Luciana Gimenez posta foto de viagem à Grécia. Reprodução |
Bruna Marquezine em Ibiza. |
Grazi Massafera na Itália. |
por Ed Sá
Milhões de leitores continuam ligados nas notícias de celebridades. E o apetite por esse tipo de informação nunca foi tão forte.
O que mudou, nos últimos anos, foi a distribuição desse conteúdo e a forma como o público passou a acessá-lo.
Em um primeiro momento, as revistas impressas dedicadas ao segmento perderam espaço. Muitas imaginaram que matérias de qualidade bastariam para segurar os leitores e os anunciantes. Quando reagiram, não conseguiram conectar a marca - várias delas tradicionais no mercado -, com a audiência na internet. Com a crise econômica e de modelo de negócios, as publicações impressas reduziram equipes e investimentos, perderam consistência, o que tornou impossível uma recuperação. Tão rápido quanto o tsunami de inovações tecnológicas, o meio impresso perdeu espaço para o digital e para a agilidade natural dos sites concorrentes.
Outros fatores, logo à frente, complicariam ainda mais a vida da mídia de entretenimento. Com o avanço das redes sociais, as celebridades assumiram o papel de editores do seu próprio conteúdo, com a enorme vantagem, claro, de postar material exclusivo, íntimo, às vezes até na cama ou no banheiro. Os próprios sites especializados sentiram o golpe. No Brasil, por exemplo, há dezenas de "famosos" com mais de dez milhões de seguidores nas redes sociais. Apenas como exemplos, Neymar tem quase 50 milhões; Bruna Marquezine passou dos vinte, Anitta idem, Ronaldinho passou dos trinta. Eles postam fotos em primeira mão, e a internet em geral é obrigada a requentar o material. As revistas impressas e sites de celebridades ainda sofreriam outro mata-leão: portais "nobres" e de grande audiência, como Folha de Sâo Paulo, Veja, G1, UOL, IG e R7 etc, abriram espaços importantes para o segmento de celebridades por um motivo muito racional: potencializam consideravelmente - muitas vezes são decisivos - o número de cliques nas suas respectivas páginas. Isso apesar da resistência de muitos editores ao "jornalismo de fofocas". E não apenas no Brasil. O site de um jornal inglês se rendeu às celebridades e, em nome da audiência, colocou na primeira página há dois anos uma barra com chamadas de "gossips", que os jornalistas da redação apelidaram de "barra da vergonha". Está lá até hoje, para ajudar a pagar os salários das editorias ditas "sérias". Vale lembrar que a "barra da vergonha" fez sucesso, mas roubou leitores da revista impressa especializada do mesmo grupo editorial.
Com audiências como as citadas acima, as celebridades não apenas compartilham fotos originais, sensuais ou divertidas com o seu imenso público, ela se tornaram efetivamente meios de comunicação. E o que faz um meio de comunicação? Isso, vende publicidade e marketing. Seus perfis estão à disposição para recomendação de produtos, virais publicitários etc.
Audiência, identificação com a marca, conteúdo original, rentabilidade. Fecha-se o ciclo do formato que abala o emprego de Dona Candinha.
Tudo ao alcance de um smartphone.
2 comentários:
Acho que a médio prazo, todos os meios serão digitais. O papel tem prazo para ser extinto. Não quer dizer que o jornalismo ou a literatura vão acabar. Muda o formato e talvez como aconteceu no caso citado no artigo ganhem até muito mais leitores.
A verdade é que as nossas principais artistas continuam a vender seus belos corpos como propaganda de sua arte. É preciso continuar a ser as "top" no seu ramo de trabalho. É preciso ter um lindo corpo de belas curvas exprimindo sensualidade e pronto entra para a lista das "dez mais".
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