagramação entre O Cruzeiro e a publicação da Bloch.

 "Na Manchete, projetávamos as fotos coloridas nos layouts e esboçavamos a lápis cada imagem, para marcar o corte. Nas fotos em preto e branco usávamos ampliações onde assinalávamos os cortes. Em O Cruzeiro marcávamos no layout apenas o espaço das fotos e mandávamos para o laboratório. Lá as fotos escolhidas eram ampliadas ou reduzidas de acordo com esse espaço pré-determinado e, em seguida, eram copiadas em papel. Nós colávamos as fotos no layout. As fotos coloridas eram colocadas sobre a mesa de luz e tinham os cortes de diagramação marcados com fita vermelha. Também eram copiadfas em papel. Assim, todas as páginas eram completamente montadas e podíamos avaliar o impacto visual da edição final, com texto, títulos, legendas e fotos. Era muito trabalhoso, caro e improdutivo. E levava mais tempo. Ganhei muito dinheiro em hora extra em função desse sistema (O Cruzeiro pagava em dobro as viradas de noite)".  

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Fotomemória da redação: De olho na concorrência, Chateaubriand folheia a revista que desbancou O Cruzeiro

No fim dos anos 1950, Chateaubriand lê a Manchete, que logo desbancaria
O Cruzeiro. Foto Manchete/Reprodução

Essa foto rara foi feita há cerca de 60 anos. O magnata da comunicação Assis Chateaubriand folheia uma edição da Manchete. Os Diários Associados viviam seu ponto mais brilhante antes do crepúsculo. A Manchete, menos de cinco anos depois de criada, estava longe de competir com O Cruzeiro, sua circulação de 400 mil exemplares e uma lendária equipe de repórteres e fotógrafos.

Aparentemente, Chatô não estava nem aí.

A gráfica dos Bloch tinha uma pequena rotativa offset que imprimia durante cinco dias por semana as revistas infantis de Adolpho Aizen e Roberto Marinho. Sobravam dois dias para rodar a Manchete, que ainda não competia com as reportagens épicas do Cruzeiro.

Em  1959, Adolpho Bloch convidou Justino Martins para dirigir e comandar um reforma editorial na revista. A essa altura, já impressa em máquinas modernas e exibindo a qualidade gráfica que seria uma das suas marcas registradas. Inspirada na Paris Match, Manchete foi modernizada, tomou um "banho de loja".

Ao levar a construção de Brasília a milhares de leitores, passo a passo e em fotos memoráveis, Manchete ganhou o alcance nacional que ainda lhe faltava. Começou ali a decolagem. Em menos de cinco anos, aquela revista que Chatô folheava despreocupadamente desbancou O Cruzeiro, passou a liderar com folga a circulação e tornou-se a principal semanal brasileira. O Brasil vivia um ciclo de desenvolvimento. Dizem os teóricos que o país ganhou ali os contornos de uma sociedade de massa. Manchete se beneficiou disso e cobriu não apenas os sinais de progresso mas a agitação cultural que embalou a época: Bossa Nova, Cinema Novo, a arquitetura, a arte, o teatro e outras expressões artísticas e estéticas. O esporte gerava ídolos: Pelé, Garrincha, os demais campeões do mundo de 1958 e de 1962, Éder Jofre no boxe, Maria Esther Bueno em Wimbledon, até o tênis de mesa tinha a sua celebridade, um menino campeão mundial, o Biriba. Manchete surfou nessas ondas.

E a Bloch ainda lançou outra publicação, a Fatos & Fotos, que, nas bancas, tinha a função estratégica de congestionar a semana e fechar ainda mais o espaço para a revista dos Diários Associados.

Chatô ainda não sabia o que estava perdendo. Mas a revista concorrente já virava a curva e buscava o vácuo da líder.

Adolpho Bloch visita Chateaubriand.
Chatô, o "Cidadão Kane"
brasileiro, já estava doente.
Foto Manchete/Reprodução
Contar o fim dessa história não é spoiler.

