segunda-feira, 31 de março de 2025

Pela primeira vez, a seleção brasileira vai precisar de um milagre de Jesus

por Niko Bolontrin

A seleção brasileira já foi o paraíso dos técnicos de futebol. Todos sonhavam em comandar o escrete, como a crônica esportiva chamava então. Houve uma época que era o melhor emprego do mundo. Dizem que Fiola dormia enquanto Pelé, Nilton Santos e Didi comandavam o jogo. Foi acordado para receber a Jules Rimet em 1958. Aimoré Moreira não dormia na beira do campo mas herdou o timaço que trouxe o bi em 1962. Foi ao Chile só distribuir as camisas. Aqueles times não precisavam de "professor" nem de "mister". Havia um mestre em cada posição .  

Falando sério: Zagallo teve pouco a ver com o Tri de 70. Foi escalado pela ditadura e ganhou o salário fazendo quase nada. Não havia necessidade. As feras do Saldanha se reuniam no hotel na véspera e determinavam o jogo, enquanto capitães e almirantes da delegação curtiam tequilas patrióticas. Em 1994, Romário, Bebeto e Tafarel garantiram o título para Carlos Alberto Parreira.    

Em 1998, faltou união e reunião dos jogadores para barrar Ronaldo Fenômeno, um convalescente recém-saído de um hospital francês. Difícil: naquele vestiário não havia jogador com voz e personalidade para fazer o treinador tremer e decidir pelo óbvio: Ronaldo estava incapacitado. E Zagallo não teve coragem de barrar o número um da patrocinadora Brahma. Em 2002, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, tirou a sorte grande: Ronaldo em mega forma, Rivaldo, Ronaldinho... 

A partir de 2006, com Parreira todo enrolado na Alemanha e os jogadores esbanjando dias de folgas,  a seleção tornou-se um fardo difícil de carregar. Dunga fracassou na África do Sul em 2010. Em 2014, o vexame dos 7x1 com aassinatura do Felipão; 2018, desastre teu nome é Tite; em 2022 Tite (o popular Adenor Bachi) era verborágico nas coletivas, parecia o Einstein explicando a Teoria da Relatividade, e confuso na beira do gramado. O novo futebol passou na janela e Adenor não viu. Mas era o queridinho dos jornalistas da Globo. 

Na semana passada, a propósito do vexame da seleção diante da Argentina, um jornalista do UOL, ex-Globo, ao analisar a falta de comando do treinador Dorival Junior, citou Tite como um "injustiçado". Leva pra casa, mano.  Tite não foi injustiçado, Tite teve chances mas não passou no Enem do futebol por duas vezes. Simples assim. 

Ano que vem tem Copa. Por enquanto o Brasil está uma tremenda bolinha e sem treinador. Dorival Júnior se manteve por apenas 445 dias e uma noite de pesadelo ao sofrer goleada (4x1) da Argentina. 

A CBF tenta agora trazer Jorge Jesus.  O português terá a difícil missão de pausar os 23 anos em que o Brasil sofre um duro jejum de título de campeão de Copa do Mundo. Só Jesus para a seleção evitar quebrar o recorde negativo anterior: os 24 anos entre 1970 e 1994 sem botar a mão na taça..    

 

domingo, 30 de março de 2025

A direita brasileira tem jornalistas "Ifood". É a turma que entrega "encomendas"

por Flávio Sépia 

O golpista Bolsonaro, agora réu, diz que precisa da imprensa. Hipocrisia. Ele já sabe que conta com parte da mídia. Os jornalões, os canais de notícias da TV paga,  os porões do You Tube e as as redes sociais abrigam comentaristas, analistas e articulistas em número que daria para preencher muitas garupas em motociata de bozorocas. 

São os jornalistas "ifood" que têm a missão de entregar encomendas. Agora que o STF dá um grande passo rumo ao julgamento dos golpistas, esse nicho da extrema direita está fazendo hora extra. O alvo principal é o ministro Alexandre Moraes, mas as escopetas apontam para o Supremo, como instituição.  Bolsonaro está na pista para entrevistas "exclusivas" em vários veículos. Deputados e senadores neofascistas se revezam na tribuna com ofensas aos ministros do STF. Um desses extremistas expressou até o desejo de matar a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente.

As fake news dos golpistas foragidos encontram espaços frequentes nas redes sociais que seguem sem a devida regulação que os jornalistas "ifood" chamam de "censura".  

sábado, 29 de março de 2025

A carta da presidente do México para Trump e Musk, que viralizou no mundo, é "fake" mas bem que poderia ser "real"

por José Esmeraldo Gonçalves 

Nos últimos dias, uma carta assinada pela presidente do México, Claudia Sheinbaum, circulou nas redes sociais e em muitos sites jornalísticos. Era fake. O conteúdo, ao contrário, fez sentido. Não se sabe que foi o autor. Imagino um mexicano indignado, estimulado por algumas doses de tequila, disposto a falar ao mundo. Se usasse a sua própria identidade nem os mariachis abafariam a música para ouví-lo. A mensagem não chegaria a Trump e seu parça oligarca. 

Usar o nome da presidente foi a solução. O "crime" compensa. Está perdoado. A história registra que líderes, reis e presidentes têm a mentira como instrumento de trabalho. A carta fake é um desses casos em que em o fim justifica o meio e a mensagem.


