por Gonça
Quem frequenta este blog já leu sobre a remota mas viável possibilidade de a Fifa transferir a Copa de 2014 para outro país. Depende só do Brasil. Espanha, Inglaterra e Colombia estão citados como regra três. E nem se trata de um exercício de adivinhação. A história da Fifa mostra que a mudança de sede nem seria novidade: já aconteceu por duas vezes. Hoje, em O Globo, a coluna Ancelmo Gois noticia um suposto comentário de Joseph Blat, presidente da entidade, sobre a hipótese de descredenciar o Brasil. O motivo seria a Lei Geral da Copa que o governo acaba de enviar para o Congresso. A legislação especial faz parte do acordo de todos os países que recebem o evento da Fifa e, no projeto apresentado por Dilma Rousseff, estaria caracterizado o rompimento do contrato assinado pelo governo brasileiro, em 2007, ao se candidatar a sediar a Copa. A Fifa estaria insatisfeita com cláusulas da lei referentes aos seus patrocinadores oficiais, ingressos, credenciamento, combate ao marketing pirata (que é quase questão de honra para a entidade que vende suas cotas de patrocínio legítimo por bilhões), gratuidades e até transmissão de TV. Tais itens - como relata hoje a coluna Panorama Esportivo, de Jorge Luiz Rodrigues e Maurício Fonseca, no mesmo jornal, não obedeceriam ao que foi acertado já este ano em reunião da Fifa com o governo. E no acordo oficial existe uma cláusula (a 7.7 do Host Agreement) que estabelece o dia 1° de junho de 2012 como prazo final para a Fifa romper o contrato caso os regulamentos previstos não tenham sido implantados pelo país sede.
Além das dificuldades para a realização de obras (estádios e infraestrutura) e das dsiputas políticas que incluem as estocadas com foco eleitoral da oposição ao governo, fica claro que há problemas institucionais, pra variar e dizer o mínimo, no comitê organizador. Goste-se ou não de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Blatter o chefão da Fifa, é com eles que as autoridades brasileiras terão que trabalhar. Aparentemente, a julgar pelos últimos eventos, Dilma aliou-se ao Pelé e deu um chega pra lá na CBF ( e aqui não vai qualquer defesa da dupla Teixeira-Blatter ou crítica à função de Pelé com Embaixador), estratégia que não vai ajudar em nada, ao contrário. Que fique claro que táticas provincianas e conchavos do tipo que o governo aplica nas suas disputas e acertos com o PMDB ou a tal "base aliada" não vão funcionar no caso. Não por acaso, Copa do Mundo é evento ambicionado por todos os países. Para o Brasil, arroubos patrióticos à parte, é pegar ou largar.
A Copa não subiu ainda no telhado. Mas a escada 7.7, número da cláusula sinistra, já está encostadinha na parede...
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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sábado, 24 de setembro de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Pelé em livro com 800 fotos assinadas por José Herrera
Quando se pensa que ouviu, leu e viu tudo sobre Pelé, uma nova jogada de craque nos surpreende para conhecer ainda melhor o atleta do (dos) século (s), o nosso eterno rei do futebol. A nova tabelinha dos torcedores com Edson Arantes do Nascimento poderá ser feita através do livro “Pelé - história do mito” no qual o fotógrafo José Herrera expõe 800 fotos que fez de Pelé desde 1966. Além de fotos históricas, o livro terá textos de craques, entre os quais o do novelista Benedito Ruy Barbosa, um apaixonado por futebol e que durante muitos anos foi redator da Gazeta Esportiva, São Paulo. Craques do texto falando do maior craque da bola de todos os tempos e que, pelo visto, permanecerá insuperável. (Eli Halfoun)
domingo, 24 de outubro de 2010
Pelé teu nome é atleta, o atleta do século. De todos os séculos
por Eli Halfoun
Não se sabe se por um desnecessário complexo de inferioridade ou se pelo simples prazer (prazer mais besta) de ser do contra, o fato é que o brasileiro tem mania de desvalorizar e de desmerecer tudo o que é e se faz no país. Apesar disso, não há um único cidadão brasileiro que não reconheça a qualidade e a importância de Pelé como atleta, o único a escrever definitivamente o nome do Brasil nas consagradas páginas do esporte mundial. Pelé acaba de completar 70 anos mostrando uma invejável forma física que talvez ainda lhe permita mostrar em campo o que jovens e promissores craques pensam que sabem fazer. Nesse septuagésimo aniversário de Edson Arantes do Nascimento, disseram tudo sobre esse eterno Pelé. Ao ver e rever imagens de Pelé fazendo magia com a bola nos pés nossos jovens craques deveriam usar não só o exemplo de como jogar um futebol perfeito, mas também como é ser um atleta perfeito. Em toda a sua acompanhada e até vigiada carreira nunca se viu Pelé tomar atitudes infantis, ser mais do que é, prejudicar seu clube e seu time e assim a torcida. Pelé não escreveu seu nome em campo apenas com antológicos mil gols. Escreveu com sabedoria, precisão e letras de forma a palavra ATLETA, o atleta do século, de todos os séculos Jamais haverá outro Pelé.
