quinta-feira, 1 de abril de 2021

1962: o ano bom do cinema brasileiro

 por Ed Sá

A propósito do post abaixo sobre a estreia de Os Cafajestes, em 1962, é justo complementar: naquele ano foram lançados dois outros filmes que também fazem parte da história do cinema brasileiro. Um deles foi Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias. O outro, O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte.

O Assalto ao Trem Pagador levou para as telas um roubo espetacular que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1960.  A ação dos seis integrantes da quadrilha foi recriada com o mesmo trem e no mesmo ramal ferroviário do fato policial, mas o filme dramatiza principalmente a vida de cada um dos assaltantes após o roubo, com o bando tensionado pelas investigações e deslumbrado pela montanha de dinheiro (27 milhões de cruzeiros, com um salário mínimo valendo na época 13.440 cruzeiros) arrecadados. 

No elenco, Eliezer Gomes, Luíza Maranhão, Reginaldo Faria, Grande Otelo, Átila Iório,  Jorge Dória, Wilson Grey, entre outros.

O Pagador de Promessas foi o primeiro filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro, em Cannes, e também a primeira produção nacional a ser indicada para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Foi escrito e dirigido por Anselmo Duarte. Conta a história de Zé do Burro e aborda a intolerância religiosa, um tema bem atual. 


Ele tanta cumprir uma promessa que fez em um terreiro de candomblé para salvar um burro doente. Zé carrega um cruz para levar à igreja de Santa Bárbara, mas o pároco se enfurece com a associação à religião afro e impede a entrada do penitente. 

O elenco tinha, como destaques, Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionísio Azevedo e Geraldo Del Rey, Anselmo filmou O Pagador em Salvador e Monte Santo, na Bahia. 

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