Leia a carta fake que nunca deveria ter sido.

"Então, vocês votaram para construir um 

muro… Bem, meus queridos americanos, mesmo que vocês não entendam muito de geografia – já que “América” para vocês significa apenas o seu país e não um continente –, é importante que saibam o que estão deixando do lado de fora desse muro antes de colocarem a primeira pedra.

Fora dele, vivem 7 bilhões de pessoas. Mas, como essa coisa de “pessoas” talvez não soe tão relevante para vocês, vamos chamá-las de consumidores.

São 7 bilhões de consumidores, prontos para substituir seus iPhones por um Samsung ou Huawei em menos de 42 horas. Eles também podem trocar Levi’s por Zara ou Massimo Dutti.

Sem fazer alarde, em menos de seis meses podemos parar de comprar carros da Ford ou Chevrolet e substituí-los por Toyota, KIA, Mazda, Honda, Hyundai, Volvo, Subaru, Renault ou BMW – marcas que, tecnicamente, superam os veículos que vocês produzem.

Com esses 7 bilhões de consumidores, também podemos cancelar nossas assinaturas de TV a cabo americana. Talvez não gostemos tanto da ideia, mas podemos simplesmente deixar de assistir aos filmes de Hollywood e focar em produções latino-americanas ou europeias, que têm melhor qualidade, mensagens mais ricas, técnicas cinematográficas mais avançadas e conteúdos mais relevantes.

Por mais inacreditável que pareça para vocês, podemos parar de visitar a Disney e, em vez disso, ir ao parque Xcaret, em Cancún, ou escolher destinos turísticos no México, Canadá, Europa, América do Sul ou Oriente. Há lugares incríveis pelo mundo.

E, acreditem ou não, até no México existem hambúrgueres melhores que os do McDonald’s – e ainda com um valor nutricional superior.

Alguém nos Estados Unidos já viu uma pirâmide? No Egito, no México, no Peru, na Guatemala, no Sudão e em outros países existem pirâmides de civilizações incríveis. Descubram onde estão as maravilhas do mundo antigo e moderno… Nenhuma delas está nos Estados Unidos.

Que pena, Trump! Se houvesse alguma, você provavelmente tentaria comprá-la e revendê-la.

Sabemos que existe Adidas, e não apenas Nike, e podemos começar a consumir marcas de tênis mexicanas, como a Panam.

Nós sabemos muito mais do que vocês pensam. Sabemos, por exemplo, que o desemprego crescerá dentro dessa muralha racista, que sua economia entrará em colapso e que, quando esses 7 bilhões de consumidores deixarem de comprar seus produtos, vocês acabarão implorando para que derrubemos esse muro.

Sem mais perguntas. Mas… vocês quiseram um muro? Então terão um muro.

Atenciosamente,

O resto do MUNDO.

CLAUDIA 

SHEINBAUM

PRESIDENTE DO MÉXICO


Paulo Leminski Neto: o filho do homenageado da Flip 2025 é morador de rua no Rio • Por Roberto Muggiati


O cantor Paulo Leminski Neto vive um drama nas ruas da Lapa
.
Na foto, o pai, poeta Paulo Leminski (1944-1989)

Identidade e semelhança comprovadas


Numa batida recente da PM na Praça São Salvador, um jornalista teve a atenção chamada para a identidade de um morador de rua: Paulo Leminski Neto. Era o filho do poeta curitibano Paulo Leminski Filho, que, nos anos 1980, agitou os meios culturais com seus talentos múltiplos como poeta, tradutor e ensaista (dialogando com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari e Wally Salomão), letrista da MPB (gravado por Caetano, Moraes Moreira e Ney Matogrosso) e judoca respeitado nos tatames da vida. Ele será um dos principais homenageados da Feira Literária de Paraty (Flip) deste ano.

Paulo Leminski Neto, cantor e professor de música, ficou sem trabalho no final do ano passado, foi despejado do quarto onde morava na Lapa e se viu na rua com a mulher, a figurinista Claudia Tonelli, com quem vive há seis anos. Como se desgraça não bastasse, ela sofreu agressão e tentativa de estupro por um delinquente de 29 anos com 22 passagens na polícia, saindo da emergência hospitalar com stress pós-traumático. O incidente levou ambos a se tornarem pacientes por depressão num Centro de Atenção Psicossocial (CAPs). Disse ela: “Viver e dormir nas ruas é um misto de invisibilidade e visibilidade incômoda.” O casal, em estado extremo de vulnerabilidade, precisa levantar 120 reais diários para pagar o hotel na Lapa onde Cláudia se recupera. Contam com a ajuda de pessoas solidárias, mas sem garantia de continuidade e podem ir parar de novo nas calçadas a qualquer momento.

Paulo Leminski Neto só passou a existir com carteira de identidade em agosto de 2021, depois que ele soube, pela biografia de Toninho Vaz, "O bandido que sabia latim", que era filho do poeta e que Leminski o havia registrado e, de posse da certidão do cartório, obteve o documento, com a data de nascimento de 31 de janeiro de 1968. A primeira mulher de Leminski, o registrou sob outro nome, não tinha sequer a certeza de que o poeta fosse seu pai, pois o casal vivia numa época de relações abertas.