Não se sabe se por um desnecessário complexo de inferioridade ou se pelo simples prazer (prazer mais besta) de ser do contra, o fato é que o brasileiro tem mania de desvalorizar e de desmerecer tudo o que é e se faz no país. Apesar disso, não há um único cidadão brasileiro que não reconheça a qualidade e a importância de Pelé como atleta, o único a escrever definitivamente o nome do Brasil nas consagradas páginas do esporte mundial. Pelé acaba de completar 70 anos mostrando uma invejável forma física que talvez ainda lhe permita mostrar em campo o que jovens e promissores craques pensam que sabem fazer. Nesse septuagésimo aniversário de Edson Arantes do Nascimento, disseram tudo sobre esse eterno Pelé. Ao ver e rever imagens de Pelé fazendo magia com a bola nos pés nossos jovens craques deveriam usar não só o exemplo de como jogar um futebol perfeito, mas também como é ser um atleta perfeito. Em toda a sua acompanhada e até vigiada carreira nunca se viu Pelé tomar atitudes infantis, ser mais do que é, prejudicar seu clube e seu time e assim a torcida. Pelé não escreveu seu nome em campo apenas com antológicos mil gols. Escreveu com sabedoria, precisão e letras de forma a palavra ATLETA, o atleta do século, de todos os séculos Jamais haverá outro Pelé.
sábado, 23 de outubro de 2010
Pelé: "do seu peito parecem pender mantos invisíveis", escreveu Nelson Rodrigues na Manchete Esportiva
por José Esmeraldo Gonçalves
Um número mágico para Pelé: 70 de vida, que completa hoje e 70 que remete à Copa que o consagrou definitivamente. Uma lenda que começou lá atrás, escrita em gramados do mundo a trava de chuteira. Em crônica publicada em 8 de março de 1958, na Manchete Esportiva (que cobriu como ninguém os primeiros passos do maior jogador de todos os tempos), Nelson Rodrigues escreveu: "Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade Laurence chama de 'o Domingos da Guia do ataque'. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos. Pois bem: verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um Rei, não sei de Lear, se Imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor".
É isso mesmo que você leu: foi a partir desta crônica que Pelé ganhou o "Rei" que acompanha seu nome até hoje.
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Pelé em página dupla reproduzida da edição histórica da Manchete, de julho de 1970, em jogo contra a Inglaterra. A foto é de Jáder Neves |
Era o tempo em que a Panair trazia os campeões para o Brasil.Reprodução de anúncio na Manchete Esportiva (1958) |
Um número mágico para Pelé: 70 de vida, que completa hoje e 70 que remete à Copa que o consagrou definitivamente. Uma lenda que começou lá atrás, escrita em gramados do mundo a trava de chuteira. Em crônica publicada em 8 de março de 1958, na Manchete Esportiva (que cobriu como ninguém os primeiros passos do maior jogador de todos os tempos), Nelson Rodrigues escreveu: "Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade Laurence chama de 'o Domingos da Guia do ataque'. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos. Pois bem: verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um Rei, não sei de Lear, se Imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor".
