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sábado, 19 de agosto de 2017

Dia Mundial da Fotografia: encarte especial da Manchete homenageou fotojornalistas


Hoje é o Dia Mundial da Fotografia. A data remete a 19 de agosto de 1839, quando a Academia Francesa de Artes e Ciência anunciou oficialmente a invenção do daguerrótipo, o sistema que antecedeu as câmeras fotográficas, criado por Louis Daguerre a partir da héliografia desenvolvida por Joseph Niepce poucos anos antes.

O Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) inaugura hoje uma exposição "Feito poeira ao vento. Fotografia na Coleção do MAR", com 359 obras de Marc Ferrez, Kurt Klagsbrunn, Pierre Verger, Evandro Teixeira, Gustavo Malheiros, Bruno Veiga e outros. A mostra pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 17h, na Praça Mauá.

A falência da Bloch e a extinção da revista Manchete levaram ao descaminho milhares de fotos acumuladas em 48 anos de existência da Bloch. O acervo foi leiloado e encontra-se virtualmente desaparecido e são desconhecidas as condições de armazenamento e preservação de milhares de negativos, cromos e ampliações.

Em suas várias gerações, a equipe de Fotografia da Manchete e demais revistas da editora reuniu brilhantes fotojornalistas. A maioria perdeu o acesso ao resultado de anos de trabalho. Hoje, eles detêm os direitos autorais de uma miragem. Alguns desses fotógrafos têm projetos de livros. São irrealizáveis até quando, e se, o acervo for localizado. Mas, para centenas de repórteres fotográficos que atuaram na Manchete, a perda se reflete no reconhecimento de talentos que marcaram época nas revistas ilustradas. Muitos deles, com absoluta certeza, poderiam ter sua arte hoje vista em museus e exposições, reconhecida e eternizada.

Ao contrário, suas fotos jazem em um galpão sem nome.

Em 1969, quando a Fotografia celebrava 130 anos, a Manchete publicou um encarte especial de 32 páginas com 60 fotos sobre a história, os pioneiros, artistas de várias épocas, como um seleção extraordinária de imagens de Cartier Bresson, e destaques da equipe de fotografia da própria Manchete que, à época, somava 25 profissionais.

Justino Martins, então diretor da Manchete, escreveu na abertura do caderno especial:

"Cada semana escolhemos centenas de fotos dentre as milhares que nos chegam para a realização da Manchete. São fotos enviadas pelas grandes agências e pelos melhores repórteres internacionais, entre os que cobrem a atualidade do mundo inteiro. São fotos operadas pela nossa própria equipe de vinte e cinco profissionais que também perseguem os fatos, as pessoas e coisas sem olhar fronteiras. Foi durante esse trabalho de seleção que decidimos dedicar uma reportagem especial à Fotografia, tal como a vemos: uma arte aparentemente simples mas que exige poderes de concentração combinados com entusiasmo e disciplina mental. Sem a participação da intuição, da sensibilidade e da inteligência, a fotografia não é nada. Todas essas faculdade podem ser encontradas em uma só pessoa. E, quando isso acontece, pode-se dizer que o fotógrafo realiza obras-primas tão válidas quanto as de um pintor, de um escultor e mesmo de um grande músico ou poeta".

Reproduzimos aqui alguns trabalhos de fotojornalistas da Manchete presentes nesse encarte histórico. Tecnicamente, as reproduções não fazem jus à precisão da luz e matizes de cores das fotos publicadas. Mas é válido fazer o registro neste dia de homenagens à Fotografia. As legendas de cada foto são do encarte da revista.

"A freira é um tema favorito dos fotógrafos: a santidade unida à fragilidade.
Foto de Antonio Trindade.

"A criança dentro da solidão do infinito, em significativo ensaio de Juvenil de Souza."


"Orlando Abrunhosa, um apaixonado pela natureza, contemplou as abelhas em sua breve passagem pela bica de água". 


"Um gesto de vergonha diante da loucura dos homens é o que parece dizer a foto de Sebastião Barbosa".

"A nostalgia da simplicidade e da doçura provinciana é revelada por Zulema Rida. 

"Na praça, a carcaça de um bonde inspira ao mesmo tempo o senso lúdico da menina e o devaneio
dos namorados segundo Sebastião Barbosa".
"A solidão do homem em face do perigo é simbolizada por
Walter Firmo nesta esplêndida fotografia feita em uma arena do México. O grande espaço vazio contribui para o impacto dramático".

