por José Esmeraldo Gonçalves
Notas de repúdio, campanhas educativas, multas, agressores afastados de estádios, nada disso reduziu a incidência de racismo no futebol. Um dos motivos é surpreendente: na maioria dos países, racismo, ao contrário do que expressa a lei brasileira, não é crime. Na semana passada, o jogador Luighi Hanri, do Palmeiras, foi vítima de racismo por parte de torcedores do Cerro Portenho. O Palmeiras exige uma punição rigorosa ao time paraguaio, levou o caso à CONMEBOL e promete acionar a FIFA. Chegou a hora de afastar das competições, em medida proporcional ao crime, time que não se cerca de medidas como câmeras, fiscalização e ação imediata para reprimir racistas. Também está mais do que na hora de os árbitros pararem o jogo diante de agressão racista por parte de torcedores, dirigentes e jogadores. É preciso que, independentemente de recurso à justiça e polícia, se efetive uma punição esportiva grave. No Brasil, apesar das leis, há uma leniência que alivia aplicação das penas. Nem quando condenados, racistas não pegam cadeia. Recebem penas "divertidas" como doar cestas básicas, não ir a estádios etc. Por isso, um caminho mais efetivo talvez seja a dor no bolso dos cartolas, corte de cotas e premiação, afastamento do time por um período e outras medidas rigorosas. Quanto ao argumento de que um torcedor foi o autor do crime, isso não exime o clube. Ele que processo o torcedor racista e exija indenização do prejuízo financeiro sofrido.
Atualização em 09/3/2025 - A CONMEBOL multou o Cerro em 50 mil dólares; obrigou o clube paraguaio a jogar com portões fechados a Libertadores Sub-20; o Cerro terá que fazer uma campanha de conscientização anti-racismo. Moleza. Desse jeito, os torcedores paraguaios estão prontos para cometer novos atos de racismo. Aguardem.
Não vi arianos na torcida do Cerro Portenho
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