Rasgado o ventre da mãe pátria. Seu ventre se abre expondo ao mundo as suas entranhas dilaceradas pelo implacável bisturi, que corta tumores, metástases sanguinolentas e outras sequelas, derramando seu sangue nas terras secas da pátria aviltada.
Ora "aloprados" carregam, por avenidas congestionadas, em sacolas de pano moedas criminosas que irão forjar dossiês fantasmas.
Sangra mais uma vez o ventre da mãe pátria.
Ora, sigilos guardados, à sete chaves, são quebrados, trazendo para a luz das ruas a economia do homem que chora, diante da mulher amada, o tesouro perdido acumulado depois de anos de luta, sofrimento e dores.
O ventre rasgado da mãe pátria não suporta mais tantas dores.
Mensalões, como vendavais devastadores, levam de rojão a moral e a ética de uma terra ferida de morte, que aos poucos sucumbe aos golpes mortais de mãos certeiras rasgando e cortando a sua carne.
Sucumbe o ventre rasgado da mãe pátria.
Filhos desferem o golpe mortal. Conluios e acordos secretos se apressam a declarar o fim da mãe pátria, com acordos imorais buscando enriquecimento ilicitos.
Chora o homem isolado na sua concha de trabalho. Chora o menino que perdeu a bola roubada pelos donos do bisturi.
Chora a mulher, mãe e esposa, diante da tragédia do fim patético da mãe tão amada.
Chora um povo, que inerte, vê passar sob os seu pés o sangue que irrompe do ventre rasgado da mãe pátria.
E eles, que ainda trazem nas mãos, as armas mortais cobertas de sangue, riem e dançam em dionisícas festas, felizes e satisfeitos pelos tantos ventres que rasgaram e cortaram.
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