Como sempre, Manchete tem um dedo nessa história. Na ocasião, Paulo Leminski veio tentar a sorte no Rio e hospedou-se no lendário Solar da Fossa, em Botafogo, demolido depois para a construção do Shopping Rio Sul. No casarão de dois andares com 85 quartos moraram, entre 1964 e 1971, intelectuais e artistas como Caetano Veloso, Gal Costa Gilberto Gil, Glauber Rocha, Paulo Coelho, Tim Maia, o jornalista Ruy Castro e os atores Cláudio Marzo e Beth Faria, que se casaram no pátio da pensão. O nome veio da deprê do carnavalesco Fernando Pamplona, que lá se refugiou depois de se separar da mulher. Mas o Solar era tão solar que a fossa não demorou muito, só o nome restou. Leminski ficou pouco e passou em brancas nuvens, assim como nas duas semanas em que trabalhou na antiga revista Manchete, escondido no Departamento de Pesquisa. Seu Grande Salto seria nos anos 1980, em São Paulo.






quinta-feira, 27 de março de 2025

Quer conhecer uma guerra suja? Leia na Carta Capital. Antes, tire as crianças da sala

 


A marca de leite Piracanjuba, as Mães da Sé e a inteligência artificial se unem para tentar localizar pessoas desaparecidas.

O Projeto Desaparecidos, iniciativa da Piracanjuba e das Mães da Sé, usa inteligência artificial para atualizar rostos e buscar informações que ajudem as famílias a localizarem seus entes queridos. As fotos da época em que as pessoas desapareceram estão impressas nas caixas de leite ao lado da imagem em que a IA simula como estão hoje.  Acima, a primeira à esquerda na galeria da Piracanjuba é Priscila Belfort, irmã do lutador Vitor Belfort, desaparecida desde 2004. 


212 pessoas desaparecem por dia no Brasil. Nos anos 1970, o menino Carlinhos
foi protagonista de um caso jamais esclarecido. Foto: Reprodução de Arquivos Policiais.

O Caso Carlinhos - o desaparecimento, no Rio, de um menino em um famoso sequestro jamais esclarecido pela polícia -, mobilizou jornais e revistas nos anos 1970. E virou um mistério o destino do tal menino, acrescido do fato de que a polícia, ainda anos depois, levantava a hipótese de que ele estivesse vivo, já adulto. Volta e meia aparecia na mídia alguém que dizia ser o Carlinhos. Geralmente, logo se comprovava a farsa e o "novo Carlinhos" voltava ao anonimato.

Só que, certa vez, apareceu na Manchete um sujeito que afirmava ser o próprio.

A mídia levantava a possibilidade de Carlinhos estar vivo, como apostava a chamada de capa na edição da Manchete

A idade e o tipo físico batiam. E até a mãe do Carlinhos parecia acreditar que pudesse ser seu filho.

O quase aval da mãe levou a revista a investir um pouco mais no assunto. A Bloch hospedou o suposto "Carlinhos" no hotel Novo Mundo para garantir a exclusividade da história.

Durante uma semana, até que ficasse provado que o cara era mais um engano, o "Carlinhos" da vez circulou pelos corredores da Manchete, andou paquerando umas moças, comeu bem, bebeu melhor ainda, foi recebido na sala do Adolpho e, não demorou muito, já estava íntimo e até dando uns palpites nas revistas.

Desmascarado pouco depois, foi proibido de entrar no prédio. "Esse 'Carlinhos' não entra mais aqui, foi a ordem que a recepção recebeu.

Depois do vexame, talvez até o próprio e autêntico Carlinhos, se um dia aparecesse por lá, seria defenestrado.

Este resgate da memória da redação da revista Manchete remete a uma importante iniciativa da Piracanjuba. Cerca de 212 pessoas desaparecem todos os dias no Brasil. Uma tragédia social que levou a marca de leite a se unir às Mães da Sé (instituição que ajuda na buscas e, em 25 anos de existência, localizou mais de 5 mil pessoas) no Projeto Desaparecidos, que utiliza a inteligência artificial para atualizar rostos e dar novas esperanças às famílias nas buscas dos seus entes queridos. A campanha espera que a IA facilite o reconhecimento deles. As fotos antigas e as reconstituições são reproduzidas nas caixas de leite que circulam em todoso Brasil. 

O projeto também disponibiliza um site com maiores informações. 

Acesse o link  https://projeto.piracanjuba.com.br/desaparecidos

segunda-feira, 24 de março de 2025

Avião presidencial a perigo?

por Flávio Sépia 

Em viagem ao Japão e Vietnã, Lula usou dois aviões. A escolha do segundo se deve à maior autonomia de voo. Até aí tudo bem. O risco é que essa logística passou pelos Estados Unidos. Trump - que tem tomado decisões imperialistas como deter imigrantes, CEO de empresas, sequestrar aviões presidenciais e expulsar diplomatas de países aliados, caso do embaixador da África do Sul - podia perfeitamente arrumar um pretexto para tomar o Airbus presidencial que ficou nos Estados Unidos. Duvidam?  Basta um dos oligarcas que o cercam, como Musk, acenar com sugestões desse tipo. 

quinta-feira, 20 de março de 2025

Revista Manchete - O Eterno Retorno

 




LEIA MAIS NO jORNALISTAS & CIA

Memórias da Redação - Elis Regina, 80 anos - Foi no dia 19 de janeiro de 1982 que, pela primeira e última vez em minha carreira jornalística, proferi uma frase-chavão típica dos filmes que têm a imprensa americana como tema: "Parem as máquinas";. E eles - os dirigentes da revista Manchete -pararam. Por Celso Arnaldo Araújo


Não olhe agora, mas Elis Regina faria hoje 80 anos. Nasceu nas águas de um 17 de março. Não posso, e acho que ninguém pode, além da Inteligência Artificial, imaginar nossa "maior cantora" cantando e sacudindo Arrastão com 80 anos. Mas aos 36, quando partiu misteriosamente, não só a imaginei como a vi em pessoa, já sem vida, na maior tragédia da MPB. 