É isso mesmo que você leu: foi a partir desta crônica que Pelé ganhou o "Rei" que acompanha seu nome até hoje.
Capa dupla da edição da Manchete Esportiva que comemorou o título da Copa de 1958. |
Reprodução de uma das páginas duplas da edição especial da Manchete que comemorou o Tri, em julho de 1970. |
VEJA O VÍDEO DO GOL IMPOSSÍVEL DE PELÉ
CLIQUE AQUI
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Foto Manchete em O Globo
por Gonça
O Globo está publicando uma ótima série de autoria do jornalista João Máximo sobre os 70 anos de Pelé. Para se ter um ideia da importância do acervo fotográfico da extinta Bloch (que, alíás, foi vendido em leilão mas não se conhece ainda o comprador, suas intenções e principalmente o destino de milhões de cromos, negativos e reproduções históricas), o Globo tem utilizado reproduções de imagens feitas pelo famoso time de fotógrafos da revista, que acompanhou o futebol brasileiro desde os anos 50. Na abertura da série foi publicada a premiada foto de Orlando Abrunhosa que mostra a "pirâmide" de Pelé, Tostão e Jairzinho na Copa de 70; na edição de quarta-feira (20), a capa do caderno de Esportes do Globo foi ilustrada com uma foto do Pelé, na Vila Belmiro (e não no Maracanã como o Globo diz), com bolas enfileiradas no gramado em forma de número 1000. O Globo creditou como sendo da Keystone. No mesmo caderno, edição de sexta (22), o jornal publicou em nota devida retificação: "A foto de Pelé com o número mil formado por bolas, publicada anteontem, foi produzida para a revista Manchete. Ela foi feita pelo fotógrafo Mituo Shiguihara, na Vila Belmiro, por iniciativa do diretor de redação da época, Zevi Ghivelder".
A famosa foto Mil do Pelé, da Manchete, publicada no Caderno de Esportes do Globo com crédito da Keystone e a retificação do jornal |
O Globo está publicando uma ótima série de autoria do jornalista João Máximo sobre os 70 anos de Pelé. Para se ter um ideia da importância do acervo fotográfico da extinta Bloch (que, alíás, foi vendido em leilão mas não se conhece ainda o comprador, suas intenções e principalmente o destino de milhões de cromos, negativos e reproduções históricas), o Globo tem utilizado reproduções de imagens feitas pelo famoso time de fotógrafos da revista, que acompanhou o futebol brasileiro desde os anos 50. Na abertura da série foi publicada a premiada foto de Orlando Abrunhosa que mostra a "pirâmide" de Pelé, Tostão e Jairzinho na Copa de 70; na edição de quarta-feira (20), a capa do caderno de Esportes do Globo foi ilustrada com uma foto do Pelé, na Vila Belmiro (e não no Maracanã como o Globo diz), com bolas enfileiradas no gramado em forma de número 1000. O Globo creditou como sendo da Keystone. No mesmo caderno, edição de sexta (22), o jornal publicou em nota devida retificação: "A foto de Pelé com o número mil formado por bolas, publicada anteontem, foi produzida para a revista Manchete. Ela foi feita pelo fotógrafo Mituo Shiguihara, na Vila Belmiro, por iniciativa do diretor de redação da época, Zevi Ghivelder".
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Orlando Abrunhosa: o dia em que o Globo virou Manchete...
Ontem este blog comentou sobre a importância do arquivo fotográfico que pertenceu à Manchete. Pois o Globo de hoje recorreu à famosa foto de Pelé, Tostão e Jairzinho, na Copa de 70, para ilustrar matéria de João Máximo sobre os 70 anos do rei. A histórica foto, publicada originalmente na Fatos & Fotos e em Manchete, é de Orlando Abrunhosa. E João Máximo também trabalhou em revistas da extinta Bloch. Quarenta anos depois, a primeira página do Globo virou Manchete.
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