No Rio Grande do Sul, o fotógrafo Wilson Lima captou no ar a violência da queda, durante um rodeio em que o
domador levou a pior. Um segundo antes ou depois, a foto não teria o mesmo valor."


sexta-feira, 21 de abril de 2017

Fotógrafo consegue reaver na Justiça direito de acesso a 129 mil fotos de sua autoria


A coluna Gente Boa, do Globo, publicou na quarta-feira, 20/4/2017, a notícia acima. Muitos jornalistas cariocas, principalmente colunistas e a turma de entretenimento e celebridades, conhecem Xicão Jones. Nos anos 1990, a maioria das fotos de Xuxa levava sua assinatura. Segundo a nota, ele é o autor, mais precisamente, de 129 mil imagens da apresentadora.

A decisão da Justiça relatada acima atendeu à reivindicação do fotógrafo, mas deve interessar a muitos profissionais da área.

Xicão processou Xuxa porque "perdeu acesso ao material".

Fotógrafos detêm os direitos autorais dos seus trabalhos. Não se cassa esse direito, segundo a lei, embora na prática isso ocorra.

O caso mais conhecido é o do arquivo fotográfico que pertenceu à extinta Bloch. Desde que o acervo foi leiloado, as centenas de fotógrafos que passaram pela empresa jamais tiveram acesso aos seus negativos, cromos e ampliações. Não sabem, sequer, em que estado de conservação se encontram, se foram vendidos ou não.

O exemplo de Xicão Jones pode ser útil também nesse caso.

terça-feira, 14 de março de 2017

Fotomemória da redação: nos anos 60, fotógrafos da Manchete posam a rigor no estúdio da Frei Caneca



A Bloch ainda não estava no prédio da Rua do Russel quando alguns fotógrafos da Manchete fizeram a rara pose acima para uma edição especial. Pena que a foto foi publicada sem legenda e não foi possível identificar todos.

A cena - todos vestidos a rigor - foi registrada aí pela metade dos anos 1960.

Em nome da Fotomemória, vale tentar identificar os possíveis protagonistas da foto.

O primeiro à esquerda é o Paulo Scheunstuhl (veja, abaixo, a correção). Na sequência, sobre a escada,  fila de trás, Antonio  Trindade. À frente dele, Juvenil de Souza. À esquerda de Trindade, Sebastião Barbosa. À esquerda da modelo, Nicolau Drei. Acima dele, flash na mão esquerda e câmera encobrindo o rosto, Orlando Abrunhosa. O fotógrafo que aparece ao lado do Drei, erguendo o flash, é o Domingos Cavalcanti. Faltam duas identificações: a do fotógrafo que está agachado; e o que aparece, apenas o rosto, atrás da modelo.

Esta Fotomemória fica em aberto caso alguém de melhor memória conclua as identificações.

ATUALIZAÇÃO: Nélio Barbosa Horta, brilhante diretor de Arte que atuou no Jornal do Brasil e em várias revistas da Bloch, entre as quais a Fatos & Fotos, EleEla e Pais & Filhos, corrige e amplia (abaixo) as identificações da foto. O blog agradece.   
"Espetacular Fotomemória: lembro de quase todos eles, grandes amigos, grandes profissionais. O primeiro, à esquerda é o Antônio Rudge, depois o Trindade, o Souza, o Orlandinho, o Nicolau Drey e o Domingos Cavalcanti. Os outros, não consegui identificar. Estúdio da Frei Caneca, onde tudo começou. Velhos tempos, belos dias..."

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Imagens do jornalismo brasileiro: projeto preservará acervo dos Diários Associados. Enquanto isso, o arquivo da Manchete continua sumido, provavelmente deteriorando-se...