Foi no dia 19 de janeiro de 1982 que, pela primeira e última vez em minha carreira jornalística, proferi uma frase-chavão típica dos filmes que têm a imprensa americana como tema: "Parem as máquinas". E eles - os dirigentes da revista Manchete - pararam. Não por mim. Por Elis. 

Era uma terça-feira em São Paulo. A revista, fechada na véspera, com Julio Iglesias na capa, já rodava no parque gráfico de Lucas, para ir às bancas na quarta de manhã, como sempre.

Por isso, terça-feira era, para a redação, um dia de transição, de ritmo lento. Jornalisticamente meio parado, improdutivo. A próxima edição, só daqui a oito dias. Mas, espere. Às 11 e meia da manhã daquela terça-feira, eu e o supercolega Júlio Bartolo subíamos a Avenida Rebouças, onde então se localizava a sucursal de Manchete, em direção à Avenida Paulista, para beliscar alguma coisa. No rádio do carro, ao fundo, em volume pouco audível, começamos a detectar fragmentos de uma notícia meio sem sentido: Elis Regina. IML. Dr. Shibata. Velório.

Parei o carro para ouvir melhor e nos demos conta de que nossa maior cantora estava morta. Senti na carne, fã de primeira e última hora. Mas o repórter gritava mais alto diante desse absurdo biográfico. Será que o pessoal da redação no Rio já sabia? A notícia chegou lá, pelo Trem de Prata? Possivelmente, não. Telefone, rápido. Celular? Só se a Rebouças fosse o túnel do tempo, 20 anos adiante. Orelhão, claro.

Apalpados todos os bolsos, nada de um punhado de fichas para o interurbano. A ligação a cobrar era o único meio de comunicação do mundo, como no tempo de nossos pais, naquela circunstância. Mas, para funcionar, era preciso que a redação da Rua do Russel já estivesse semipovoada, para atender e aceitar a ligação – naquele horário, isso não era comum numa terça-feira, pós-fechamento. Dois pra cá, dois pra lá, atenderam a ligação. Fascinação: era o próprio editor, o grande Roberto Muggiati. Então enchi o peito e anunciei: "Parem as máquinas!!!!". 

Não, ainda não sabiam de Elis. O Rio não sabia, naquela era pré-Internet. Mas Muggi era um editor de primeira e última hora: mandou parar as máquinas. Que Julio Iglesias esperasse sua vez. Escrevi o texto em duas horas. Sem almoço. Não sei quais foram as providências do ponto de vista gráfico. O fato é que horas depois, na manhã de quarta, como de costume, Manchete com a despedida de Elis estava nas ruas. 

Naquele mesmo dia, com Elis provocando um arrastão nas bancas, fui a seu velório, no Teatro Brigadeiro, que ela lotara por mais de ano com o musical “Falso Brilhante”. No féretro, serena, mas ainda Elis. 

Incrível: estamos há 44 Marços sem Elis.

P.S - Texto publicado no Facebook  de Celso Arnaldo Araújo. Roberto Muggiati compartilhou com o Panis Cum Ovum. 

Macron vai à guerra


O Charlie Hebdo ironiza Macron, o Rambo francês. O sujeito insiste em chamar a Rússia pra briga. Praticamente o seu único projeto de governo em plena decadência política é uma ofensiva "napoleônica" contra Moscou. A França dispõe de ogivas nucleares e Macron quer brincar de Dr. Fantástico. 

domingo, 16 de março de 2025

Gente esquisita, manifestação estranha

Bolsonaro tentou arregimentar golpistas em Copacabana. Esperava 500 mil ou até 1 milhão de bozorocas. Foi um fracasso.  Ele pede anistia para os criminosos que quebraram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF. Governadores golpistas e irresponsáveis como Cláudio Castro e Tarcísio Freitas estavam lá. Tinha menos gente, segundo O Globo cerca de 18 mil pessoas, do que servidores eur foram obrigados pelo clã a descontar uns caraminguás no famoso esquema das rachadinhas patriotas. Menos gente do que a multidão de otários que manda Pix pro Bolsonaro sempre que a justiça obriga o "mito" a pagar alguma multa.

Bom que os brasileiros que são deportados dos Estados Unidos e chegam aqui algemados em mãos e pés vejam os vídeos da manifestação dos golpistas, hoje. Havia faixas saudando Trump e sua metodologia fascista. Entre os bolsonaristas há que defenda que o oligarca estadunidense mande invadir o Brasil. Curiosamente, eles não mais chamam as Força Armadas brasileiras, agora convidam os marines a desembarcarem em Brasília levando Bolsonaro de volta ao poder absoluto.