Assis Chateaubriand morreu em 1968. Adolpho em 1995.

E as duas revistas completaram quase o mesmo tempo de banca, mas não chegaram a comemorar 50 anos de existência.

Manchete acabou aos 48 anos (ainda lançou algumas edições especiais não regulares, depois disso).

O Cruzeiro foi morrendo aos poucos e tirou a rotativa da tomada, definitivamente, aos 47 anos.

Requiescat in pace...

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Fernando Brant, JK, O Cruzeiro, Manchete: fototravessia em Minas Gerais...

Foto de Juvenal Pereira, da revista O Cruzeiro, publicada no blog Images&Visions (link abaixo). Milton Nascimento, Fernando Brant e JK, que era o foco de uma matéria para a Manchete, em Diamantina (MG), 1971.

José Carlos Jesus, ex-chefe de reportagem da Manchete, nos enviou a foto acima, que foi publicada pelo fotojornalista Fernando Rabelo no blog Images&Visions, (link abaixo), com o seguinte texto, no destaque: "Este é um belo registro do encontro do ex-presidente Juscelino Kubitschek com Milton Nascimento e Fernando Brant na cidade de Diamantina, em Minas Gerais. A foto é de Juvenal Pereira, que trabalhava com Fernando Brant na Revista O Cruzeiro. Os dois estavam em Diamantina para fazer uma matéria com Milton Nascimento e Lô Borges. "Durante as fotos, encontramos casualmente o ex-presidente Juscelino Kubitschek com a equipe de reportagem da revista Manchete, que era concorrente de O Cruzeiro. A equipe da Manchete concordou em nos ‘emprestar' JK para algumas fotos”, afirmou Juvenal. 
A lembrança que o blog replica vem a propósito de Fernando Brant, jornalista, compositor, parceiro de Milton Nascimento, que fez sua travessia aos 68 anos, no sábado, 13, em Belo Horizonte, vítima de complicações após um transplante de fígado. Com Milton. Lô Borges e Tavinho Moura, Brant escreveu mais de 200 canções, entre as quais a antológica "Travessia".  A foto feita em um tempo que em que uma equipe de uma revista "emprestava" um personagem de uma matéria exclusiva para os colegas da concorrência (isso é algo quase inimaginável, hoje). José Carlos chama atenção para um detalhe: gravado na porta da Variant da equipe, o logo da Manchete. Milton e Brant, eles próprios simbólicos, aparecem aí cercados de ícones de um tempo: JK, Manchete, Cruzeiro, Variant...
VEJA A MATÉRIA NO BLOG IMAGES&VISION, CLIQUE AQUI

sábado, 7 de março de 2015

Imagens de "ilusão de ótica" que circulam na rede relembram "As aparências enganam", uma criação de Carlos Estevão para a revista O Cruzeiro

A menina que flutua...


...o cavalo com dois focinhos...

...a loura com traseiro de zebra...

...e o bebê com pernas de adulto. Fotos: Reprodução Internet
Circulam na rede fotos que aparentam uma situação quando, na verdade, não são nada daquilo. As imagens usam um curiosa ilusão de ótica. O que faz lembrar Carlos Estevão, o cartunista pernambucano que publicou suas ilustrações no Cruzeiro de 1948 até 1972, quando faleceu. Na revista, ele tinha uma seção chamada "As aparências enganam", que tirava partido de zonas claras ou de sombras e criava situações ilusórias desmentidas na sequência. Humor que divertiu gerações de leitores.