por BQVManchete
 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinará recursos ao projeto "Imagens do jornalismo brasileiro: preservação e difusão do acervo dos Diários Associados". Uma verba de R$ 790,9 mil, proveniente do Fundo Cultural do Banco, custeará o tratamento do arquivo fotográfico e a conservação de documentos daquele que foi o maior grupo jornalístico do Brasil. São mais de 800 mil itens entre fotos (em torno de 40 mil imagens), textos de reportagens publicadas, recortes e manuscritos dos jornais "O Diário da Noite" e "Diário de São Paulo". A publicação de um catálogo ilustrado, lançamento de e-books, a realização de um exposição e a disponibilização do acervo na Internet fazem parte do projeto. 
Desde que começou a se formar em 1924 (ano em que Assis Chateaubriand adquiriu "O Jornal"), os Diários Associados acumularam fotos, documentos e reportagens que contam a história do Brasil no século passado. Sabe-se que o acervo fotográfico que pertenceu à revista "O Cruzeiro" está vivo e protegido nos arquivos do jornal "Estado de Minas", detentor de 650 mil imagens produzidas pelos grandes repórteres-fotográficos que atuaram em "O Cruzeiro". Em 2012, o Instituto Moreira Salles lançou "As Origens do Fotojornalismo no Brasil - Um Olhar sobre O Cruzeiro - 1940/1960", organizado por Helouise Costa e Sergio Burgi. Um livro fundamental na biblioteca de quem pretende entender, visualmente, o Brasil do período. Estão lá a arte e o senso jornalístico de gênios como Jean Manzon, José Medeiros, Luciano Carneiro, Henri Ballot, Flávio Damm, Indalécio Wanderley, Ed Keffel, Luiz Carlos Barreto, entre muitos profissionais que atuaram na revista. Na apresentação do livro, Flávio Pinheiro, superintendente executivo do Instituto Moreira Salles, agradece a colaboração do jornal "Estado de Minas", que permitiu o acesso à produção da maioria dos fotógrafos. Ao lançamento do livro, na época, seguiu-se um exposição de 400 fotos marcantes do "Cruzeiro" O que leva a um triste paralelo com o que ocorreu com o até aqui desaparecido acervo fotográfico que pertenceu à revista Manchete e às demais publicações da extinta Bloch Editores. Embora tenha sido legalmente arrematado em leilão promovido pela Massa Falida da Bloch Editores, o arquivo sumiu. De resto, não há muita lógica no fato de uma pessoa adquirir um arquivo tão grande para simplesmente guardá-lo no baú da vovó. A questão é que vários fotógrafos que trabalharam na Manchete, alguns deles ganhadores de prêmios Esso, estão impossibilitados de finalizarem livros com suas obras por não saber onde e em que condição estão os negativos e cromos dos quais são legítimos detentores dos direitos autorais. Não se sabe se as fotos estão guardadas em ambiente climatizado ou se ainda existem. Já circulou até uma informação não confirmada de que um grande grupo de comunicação teria adquirido o acervo, com cláusula de segredo, para supostamente  evitar o assédio de muitos dos autores das imagens. Verdade ou "teoria da conspiração" vá saber...
A esperança que resta é que, em algum momento, alguma instituição entre em contato - e em acordo - com o arrematante proprietário dos direitos patrimoniais do arquivo e que daí resulte algo semelhante ao projeto apoiado pelo BNDES e tema deste post. 
O livro lançado há dois anos pelo Instituto Moreira Salles


Cartaz da exposição de fotos do acervo da revista "O Cruzeiro", em 2012.  

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Que em 2014 os fotógrafos consigam proteger seus acervos. Um exemplo? A foto abaixo, de Paulo Scheuenstuhl, que foi da Manchete, é uma das mais pirateadas do Brasil. Na cara-de-pau, é publicada como "Acervo Pessoal"... Essa aí saiu no site da Trip em artigo de Carlos Nader sobre Nelson Motta

(da redação da JJcomunic)
O fotógrafo Paulo Scheuenstuhl, da Manchete, fez a foto exclusiva para a revista em agosto de 1967. Estão aí os maiores nomes da MPB. O motivo da reunião no terraço da casa de Vinicius de Moraes era, segundo o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", combinar uma campanha para resgatar as marchinhas de carnaval. Com o devido crédito, a foto foi reproduzida entre outras imagens históricas no citado livro lançado pela Desiderata, hoje esgotado e disponível apenas em alguns sites na internet.  Publicada pela Trip (clique AQUI) , até com o diagrama da edição original que identificava os artistas, a foto foi creditada com um genérico "Acervo Pessoal". ena. Fica o registro em apoio a um dos grandes fotógrafos brasileiros. E um adendo: os fotógrafos que trabalharam na Manchete ainda lutam para localizar o acervo que pertenceu à Bloch e que foi leiloado pela Massa Falida da empresa. Eles revindicam informações sobre condições de preservação do material e um contato com o arrematante do arquivo de mais de 10 milhões de imagens. Pela lei, o arrematante é detentor dos direitos patrimoniais, enquanto que pertencem aos fotógrafos os direitos autorais. Em nome da preservação de cenas históricas da vida brasileira, seria bom que 2014 possibilitasse um desfecho mais racional para essa polêmica. A memória nacional agradeceria.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Fotógrafos ex-Manchete revoltados com o sumiço do acervo de imagens da extinta Bloch