Quem matou Odete Roitman? Elementar: foi a Manchete • Por Roberto Muggiati

Esta foi a única capa que a Manchete publicou com a grande personagem da TV em 1988: Odete Roitman em um flagrante captado por Wilson Pastor durante um rápido intervalo de gravação. A novela Vale Tudo fazia enorme sucesso mas a atriz Beatriz Segall se recusava a posar com exclusividade para as revistas da Bloch. E ela tinha razão. Saiba o motivo.  

A pior roubada que me aconteceu como editor de Manchete foi obra de uma repórter de sobrenome começado por M, de Macunaíma. Para emplacar uma reles notinha na seção Gente, que se resumia a uma foto e dez linhas, ela engambelou a atriz Beatriz Segall – que atuava numa peça em São Paulo – a vir ao Rio, trazendo o ator e a atriz com os quais contracenava, para fazer uma foto no estúdio. Todas as despesas pagas pela própria Beatriz, convencida pela repórter de que seria capa da revista – a jornalista  jurou, como dizia Adolpho Bloch, “pela minha morta mãe”. Quando saiu a Manchete, Beatriz teve um choque ao ver que a capa era outra. Folheou a revista várias vezes até encontrar a foto e o textículo protocolares meio sumidos entre doze outras notinhas na página dupla da seção Gente. 

Beatriz Segall era uma pessoa muito elegante, nora do grande pintor Lasar Segall e filha do diretor do Instituto Lafayette, um dos melhores educandários femininos do Rio, onde aprendeu francês, piano e costura. Depois, foi bolsista de teatro e literatura em Paris, onde conheceu o marido. Telefonou para mim, a voz calma e o discurso sóbrio, expondo a grande falcatrua a que fora submetida. Fiquei embasbacado, desconhecia os detalhes da história, e prometi que falaria com os Bloch, pleiteando um ressarcimento que, já sabia de antemão, seria causa perdida. Beatriz e eu costumávamos frequentar os saraus da Ceres Feijó, a partir de então me vi constrangido a ficar sempre à distância dela, praticamente me escondendo de tanta vergonha.

Acabou que, poucos meses depois, a doce Beatriz Segall teve o seu gosto de vingança. A TV Globo estreou o que seria talvez a sua novela de maior sucesso em todos os tempos, Vale tudo. E Beatriz brilhava no papel da arquivilã, Odete Roitman. Durante meses o Brasil inteiro viveu em suspense o enigma “Quem matou Odete Roitman?” A mídia vivia à sua caça. Beatriz/Odete recebia a todos cordialmente, menos aos veículos da Bloch. Manchete e Amiga perderam capas preciosas, obrigadas a recorrer a fotos e informações de segunda mão, sem contato direto com a “dona da notícia”.

PS • O autor de Vale tudo, Gilberto Braga, também vivia dias de glória. Vinte anos antes, amargou um anonimato humilhante como foca na reportagem da Manchete com o sobrenome materno, Gilberto Tumscitz.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Os planos de fuga de Bolsonaro

 

Reprodução 


Comentário do blog - por O. V. Pochê 

A nova edição da Fórum vem com Bolsonaro na capa. Em atualização da situação jurídica do meliante, a matéria principal cita um plano de fuga do ex-presidente elaborado em 2021 e retrofitado em 2022.  

A essa altura, com o cerco se fechando em torno do golpista, o plano deve ter recebido mais emendas de bancadas 

Vale especular sobre as estratégias de Bolsonaro. O sujeito não se destaca pela inteligência. Seu histórico em Agulhas Negras não  é exatamente peça a ser emoldurada. Ele se considera-se um ex-militar, mas sua carreira foi curta. Foi afastado cedo do Exército e, na aposentadoria, apenas recebeu a patente de capitão como ato meramente burocrático. 

Nos anos 1980, a Veja publicou o esboço quinta série do seu plano terrorista abortado. Imaginem então o teor do seu plano de fuga. Pode fugir disfarçado de Jojo Todinho, atualmente sua mais fervorosa adepta? Ou de Regina Duarte a caminho de compras no Paraguai. 

Uma das hipóteses e escapar em um jet ski pilotado pelo Malafaia. Fotos que circularam na semana passada mostrando os dois evoluindo em uma moto aquática, seria um esquenta para a fuga do século. 

Não se sabe se Bolsonaro  obteve ajuda para finalizar o plano de fuga. Ele confia em alguns "estrategistas" de talento discutível. Seria o general da banda golpista Heleno? 

Uma alternativa estudada seria a organizar de uma motociata em Foz do Iguaçu . Os motoqueiros, com o Bozo à frente, percorrem as ruas da cidade e, em determinado momento aceleram em direção à Ponte da Amizade e cruzam a fronteira. 

Refugiar-se na Argentina é uma possibilidade. O pretexto é um convite de Milei a Bolsonaro para inaugurar uma estátua de Trump em frente à Casa Rosada. Após a cerimônia, o ex-presidente será hóspede oficial de Milei. A segunda parte desse plano remete ao resgate de Mussolini, então preso na Itália, por um comando nazista que o trabsporta para a Alemanha. A ideia é pedir a Trump para enviar os Seals para levarem Bolsonaro para um quarto e sala do Airbnb alugado pelo governo americano ao lado de uma loja de compra e venda de relógios em Orlando. 