De Carlos Estevão/Reprodução
Reprodução do site Memória Viva de Carlos Estevão
Carlos Estevão/Reprodução

VOCÊ PODE CONHECER MAIS DA OBRA DO CARTUNISTA NO SITE "MEMÓRIA VIVA DE CARLOS ESTEVÃO". CLIQUE 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Imagens do jornalismo brasileiro: projeto preservará acervo dos Diários Associados. Enquanto isso, o arquivo da Manchete continua sumido, provavelmente deteriorando-se...

por BQVManchete
 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinará recursos ao projeto "Imagens do jornalismo brasileiro: preservação e difusão do acervo dos Diários Associados". Uma verba de R$ 790,9 mil, proveniente do Fundo Cultural do Banco, custeará o tratamento do arquivo fotográfico e a conservação de documentos daquele que foi o maior grupo jornalístico do Brasil. São mais de 800 mil itens entre fotos (em torno de 40 mil imagens), textos de reportagens publicadas, recortes e manuscritos dos jornais "O Diário da Noite" e "Diário de São Paulo". A publicação de um catálogo ilustrado, lançamento de e-books, a realização de um exposição e a disponibilização do acervo na Internet fazem parte do projeto. 
Desde que começou a se formar em 1924 (ano em que Assis Chateaubriand adquiriu "O Jornal"), os Diários Associados acumularam fotos, documentos e reportagens que contam a história do Brasil no século passado. Sabe-se que o acervo fotográfico que pertenceu à revista "O Cruzeiro" está vivo e protegido nos arquivos do jornal "Estado de Minas", detentor de 650 mil imagens produzidas pelos grandes repórteres-fotográficos que atuaram em "O Cruzeiro". Em 2012, o Instituto Moreira Salles lançou "As Origens do Fotojornalismo no Brasil - Um Olhar sobre O Cruzeiro - 1940/1960", organizado por Helouise Costa e Sergio Burgi. Um livro fundamental na biblioteca de quem pretende entender, visualmente, o Brasil do período. Estão lá a arte e o senso jornalístico de gênios como Jean Manzon, José Medeiros, Luciano Carneiro, Henri Ballot, Flávio Damm, Indalécio Wanderley, Ed Keffel, Luiz Carlos Barreto, entre muitos profissionais que atuaram na revista. Na apresentação do livro, Flávio Pinheiro, superintendente executivo do Instituto Moreira Salles, agradece a colaboração do jornal "Estado de Minas", que permitiu o acesso à produção da maioria dos fotógrafos. Ao lançamento do livro, na época, seguiu-se um exposição de 400 fotos marcantes do "Cruzeiro" O que leva a um triste paralelo com o que ocorreu com o até aqui desaparecido acervo fotográfico que pertenceu à revista Manchete e às demais publicações da extinta Bloch Editores. Embora tenha sido legalmente arrematado em leilão promovido pela Massa Falida da Bloch Editores, o arquivo sumiu. De resto, não há muita lógica no fato de uma pessoa adquirir um arquivo tão grande para simplesmente guardá-lo no baú da vovó. A questão é que vários fotógrafos que trabalharam na Manchete, alguns deles ganhadores de prêmios Esso, estão impossibilitados de finalizarem livros com suas obras por não saber onde e em que condição estão os negativos e cromos dos quais são legítimos detentores dos direitos autorais. Não se sabe se as fotos estão guardadas em ambiente climatizado ou se ainda existem. Já circulou até uma informação não confirmada de que um grande grupo de comunicação teria adquirido o acervo, com cláusula de segredo, para supostamente  evitar o assédio de muitos dos autores das imagens. Verdade ou "teoria da conspiração" vá saber...
A esperança que resta é que, em algum momento, alguma instituição entre em contato - e em acordo - com o arrematante proprietário dos direitos patrimoniais do arquivo e que daí resulte algo semelhante ao projeto apoiado pelo BNDES e tema deste post. 
O livro lançado há dois anos pelo Instituto Moreira Salles


Cartaz da exposição de fotos do acervo da revista "O Cruzeiro", em 2012.  

sábado, 12 de janeiro de 2013

Leu este artigo do fotógrafo Flávio Damm? É para quem gosta de fotografia e de revista ilustrada

Flávio Damm, 80 anos, trabalhou na fase lendária da revista O Cruzeiro. Leia o artigo  no Observatório da Imprensa. Uma seleção do seu trabalho pode ser vista no livro "Flávio Damm" (Editora Senac)
Clique AQUI