Ex-funcionários da Bloch reunidos na sede do Sindicato dos Jornalistas, no Rio. Foto: Guilherme Póvoas

José Carlos Jesus (presidente da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores), ao fundo, presta informações sobre andamento dos processos e reivindicações junto à massa falida da empresa. Foto: Guilherme Póvoas
Após comprador do material que fazia parte das revistas de Adolpho Bloch ter desaparecido, assembléia de ex-funcionários discute possibilidades em relação aos direitos dos jornalistas

O clique mais famoso do repórter fotográfico Orlando Abrunhosa foi na Copa do Mundo de 1970, na estreia da seleção brasileira. Naquele jogo, contra a então Tchecoslováquia, Pelé, após marcar gol ao receber lançamento de Gérson, comemorou com o clássico soco no ar enquanto Tostão e Jairzinho corriam para abraçá-lo. O instante, fotografado por Orlando, que trabalhava na revista Manchete, viajou o planeta e virou até selo comemorativo.
Na última sexta-feira (30/3/2012), o repórter fotográfico estava no auditório do Sindicato dos Jornalistas com mais cerca de cem profissionais, entre jornalistas e gráficos. Eles, junto com outros 300 colegas, estão em busca de pagamentos devidos do tempo em que trabalhavam na Bloch Editores. Enquanto isso, o negativo em preto-e-branco que eternizou a comemoração do ataque da seleção de 1970 tem paradeiro desconhecido, junto com outras 12 milhões peças do acervo da extinta empresa de Adolpho Bloch.
“É uma situação complicada. E não recebi nada pela fotografia”, lamenta o jornalista, que fez história na imprensa brasileira com sua Nikon F. O acervo da Bloch Editores foi arrematado por R$300 mil num leilão em 2010. Neste ano, a Justiça tentou notificar o comprador do material após ação do Sindicato dos Jornalistas, mas não o encontrou. Assim, oficialmente, fotografias que registraram momentos preciosos da história do Brasil e do mundo estão desaparecidas.
“Alguns repórteres fotográficos disseram que irão à polícia apresentar queixa-crime pelo sumiço das imagens”, A revolta é grande não só pelos diretos autorais que não foram respeitados – daí o motivo da ação movida pelo Sindicato – mas também pelo desrespeito com a história da imprensa.
A Massa Falida de Bloch Editores ainda aguarda decisões da Justiça sobre processos relativos a pagamentos de salários, FGTS e horas extras. O promotor que acompanhava o caso. Dr. Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho, hoje Procurador da Justiça Cível, foi substituído pelo Dr. Carlos Cerqueira Chagas na 5a. Promotoria de Massas Falidas. Mas a juíza responsável pela 5ª Vara Empresarial da Comarca da capital é a mesma, Dra. Maria da Penha Nobre Mauro, assim como a Síndica Dra. Luciana Trindade da Silva. Os ex-empregados continuam confiantes com o apoio recebido das autoridades responsáveis pela massa falida.
“Esperamos que o novo promotor dedique a merecida atenção aos trabalhadores”, destaca o presidente da Comissão de Ex-funcionários, José Carlos Jesus, que agradeceu a atuação e o interesse do promotor Dr. Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho. A propósito do anunciado sumiço do arquivo fotográfico, Dr. Luiz Roldão demonstrou sua surpresa já que o endereço e contatos do comprador devem obrigatoriamente constar dos documentos legais da massa falida. Em nome dos colegas, José Carlos ainda dirigiu um agradecimento especial à juíza Dra. Maria da Penha Nobre Mauro.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro 
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terça-feira, 12 de abril de 2011

Fotógrafos se reunem para definir luta pelos direitos sobre Arquivo Manchete

Reunidos nesta segunda-feira (11), no Sindicato, repórteres fotográficos que trabalharam em publicações de Bloch Editores debateram formas para tentar garantir direitos autorais sobre o material que compõe o acervo fotográfico que pertencia ao grupo editorial e foi vendido por R$ 300 mil em leilão realizado há cerca de um ano. A próxima reunião do grupo foi marcada para o dia 27 de abril, às 15h, também no Sindicato.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.
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