Comenta-se que, para evitar a fuga, autoridades têm a intenção de obrigar Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica. O problema é e que temem que ele considere que é um presente e venda o dispositivo na Feira do Rolo em Ceilândia.


domingo, 9 de março de 2025

Racismo envergonha o futebol. Chegou a hora de punir o crime. Basta de "campanha educativa"

por José Esmeraldo Gonçalves 

Notas de repúdio, campanhas educativas, multas, agressores afastados de estádios, nada disso reduziu a incidência de racismo no futebol. Um dos motivos é surpreendente: na maioria dos países, racismo, ao contrário do que expressa a lei brasileira, não é crime. Na semana passada, o jogador Luighi Hanri, do Palmeiras, foi vítima de racismo por parte de torcedores do Cerro Portenho. O Palmeiras exige uma punição rigorosa ao time paraguaio, levou o caso à CONMEBOL e promete acionar a FIFA. Chegou a hora de afastar das competições, em medida proporcional ao crime, time que não se cerca de medidas como câmeras, fiscalização e ação imediata para reprimir racistas. Também está mais do que na hora de os árbitros pararem o jogo diante de agressão racista por parte de torcedores, dirigentes e jogadores.  É preciso que, independentemente de recurso à justiça e polícia, se efetive uma punição esportiva grave. No Brasil, apesar das leis, há uma leniência que alivia aplicação das penas. Nem quando condenados, racistas não pegam cadeia. Recebem penas "divertidas" como doar cestas básicas, não ir a estádios etc. Por isso, um caminho mais efetivo talvez seja a dor no bolso dos cartolas, corte de cotas e premiação, afastamento do time por um período e outras medidas rigorosas. Quanto ao argumento de que um torcedor foi o autor do crime, isso não exime o clube. Ele que processo o torcedor racista e exija indenização do prejuízo financeiro sofrido.

Atualização em 09/3/2025 - A CONMEBOL multou o Cerro em 50 mil dólares; obrigou o clube paraguaio a jogar com portões fechados a Libertadores Sub-20; o Cerro terá que fazer uma campanha de conscientização anti-racismo. Moleza. Desse jeito, os torcedores paraguaios estão prontos para cometer novos atos de racismo. Aguardem.

Mídia - Sambódromo carioca 2025 - Transmissões dos desfiles das Escolas de Samba - Globo se reabilita do desastre na cobertura do ano passado

Milton, Mariana, Alex, Karine e Pretinho da Serrinha. Foto de Cadu Pilotto. Divulgação Rede Globo

por José Esmeraldo Gonçalves
A Rede Globo aprendeu com o erro monumental cometido em 2024. Empolgado com influencers, o então diretor Boninho resolveu colocar amadores para entrevistas e intervenções na pista. Foi um caos. Algo para esquecer. Havia uma fulano inteiramente perdido, que se considerava estrela do sambódromo e fazia irritantes piadas de quinta série. Uma fulana demonstrou não saber o que estava fazendo ali, parecia desconhecer absolutamente tudo sobre escolas de samba e fazia perguntas ou observações banais sobre enredos, alas, entrevistados etc. 

Ao fim do carnaval, patrocinadores teriam reclamado da cobertura fora dos padrões. Com razão.

Já a performance da equipe do estúdio montado na Sapucaí no ano passado, aliás formação repetida em 2025, foi esforçada mas não conseguiu salvar aquele "Titanic". As intervenções dos repórteres, especialmente dois deles que tinham mais espaço, derrubavam o clima e a espontaneidade. Os amadores contagiaram a cobertura e acabaram afetando o desempenho do restante da equipe. Vale uma metáfora futebolística: a tal dupla de 2024 recebia a bola redondinha passada pelos profissas e devolvia uma melancia. 

Neste ano, a Globo voltou a valorizar a experiência e o profissionalismo. A troca de passes entre o grupo do estúdio (Milton Cunha, Alex Escobar, Karine Alves e Pretinho da Serrinha) com Mariana Gross, que atuou como uma âncora de pista, foi dinâmica e criativa e, principalmente, informativa. O trabalho dos repórteres  Pedro Bassan, Lilia Teles, Hélter Duarte, Mônica Teixeira, Mariana Bispo e Alexandre Henderson foi perfeito. 

Se Mariana Gross fez toda a diferença solta na passarela, demonstrando o conhecimento e a  informalidade de quem conhece o ambiente das escolas e seus personagens. Milton Cunha brilhou  na dispersão. Enquanto registrava a comemoração dos componentes que acabavam de atravessar o terrível portão da cronometragem, ele se jogava no meio da euforia dos componentes, era literalmente carregado por eles, sem deixar de pontuar as imagens um segundo sequer. Se houvesse um estandarte de ouro para jornalistas, Mariana e  Milton  levariam o troféu.  E, o mais importante, segundo institutos de aferição de audiências, a cobertura da equipe premium, além da inovação dos desfiles em três noites que tornaram menos cansativa a maratona, rendeu bons resultados.  

domingo, 2 de março de 2025

“Tomara que chova” antecipou “Cantando na chuva” • Por Roberto Muggiati

 


Um dos maiores sucessos do Carnaval carioca, a marchinha Tomara que chova, de Paquito e Romeu Gentil, é cantada por Emilinha Borba no filme da Atlântida Aviso aos navegantes (1950), com o par romântico Eliana-Anselmo Duarte e a dupla cômica Oscarito-Grande Otelo. A cena de Tomara que chova é coroada por um incrível balé “frevando-na-chuva”, que antecipa em dois anos o famoso número de dança de Gene Kelly em Cantando na chuva. VEJA NO LINK 