Esta é um das mais famosas fotos de Flávio Damm. Em 1958, no heliponto do Palácio do Catete, o fotógrafo fez esta imagem de um Juscelino "alado"  diante de um das águais de pedra que vigiam o alto do prédio, hoje Museu da República, no Rio de Janeiro. Foto: do acervo pessoal de Flávio Damm

domingo, 13 de maio de 2012

O tempo na prateleira. Manchete, O Cruzeiro, Revista do Esporte, Senhor voltaram à banca. Duvida? Visite A Cena Muda

O Brasil de ontem na prateleira: revistas de época de A Cena Muda.
Manchete e O Cruzeiro, lado na lado na banca, como antigamente.
Na Cena Muda há um espaço para o futebol. Como raras edições da Manchete Esportiva e da Revista do Esporte, acima, com Orlando Peçanha, da seleção de 1958 e do Vasco, na capa. 
Jussara Razzé - que encontrou em A Cena Muda muitas das imagens que selecionou para o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" - e Adda Guimarães, que criou a banca vintage, hoje point cultural de Ipanema. Fotos: J. Esmeraldo Gonçalves
por José Esmeraldo Gonçalves
Ontem, depois da manifestação pela defesa da Praça Nossa Senhora da Paz, ameaçada pela inesperada mudança do trajeto da Linha 4 do Metrô, dei uma passada (estreando câmera nova) na banca A Cena Muda, de Adda Guimarães. É um ótimo programa, típico de Ipanema, e uma proveitosa viagem no tempo. De preferência, não apenas para olhar. Pesquisadores e jornalistas "revisteiros" dificilmente saem de lá sem levar alguma preciosidade. Eu, que guardo o número 1 da revista Senhor, adquiri a edição 49, comemorativa dos quatro anos da publicação dirigida por Reynaldo Jardim e que tinha no expediente nomes como Millôr Fernandes, Yllen Kerr, Clarice Lispector, Bea Feitler, Sérgio Rodrigues, Caio Mourão e Jaguar. A Senhor, criada por Nahum Sirotski, então diretor da Manchete,  circulou entre 1959 e 1963, foi uma revista marcante em conteúdo e de design inovador. Esta e muitas outras raridades estão lá na banca da Adda. Algumas edições de Manchete e de Manchete Esportiva, adquiridas em A Cena Muda, forneceram parte das reproduções selecionadas por Jussara Razzé para a coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata), da qual é uma das autoras e também responsável pela pesquisa de imagens.
A Cena Muda, especializada em revista antigas (de 1900 a 1980), fotografias, cartões postais e figurinhas, além de editora de publicações retrô, fica na Praça Nossa Senhora da Paz, esquina de Maria Quitéria com Visconde de Pirajá.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Memórias da redação: Aconteceu no... O Cruzeiro

Este mergulho no passado jornalístico quem envia é Dalce Maria, de Brasília. A revista O Cruzeiro, de 3 de outubro de 1964, ano 1 dos anos de chumbo, publicava uma entrevista com o escritor Carlos Heitor Cony. Na época, em sua coluna no Correio da Manhã, Cony desafiava os generais de plantão. Foi preso por combater o golpe (que a revista, que apoiou a ditadura, como quase todas as publicações da época, chamava pomposamente de "Revolução de Abril"). Aqui, alguns trechos. Para ler a matéria completa vá ao site Memória Viva. Clique AQUI

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sidney Rezende dá a pista: onde encontrar revistas Manchete e Cruzeiro de antigos carnavais

Dica do jornalista Sidney Rezende para pesquisadores, jornalistas, historiadores do carnaval ou para simples viagem no tempo: as grandes coberturas de O Cruzeiro e Manchete. Está tudo lá, o que mudou, as bandas dos anos 70, os desfiles das Escolas na Presidente Vargas, na Av. Antonio Carlos e na Marquês de Sapucaí, os bailes...
No caso da Manchete, a revista cobriu, sem interrupção, todos os carnavais de 1953 a 2008. Clique AQUI