1950 - Emilinha Borba - Tomara Que Chova


Mais uma vitória para o nosso cinema, muito antes do Orfeu Negro e de Ainda estou aqui. Plágio inconsciente? Há controvérsias. Nos velhos  papos cinéfilos com Carlos Heitor Cony na Manchete, ele lembrou que o Brasil era um fetiche para o diretor de Cantando na chuva, Stanley Donen. Em 1984, Donen filmou aqui Blame it on Rio/Feitiço do Rio, primeiro papel importante de Demi Moore. (Outra vitória para nossas cores: por artimanhas do repórter Tarlis Baptista, a starlet de 21 anos posou seminua para EleEla...) E ainda tem mais Manchete na área: no final dos anos 1970, Tomara que chova foi um número de destaque no musical-besteirol de Wilson Cunha e Flávio Marinho, redator e crítico da Manchete, parodiando o musical transformado em filme Evita. Carnaval também é cultura. 

sábado, 1 de março de 2025

Dorival Junior relacionou ontem 52 pré-convocados para a seleção brasileira. Nem ele é capaz de citar de cor todos os jogadores. Para eliminar tanta gente, só o BBB da CBF

por Niko Bolontrin

 Memória não é saudade. É referência. Ajuda você a não ser feito de bobo. A saber o que é inovação e o que é cópia borrada de algo que já foi feito no passado.

Dorival Junior, treinador da seleção brasileira acaba de divulgar sua lista de convocados. É impressionante. O "professor" anunciou os nomes de 52 pré-convocados. Deve ser exatamente o número de dúvidas que o homem tem.  Isso para dois jogos válidos, agora em março, pelas Eliminatórias da Copa de 2026. O Brasil enfrentará Colômbia e Argentina. 

Não pergunte ao Dorival qual o time que entrará em campo. Nem ele sabe, mas até sexta-feira que vem, dizem por aí que anunciará os nomes dos inscritos. É impossível em uma semana um treinador achar um critério para eliminar quase 30 entre os jogadores presentes nessa estranha lista de mais de 50. Vai ser no sorteio ou na inteligência artificial? 

Dorival não está sozinho. Houve um ano em que a antiga CBD treinou em Minas Gerais quatro seleções, eu disse quatro, seleções basileiras. Claro que não deu certo. 

Só para lembrar: na primeira coletiva logo após ser nomeado treinador da seleção brasileira, João Saldanha revelou seus 22 convocado e seus 11 titulares. Antes que os jornalistas copiassem os nomes nos bloquinhos da época, ele finalizou: "essas são as minhas feras".  

Saldanha foi logo demitido pela ditadura, mas entregou a Zagallo basicamente o time campeão em 1970.

Para eliminar tantos jogadores da pré-lista antes da peneira final Dorival deve recorrer ao BBB25.  Paredão, bigfone e provas podem ajudar.

Atualização em 10/3/2025 - Ontem o Santos foi  no Campeonato Paulista pelo Corinthians. Neymar, com problema muscular na coxa, viu a derrota sentado no banco de reservas. Estava lá fazendo figuração, já sabia que não poderia entrar em campo. A mídia esportiva crítica o jogador por ter ido ao sambódromo carioca quando deveria estar se cuidando às vésperas de uma partida decisiva para o Santos. Esse tipo de comportamento é rotina na vida de Neymar. O único otario nessa história é a o treinador da seleção brasileira. Dorival Junior acredita que Neymar vai tirar o Brasil do sufoco das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Dorival acredita em Saci Pererê, Mula sem Cabeça e na Loura do Banheiro. E também sonha com Neymar arrebentando o jogo contra as defesas "gentis" de uma tal de Argentina e de uma "moleza" chamada Colômbia.

Marcio Ehrlich (1951-2025) - o historiador da publicidade brasileira

Marcio Ehrlich

A coluna Janela Publicitária na...


Revista Tupi, 2020

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em 2020, em pleno isolamento social imposto pela Covid, editei um projeto interessante idealizado por David Ghivelder: uma revista para a Tupi 96.5 FM. Toda a produção, com exceção obviamente da gráfica, foi em home office. A equipe era formada por revisteiros da Manchete como Dirley Fernandes, Sidney Ferreira, Alex Ferro, David Júnior, Tânia Athayde, Roberto Muggiati, além da repórter Dani Maia, ex-Abril. Marcio Ehrlich foi o responsável pela coluna Janela Publicitária, o mesmo título do seu site e podcast. Tínhamos então, nas páginas da publicação da "rádio que vai para as bancas", o maior especialista no assunto. 

Desde os anos 1970, Marcio Ehrlich era atualidade e memória da publicidade brasileira. Foi diretor a Associação Brasileira de Publicidade (ABP). Era referência no setor. Entendia que a publicidade não apenas vendia produtos mas se connectava com a vida das pessaos. 

Sua última coluna foi sobre o Natal. Ele sentia falta das mensagens natalinas produzidas pelas agências especialmente para a época. "Todo anunciante sonhava que sua agência de publicidade trouxesse um jingle que tocado na rádio ou na TV fizesso o público sair cantarolando depois, como se fosse um hit popular", lembrou.  Ehrlich citou o antológico comercial da Varig. "Estrela brasileira no céu azul , iluminando de norte a sul, mensagem de amor e paz, nasceu Jesus, chegou Natal. Papai Noel voando a jato pelo céu trazendo um Natal de felicidade..." 

No último parágrafo da coluna ele lamentou: É uma pena. Neste momento em que muitos shoppings estão tendo que botar seus Papais Noéis atrás de uma vitrine ou de uma tela de celular, por conta do isolamento social, bem que eu gostaria de estar cantando uma nova musiquinha fofa de Natal. você não?"  

O que poucos sabiam: Ehrlich, além de jornalista e psiquiatra por formação, foi ator, trabalhou em várias novelas. Uma delas, "Pantanal", da extinta Rede Manchete. 

Marcio Ehrlich faleceu no dia 24/2/2025, aos 74 anos, vítima de choque séptico e falência de múltiplos órgãos. Era casado com a jornalista Renata Suter, deixou dois filhos e um neto. 

Mídia: a boca maldita de Sergio Maurício, o narrador de Fórmula 1, na Band


Sergio Maurício.
Foto Divulgação Band
Não se sabe se o apresentador Sergio Mauricio, da Band, é bolsonarista, mas o cara parece ter o "mito" como inspiração. Assemelha-se no preconceito, na grosseira, na intolerância, na arrogância. 

A última "patada" foi uma agressão rscista e transfóbica contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Ele a chamou de "fake news ambulante, essa coisa".

Criticado nas redes sociais e, segundo o portal F5, afastado temporariamente da cobertura de pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein, Sergio Mauricio alegou em defesa que seu perfil foi "invadido". Duas observações sobre essa "defesa": ele ainda não apresentou provas de que foi hackeado e o teor da agressão verbal combina perfeitamente com outros episódios no currículo do apresentador. 

Em 2022, durante a transmissão de uma prova, ele avistou uma bandeira do Botafogo, seu time, no meio da torcida. O microfone vazou o comentário preconceituoso: "Tem uma bandeira do Botafogo ali. Vê se tem flamenguista ali. É tudo duro, favelado”. 

No ano passado, o presidente da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), Mohamed Ben Sulayem, se incomodou com os palavrões dos pilotos durante as comunicações via rádio e os comparou a rappers. "Nós não somos rappers. Eles falam palavrões quantas vezes quiserem", disse ele, em entrevista. "Esse é o estilo deles, nós somos diferentes", completou. O piloto Lewis Hamilton, criticou a fala do cartola. "Dizer rappers é muito estereotipado. Se você pensar bem, a maioria dos rappers é de negros. Então quando se diz: 'Nós não somos como eles', essas são as palavras erradas. Há um elemento racial aí". Em seguida, Sergio Mauricio abriu baterias contra Hamilton. "Ele disse que foi uma declaração racista em relação aos rappers, eu não entendi bem o racismo aí. Hamilton aproveitou para 'surfar'". debochou. 

No mês passado, o alvo da boca maldita de Sergio Mauricio foi Luíza Trajano, da Magalu. Segundo o portal Metrópoles , o apresentador não gostou de um post em que a empresária pedia ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não comunicasse aumentos dos juros, e disparou um comentário de baixíssimo nível. "Vai dar meia hora de b… dona do Magalu, que rima com c…”.

Desse jeito, as transmissões de Fórmula 1 correm o risco de serem classificadas para meia noite, quando as crianças já estiverem dormindo.   

A deputada Erika Hilton anunciou que vai processar o apresentador. A Band não se manifesta sobre o assunto e não informa se Sergio Mauricio voltará a narrar GPs para a emissora. 

Vem asteroide!

 por Ed Sá 

Anote essa sigla: 2024 YR4. Ela identifica o asteroide descoberto no ano passado que pode cair sobre a sua cabeça. O alertas é da Agência Espacial Europeia alerta sobre a trajetória do corpo celeste que mede entre 40 e 100 metros de diâmetro e tem a Terra na mira. Os cientistas explicam que o 2024 YR4 viaja em trajetória incerta. Inicialmente a chance de se chocar com nosso terreiro era de 1,3%, mas o risco subiu para 2,3%. Não é possivel estimar o perigo em 22 dee ezembro de 2032, data prevista para a possível colisão. Pode aumentar, pode diminuir. Apesar do tamanho e caso acerte a Terra na testa, o 2024 YR4 pode ser catastrófico. Se cair em área urbana tem potencial para fazer muitas vítimas; se cair no mar provocará um tsumani de proporções consideráveis.

Há algum tempo a NASA estuda processos para para desviar um asteroide que ameace a Terra. Basicamente seria através de lançamento de mísseis portadores de ogivas nucleares capazes de reduzir a pó o "invasor" da nossa órbita ou da instalação de propulsores que "empurrem" a ameaça para outros rumos.

O povo gosta de arte - Arquiteto Miguel Pinto Guimarães desvenda a construção e os artistas construtores do Carnaval das Escolas de Samba do Rio de Janeiro no livro "Pra tudo se acabar na Quarta-Feira" (Editora Capivara, 386 páginas)

 O jornalista Roberto Muggiati comenta no jornal Valor sobre a obra monumental organizada por Miguel Pinto Guimarães e Luisa Duarte reunindo 12 colaboradores, entre os quais Haroldo Costa, Leonardo Bruno, Flávia Oliveira, Aydano André Motta, Helena Teodoro, e Fábio Fabato. 

LEIA NO VALOR DE 28/1/2025